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Terça-feira, Setembro 23

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Le Monde Diplomatique

Tenacidade crítica, informação aprofundada
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Cadernos de viagem numa Síria dominada pelo rancor e pela dúvida

Libertados do presidente Bachar Al-Assad, os sírios oscilam entre a esperança de viver num Estado de direito e o medo de serem submetidos a um novo autoritarismo, no qual a maioria sunita imporia a sua lei às minorias religiosas, como os drusos e os alauitas. Hábil estratego, o presidente Ahmed Al-Charaa sabe que precisa de dar garantias de tolerância para garantir o apoio das capitais ocidentais. Carregado nos braços do pai, Aram, de três meses, contorce-se no seu macacão. É tomado pela (…) - 2025/09

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Dar nome aos náufragos no Mediterrâneo

Ano após ano, milhares de migrantes morrem afogados ao tentar chegar à Europa. Em nome da dignidade humana, algumas raras iniciativas médico-legais italianas tentam fazer justiça, identificando-os para informar as suas famílias. Mas esse processo permanece incerto, pois a recolha de ADN e o tratamento dos corpos encontrados não são obrigatórios no caso das vítimas dessas travessias. Fotografias transformadas em aquarelas abstratas nas quais restam apenas manchas de cor indistintas. Um (…) - 2025/09

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Na Turquia, a abertura curda

Ninguém ignora que o presidente turco ambiciona ser eleito para um terceiro mandato em 2028. Para isso, terá de reformar a Constituição e fazer alianças políticas. Resta saber se está disposto a refrear o seu autoritarismo e a conciliar-se com os eleitores curdos, num momento em que o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) decide autodissolver-se e depor as armas. Estender a mão aos seus adversários políticos ou continuar a persegui-los: esse é o dilema que Recep Tayyip Erdogan (…) - 2025/09

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Nos países do Sahel, os jihadistas põem as juntas militares em xeque

Numa só década, o Sahel mudou completamente. Os golpes de Estado (Mali, Burquina-Faso, Níger), inicialmente apresentados como respostas temporárias à crise securitária, parecem ter instalado no poder, duradouramente, regimes autoritários. Para lá da rejeição comum da presença francesa, estes novos poderes militares têm dificuldades em formular um verdadeiro projeto e, mais ainda, em travar uma onda jihadista que se mostra cada vez mais mortífera. Doze anos depois da Operação Serval, (…) - 2025/09 / Cartografia e Infografia

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Austeridade, o banquete dos acionistas

Um presidente da República marginalizado, um primeiro-ministro de saída, uma população exasperada. Vai o poder francês insistir no seu plano de austeridade, que consiste em extorquir assalariados, reformados e doentes para financiar as forças armadas e reequilibrar as contas? E vai o Estado continuar a alimentar a fundo perdido os lucros das grandes empresas? No meio do verão, o choque passou quase despercebido. Talvez porque o plano apresentado em 15 de julho pelo primeiro-ministro (…) - 2025/09

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E, no entanto, os alemães ganham mais

A inflação atingiu duramente os trabalhadores alemães. Mas, desde o ano passado, os acordos salariais estão a conduzir a aumentos substanciais na Alemanha, particularmente acentuados no setor de serviços. Mesmo com a economia nacional em recessão e o desemprego a aumentar. É o fim da pausa para o almoço. Uma dezena de funcionários da fábrica Weitkowitz em Peine, cidade de 50 000 habitantes no norte da Alemanha, fumam debaixo de um toldo. Esta filial de um grupo com sede no Tirol do Sul (…) - 2025/09

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Quando os sindicatos enfrentavam o digital

Durante a década de 1970, o mundo do trabalho sofreu o impacto da primeira grande onda de informatização. Os documentos produzidos na época pelas principais centrais sindicais francesas testemunham a sua combatividade e uma crítica incisiva ao fenómeno. Meio século depois, eles fornecem ferramentas para enfrentar a onda da inteligência artificial. É uma época em que o extremo-centro que domina as instituições francesas faz da inovação tecnológica uma prioridade. Enquanto surge o desemprego (…) - 2025/09

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Os dois destinos da criptomoeda

As tensões políticas, sejam elas internas ou internacionais, encontram na moeda um ponto de cristalização. No contexto do confronto entre Washington e Pequim, traçam-se dois caminhos distintos para o desenvolvimento das novas tecnologias de pagamento. Desta forma, os dois gigantes colocam o mundo perante a perspetiva de uma bifurcação dolorosa. No seu primeiro mandato (2017-2021), Donald Trump denunciou a bitcoin como uma «fraude» que «faz concorrência ao dólar». Agora pretende ser o (…) - 2025/09

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A hipócrita diplomacia do plástico

A produção mundial de um dos poluentes mais perigosos para o planeta e para os seus habitantes, o plástico, deverá triplicar até 2060 se nenhum tratado vinculativo vier a limitá-la. No entanto, no passado dia 15 de agosto a sexta e última sessão de negociações internacionais fracassou. Na verdade, uma minoria de países produtores de petróleo e gás, acompanhados por uma armada de lobistas, sabotam sistematicamente as negociações. É um tratado vital para a humanidade. E, no entanto, vem (…) - 2025/09

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coverageCobertura completa
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Recortes de imprensa

ESCOLHER UM CAMPO Um artigo do sítio chinês Guanchazhe (próximo das correntes nacionalistas) retira lições das tensões entre Washington e Nova Deli (19 de agosto). Donald Trump quer que a Índia abra as portas à agricultura e à indústria leiteira. Ora, a agricultura e os setores conexos representam mais de 70% dos empregos na Índia, e o primeiro-ministro indiano não pode perder o apoio dos agricultores. (…) No passado, a Índia esteve quase totalmente alinhada com os Estados Unidos. (…) (…) - 2025/09

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A ausência de reconhecimento político nos incêndios rurais

A crise climática e a meteorologia agravam o risco e os efeitos dos incêndios rurais, mas não são a sua única causa. Os diagnósticos estão feitos e são repetidos ano após ano, mas faltam as decisões políticas necessárias. A ausência do reconhecimento desse «outro» em que o rural tem sido transformado favorece lógicas mercantis em vez de direitos. Não paro de pensar naqueles e naquelas que me deixaram entrar nas suas casas em 2023, quando andava por Penela e Figueiró dos Vinhos a (…) - 2025/09

