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O “Flash Cósmico”: a breve janela em que os cientistas poderiam detetar vida extraterrestre

Uma questão constante no espaço é sempre a mesma: poderão existir outras formas de vida no universo? A resposta é provavelmente sim - mas podem ser detetáveis apenas por breves momentos.Podem existir outras formas de vida avançadas no universo, mas talvez nunca consigamos contactá-las.Só de olhar para o magnífico céu estrelado que nos rodeia todas as noites, podemos compreender a vastidão do Universo, o número de estrelas que o preenchem e as inúmeras possibilidades de existirem mundos habitados.Ao longo dos anos, foram descobertos mais de 6000 exoplanetas - e muitos mais estão ainda por descobrir. No entanto, ainda não detetámos o mais pequeno sinal de civilizações extraterrestres, pelo que é natural que se pergunte porquê.Existem inúmeras hipóteses para responder a esta questão e, recentemente, foi acrescentada mais uma - apresentada num artigo do astrónomo Michael Garrett, investigador do JBCA (Jodrell Bank Centre for Astrophysics) da Universidade de Manchester e da Universidade de Leiden. A probabilidade de contacto extraterrestre está a diminuirNesta obra, Garrett revisita algumas teorias do célebre astrónomo e astrofísico Carl Sagan, uma das maiores figuras do século XX nestes domínios. "Our posturings, our imagined self-importance, the delusion that we have some privileged position in the Universe, are challenged by this point of pale light." Carl Sagan pic.twitter.com/uTimXLPakb— Saganism (@Saganismm) November 8, 2025De acordo com Sagan, um dos desafios na procura de civilizações extraterrestres é o que ele chamou de “horizonte de comunicação” - o que significa que , à medida que uma civilização extraterrestre avança, a sua tecnologia torna-se demasiado sofisticada para que a possamos detetar.Com a nossa tecnologia atual, podemos captar sinais de rádio poderosos mesmo a centenas de anos-luz de distância, mas isso não significa necessariamente que uma hipotética civilização extraterrestre usaria esse sinal. Talvez o seu progresso tecnológico lhes tenha permitido comunicar usando neutrinos - nesse caso, ainda não seríamos capazes de intercetar os seus sinais. As possíveis civilizações extraterrestres podem comunicar de formas completamente diferentes das nossas - o que significa que podemos nunca as conhecer.Naturalmente, temos tendência a imaginar o cosmos através da lente do nosso conhecimento atual - as leis físicas, químicas e matemáticas que sabemos que se aplicam na Terra. Mas se pensarmos fora da caixa, podem existir mundos regidos por leis completamente inimagináveis para nós.As ideias de Sagan foram formuladas na década de 1970, muito antes do boom tecnológico das últimas décadas. Nessa altura, estávamos longe de imaginar o nível de progresso que se seguiria.Sagan colocou a hipótese de que uma civilização levaria cerca de mil anos a progredir para além dos nossos limites de observação, mas isto baseava-se no ritmo do desenvolvimento tecnológico humano na década de 1970. Atualmente, porém, a velocidade do crescimento tecnológico aumentou drasticamente - o que significa que mesmo as estimativas de Sagan podem já não se manter.Considere a forma como a inteligência artificial se integrou na nossa vida quotidiana em tão pouco tempo e de uma forma tão perturbadora. As histórias escritas por Isaac Asimov entre 1940 e 1950, reunidas na antologia “Robots”, já não parecem ficção científica; são altamente relevantes - até mesmo assustadoramente relevantes em alguns aspetos. Talvez nunca vislumbremos outras civilizaçõesSe a nossa civilização mudou tão drasticamente em menos de um século, é possível que no futuro - talvez mesmo num futuro próximo - possa surgir uma espécie de super inteligência artificial, capaz de atingir um nível extraordinário e não humano. NO SIGN OF LIFE, SO FAR, ON MARSScience advances through evidence, not words. That’s why Carl Sagan’s phrase remains so relevant: “extraordinary claims require extraordinary evidence.” (...) Magazine No. 317 (November 2025)Section: Astrobiology pic.twitter.com/SPhvxcrv7i— Astronomía Magazine (@astronomiamag) November 7, 2025Desta forma, uma tal forma de inteligência não biológica poderia conduzir a um desenvolvimento tecnológico exponencial - e, consequentemente, reduzir drasticamente o horizonte de observação. Esta redução resultaria numa probabilidade quase nula de deteção de espécies alienígenas.Artigo relacionadoAstrónomos procuram evidências de Esferas de Dyson criadas por civilizações extraterrestresClaro que se trata apenas de uma teoria, pelo que a sua formulação não vai abrandar os nossos esforços para encontrar outra civilização nos confins do universo.Referência da notíciaMichael Garrett, “Blink and You’ll Miss It — How Technological Acceleration Shrinks SETI’s Narrow Detection Window,” https://doi.org/10.48550/arXiv.2509.23632

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Por que está a Ilha da Terceira a tremer (praticamente) todos os dias?

