Briefing: Donald Trump

Após a forte controvérsia em torno do plano de paz inicial dos EUA, que favorecia largamente as exigências russas, as negociações em Genebra resultaram num quadro revisto que alegadamente acomoda melhor os interesses ucranianos.

Embora se registem progressos, o acordo final permanece dependente de conversações diretas entre os presidentes Trump e Zelensky, com os aliados europeus a acompanharem o processo de perto.

A designação do Cartel dos Sóis como organização terrorista e a massiva presença militar dos EUA no Caribe representam uma escalada significativa na pressão sobre o regime de Maduro. No entanto, as declarações de ambos os presidentes sobre a possibilidade de um diálogo direto introduzem um elemento de incerteza, oscilando entre a ameaça de um conflito e a abertura para uma solução negociada.

A promulgação da lei sobre os ficheiros de Epstein representa uma derrota política para Trump, forçado a ceder à pressão do Congresso.

O caso não só reavivou o escrutínio sobre o seu passado, como também fraturou o seu campo político, evidenciado pela demissão da sua antiga aliada Marjorie Taylor Greene, que o acusou de ameaças.

Apesar de uma história de profunda animosidade, o encontro entre Donald Trump e o autarca eleito de Nova Iorque, Zohran Mamdani, revelou uma vontade mútua de colaboração pragmática em prol da cidade.

A reunião, embora positiva, não apagou as divergências ideológicas fundamentais, que persistem sob a superfície da nova relação institucional.

A remoção das tarifas sobre produtos brasileiros por parte de Trump assinala uma mudança pragmática na relação EUA-Brasil, privilegiando o diálogo económico com o Presidente Lula em detrimento da aliança política com Jair Bolsonaro.

Enquanto Lula comemora uma vitória diplomática, Trump lamenta a prisão do seu aliado, evidenciando a complexa interação entre interesses comerciais e alinhamentos ideológicos na sua política externa.

A sugestão de Donald Trump de que congressistas Democratas deveriam enfrentar a pena de morte por recordarem um princípio constitucional representa uma perigosa escalada na retórica política.

O episódio reflete as profundas tensões sobre os limites do poder presidencial e o controlo civil das Forças Armadas nos Estados Unidos.

A visita de Mohammed bin Salman à Casa Branca consolidou a aliança EUA-Arábia Saudita sob a administração Trump, com acordos militares e económicos significativos.

A defesa pública de Trump ao príncipe no caso Khashoggi evidencia uma política externa que privilegia os interesses estratégicos e comerciais em detrimento das preocupações com os direitos humanos.

Numa clara aposta na expansão dos combustíveis fósseis, a administração Trump planeia abrir áreas costeiras protegidas na Califórnia e na Flórida à exploração petrolífera.

Esta decisão, juntamente com a proposta de enfraquecer a Lei das Espécies Ameaçadas, reflete uma rutura total com as políticas ambientais anteriores e já gerou forte resistência política nos estados afetados.

A administração Trump utilizou a sua autoridade para forçar uma agência científica de renome, o CDC, a alterar a sua orientação pública para refletir uma visão cética e cientificamente infundada sobre a segurança das vacinas.

Esta politização da saúde pública representa um ataque direto ao consenso científico e arrisca minar décadas de progresso na prevenção de doenças infecciosas.

O boicote dos EUA à cimeira do G20 e a subsequente repreensão pública ao presidente sul-africano exemplificam a abordagem disruptiva da administração Trump à diplomacia multilateral.

A decisão, baseada em justificações controversas, minou o processo do G20 e criou uma tensão diplomática desnecessária com um parceiro importante no continente africano.