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Movimentos anti-imigração em Portugal, visíveis a olho nu

O crescimento das desigualdades e a vulnerabilização das condições de vida de uma parte cada vez maior da população portuguesa está a ser, em contexto de degradação dos serviços públicos e de dificuldade de acesso a habitação, um terreno fértil para a criação de bodes expiatórios para crises a que os poderes não respondem com soluções. Os movimentos sociais e políticos anti-imigração não se resumem hoje à violência da extrema-direita nas ruas ou na Internet. São também visíveis na ação do (…) - 2025/09

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O peso das nossas escolhas coletivas

Erradicar o problema das pessoas em situação de sem-abrigo foi há vários anos identificado como um desígnio nacional. Mas os dados de 2023 mostram que o fenómeno sofreu um forte agravamento. Em julho último, a exibição da peça O que carregamos? no Teatro Nacional S. João, no Porto, acompanhada por momentos de debate, constituiu uma oportunidade para fazer o balanço das políticas e dos programas dirigidos a este problema, com os seus avanços, impasses e recuos. No arranque do seu primeiro (…) - 2025/09

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«Oranges and Stones», o teatro como forma de resistência na Palestina

A 8.ª Mostra de Jovens Criadores de Teatro nos Recreios da Amadora, promovida pelo Teatro dos Aloés, trouxe a Portugal, no final de julho, a companhia de teatro palestiniana Ashtar Theatre. Um ato de resistência pela vida e pela arte. Oranges and Stones, em português «Laranjas e Pedras», foi a peça que a companhia de teatro palestiniana Ashtar Theatre, sediada em Ramalah e fundada em 1991, veio apresentar à 8.ª Mostra de Jovens Criadores de Teatro nos Recreios da Amadora, promovida pelo (…) - 2025/09

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Geração de 60

DIANA ANDRINGA TINTA-DA-CHINA, LISBOA, 2025, 480 PP., € 23,90. Diana Andringa, jornalista, documentarista e investigadora do Centro de Estudos Sociais (CES), apresenta em Geração de 60 um retrato vigoroso da década de 1960 em Portugal — um tempo marcado por censura, repressão e a urgência de resistir a um regime autoritário. O livro, construído a partir de cerca de cem depoimentos de protagonistas conhecidos e anónimos, tem origem numa série televisiva concebida nos anos 80 para a RTP (…) - 2025/09

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Mas o que faz a China por Gaza?

Enquanto Israel semeia a devastação no enclave palestiniano, muitos sonham ver o governo chinês retomar o seu anticolonialismo de outrora e encetar um braço-de-ferro com Telavive. Não será isso um equívoco quanto ao papel que Pequim pretende desempenhar na cena internacional nos próximos anos? Lentamente, os paraquedas aproximam-se do solo. A multidão corre para os pontos de impacto, onde os contentores carregados de ajuda humanitária finalmente tocam o chão. Gritando de alegria, a (…) - 2025/09

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Europa, a capitulação permanente

Raramente os discursos sobre a grandeza da Europa, farol democrático acossado pela vaga «populista», foram tão exaltados. E raramente a União Europeia teve tantas derrotas em matéria de diplomacia, estratégia e comércio. Os dirigentes do Velho Continente, mais apegados à ligação transatlântica do que ao interesse da população europeia, multiplicam os atos de subserviência em relação a Donald Trump. A União Europeia foi promovida como um meio para reforçar o Velho Continente face às grandes (…) - 2025/09

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A CIA contra o Pentágono

O regresso de Donald Trump à Casa Branca parecia anunciar uma purga nas agências de informações. O presidente republicano acusava-as de terem tentado prejudicá-lo, alimentando as fantasias do «Russiagate». Mas, num período de tensões internacionais, o papel crescente das operações secretas e das tecnologias de ponta não lhe permite descartar a CIA em benefício do Pentágono. Desde a sua criação, logo após a Segunda Guerra Mundial, a Central Intelligence Agency (CIA), com sede em Langley (…) - 2025/09

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Cadernos de viagem numa Síria dominada pelo rancor e pela dúvida

Libertados do presidente Bachar Al-Assad, os sírios oscilam entre a esperança de viver num Estado de direito e o medo de serem submetidos a um novo autoritarismo, no qual a maioria sunita imporia a sua lei às minorias religiosas, como os drusos e os alauitas. Hábil estratego, o presidente Ahmed Al-Charaa sabe que precisa de dar garantias de tolerância para garantir o apoio das capitais ocidentais. Carregado nos braços do pai, Aram, de três meses, contorce-se no seu macacão. É tomado pela (…) - 2025/09

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Dar nome aos náufragos no Mediterrâneo

Ano após ano, milhares de migrantes morrem afogados ao tentar chegar à Europa. Em nome da dignidade humana, algumas raras iniciativas médico-legais italianas tentam fazer justiça, identificando-os para informar as suas famílias. Mas esse processo permanece incerto, pois a recolha de ADN e o tratamento dos corpos encontrados não são obrigatórios no caso das vítimas dessas travessias. Fotografias transformadas em aquarelas abstratas nas quais restam apenas manchas de cor indistintas. Um (…) - 2025/09

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Na Turquia, a abertura curda

Ninguém ignora que o presidente turco ambiciona ser eleito para um terceiro mandato em 2028. Para isso, terá de reformar a Constituição e fazer alianças políticas. Resta saber se está disposto a refrear o seu autoritarismo e a conciliar-se com os eleitores curdos, num momento em que o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) decide autodissolver-se e depor as armas. Estender a mão aos seus adversários políticos ou continuar a persegui-los: esse é o dilema que Recep Tayyip Erdogan (…) - 2025/09

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Nos países do Sahel, os jihadistas põem as juntas militares em xeque

Numa só década, o Sahel mudou completamente. Os golpes de Estado (Mali, Burquina-Faso, Níger), inicialmente apresentados como respostas temporárias à crise securitária, parecem ter instalado no poder, duradouramente, regimes autoritários. Para lá da rejeição comum da presença francesa, estes novos poderes militares têm dificuldades em formular um verdadeiro projeto e, mais ainda, em travar uma onda jihadista que se mostra cada vez mais mortífera. Doze anos depois da Operação Serval, (…) - 2025/09 / Cartografia e Infografia

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Austeridade, o banquete dos acionistas