Entre setembro e outubro ocorreram mais de duas dezenas de sismos nesta ilha dos Açores e, só na primeira semana de novembro, foram registados sete abalos. Entenda aqui o que significa este fenómeno geológico.As dinâmicas tectónicas e vulcânicas fazem da Terceira uma ilha constantemente abalada por sismos de reduzida magnitude. Foto: Concierge.2C, - Obra do próprio, CC BY-SA 3.0, via Wikimedia CommonsSete sismos atingiram a Ilha Terceira, na semana passada, com magnitudes entre 1,8 e 3,6 na escala de Richter, cinco dos quais em pouco mais de um dia. Entre setembro e outubro, por exemplo, a terra tremeu 23 vezes, levando o Gabinete de Crise do Instituto de Vulcanologia da Universidade dos Açores (IVAR) a subir, na passada quinta-feira, o alerta do Vulcão de Santa Bárbara para V3.A atividade sísmica está a intensificar-se e os técnicos já estão no terreno a fazer alguns trabalhos de campo, como recolha de gases e de águas no perímetro do vulcão.A maior ocorrência sísmica dos últimos meses é a justificação do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) para elevar nível de alerta. O grau V3 sinaliza a “fase de reativação do sistema vulcânico” que apresenta agora uma atividade “francamente acima dos níveis de referência” e com indícios de influência magnética.A crise sismovulcânica em curso há três anosMas, afinal, o que é que se passa na Ilha Terceira? O fenómeno, que os especialistas chamam de crise sísmica, caracteriza-se por um agrupamento de eventos, numa região limitada da Terra e muito perto uns dos outros, por um período que pode ir de semanas, meses e até anos. No caso da Ilha Terceira, os abalos sentidos nos últimos meses inserem-se na crise sismovulcânica que está em curso desde junho de 2022.Só o tempo dirá qual será a sua extensão, duração e nível de intensidade. Pela localização geográfica, os Açores são uma região muito ativa, com sismos de baixa magnitude praticamente todos os dias. O arquipélago situa-se na junção das placas Norte-Americana, Euro-Asiática e Africana, o que gera uma intrincada interação entre os sistemas vulcânicos e tectónicos das ilhas.As influências tectónicas e vulcânicasA Terceira, em particular, está sobre uma zona considerada geodinamicamente complexa, atuando como um eixo onde se cruzam várias falhas, como o rif da Terceira. A sismicidade na ilha é resultado da convergência entre a atividade vulcânica e a falhas tectónicas que atravessam a região. Estas dinâmicas manifestam-se através de crises sísmicas, como as que já ocorreram no passado, relacionadas com o movimento do magma e o alívio de tensões geológicas.Na primeira semana de novembro, a atividade do vulcão de Santa Bárbara, na Terceira, entrou em fase de reativação. Foto: Márcio Vítor - Obra do próprio, CC BY-SA 3.0, via wikimédia CommonsNo dia 5 de outubro, aliás, o CIVISA subiu o grau de alerta de V1 para V2. Um mês, depois, no dia 6 de novembro, a escala foi elevada para V3. O sistema vulcânico fissural do Oeste, da ilha Terceira, está organizado numa hierarquia que vai até V7. A mais recente atualização dá conta de que a “qualquer momento” a atividade sísmica poderá se intensificar. O grau atual de vigilância, segundo a classificação disponível no website do CIVISA, significa que o fenómeno poderá evoluir para um “estado pré-eruptivo” e, em condições extremas, “pode não ser possível alertar para a iminência de erupção vulcânica em tempo útil”.Artigo relacionadoAçores sobe o nível de alerta no sistema vulcânico: o que significa isso e o que fazer diante de uma ameaça?Segundo o último relatório do gabinete de crise do IVAR, setembro foi o mês em que se registou a maior atividade sísmica de 2025, incluindo um de magnitude 3,1 na escala de Richter, sentido no setor oeste da ilha com intensidade máxima de V na escala de Mercalli Modificada.Os sismos mais recentes, ocorridos na passada quinta-feira, tiveram uma magnitude 3,6 e 3,5 na escala de Richter. Foram sentidos em toda a ilha Terceira e também na ilha de São Jorge, tendo atingido a intensidade máxima V (escala de Mercalli Modificada) na parte oeste da ilha Terceira.No dia 1 de janeiro de 1980, a Terceira foi abalada por um grande terramoto, que atingiu a magnitude de 7,2 na escala de Ritcher. Foto: IVAR/Centro Europeu de Riscos UrbanosEmbora a energia e a magnitude dos abalos ocorridos durante a atual crise sísmica da Ilha Terceira sejam reduzidas, é importante saber o que fazer. O Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores é a entidade responsável pela gestão da rede de monitorização sismovulcânica dos Açores, a avaliação do estado de atividade dos sistemas vulcânicos ativos, e a emissão de alertas e avisos às autoridades regionais e à população.Artigo relacionadoInvasões napoleónicas, erupções vulcânicas e conquistas marítimas: a atribulada e breve história da 10ª ilha dos AçoresO CIVISA tem no seu website uma lista de recomendações sobre o que fazer em caso de sismos e erupções vulcânicas, como elaborar planos e kits de emergência, identificar locais mais protegidos dentro de casa ou fazer o reconhecimento dos caminhos mais curtos para alcançar locais seguros, onde possam ocorrer as operações de resgate.Embora acostumados aos frequentes abalos sísmicos, a população dos Açores participa todos os anos em simulacros para testar os planos de emergência. Foto: Vítor Oliveira, CC BY-SA 2.0, via Wikimedia CommonsCabe à Proteção Civil e Bombeiros dos Açores coordenar as operações e orientar a população. Os açorianos são aliás todos os anos convidados a participar em simulacros, como o que aconteceu na Ilha Terceira, em setembro deste ano, com o envolvimento de mais de 100 operacionais que testaram o plano de emergência para o risco sísmico do vulcão de Santa Bárbara. Referências da notíciaAntónio de Brum Ferreira. Geodinâmica e Perigosidade Natural das ilhas dos Açores. Fisnistera, XL (2005)O Que Explica a Crise Sísmica dos Açores – Diário de Notícias (2018)Um Pouco de História - Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA)Escala de Alertas Vulcânicos – CIVISA

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Depressão Claudia chega de rompão na quarta, 12 de novembro: Portugal e Madeira serão bastante afetados pela chuva forte

