Briefing: Tarifas e guerra comercial

A Ryanair vai cessar as suas operações nos Açores em março de 2026, culpando o aumento das taxas aeroportuárias e de navegação. O Governo e a ANA rejeitam as acusações, classificando-as como desonestas e uma tática de pressão, afirmando que as taxas estão entre as mais competitivas da Europa.

A decisão ameaça a conectividade e o turismo da região, pondo fim a ligações de baixo custo para Lisboa, Porto, Londres e Bruxelas.

As tarifas impostas pelos EUA estão a causar um impacto transversal na economia europeia.

Empresas como a Altri registaram quedas acentuadas nos lucros, o setor automóvel viu os seus custos aumentarem e estratégias alteradas, e a indústria da moda enfrenta um futuro de incerteza. Esta política comercial é vista como um fator de instabilidade global, influenciando mercados financeiros, cadeias de abastecimento e até decisões de política monetária.

As medidas protecionistas da UE sobre o aço, que aumentam as tarifas e reduzem as quotas de importação, estão a colocar em risco a indústria metalomecânica portuguesa. O setor, que emprega mais de 250 mil pessoas, alerta que a medida o torna refém de matéria-prima mais cara, ameaçando a competitividade e podendo levar à deslocalização da produção para fora da Europa.

As associações do setor pedem uma reavaliação da política europeia para não penalizar a indústria transformadora.

A política de tarifas da União Europeia sobre veículos elétricos importados da China está a influenciar as decisões de investimento de construtores como a XPeng.

Para evitar uma taxa combinada superior a 30%, a empresa chinesa planeia estabelecer uma fábrica própria na Europa, considerando que a produção local é essencial para contornar as barreiras comerciais e consolidar a sua marca no mercado.