Um presidente da República marginalizado, um primeiro-ministro de saída, uma população exasperada. Vai o poder francês insistir no seu plano de austeridade, que consiste em extorquir assalariados, reformados e doentes para financiar as forças armadas e reequilibrar as contas? E vai o Estado continuar a alimentar a fundo perdido os lucros das grandes empresas? No meio do verão, o choque passou quase despercebido. Talvez porque o plano apresentado em 15 de julho pelo primeiro-ministro (…) - 2025/09

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E, no entanto, os alemães ganham mais

A inflação atingiu duramente os trabalhadores alemães. Mas, desde o ano passado, os acordos salariais estão a conduzir a aumentos substanciais na Alemanha, particularmente acentuados no setor de serviços. Mesmo com a economia nacional em recessão e o desemprego a aumentar. É o fim da pausa para o almoço. Uma dezena de funcionários da fábrica Weitkowitz em Peine, cidade de 50 000 habitantes no norte da Alemanha, fumam debaixo de um toldo. Esta filial de um grupo com sede no Tirol do Sul (…) - 2025/09

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Quando os sindicatos enfrentavam o digital

Durante a década de 1970, o mundo do trabalho sofreu o impacto da primeira grande onda de informatização. Os documentos produzidos na época pelas principais centrais sindicais francesas testemunham a sua combatividade e uma crítica incisiva ao fenómeno. Meio século depois, eles fornecem ferramentas para enfrentar a onda da inteligência artificial. É uma época em que o extremo-centro que domina as instituições francesas faz da inovação tecnológica uma prioridade. Enquanto surge o desemprego (…) - 2025/09

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Os dois destinos da criptomoeda

As tensões políticas, sejam elas internas ou internacionais, encontram na moeda um ponto de cristalização. No contexto do confronto entre Washington e Pequim, traçam-se dois caminhos distintos para o desenvolvimento das novas tecnologias de pagamento. Desta forma, os dois gigantes colocam o mundo perante a perspetiva de uma bifurcação dolorosa. No seu primeiro mandato (2017-2021), Donald Trump denunciou a bitcoin como uma «fraude» que «faz concorrência ao dólar». Agora pretende ser o (…) - 2025/09

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A hipócrita diplomacia do plástico

A produção mundial de um dos poluentes mais perigosos para o planeta e para os seus habitantes, o plástico, deverá triplicar até 2060 se nenhum tratado vinculativo vier a limitá-la. No entanto, no passado dia 15 de agosto a sexta e última sessão de negociações internacionais fracassou. Na verdade, uma minoria de países produtores de petróleo e gás, acompanhados por uma armada de lobistas, sabotam sistematicamente as negociações. É um tratado vital para a humanidade. E, no entanto, vem (…) - 2025/09

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Todo o arquivo, mais leitura

Todos os números da edição portuguesa do Le Monde Diplomatique, desde o primeiro, de abril de 1999, estão agora acessíveis no sítio Internet do jornal, em exclusivo para os assinantes. São mais de 26 anos, a que se acrescenta sempre o número do mês, com os artigos inéditos publicados online. São já mais de 300 edições completas, mais de 850 mapas e infografias detalhados, mais de 3200 autores de referência, mais de 5300 imagens e obras de arte, mais de 8800 artigos completos. Tudo acessível (…) - 2025/08

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Arquivo vivo, memória presente

Todos os números da edição portuguesa do Le Monde Diplomatique, desde o primeiro, de abril de 1999, estão agora acessíveis no sítio Internet do jornal, em exclusivo para os assinantes. São mais de 26 anos, a que se acrescenta sempre o número do mês, com os artigos inéditos publicados online. São já mais de 300 edições completas, mais de 850 mapas e infografias detalhados, mais de 3200 autores de referência, mais de 5300 imagens e obras de arte, mais de 8800 artigos completos. Tudo acessível (…) - 2025/08

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Fazer a pergunta certa

Em 2017, Portugal tinha 400 000 estrangeiros e a extrema-direita era inexistente. Passados oito anos, acolhe perto de 1,6 milhões (15% da população total) e a extrema-direita impôs-se como a segunda força política no Parlamento. A correlação entre o aumento dos fluxos migratórios e a ascensão das formações xenófobas, atestada um pouco por toda a Europa, parece ser quase automática. «O povo francês não quer mais imigração», deduz Marine Le Pen, para a seguir apelar à realização de um (…) - 2025/08

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Uma lei doce como a morte

«A questão que me coloco perante [esta petição], é “continuamos a querer ter agricultores em França?”», garantia em 22 de julho último Olivier Leducq, diretor-geral do grupo Tereos, na BFM Business. As entrevistas deste canal muito complacentes com os industriais têm a vantagem de mostrar ao grande público os rostos dos mercadores da dúvida e dos grupos de pressão que habitualmente atuam na sombra dos ministérios. O interesse da cena relatada resulta menos da indigência das palavras do (…) - 2025/08

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Imigração: a última fronteira da crise que vivemos

Os discursos que apresentam a imigração como uma ameaça têm crescido em Portugal por via da ação política, da repetição mediática e da viralização digital. Procuram desviar a atenção da insegurança social, que é estrutural ao neoliberalismo, e reconfigurá-la em ressentimento identitário. Que discursos e políticas podem, pelo contrário, articular justiça social e dignidade humana, respondendo às ansiedades populares e às dificuldades vividas pelos imigrantes? A utilização do «outro», do (…) - 2025/08

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Barroso: resistência em tempos de servidão

A luta das populações de Covas do Barroso contra a imposição de um projeto de mineração de lítio em terrenos privados e baldios não se limita a defender duas conquistas sociais estruturantes da vida das comunidades naquelas terras, a saber, a devolução dos baldios após o 25 de Abril e o reconhecimento, em 2018, como património agrícola mundial. Faz também uma desconstrução das políticas de arrasamento que garantem lucros rápidos em nome de um suposto «desenvolvimento verde», mas sem (…) - 2025/08

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O digital leva-nos de volta à Idade Média?