O tempo em Portugal continental esta semana será condicionado pela chegada de uma frente fria associada à depressão Claudia, que deixará chuva localmente forte em várias regiões. O arquipélago da Madeira também será bastante afetado pela mesma configuração sinóptica que o Continente.Tal como temos referido nas últimas previsões lançadas aqui na Meteored, o modelo europeu prevê que nos próximos dias a chuva estará presente em praticamente toda a geografia de Portugal, com temperaturas muito amenas para meados de novembro.No vídeoA AEMET (Serviço de Meteorologia de Espanha) nomeou Claudia, a 3ª tempestade atlântica de grande impacto da temporada 2025/2026. A depressão Claudia estará posicionada a oes-noroeste da costa ocidental de Portugal continental a partir de quarta-feira, 12 de novembro, mantendo-se bastante estacionária devido ao bloqueio nas latitudes altas. Provocará chuva localmente forte e impulsionará uma massa de ar muito ameno.Em poucas horas estará formado um grande bloqueio em forma de ómega no Atlântico Norte, com os máximos de pressão atmosférica a surgirem sobre a Gronelândia (1033 hPa), o que permitirá o levantamento de uma grande massa de ar frio ao longo do seu flanco leste. Esta irá posicionar-se a oes-noroeste da costa ocidental de Portugal continental, gerando uma depressão principal (depressão Claudia) e várias baixas pressões secundárias.Arranque da segunda semana de novembro com aguaceiros localizadosNo que resta desta segunda-feira (10), haverá alguns aguaceiros irregulares no Minho, estendendo-se aos distritos do Porto e Aveiro e a algumas zonas de Vila Real, Viseu e Coimbra. Não se excluem alguns aguaceiros esporádicos a sul e a leste, em pontos dos distritos de Santarém e Leiria, mas também de Bragança, Guarda e Castelo Branco, embora haja uma tendência para a estabilização da situação atmosférica ao longo do dia. Na Madeira poderão surgir aguaceiros muito pontuais e localizados, com nebulosidade a média e alta altitude.Na quarta e quinta-feira, dias 12 e 13 de novembro, um rio de humidade vai reforçar o sistema frontal associado à depressão Claudia, tornando a chuva mais persistente e abundante.Amanhã - terça-feira, 11 de novembro - a precipitação vai ganhar força no Minho devido à aproximação de um sistema frontal (já associado à depressão Claudia) por volta das 17/18:00, o que já levou o IPMA a ativar aviso amarelo. Porém, antes disso, haverá aguaceiros fracos e dispersos no Noroeste e na faixa territorial do Centro do país que corresponde ao sistema montanhoso Montejunto-Estrela. O vento do quadrante sul vai começar a intensificar.No arquipélago da Madeira o céu estará nublado ou parcialmente nublado durante grande parte do dia, mas a partir do fim da tarde começarão a cair aguaceiros de forma mais regular e intensa.Atenção ao Minho, Douro Litoral, litoral Centro e Oeste e Madeira na quarta e quinta-feira, dias 12 e 13 de novembroNa quarta-feira (12) o arquipélago da Madeira estará em foco devido à chegada de uma frente associada à depressão Claudia, que produzirá chuva localmente forte e potencialmente acompanhada de trovoada, com a fase mais crítica prevista para o período entre as 06:00 e as 12:00. Não se exclui a possibilidade de inundações repentinas. Além disso, o vento de Sudoeste nas ilhas soprará forte, com rajadas superiores a 70 km/h nas zonas mais expostas (costa norte e extremidade ocidental da ilha da Madeira - Porto Moniz e Achadas da Cruz).Artigo relacionadoChuva regressa a Portugal Continental: até 100 mm de precipitação acumulada no Minho e Douro Litoral até quarta-feiraEm Portugal continental a situação mais complicada voltará a concentrar-se novamente no Minho e Douro Litoral (distritos de Viana do Castelo, Braga e Porto) devido à persistência da chuva, uma vez que a frente fria gerada por Claudia, reforçada por um rio de humidade, permanecerá estacionária. A precipitação também estará presente no litoral Centro e Oeste (distritos de Aveiro, Coimbra, Leiria, Lisboa e Península de Setúbal) e em zonas de distritos do interior Norte e Centro (Vila Real, Viseu, Bragança e Guarda). Será muito mais esporádica e residual na Beira Baixa, Alentejo e Algarve.A ilha da Madeira vai estar muito exposta à ocorrência de chuva esta semana.Na quinta-feira (13) o sistema frontal continuará a regar o Minho, Douro Litoral, pontos do interior Norte e Centro e litoral Centro e Oeste na primeira metade do dia, não se excluindo ainda a potencial ocorrência de trovoada. Para a segunda metade do dia, os mapas revelam que a precipitação tenderá a alastrar-se por todo o país, começando pelas zonas habitualmente menos regadas (Algarve, Alentejo e Beiras), reativando-se também no resto do país, onde já antes terá chovido nesse dia.Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações.O vento de Sul vai tornar-se mais forte. A ilha da Madeira continuará a ser regada pela frente de forma intensa na primeira metade do dia, por vezes com trovoada, surgindo aguaceiros pós-frontais, mais irregulares e dispersos, na segunda metade do dia.A semana pode terminar com precipitação acumulada entre 90 e 150 mm nestas zonasPara sexta (14) e sábado (15) ainda existe incerteza na trajetória, intensidade e distribuição da precipitação. Mas prevê-se que a chuva, reforçada por um novo rio de humidade, volte a afetar Portugal continental em duas fases: na primeira metade do dia de sexta (14) quando a frente se deslocar de sul para norte, e na segunda metade quando percorrer o país de oeste para leste.Apesar de gerar precipitação generalizada e pontualmente forte, a frente deverá perder algum grau de organização. A chuva mais persistente concentrar-se-á nas regiões a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela, embora também deva surgir em quantidades invulgarmente generosas nas regiões mais meridionais.A segunda semana de novembro vai voltar a ser muito chuvosa em Portugal continental devido à chegada da depressão Claudia, que ao manter-se estacionária a oes-noroeste da nossa geografia, permitirá a ocorrência de imensos períodos de chuva moderada a forte a partir de quarta-feira, 12 de novembro.Até sábado (15) poderão acumular-se mais de 150 mm nalguns pontos do Minho, embora se perspetivem geralmente valores entre 100 e 140 mm nesta região. Tal como se pode observar no mapa acima, em várias zonas dos distritos do Porto, Vila Real, Viseu, Aveiro, Leiria, Lisboa, Santarém, Setúbal e até mesmo na zona montanhosa do Algarve preveem-se acumulações entre 90 e 110 mm, podendo pontualmente ultrapassar este patamar.Artigo relacionadoTempo em Portugal na próxima semana: depressão atlântica poderá trazer mais chuva e rajadas de vento até 100 km/hAdicionalmente, espera-se que ultrapasse os 120 mm na zona do distrito da Guarda correspondente à Serra da Estrela. Na ilha da Madeira prevê-se uma distribuição tripartida: na faixa oriental até 20 mm, na faixa central (regiões montanhosas) entre 50 e 80 mm, e na faixa ocidental, claramente a mais exposta, entre 90 e 130 mm.Açores também vão ser afetados, mas preveem-se acumulações menores às de Continente e MadeiraNos Açores a precipitação acumulada total semanal deverá variar entre 20 e 30 mm, podendo nalgumas zonas alcançar 50 mm. Algumas linhas de instabilidade surgirão em vários momentos da semana neste arquipélago, mas o "grosso" da precipitação gerada pela frente fria associada à depressão Claudia e pelo rio atmosférico que reforçará a chuva, incidirá maioritariamente no Continente e na Madeira.Artigo relacionadoEspecialista Joana Campos revela qual será o dia mais chuvoso desta semana em Portugal: "mais de 65 mm acumulados"Não obstante, agora mesmo, o Grupo Ocidental dos Açores estará sob aviso amarelo de precipitação a partir das 15:00 de hoje e os restantes grupos a partir das 18:00. O Grupo Ocidental contará com aviso amarelo de vento também para o dia de hoje, entre 12:00 e as 21:00, e com aviso amarelo de agitação marítima, entre as 12:00 de amanhã e as 12:00 do dia 12.

