Briefing: Tarifas e guerra comercial

A administração dos EUA implementou uma política dupla, impondo tarifas sobre veículos importados para promover a produção local, ao mesmo tempo que oferece reembolsos aos fabricantes domésticos para compensar os custos acrescidos de peças importadas. A medida visa fortalecer a indústria automóvel americana num cenário de preços recorde para os consumidores.

A imposição de tarifas de 15% pelos EUA resultou numa queda histórica no comércio com a UE, reduzindo drasticamente as exportações europeias e o excedente comercial.

Embora este conflito bilateral penalize setores estratégicos europeus, o comércio global demonstra resiliência, adaptando-se e encontrando rotas alternativas que contornam o protecionismo norte-americano.

A política tarifária dos EUA está a remodelar a indústria automóvel europeia.

Enquanto a Porsche enfrenta uma crise de rentabilidade, com as tarifas a custarem centenas de milhões, a Stellantis responde com um investimento histórico de 13 mil milhões de dólares para aumentar a produção nos EUA, numa clara manobra para contornar as barreiras comerciais e proteger as suas margens.

A guerra comercial entre os EUA e a China, pautada por ameaças tarifárias de Trump e retaliações chinesas como o controlo de exportações de terras raras, é uma fonte primária de instabilidade nos mercados globais. A volatilidade é exacerbada pela natureza imprevisível das negociações, com os mercados a reagirem de forma acentuada a cada escalada ou aparente recuo no conflito.

Apesar das tarifas de 15% impostas pelos EUA, o setor têxtil português exibe uma forte resiliência, com exportações a registarem uma quebra mínima e a superarem a concorrência.

Empresas do setor continuam a ver os EUA como um mercado estratégico de crescimento, demonstrando a capacidade de adaptação e competitividade da indústria nacional face ao protecionismo.