Está em curso um debate acalorado: terão os gigantes da inteligência artificial transformado os seus utilizadores em servos e vassalos condenados, como na Idade Média, a trabalhar de graça e a pagar a renda? Ou estão a aplicar à risca, mas com produtos sofisticados, as velhas receitas do capitalismo industrial? Para combatê-los, será preciso escolher entre Dom Quixote e Karl Marx. De Paris a Madrid e de Roma a Berlim, um espectro medieval vestido de camisola com capuz assombra a esquerda (…) - 2025/08

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Nos bastidores dos cruzeiros

Imaginávamos que o turismo de cruzeiros teria sido afetado pelo naufrágio do «Costa Concordia» e, em seguida, afundado pela Covid-19. Na realidade, o setor nunca esteve tão bem, com 34,6 milhões de passageiros em todo o mundo em 2024, ou seja, 9% mais do que no ano anterior e 16% mais do que em 2019. Ao embarcar num navio da MSC entre Veneza e Míconos, compreendem-se melhor os motivos deste sucesso comercial. O tempo parece suspenso sobre um mar Adriático deserto. «Sinta a magia no ar.» A (…) - 2025/08 / Cartografia e Infografia

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Guerra e paz em Portugal

O grande rearmamento das economias europeias acelera-se. Os compromissos com a Defesa assumidos com a Aliança Atlântica e a União Europeia pelo governo de Luís Montenegro ameaçam o Estado social, os trabalhadores e o clima. Por exemplo, a meta de 5% do produto interno bruto para despesas militares, que com a colaboração prestimosa de poderosos meios de comunicação social se tenta impor já para a década de 2030, representa 88% do que se gasta hoje com saúde pública em Portugal. O país (…) - 2025/08

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A diplomacia do dromedário

O «camelo da Arábia», figura emblemática do Golfo antes da era petrolífera, é hoje objeto de grande entusiasmo desportivo, acompanhado por um interesse muito político por parte dos monarcas da península, nomeadamente os dos Emirados Árabes Unidos. As corridas de camelídeos, símbolo de autenticidade e muito populares, são exportadas e reforçam a comunicação de um regime com notórias ambições regionais. Os estandartes são agitados pelo vento quente, as provas terminam e chega finalmente o (…) - 2025/08 / Cartografia e Infografia

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Japão, o outro país do comunismo

A primeira edição das obras completas de Karl Marx e Friedrich Engels não é alemã, inglesa ou francesa. Surgiu no Japão, onde nasceu um dos maiores partidos comunistas do planeta. Ao longo dos anos, a formação abandonou a perspetiva socialista, mas a sua ambição de libertação nacional ainda suscita o mesmo incómodo. É uma mãe de família pacata, funcionária de uma escola primária em Tóquio. Um dia, em janeiro de 2025, uma das suas colegas, que colabora com a versão japonesa do Le Monde (…) - 2025/08

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As duas faces da oposição cubana

Cuba sofre desde 1959 a hostilidade dos Estados Unidos. Washington financia vários grupos de oposição de extrema-direita estabelecidos na Flórida. A profunda crise económica que atravessa a ilha dá-lhes uma nova oportunidade de enfraquecer Havana. Entre a repressão governamental e a instrumentalização, uma nova geração de contestatários luta, no terreno, para encontrar uma saída política para a sua raiva 11 de julho de 2021. Enquanto em toda a América Latina as medidas de distanciamento (…) - 2025/08

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Como descobrir os colaboradores com o nazismo nos media

Após a derrota dos nazis e dos seus colaboradores franceses, seria concebível que jornalistas de meios de comunicação que recomendaram a execução dos resistentes e a deportação dos judeus retomassem o seu trabalho como antes? A resposta foi negativa. A Libertação foi, portanto, seguida de um saneamento geral na profissão. Os processos de instrução, por vezes muito detalhados, estão disponíveis. Revisitá-los ensina-nos muito. Verão de 1944. Começa o saneamento profissional dos jornalistas. (…) - 2025/08

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Como o marketing moldou a contraceção

Desde 1 de janeiro de 2023, os franceses menores de 26 anos são reembolsados a 100% pela compra de preservativos de certas marcas, uma medida que será alargada em março de 2025 a produtos sem látex. A adoção tardia desta medida explica-se por representações forjadas no final do século XIX, que contribuíram para confinar o «preservativo» às margens das práticas contracetivas. Em Portugal, apesar de desde 2014 haver distribuição gratuita de preservativos em centros de saúde, hospitais e outros (…) - 2025/08

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«O Salvado»: questões que a criadora Olga Roriz coloca aos 70 anos

Há um novo espetáculo, desta vez a solo, de Olga Roriz. Depois da estreia no Porto e de passar pelas salas de Lisboa e Setúbal, vai continuar em digressão neste ano e no próximo. Aos 70 anos, completados neste mês de agosto, a bailarina e coreógrafa Olga Roriz fez uma reflexão teórica e pessoal apoiada em residências artísticas que se materializaram numa peça intimista e em diálogo com o público. «Que corpo é este agora? Que histórias restam para contar?»… Estamos a instalar-nos na sala (…) - 2025/08

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O Impossível Demora Mais.

Paula Godinho Tigre de Papel, Lisboa, 2025, 364 pp., € 17,75. A hegemonia global do capitalismo parece difícil de ser contestada. Na sua versão neoliberal, agora garantida com doses maciças de autoritarismo, o capital está imparável na sua saga de tudo transformar em lucro potencial. A guerra e a destruição das condições para a sobrevivência da(s) espécie(s) estão novamente em cima da mesa. Uma supremacia com pés de barro, quando qualquer turbulência financeira tem o efeito do bater (…) - 2025/08

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A linha do horizonte, uma espargata

A Leitura Furiosa comemora este ano o 33.º aniversário. Iniciada em Amiens (Picardia) pela Associação Cardan, foi trazida para Portugal por Luiz Rosas e Eduarda Dionísio. Prosseguimos a publicação de textos e ilustrações produzidos no mês de maio na Leitura Furiosa do Porto e de Lisboa que juntou, como todos os anos, escritores, ilustradores e pessoas «zangadas com a leitura e a sociedade», que produzem textos e ilustrações em conjunto. Nuno Milagre com Deise Ramos, Abhijat Singh, Edson (…) - 2025/08

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Nado-vivo

João Pedro Azul com Ana, Ana, Ari, Beatriz, Beatriz, Carlota, Élcio, Elisa, Fábio, Leandro, Leonor, Nara, Rafael (e Fernando Pessoa) na Qualificar para Incluir Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. É através dos sonhos que voo em todas as direções do tempo Sob as asas do meu pensamento liberta-se a alegria de estar vivo aqui agora sempre Quase nada — é tudo Sei que faço as escolhas certas mesmo que erradas são (…) - 2025/08