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Especialista Joana Campos revela qual será o dia mais chuvoso desta semana em Portugal: "mais de 65 mm acumulados"

A chuva regressou ao continente ainda nas últimas horas de domingo, tendo persistido durante a madrugada e manhã de segunda-feira. Confira a previsão para o resto da semana!Mais informações: Tempo em Portugal na próxima semana: depressão atlântica poderá trazer mais chuva e rajadas de vento até 100 km/hA semana arrancou com chuva no litoral Norte e Centro, sendo que a mesma deverá manter-se ao longo do dia, com menor expressão. Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações. Para amanhã, terça-feira, espera-se o regresso momentâneo da chuva ao noroeste do país nas primeiras horas da manhã, podendo também incidir de forma fraca em alguns locais do Centro e Sul do continente. IPMA emite avisos meteorológicos para o continente e ilhasNo entanto, a partir das últimas horas do dia, uma frente fria, associada à tempestade Claudia, nomeada pela AEMET, poderá afetar o país, resultando em períodos de chuva moderada a forte também no noroeste, sendo que o IPMA emitiu aviso amarelo de chuva para Viana do Castelo e Braga, em vigor a partir das 18h.O distrito de Viana do Castelo poderá registar a maior acumulação de precipitação ao final do dia de quarta-feira, com mais de 65 mm.Na quarta-feira, para além de Viana do Castelo e Braga, também o Porto estará sob aviso amarelo de precipitação, entre as 6h e as 17h. Neste dia espera-se chuva moderada a forte e persistente na maior parte das regiões Norte e Centro, especialmente no litoral. Esperam-se acumulações superiores a 65 mm no distrito de Viana do Castelo.Para além dos avisos de chuva, também estão em vigor, desde as 13:16h de hoje, avisos amarelos devido à agitação marítima, que deverão manter-se até às 15h de quarta-feira, dia 12. Os distritos sob este aviso são Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Coimbra e Leiria.Arquipélagos sob aviso amarelo e laranja de chuva, vento e agitação marítimaO Grupo Ocidental dos Açores estará sob aviso amarelo de precipitação a partir das 15h de hoje e os restantes grupos a partir das 18h. O Grupo Ocidental contará com aviso amarelo de vento também para o dia de hoje, entre 12h e as 21h, e com aviso amarelo de agitação marítima, entre as 12h de amanhã e as 12h do dia 12.Instabilidade deverá persistir até ao fim de semanaEsta instabilidade deverá permanecer durante a madrugada de quinta-feira, esperando-se que, com o passar das horas, a chuva possa cobrir todo o território, afetando também a região Sul, especialmente o Barlavento Algarvio e a costa alentejana.Artigo relacionadoChuva regressa a Portugal Continental: até 100 mm de precipitação acumulada no Minho e Douro Litoral até quarta-feiraNa sexta-feira é esperada uma continuação da chuva, ainda que com menos intensidade. Contudo, é expectável que a mesma possa abranger toda a geografia continental.

