Briefing: Presidenciais 2026

Marcelo Rebelo de Sousa procura solidificar o seu legado, retratando as suas controversas dissoluções parlamentares como medidas necessárias para manter a estabilidade governativa a longo prazo, um argumento que visa moldar a perceção pública do seu mandato no período pré-eleitoral.

Luís Marques Mendes posiciona-se como um candidato experiente, independente e agregador, propondo um estilo de presidência mais contido na palavra, mas firme na defesa da Constituição, procurando atrair um eleitorado de centro-direita que valoriza a estabilidade e a reforma institucional.

António José Seguro apresenta-se como um candidato que restaurará um estilo de presidência mais sóbrio e focado nos bastidores, atuando como um árbitro institucional em vez de um comentador diário, numa clara demarcação do atual mandato presidencial.

Na sua última visita à ONU, Marcelo Rebelo de Sousa consolidou a imagem de Portugal como um ator diplomático relevante e uma ponte entre continentes, utilizando a plataforma para avançar a candidatura ao Conselho de Segurança e para defender o multilateralismo e a reforma das Nações Unidas.

O Presidente da República adota uma postura pragmática em relação à nova Lei de Estrangeiros, priorizando a conformidade constitucional sobre as alianças políticas e abrindo a porta a uma promulgação célere da legislação se esta resolver as questões levantadas pelo Tribunal Constitucional.

Marcelo Rebelo de Sousa oferece um forte apoio político ao plano do Governo para a habitação, validando a estratégia de "choque" e o recurso a fundos europeus, o que fortalece a posição do executivo na implementação de uma das suas políticas mais centrais.

O Presidente da República procura gerir as expectativas políticas em torno das eleições autárquicas, defendendo que os resultados devem ser interpretados à luz de fatores locais para evitar que sejam usados como uma arma de arremesso na política nacional.

A visita presidencial a Angola reafirma o compromisso de Portugal com o seu legado histórico e com o fortalecimento das relações no seio da comunidade lusófona, representando um pilar consensual da política externa portuguesa.

O encontro com Donald Trump foi apresentado por Marcelo Rebelo de Sousa como um momento positivo para as relações luso-americanas e como um indicador de uma potencial moderação e realismo na política externa dos EUA, nomeadamente em relação à Ucrânia.

A corrida presidencial está a ser definida por diferentes visões sobre o exercício do poder em Belém, com os candidatos a proporem modelos que vão desde a discrição e contenção a uma redefinição dos próprios poderes constitucionais do cargo, refletindo um debate mais amplo sobre o equilíbrio de poderes em Portugal.