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Documenta cadernos de documentaria 002

Retrospectiva Joris Ivens & Programa Monumental O doclisboa presta este ano homenagem a uma figura tutelar, referência máxima e fundadora do cinema documental: Joris Ivens, o holandês voador (1898-1989). A monumental obra de Ivens, rodada nos 5 continentes, foca as principais transformações históricas, sociais e ideológicas do mundo ao longo do século XX e permite traçar um retrato fascinante de um universo em rápida transformação. Viajante ímpar, Joris Ivens é também um exemplo do (…) - 2010/08

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O rendimento desce, a obesidade cresce

Quais os efeitos da crise sobre os comportamentos alimentares e a obesidade? Ao contrário do que muitas vezes se pensa, em países como Portugal as alterações alimentares a que são obrigados os que têm menores rendimentos provoca um alargar do cinto, misturando problemas de excesso de peso e défice de nutrientes fundamentais para uma vida saudável. Deste défice fala-se pouco, mas ele devia motivar um plano alimentar de resposta à crise assente nas boas práticas de produção e consumo de (…) - 2010/08

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UM POUCO DE BAMAKO NO DOCLISBOA

Em Outubro, o doclisboa apresenta uma exposição do fotógrafo Malick Sidibé no Palácio Galveias. Aquilo que existe de mais poderoso na obra de um autor, seja ele um artista plástico, um escritor, um cineasta ou um músico, é a capacidade de nos fazer mergulhar num universo único e imediatamente reconhecível. E a sua capacidade de ter quase involuntariamente uma assinatura. No campo da fotografia, Malick Sidibé representa para o Mali pós-colonial aquilo que August Sander representou para a (…) - 2010/08

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VIVA MALICK!

Malick Sidibé, 74 anos, é hoje o fotógrafo africano em actividade de maior reconhecimento internacional. O seu estúdio, fundado em 1962 num bairro periférico de Bamako (capital do Mali), ainda existe e continua a ser um local de peregrinação para os habitantes da cidade e para muitos turistas que desejam ser retratados pelo mestre. Premiado em 2007 com o Leão de Ouro da Bienal de Veneza pelo conjunto da sua obra, Malick Sidibé é um caso excepcional no panorama da fotografia africana. De (…) - 2010/08

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Momentos tristes no lúcido, simples e complexo filme de Mike Leigh

Um novo filme de Mike Leigh é sempre um acontecimento cinematográfico. Desta vez, em «Verdades Difíceis», as dores de Pansy fazem-nos entrar num universo de relações familiares e sociais marcadas por adversidades, num registo um pouco diferente do habitual. Mas não menos pungente, não menos urgente. Pansy não é Hortense, a personagem de Segredos e Mentiras (Secrets and Lies, no original), filme com o qual o veterano Mike Leigh venceu, em 1996, o prémio mais importante do Festival (…) - Outros artigos / Cinema

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A guerra, o trauma e a saúde mental

conversa com Ana Matos Pires e Luísa Sales, com moderação por Fernando Ramalho Um dos impactos mais devastadores de qualquer cenário de guerra é sobre a saúde mental dos envolvidos: as populações, de uma forma geral, e muito particularmente os soldados expostos directamente aos combates. Nesta sexta sessão do ciclo Maneiras de Ver partimos de um texto de Caroline Thirion, «A psiquiatria desarmada na Ucrânia», publicado na edição de Junho do Le Monde diplomatique e centrado na exposição (…) - 2025/07

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O amor à juventude e o amor à cidade em «A Vida Luminosa»

O novo filme de João Rosas, sua primeira longa-metragem de ficção, está em exibição nas salas de cinema. «A Vida Luminosa» conta a história da entrada na vida adulta de personagens confrontadas com as hesitações ligadas ao trabalho, as peripécias dos amores, numa cidade que é a sua. Nicolau cresceu. Tem agora 24 anos. Quando o vemos pela primeira vez está a cantar num coro. É o seu aniversário, mas ele não está muito animado para fazer o que quer que seja para festejar o dia. Miguel e (…) - Outros artigos

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A maioria parlamentar, o regime constitucional e o futuro

A nova configuração parlamentar resultante das eleições de maio permite às direitas operar uma profunda alteração regressiva do regime constitucional. Com ou sem revisão da Constituição, o quadro normativo que vigora desde o 25 de Abril poderá sofrer um importante retrocesso conservador. Propostas de alterações na área económica, social e não só ameaçam criar mais desigualdades num país já particularmente desigual e pobre. A democracia, apesar de todas as suas falhas, tem assentado num (…) - 2025/07

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A universidade portuguesa e a questão palestiniana

Como se insere a universidade portuguesa no movimento global de solidariedade com a Palestina? Do lado da comunidade estudantil há uma mobilização desligada do associativismo mais tradicional, mas alinhada com o direito internacional e as posições do movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) académico. Do lado das instituições universitárias e das reitorias, as posições são bastante hesitantes e desconcertantes. Após outubro de 2023, por todo o mundo, membros da comunidade (…) - 2025/07

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A violação das mulheres sudanesas

A escritora Fatin Abbas nasceu em Cartum. Após o exílio forçado do pai em 1990, cresceu nos Estados Unidos e estudou no Reino Unido. A sua obra explora as origens da violência no Sudão, em particular a sua matriz patriarcal. Neste texto, Abbas revela um segredo de família que liga de forma subterrânea a história da escravatura à guerra civil que assola o seu país, a quarta desde a independência Quando eu tinha 21 anos, descobri um segredo de família: a minha bisavó materna tinha sido (…) - 2025/07

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Ameaças à ciência e à paz

O Sistema Científico e Tecnológico Nacional (SCTN) está em profunda mutação. A viragem não é de agora. Desde 2018, com o governo de António Costa, verificou-se uma reorientação estratégica da Defesa e das Forças Armadas acompanhada, entre outros aspectos, por uma progressiva militarização da ciência e da indústria. Mas o grande rearmamento europeu ganhou agora uma outra escala, substituindo, sem o necessário escrutínio público — ou sequer dos cientistas —, uma ciência vocacionada para a paz (…) - 2025/07