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Felicidade verde em vez de humidade: 7 plantas de interior que combatem o bolor e garantem um ar fresco e puro

Com as plantas de interior adequadas, pode regular a humidade do ar, impedir a formação de bolor e transformar a sua casa num oásis de bem-estar verdejante, repleto de frescura, cor e um clima saudável.Oásis verde na casa de banho: as plantas proporcionam frescura, estilo e um ambiente saudável às casas de banho modernas.A humidade na casa é mais do que um simples incómodo – pode rapidamente provocar o aparecimento de bolor e espalhar odores desagradáveis. Felizmente, existe uma ajuda natural que não só embeleza o seu interior, mas também atua ativamente contra a humidade: as plantas de interior.Elas regulam a humidade do ar, purificam a atmosfera e transformam cada divisão num oásis de bem-estar. Aqui estão sete plantas particularmente eficazes contra o bolor e que, além disso, embelezam a sua casa. Feto verde – o grande clássico das divisões húmidasOs fetos verdes gostam particularmente de locais húmidos, como a casa de banho ou a cozinha. Absorvem o excesso de humidade do ar e contribuem assim para um clima interior agradável.A reter: luz forte, mas indireta, e regas regulares. A sua casa parecerá imediatamente mais fresca quando um feto estiver em destaque num canto.Espargos - beleza delicada com um efeito poderosoEsta planta esguia e elegante adora a humidade e dá um toque de verde fresco à sua casa. Perfeito para a cozinha ou para a casa de banho, absorve o excesso de humidade e purifica o ar. Fácil de cuidar, é também um verdadeiro chamariz.Chlorophytum - o absorvente de humidade fácil de viver O chlorophytum requer muito pouca atenção, mas retira a humidade do ar como um verdadeiro profissional. É ideal para salas com níveis de humidade flutuantes e cria imediatamente uma atmosfera animada e saudável.Spathiphyllum - atraente e eficaz A Spathiphyllum atua quase como um purificador de ar natural. Não só absorve a humidade, como também limpa o ar de substâncias nocivas. É um excelente aliado para a sala de estar ou para o quarto, acrescentando cor e elegância em igual medida.Artigo relacionadoCuidados simples com o cacto de Natal: com que frequência deve regar para uma floração bem sucedidaHera - a trepadeira verdeA hera é um verdadeiro pau para toda a obra: absorve a humidade, filtra as substâncias nocivas e pode trepar elegantemente nas prateleiras ou nos cestos suspensos. Desta forma, torna-se um escudo vivo contra o bolor. Tenha cuidado, no entanto, para não a colocar ao alcance de animais de estimação, pois as suas folhas são venenosas.Sansevieria - a beleza robustaA língua da sogra (ou Espada-de-São-Jorge) é quase indestrutível.Um fator de bem-estar verde com estilo: esta begónia vermelha embeleza a cozinha e regula a humidade. Absorve a humidade e purifica o ar. Ideal para o quarto ou para o escritório, requer muito pouca manutenção e prospera mesmo em divisões soalheiras. Begónia - uma maravilha colorida contra o bolorAs begónias dão cor à sua casa e são um eficaz repelente de humidade. Existem em muitas variedades, requerem pouca manutenção e contribuem para um clima interior saudável.Como otimizar o efeito das suas plantasPara tirar o máximo partido das suas plantas, é essencial escolher o local certo: as divisões húmidas, como as casas de banho e as cozinhas, são particularmente adequadas.As zonas de meia-sombra ou de luz indireta são ideais, e as plantas agrupadas regulam ainda melhor a humidade.Um fornecimento regular de ar fresco pelas saídas de ar aumenta o seu efeito. Regue de acordo com as necessidades específicas de cada planta - nem todas precisam da mesma quantidade de água.Com esta combinação, a sua casa transforma-se rapidamente num oásis verde de bem-estar: a humidade mantém-se equilibrada, o bolor não tem qualquer hipótese e a riqueza do verde cria uma verdadeira sensação de conforto e harmonia.

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Fragmento perdido da história dos mamutes foi encontrado no México

A descoberta do mamute está a obrigar os cientistas a repensar onde, como e talvez até quando estas criaturas evoluíram. Um estudo de ADN revela que os mamutes colombianos no México possuíam uma linhagem genética única. Um novo estudo de ADN revela que os mamutes colombianos no México possuíam uma linhagem genética única, desafiando o que pensávamos saber sobre a evolução dos mamutes.Durante anos, muito se especulou sobre as migrações épicas e as origens dos mamutes da Idade do Gelo, especialmente os mamutes-lanosos. Mas agora, uma equipa de investigadores sugere que alguns destes gigantes peludos tiveram uma história muito mais complexa do que se pensava anteriormente, e tudo começa no México.Ao escavar restos fósseis perto da Cidade do México, cientistas encontraram ADN de mamute que não se encaixa no que se pensava anteriormente. Em vez de corresponder aos perfis genéticos de mamutes do Canadá e dos Estados Unidos, estes parecem formar o seu próprio ramo da árvore genealógica.Um novo grupo de mamutesNo total, a equipa de investigadores analisou 61 genomas mitocondriais de fósseis de mamutes colombianos encontrados em sítios como Santa Lucía e Tultepec, muitos deles descobertos durante a construção de aeroportos. E o que eles descobriram foi uma linhagem completamente nova, geneticamente falando, agora chamada de Clado 1G.O que é interessante, no entanto, é o quão singular este grupo é. A maior parte do ADN de mamute que vimos até agora vem das latitudes altas, onde o frio ajudou a preservá-lo. Mas isto significa que muito do nosso conhecimento se baseia apenas numa parte da sua área de distribuição. As amostras mexicanas são as primeiras a virem de um ambiente tropical e contam uma história completamente diferente.Durante escavações de fósseis perto da Cidade do México, cientistas encontraram uma grande quantidade de ADN de mamute que não corresponde ao que pensávamos saber.“Todos os mamutes da Bacia do México formam um clado independente da variação genética dos mamutes do Canadá e dos Estados Unidos”, afirmaram os investigadores no seu estudo. Isto sugere que eles seguiram o seu próprio caminho evolutivo, provavelmente durante milhares de anos.Mesma espécie, caminhos diferentesA reviravolta inesperada é que estes mamutes provavelmente não eram casos isolados na antiguidade. A datação por radiocarbono realizada por cientistas mostra que eles viveram aproximadamente na mesma época que os seus parentes do norte, no final do Pleistoceno. Portanto, não eram espécies distintas, mas sim grupos geneticamente distintos que habitavam locais diferentes.Artigo relacionadoO mistério de Doggerland: pescadores encontram restos de mamutes e leões pré-históricos nas suas redes de pescaAs descobertas não param por aí. Ao contrário de outras escavações de mamutes, onde os machos são geralmente mais prevalentes (normalmente porque alguns machos solitários ficam presos em terrenos difíceis), estes sítios apresentaram uma proporção bastante equilibrada de machos e fêmeas. Isto pode indicar a existência de grupos sociais inteiros que viviam (e, claro, morriam) juntos.Ao dobrar o número de mitogenomas conhecidos de mamutes colombianos, a investigação oferece uma visão mais ampla do seu passado, revelando potencialmente o quanto ainda temos a aprender sobre espécies extintas de regiões fora dos sítios fossilíferos habituais.Referência da notíciaColumbian mammoth mitogenomes from Mexico uncover the species’ complex evolutionary history. 28 de agosto, 2025. Arrieta-Donato, et al.

