Briefing: Tarifas e guerra comercial

O acordo comercial entre os EUA e a UE estabeleceu uma tarifa fixa de 15% para a maioria dos produtos europeus, evitando uma guerra comercial total.

Apesar de isentar setores-chave, o entendimento incluiu concessões significativas por parte da UE em matéria de energia e investimento, e manteve as tarifas sobre o aço e o alumínio como um ponto de tensão.

As tarifas comerciais estão a contribuir para o aumento da inflação, um facto reconhecido pela Reserva Federal dos EUA.

Embora o impacto seja considerado temporário, a sua magnitude superior à esperada adiciona incerteza à política monetária, complicando o equilíbrio entre o controlo de preços e o apoio ao emprego.

A incerteza tarifária e a guerra comercial são desafios crescentes para as empresas portuguesas, com muitas a reportarem impactos negativos nos custos e nas margens.

Esta pressão está a levar algumas empresas a procurar novos parceiros comerciais para mitigar os custos das tarifas, num ambiente económico já considerado desafiador.

Apesar das elevadas tarifas mútuas entre os EUA e a China, a economia chinesa mostrou resiliência ao diversificar os seus mercados de exportação, atingindo um excedente comercial recorde. Embora existam sinais recentes de um possível alívio nas tensões, a estrutura principal das tarifas e a rivalidade estratégica permanecem.

As tarifas tornaram-se uma ferramenta de negociação diplomática chave para a administração dos EUA, sendo usadas para pressionar outros países a fechar acordos favoráveis.

Esta estratégia terá beneficiado empresas norte-americanas, como a Boeing, em detrimento de concorrentes europeus como a Airbus, ilustrando a fusão entre política comercial e externa.

A UE está a adotar uma postura mais protecionista para proteger a sua indústria siderúrgica em crise, através da redução de quotas de importação isentas de taxas e do aumento das tarifas sobre o excedente. Estas medidas visam combater a concorrência de mercados externos, embora existam preocupações sobre a sua eficácia e potencial para criar desequilíbrios.

Os EUA implementaram tarifas sobre metais como aço e alumínio, e consideram estendê-las ao cobre, justificando a medida com a proteção da indústria nacional e a segurança.

Estas tarifas, que afetam parceiros como a UE, servem também como uma ferramenta de pressão em negociações comerciais, ligando a política industrial a objetivos diplomáticos mais vastos.