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Bernard Cassen

Durante 34 anos foi membro da redação do Le Monde diplomatique e durante 11 anos (de fevereiro de 1996 a dezembro de 2007) diretor-geral do Le Monde diplomatique SA. Bernard Cassen morreu no dia 12 de junho de 2025, em Paris, aos 87 anos. Ele era entusiasmo, firmeza e empenhamento. Seria preciso um livro inteiro para contar as apaixonantes facetas políticas, universitárias e mediáticas desta personalidade fora do comum. Conheci o Bernard Cassen no início da década de 1970, no círculo de (…) - 2025/07

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De Gaza à Cisjordânia, um século de opressão e de resistência

Desde há cerca de dois anos surgiram vários livros que relatam o que muitas vezes é erroneamente chamado «conflito israelo-palestiniano». Alguns recuperam a sua dimensão colonial e esclarecem os desafios da atual escalada no Médio Oriente. Outros apontam também a cumplicidade do Ocidente na guerra em Gaza ou desconstroem a pouco provável «solução de dois Estados». Em 7 de novembro de 2023, um mês após os ataques palestinianos em Israel e enquanto as represálias prometidas pelo (…) - 2025/07

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Donald Trump, o único no palco

No país de Lenny Bruce, Johnny Carson e Jon Stewart, as piadas dos comediantes de stand-up perturbam há muito os caciques do Partido Republicano. E depois este adotou um novo chefe que adora as provocações. Donald Trump compreendeu depressa que media devia privilegiar: podcasts feitos por humoristas na Internet, cuja audiência muitas vezes ultrapassa a dos programas convencionais. Na torrente de comentários que se seguiu à derrota de Kamala Harris em novembro passado, houve um tuíte que (…) - 2025/07

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Formar a opinião pública alemã

Com uma estrutura descentralizada, uma televisão pública com um papel preponderante e uma reticência histórica em relação à personalização, os media alemães destoam no panorama europeu. Mas a polarização política está a abalar uma rotina jornalística que até agora refletia o consenso dos grandes partidos sociais-democratas e conservadores. Projetado pelo arquiteto britânico Norman Foster na década de 1990, o poço de luz natural incide diretamente sobre o hemiciclo do Bundestag, em Berlim. (…) - 2025/07

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Giorgia Meloni, ideóloga pragmática

Fortalecida por uma popularidade intacta, e após o fracasso de dois referendos organizados pela oposição sobre a naturalização e o direito do trabalho, a presidente do Conselho italiano, Giorgia Meloni, prossegue o seu programa, inclusive dentro da União Europeia. Continuar a reivindicar uma posição de intermediária entre a Europa e os Estados Unidos vai tornar-se, sem dúvida, mais difícil. Em setembro de 2022, após a sua clara vitória nas eleições legislativas, a dirigente do partido (…) - 2025/07

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Irão os argentinos revoltar-se?

A «motosserra» austeritária do presidente restabeleceu os equilíbrios macroeconómicos da Argentina. O preço a pagar por esta política é uma contração do consumo e um maior endividamento do Estado, nomeadamente junto dos credores internacionais. Com que reflexos na frente da contestação social? «Vizinho, vizinha, não fiques indiferente!» À medida que cai a noite porteña (de Buenos Aires), ouvem-se vozes na esquina das avenidas Corrientes e Medrano, no centro da cidade. Um grupo de (…) - 2025/07

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Medir a voracidade digital

A indústria da inteligência artificial devora cada vez mais energia. Apesar disso, é difícil quantificar a sua pegada de carbono, porque Silicon Valley não comunica os dados. Em todo o caso, a ênfase colocada no cálculo de um perigo nem sempre favorece a ação coletiva para o combater. Dever-se-á lutar pela transparência das atividades prejudiciais ou pela sua proibição? Uma consulta ao ChatGPT deverá consumir 2,9 watts-hora, o equivalente a um micro-ondas ligado durante doze segundos. (…) - 2025/07

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Moçambique nas malhas jihadistas

As incursões de grupos armados multiplicam-se na província de Cabo Delgado desde 2017. No final de maio, dois destes ataques causaram a morte de cerca de vinte soldados. Num contexto de pobreza generalizada, o governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), no poder desde a independência em 1975, tem dificuldade em afastar esta ameaça, apesar do apoio muito ativo do Ruanda. Um grupo de mulheres tenta chegar à costa de Pemba, sulcando o mar turquesa do oceano Índico. Em cima das (…) - 2025/07 / Cartografia e Infografia

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Na feira do genocídio

Deste lado do Reno, o desconforto; do outro lado, a satisfação. Em França, os estivadores sindicalizados de Fos-sur-Mer recusaram-se, no início de junho, a carregar equipamento militar com destino a Haifa. O ministro da Defesa jurava, no entanto, que «França não fornece armas a Israel». Mas um relatório encomendado por várias associações demonstrou o contrário, com base em dados fiscais israelitas. Ainda assim, o montante de cerca de dez milhões de euros coloca a França na categoria dos (…) - 2025/07

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O mito da neutralidade

A relação entre conhecimento e poder nunca foi simples. O primeiro é uma componente do segundo, enquanto as escolhas políticas e morais dos cientistas têm efeitos concretos nas nossas vidas. Por vezes positivos, por vezes negativos. A história do século XX ilustra o entrelaçamento das ligações que unem a física e a política. Em particular, a história da Segunda Guerra Mundial. Nos Estados Unidos e no Reino Unido, especialistas em física quântica convenceram os seus dirigentes a entrar na (…) - 2025/07

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O que Israel quer fazer no Médio Oriente

Irá o Irão juntar-se à lista dos países onde os Estados Unidos, intervindo, desta vez na esteira de Israel, conseguiram forçar uma mudança de regime? A guerra desencadeada pelo primeiro-ministro israelita abriu um novo capítulo na atormentada história da região. Mas a ameaça do caos e da propagação da violência não parece assustar minimamente Benjamim Netanyahu e Donald Trump. Dia após dia, o Médio Oriente mergulha no caos. A possibilidade de um incidente nuclear de grande dimensão deixou (…) - 2025/07 / Cartografia e Infografia

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O que mata a democracia?