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Marie Tharp: a mulher que revelou o fundo dos oceanos

Marie Tharp, geóloga e cartógrafa, revolucionou a ciência ao mapear o fundo dos oceanos e provar a tectónica de placas, revelando a dinâmica oculta do planeta Terra.Nascida em Ypsilanti, no estado do Michigan, Marie Tharp cresceu a acompanhar o pai, agrimensor, em trabalhos de campo.Marie Tharp (1920–2006) foi uma geóloga e cartógrafa norte-americana cuja visão e perseverança transformaram profundamente a compreensão que temos do planeta Terra.Numa época em que o papel das mulheres na ciência era frequentemente desvalorizado, Tharp conseguiu desafiar barreiras e deixar um legado duradouro.O seu trabalho pioneiro de mapeamento do fundo oceânico revelou, pela primeira vez, a estrutura detalhada das bacias submarinas e forneceu provas decisivas para a teoria da tectónica de placas, uma das maiores revoluções científicas do século XX.Infância e formação: uma curiosidade sem fronteirasDesde cedo desenvolveu um interesse pela cartografia e pela geologia, áreas pouco acessíveis às mulheres da época.Artigo relacionadoMais mulheres na ciência e na tecnologia: o objetivo da Meteored este 8MLicenciou-se em Música e Inglês, mas, motivada pela curiosidade científica e pelas oportunidades que surgiram durante a Segunda Guerra Mundial, regressou aos estudos e obteve formação em geologia e matemática.Mais tarde, juntou-se à Universidade de Columbia, em Nova Iorque, onde começou a trabalhar no Lamont Geological Observatory.O desafio de mapear o desconhecidoNos anos 1940 e 1950, os oceanos eram ainda um território praticamente desconhecido. A tecnologia de sonar, usada pelos navios para medir a profundidade do mar, começava a gerar enormes quantidades de dados, mas estes eram difíceis de interpretar.Marie Tharp, impedida de embarcar nas expedições por ser mulher, recebeu as medições recolhidas pelos investigadores masculinos e dedicou-se a traduzi-las em mapas detalhados.Mapa mundial do fundo dos oceanos criado por Marie Tharp, Bruce Heezen e Heinrich Berann em 1977, mostra pela primeira vez a complexa rede de dorsais e vales submarinos que comprovou a teoria da tectónica de placas.O seu trabalho era meticuloso: linha após linha, ponto após ponto, transformava números em perfis visuais do fundo oceânico.Foi durante esta análise que Tharp fez uma descoberta notável. Observando o relevo submarino do Atlântico, percebeu que existia uma enorme cadeia montanhosa a atravessar o oceano — o Dorsal Mesoatlântica — e, no centro dessa cordilheira, um profundo vale em rift que parecia dividir o fundo marinho em duas partes. A geóloga sugeriu que este vale era uma zona de fratura onde o solo oceânico se afastava lentamente, permitindo que novo material emergisse do interior da Terra.Esta ideia coincidia com a então controversa teoria da deriva continental, proposta décadas antes por Alfred Wegener.Da rejeição à confirmação científicaA proposta de Tharp não foi inicialmente bem recebida. O seu colega Bruce Heezen, com quem colaborava de perto, rejeitou a hipótese, considerando-a “conversa de rapariga”.Mas Tharp não desistiu. Ao cruzar os seus mapas com os registos de sismos submarinos, verificou que as zonas de maior atividade sísmica coincidiam precisamente com o vale central que ela havia identificado.Artigo relacionadoSabia que a colisão entre duas placas tectónicas deu origem à cordilheira dos Himalaias?Esta correlação era uma prova irrefutável de que o fundo oceânico estava, de facto, em movimento. Confrontado com a evidência, Heezen acabou por reconhecer o mérito da descoberta e tornou-se seu aliado científico.O mapa que mudou a visão do planetaAo longo das décadas seguintes, Tharp e Heezen continuaram a trabalhar na representação global dos fundos marinhos.Em colaboração com o artista austríaco Heinrich Berann, criaram em 1977 o célebre Mapa Mundial do Fundo do Oceano, uma obra de arte científica que revelou ao público a impressionante rede de cordilheiras, vales e planícies que moldam o leito oceânico.Pela primeira vez, a humanidade podia visualizar a estrutura tridimensional do planeta submerso, compreendendo que os oceanos não eram superfícies planas, mas paisagens complexas e dinâmicas.Um legado profundo na ciência e na igualdadeO impacto do trabalho de Marie Tharp foi profundo. As suas descobertas forneceram a base empírica que confirmou a teoria da tectónica de placas, unificando a geologia terrestre numa explicação coerente para fenómenos como a formação de montanhas, os terramotos e a deriva dos continentes.Marie Tharp analisou dados de sonar e transformou números em mapas detalhados do fundo oceânico, revelando o vale central da Dorsal Mesoatlântica e onde comprova movimento das placas tectónicas.Mais do que isso, o seu exemplo demonstrou o valor da persistência e da curiosidade científica perante o preconceito. Durante grande parte da sua carreira, Tharp trabalhou sem o devido reconhecimento, frequentemente relegada para segundo plano.Só nas últimas décadas da sua vida começou a receber prémios e homenagens pelo contributo excecional que deu à ciência. Em 1997, o Library of Congress dos Estados Unidos reconheceu o seu trabalho como um marco na história da cartografia. Após a sua morte, em 2006, o seu nome passou a figurar entre os grandes pioneiros da geociência moderna.Uma nova forma de ver o planetaMarie Tharp não apenas desenhou o mapa do fundo dos oceanos, ela redesenhou a forma como a humanidade compreende o próprio planeta. Através da sua precisão científica e da sua coragem intelectual, abriu caminho para uma nova era da geologia.Hoje, cada mapa que representa as profundezas do mar é, em certa medida, um tributo à mulher que nos mostrou que o conhecimento, tal como os continentes, está sempre em movimento.

