Briefing: Tarifas e guerra comercial

A imposição de uma tarifa de 15% pelos EUA sobre a rocha ornamental portuguesa, aliada à desvalorização do dólar, aumentou os custos de exportação em cerca de 40%. A Assimagra alerta para a perda de competitividade face a alternativas mais baratas, embora o setor mantenha alguma vantagem sobre concorrentes como a China, que enfrenta taxas de 50%.

A administração Trump estendeu um programa de alívio tarifário para os fabricantes de automóveis dos EUA, oferecendo um reembolso de 3,75% para compensar os custos de importação de peças. A medida visa incentivar a produção nacional, ao mesmo tempo que foram oficializadas novas tarifas de 25% para camiões importados e 10% para autocarros.

A imposição de tarifas de 15% pelos EUA sobre produtos da UE provocou uma queda de 14,3% no comércio bilateral em agosto. As exportações europeias para os EUA caíram 22,2%, resultando numa redução de quase 58% no excedente comercial da UE, o que levanta preocupações sobre o impacto económico em setores-chave e a estabilidade financeira.

A Porsche enfrenta uma crise significativa, com quedas nas vendas e compressão das margens de lucro, sendo as tarifas dos EUA um dos fatores que agrava a situação, custando já centenas de milhões à empresa.

Esta conjuntura levou à nomeação de um novo CEO, Michael Leiters, para liderar a recuperação da rentabilidade da marca.

Pressionada pelas tarifas de importação dos EUA, que afetaram a sua rentabilidade, a Stellantis anunciou um investimento de 13 mil milhões de dólares para aumentar a produção no país em 50%. A medida visa contornar as taxas alfandegárias e reforçar a sua competitividade no mercado norte-americano, alinhando-se com os objetivos da política comercial de Washington.

Para combater a crescente concorrência dos fabricantes chineses de veículos elétricos, a União Europeia implementou tarifas pesadas sobre estes produtos.

A medida visa proteger a indústria automóvel europeia, que corre o risco de perder uma quota de mercado significativa e ver fábricas encerradas devido à expansão das marcas chinesas.

As ameaças de Donald Trump de aplicar tarifas de 100% à China causaram forte instabilidade nos mercados, com quedas acentuadas nas bolsas.

Uma posterior moderação no discurso do presidente americano permitiu uma recuperação, mas o episódio demonstrou a elevada sensibilidade dos investidores à retórica da guerra comercial EUA-China.

A Nestlé vai despedir 16 mil trabalhadores a nível global como parte de um plano para reduzir custos, após uma queda nas vendas.

A reestruturação é atribuída a um ambiente de mercado volátil, incluindo o impacto de tarifas comerciais, e a subsidiária portuguesa admitiu que poderá ser afetada pelos cortes.

Um relatório da DHL concluiu que o comércio global cresceu a um ritmo acelerado em 2025, demonstrando resiliência face às tarifas recorde impostas pelos EUA.

A globalização mantém-se forte, com o comércio a percorrer distâncias recorde e a China a diversificar os seus parceiros comerciais para compensar as perdas no mercado americano.

O BCE alertou que um agravamento das tensões comerciais e a imposição de tarifas mais elevadas podem levar a um aumento do crédito malparado na zona euro para níveis de 2014, com perdas potenciais de 628 mil milhões de euros.

A instituição apela à prudência dos bancos e a um reforço do quadro regulatório europeu para garantir a estabilidade financeira.