Desconfiança, desilusão, desesperança. A ordem é relativamente arbitrária. Muito antes da pobreza, do ódio ou da guerra se instalarem, vários poderes alimentaram uma máquina de corrosão da democracia. Atacaram direitos conseguidos à custa de muito sofrimento e vidas perdidas. Subvalorizaram a vida em paz, a pertença a uma comunidade política feita de diversidade. Erodiram as alavancas de igualdade e bem-estar que os serviços públicos e a ação do Estado devem garantir. Abusaram dos recursos (…) - 2025/07

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O verdadeiro sentido das «fake news»

Desencadeada após o voto a favor do Brexit e a eleição de Donald Trump em 2016, a grande batalha dos governos liberais contra as «fake news» parte de um pressuposto: se as pessoas estivessem corretamente informadas, votariam bem, ou seja, votariam neles. Mas será possível, pelo contrário, que a contestação por vezes delirante do discurso dominante expresse uma autêntica aspiração popular à mudança? Poucos dias após a tomada de posse de Donald Trump para o segundo mandato presidencial, (…) - 2025/07

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O vigor do teatro de marionetas na 25ª edição do FIMFA

O teatro de marionetas é por vezes visto, erradamente, como um «subproduto do teatro», não tendo por isso a visibilidade que merece. Com a 25.ª edição do Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas (FIMFA), de 8 de maio a 1 de junho, Lisboa teve a oportunidade de conhecer a qualidade deste trabalho multifacetado e centrado em problemas fundamentais da atualidade. Ingrid Hansen, uma das muitas presenças femininas na 25ª edição do Festival Internacional de Marionetas e Formas (…) - 2025/07

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Os arquitetos do caos

A seguir veio o Irão. Depois de Gaza, da Cisjordânia, do Líbano, da Síria e do Iémen. Em breve será mais fácil listar os países e territórios do Médio Oriente que Israel não bombardeou em 2025. Para justificar a nova ofensiva, Telavive invocou, como habitualmente, o direito à «legítima defesa». Como é também hábito, os dirigentes ocidentais deram-lhe gás. «Afirmamos que Israel tem o direito de se defender e reiteramos o nosso apoio à segurança de Israel», reagiram os chefes de Estado e de (…) - 2025/07

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Os limites do modelo de integração finlandês

Restrições ao reagrupamento familiar, ao direito de asilo, à obtenção da nacionalidade… O governo finlandês está a rever o seu sistema de acolhimento para os refugiados e para os estrangeiros com título de residência ou com autorização de trabalho. Num país conhecido pela abertura aos migrantes, esta mudança de abordagem reflete as contradições das sociedades nórdicas. Vários halos violeta e amarelo fluorescente iluminam o céu escuro que desde a tarde envolve as florestas do oeste da (…) - 2025/07

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Para os Estados Unidos, é «Israel primeiro!»

Que consequências terá para Donald Trump o apoio incondicional que está a dar ao governo de Israel e às guerras que este lança no Médio Oriente? É que a sua base de apoio constituiu-se com base noutras promessas, como a prioridade dada à política interna. «A América primeiro», mas não quando se trata de Israel?… A pergunta é embaraçosa para o atual locatário da Casa Branca, porque sugere que o homem forte que conduz a administração com grande intensidade está a reboque de um dirigente (…) - 2025/07

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Um desafio para a nação iraniana

A agressão desencadeada por Benjamin Netanyahu contra o Irão, em violação do direito internacional, mostra uma fuga para a frente permitida por uma relação de forças militar muito favorável. Mas ultrajar a soberania iraniana a pretexto da rejeição que o regime dos mulás inspira à sua população não presta um serviço às aspirações expressas por este povo. Edifícios destruídos em plena Teerão, colunas de fumo no horizonte. Neste dia 13 de junho, acaba de começar o ataque temido desde há (…) - 2025/07 / Cartografia e Infografia

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«Ouverture» da Balada da despedida do regime constitucional da Revolução dos Cravos

O novo quadro parlamentar saído das eleições legislativas de 18 de maio de 2025 pode ser aproveitado pelas direitas que sempre se opuseram ao regime constitucional resultante do 25 de Abril para operar um retrocesso conservador e inigualitário que altere o quadro normativo que temos conhecido. Alimenta-se das falhas da democracia para tentar impor uma ilusão de regeneração sem diversidade nem justiça social. Depois dos resultados das eleições para a Assembleia da República de 2025, não é (…) - 2025/07

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A maioria parlamentar, o regime constitucional e o futuro

A nova configuração parlamentar resultante das eleições de maio permite às direitas operar profunda uma alteração regressiva do regime constitucional. Com ou sem revisão da Constituição, o quadro normativo que vigora desde o 25 de Abril poderá sofrer um importante retrocesso conservador. Propostas de alterações na área económica, social e não só ameaçam criar mais desigualdades num país já particularmente desigual e pobre. A democracia, apesar de todas as suas falhas, tem assentado num (…) - Outros artigos

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Lanche + Tertúlia: 16 de Julho, 4.ªf, 18h00

Inscrições abertas / SPGL, Lisboa A nova configuração parlamentar resultante das eleições de maio permite às direitas operar profunda uma alteração regressiva do regime constitucional. Com ou sem revisão da Constituição, o quadro normativo que vigora desde o 25 de Abril poderá sofrer um importante retrocesso conservador. Propostas de alterações na área económica, social e não só ameaçam criar mais desigualdades num país já particularmente desigual e pobre. A democracia, apesar de todas (…) - Newsletter

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Dissidentes, silêncio!

Dissidentes, silêncio! John Mearsheimer é um dos maiores teóricos actuais das relações internacionais. A guerra da Ucrânia, que opõe cada vez mais directamente as duas principais potências nucleares, a Rússia e os Estados Unidos, mas que implica também a União Europeia, a China e a Índia, justificaria que ele fosse constantemente solicitado pelos governos e pelos órgãos de comunicação social do mundo inteiro. Nos media isso não acontece, em particular em França, onde a informação sobre o (…) - 2023/08

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Sérvia em convulsão política e sem fim à vista

Após o colapso de uma estrutura da gare ferroviária de Novi Sad em 1 de novembro, a Sérvia entrou num novo sobressalto político com uma inédita mobilização estudantil e popular que abalou, mas sem pretender derrubar, o regime de Aleksandar Vucic. Reportagem em Belgrado. Centro de Belgrado, 11 de junho, 11h52 da manhã. Algumas centenas de pessoas, estudantes liceais, universitários, professores, ativistas, cidadãos, iniciam o ritual de 16 minutos de silêncio em memória das 16 vítimas do (…) - Outros artigos