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Este “destino secreto” está a conquistar os viajantes portugueses. Já ouviu falar dele?

Enquanto todos vão para Paris, um país pouco conhecido começa a ganhar destaque entre as escolhas de férias dos portugueses. Porquê? Porque combina exotismo, segurança e uma autenticidade difícil de encontrar noutras paragens.Com paisagens únicas e um charme discreto, este recanto do Médio Oriente promete surpreender quem gosta de descobrir o mundo para lá dos destinos habituais. Foto: UnsplashSe está a ler isto, há boas hipóteses de que já esteja com o pensamento posto nas próximas férias — e não está sozinho. Recentemente, um estudo da 'Jetcost' revelou que cerca de 67% dos portugueses planeia viajar entre dezembro de 2025 e janeiro de 2026 — uma percentagem muito considerável para o período das festas de Natal e Ano Novo.É verdade. Nos últimos anos, viajar tornou-se quase um desporto nacional. Mal o calendário se aproxima de dezembro, começam as conversas sobre destinos, promoções e planos de fuga à rotina. E 2025 não é exceção.Segundo um estudo da 'Jetcost', sete em cada dez portugueses vão viajar durante as Festas de Natal deste ano, seja para aproveitar o descanso, visitar família ou, simplesmente, mudar de cenário.Um facto interessante é que o transporte preferido continua a ser o carro (57%), seguido do avião (32%). E quanto à duração? A maioria vai para fora por poucos dias: 44% contam sair até 3 dias, e 26% entre 3 e 5 dias.Ou seja: temos quem aprecie uma pausa, quem quer mudar de ares, e aqueles que estão dispostos a arrumar a mala mesmo com a incerteza económica a pairar.E para onde é que vão?Quando pensamos em destinos, as escolhas não surpreendem muito: as grandes cidades europeias lideram. No outono ou no final do ano, por exemplo, os portugueses continuam a preferir cidades como Paris — que se mantém no topo das escapadinhas urbanas, segundo um estudo publicado pela ‘eDreams’, com base nos dados de reservas registados na plataforma.A capital francesa mantém o seu encanto intocável — os cafés acolhedores, as luzes da cidade e aquela sensação de cinema que só Paris consegue oferecer.Mas… (e há sempre um “mas”) nem sempre seguimos o caminho mais trilhado. Há destinos que começam a emergir, ainda pouco falados, mas com potencial para nos conquistar. E, agora, há uma curiosa mudança a acontecer. Artigo relacionadoFérias curtas para o feriado: destinos portugueses fora do comum“Nesta altura do ano, a grande maioria dos portugueses (70%) prefere viajar dentro do continente europeu, mas uma parte significativa (22%) também opta por viagens de longa distância (intercontinentais)”, concluiu-se no mesmo estudo sobre as principais tendências de viagem dos portugueses neste outono.E, entre os destinos que começam a surgir nas pesquisas e nas programações das agências de viagens portuguesas, aparece um país que quase ninguém mencionava há poucos anos: Omã, o vizinho mais discreto dos Emirados Árabes Unidos e um dos segredos mais bem guardados do Médio Oriente.Omã — o destino que ainda não está na checklist de todos (mas devia)Enquanto o Dubai exibe arranha-céus e centros comerciais, Omã aposta noutra fórmula: autenticidade, tranquilidade e natureza em estado puro. Um país de contrastes. Foto: Unsplash“Entre desertos dourados, praias de água cristalina e montanhas verdejantes, este país está prestes a tornar-se o segredo mais bem guardado de quem quer trocar o frio do inverno por sol, cultura e autenticidade”, nota o site ‘Vou Sair’, que descreve o destino como “o tesouro escondido do Médio Oriente”.Este é um país de contrastes — desertos dourados, praias de águas azul-turquesa e montanhas de um verde improvável — onde o tempo parece andar um pouco mais devagar.Na capital, Mascate, as mesquitas brilham ao pôr do sol e o mar Arábico convida a mergulhos quase todo o ano. Mais a sul, em Salalah, o clima tropical e as plantações de incenso fazem lembrar outros continentes. E, no interior, a região de Jabal Akhdar — a chamada Montanha Verde — oferece vistas que tiram o fôlego e hotéis de luxo que se confundem com a paisagem.Artigo relacionadoAlgo está errado com esta casa (mas pode não ser o que está a pensar)Para os portugueses que procuram algo diferente, Omã oferece precisamente o que muitos sentem faltar nas viagens tradicionais: um equilíbrio entre aventura e conforto, tradição e modernidade, exotismo e segurança.A herança portuguesa e o lado que nos é familiarPoucos sabem, mas há um pedaço da nossa história escondido neste país. Durante mais de um século, o império português teve presença em várias zonas da costa omanita. Fortalezas, muralhas e até alguns nomes locais mantêm viva essa ligação, sobretudo em Mascate e na região de Sohar.Omã surge como uma alternativa perfeita para quem quer fugir do inverno. Foto: UnsplashTalvez por isso Omã desperte um certo reconhecimento — aquela sensação de estar longe, mas não completamente perdido. É um destino que combina a curiosidade pelo desconhecido com uma pontinha de familiaridade, algo que agrada ao viajante português, habitualmente curioso, mas prudente.Segurança, hospitalidade e ausência de multidõesOutro ponto a favor: a segurança e o acolhimento. Omã é considerado um dos países mais seguros do Médio Oriente, e o povo local é conhecido pela simpatia e respeito pelos visitantes. Quem o visita fala de uma hospitalidade discreta, mas genuína — sem o “overcrowding” típico de outros destinos populares.Artigo relacionadoBurj Al Babas: castelos de conto de fadas ou pesadelo arquitetónico?Para quem está cansado de filas intermináveis, selfies em massa e praias onde é preciso disputar espaço, Omã surge como uma lufada de ar fresco. Aqui, ainda se pode ver o pôr do sol no deserto em silêncio, dormir numa tenda sob as estrelas ou explorar souks onde o tempo parece ter parado.O perfil do novo viajante portuguêsAs agências de viagens portuguesas confirmaram a tendência ao ‘Vou Sair’: os viajantes que escolhem Omã não são, regra geral, principiantes. São pessoas que já conhecem os destinos mais clássicos — Londres, Roma, Barcelona — e agora procuram experiências mais autênticas e memoráveis. Já o colocou na sua lista?O operador 'Solférias', por exemplo, já incluiu Omã na sua programação, com pacotes que combinam praia, cultura e natureza, operados pela Qatar Airways. Os preços rondam os 1.100€ por pessoa para uma semana.O novo refúgio do invernoNuma altura em que a Europa se veste de frio, Omã surge como uma alternativa perfeita para quem quer fugir do inverno sem cair no cliché. A temperatura média ronda os 25 °C entre novembro e fevereiro, ideal para explorar sem pressas.Aliás, há quem combine a viagem com um périplo por Doha ou Abu Dhabi, mas a verdade é que o país, por si só, já oferece o suficiente para uma experiência completa: praias desertas, montanhas para caminhadas, mercados de especiarias e oásis escondidos no meio do deserto.