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Cabos submarinos e os riscos submersos para a soberania

conversa com Ana Carolina Haddad moderada por Luís Bernardo No dia 28 de abril, Portugal viu-se confrontado, tal como Espanha e parte do sul de França, com um corte na rede de eletricidade, telecomunicações e até água. A base material das infraestruturas críticas, bem como as questões ligadas à sua propriedade e regulação, são decisivas na organização da sociedade. Dessas infraestruturas fazem parte cabos submarinos e ecossistemas de Internet. Do centro de dados de Sines às ligações (…) - 2025/06

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O «não» que redistribuiria as cartas na Europa

Foi visível no Conselho de 22 e 23 de Março, em Bruxelas, que a subida do «não» francês faz mexer a Europa. É que, na maioria dos Vinte e Cinco, a «Constituição» europeia vai ser adoptada sem ser feito um debate contraditório sobre o seu conteúdo. Segundo esses governantes, ser contra o Tratado é ser contra a Europa. Mas há muitos países em que as opiniões públicas não se deixam iludir e, com razão, recusam separar o texto do seu contexto. No Leste, as consequências da liberalização (…) - 2005/04 / Direito, Política, artigo, Europa

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Golpe de Estado ideológico na Europa

A 14 de Outubro de 2004, a Assembleia Nacional francesa discutiu, sem votar, a adesão da Turquia à União Europeia. Este debate supermediatizado ofusca – temporariamente? – as questões relacionadas com o «Tratado que estabelece uma Constituição para a Europa». E, no entanto, este tratado erige o liberalismo económico como objectivo supremo da União. Ignorando a questão social, curto-circuita o sufrágio universal e visa impor uma ideologia oficial. Os juristas gostam das disputas de (…) - 2004/11

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O debate viciado da Constituição Europeia

Até ao fim de 2006, a grande questão europeia vai ser a ratificação, pelos vinte e cinco membros da União, do tratado que estabelece uma Constituição para a Europa. Venha ela a ser efectuada por via parlamentar ou por referendo, a aprovação de um documento com tais ambições deveria ter sido precedida de um balanço da actividade da União, em particular relativamente aos seus parceiros de África, das Caraíbas e do Pacífico (ler o artigo de Raoul Marc Jennar), bem como de um exame exaustivo do (…) - 2005/02 / Direito, Liberalismo, artigo, Europa, 2005/02 - Europe

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SAAL na habitação, precisa-se

Há 50 anos, um programa inédito definiu uma política de habitação pública em resposta a um problema urgente que afetava metade da população portuguesa, que não tinha casa ou vivia em casas degradadas. A Comissão de Moradores 18 de Maio e o jornal «O Bairro» continuam a contar essa história que juntou políticos, técnicos e moradores num projeto mobilizador: «Casas Sim Barracas Não!» Luís Filipe Rocha começou a carreira de cineasta a fazer perguntas difíceis. Barronhos — Quem Tem Medo do (…) - 2025/06

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200 grandes fotos «de uma assentada que eu pago já»

Até 24 de agosto é possível ver nas instalações do Parque Empresarial da Mutela (em frente à antiga Lisnave), em Almada, uma exposição que reúne 200 fotografias da autoria de 30 fotógrafos e repórteres fotográficos estrangeiros que cobriram a revolução portuguesa em 1974 e 1975. Com curadoria do realizador Sérgio Tréfaut, um olhar sobre um tempo feliz e esperançoso. Por um daqueles estranhos acasos da vida e da morte, a exposição de fotografia «Venham mais cinco», pacientemente organizada (…) - 2025/06

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O partido dos media já está em campanha

Pela primeira vez desde a Libertação do nazismo, o espaço público francês conta com um polo mediático de extrema-direita. Bem financiado, poderoso e diversificado, seduz a comunicação social conservadora e preocupa o labirinto dos media liberais. Estas duas alas do jornalismo dominante trabalham agora, cada uma no seu campo, na reorganização do campo político com vista às eleições presidenciais de 2027. Três semanas antes da primeira volta das eleições presidenciais de 1995, o conselheiro (…) - 2025/06

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A psiquiatria desarmada na Ucrânia

A sociedade ucraniana enfrenta uma verdadeira explosão de distúrbios mentais. Exposição prolongada dos soldados aos combates, zumbido contínuo dos drones, bombardeamentos nas zonas civis: o país tornou-se um laboratório para a medicina e a psiquiatria de guerra. No entanto, faltam meios para prestar cuidados de saúde a todos os traumatizados. Algumas notas de guitarra emanam de um bosque bem no meio da estepe dos arredores de Pokrovsk, na região de Donetsk (leste da Ucrânia). Nesta manhã (…) - 2025/06

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A Crimeia quer acreditar na paz

Os Estados Unidos afirmam estar prontos para reconhecer a Crimeia como território russo para tentar alcançar um cessar-fogo na Ucrânia. Semelhante decisão reforçará o notável otimismo que reina na península. A população da Crimeia, que se inclina para uma ligação à Rússia desde a década de 1990, continua, apesar da guerra, a aplaudir o «regresso à mãe pátria». Os combates prosseguem no Norte. Mas, neste dia de aniversário, Antonina fala, com voz trémula, sobre o referendo de 16 de março (…) - 2025/06

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Uma história de referendos

Antes mesmo dos acontecimentos de 2014, a Crimeia ainda não tinha encontrado completamente o seu lugar na Ucrânia independente. Esta antiga república autónoma pertencente à República Socialista Federativa Soviética da Rússia (RSFSR) perdeu este estatuto em 1945, por decisão de José Estaline, sendo depois anexada, em 1954, como um simples oblast à Ucrânia soviética. Na viragem da década de 1990, enquanto a União Soviética inicia um processo de fragmentação, a península, maioritariamente (…) - 2025/06

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Em Caxemira, aguardando a próxima vez

Com a divisão do Raj britânico em 1947 nasceram dois irmãos inimigos: a Índia e o Paquistão. A guerra larvar entre as duas potências conduz regularmente a trocas de disparos na região fronteiriça de Caxemira. É um verdadeiro presente para as forças nacionalistas dos dois lados da fronteira e uma ameaça para o planeta, já que ambos os Estados possuem armas nucleares. Terça feira, 6 de maio de 2025, a Índia dispara pelo menos nove mísseis sobre o território paquistanês. Afirma estar a (…) - 2025/06

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