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Crise climática e fome: secas e inundações extremas comprometem a segurança alimentar de 700 milhões de pessoas

A crise climática não se mede apenas em graus, mas também em pratos vazios. Milhões de pessoas enfrentam hoje uma crescente insegurança alimentar, numa altura em que o clima está a redefinir o que comemos e quem pode comer.Crianças em risco: a fome e a subnutrição estão a aumentar devido às alterações climáticas, aos conflitos e à insegurança alimentar.Um antigo provérbio chinês diz que "a comida é a necessidade humana mais básica". Uma tradução em latim seria "barriga cheia, coração feliz" ou "como, logo existo". A verdade é que a segurança alimentar não é exclusiva de nenhuma região; é inclusiva e essencial para a própria vida. E, no entanto, centenas de milhões de pessoas sofrem de fome.Mais de 700 milhões de pessoas em todo o mundo continuam a sofrer de fome, e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) alerta que as alterações climáticas — juntamente com os conflitos — se tornaram um dos principais fatores de insegurança alimentar.Enquanto em alguns locais a seca prolongada esgota a humidade do solo e reduz a produtividade, noutros, as chuvas extremas, as inundações, a erosão e a destruição das infraestruturas agrícolas geram perdas igualmente graves. Calor extremo, escassez ou excesso de água e ecossistemas frágeis: uma combinação que ameaça as culturas, as comunidades vulneráveis e a nutrição.Os sistemas alimentares em todo o mundo assentam em quatro pilares: disponibilidade de alimentos, acesso aos alimentos, utilização adequada (nutrição) e estabilidade temporal. E as alterações climáticas estão a corroer estes pilares sob diversas perspetivas. O aumento das temperaturas médias globais, as alterações nos padrões de precipitação e a maior frequência de eventos extremos (secas mais longas, chuvas mais intensas e tempestades mais severas) estão a reduzir a produtividade agrícola em áreas vulneráveis. As culturas básicas como o milho, o arroz e o trigo já estão a sofrer impactos negativos. A seca racha o solo e põe em perigo as culturas que alimentam o mundo.Nos últimos 30 anos, os eventos climáticos extremos resultaram em perdas de aproximadamente 3,8 triliões de dólares em plantações e rebanhos. Mas o verdadeiro custo não está em dólares; está em vidas. Uma em cada dez pessoas no mundo sofria de fome crónica em 2023, enquanto uma em cada três crianças com menos de cinco anos sofre de alguma forma de subnutrição (subnutrição, anemia ou excesso de peso).Quando tudo seca (ou inunda)Os desastres associados a eventos climáticos extremos estão a causar danos e perdas sem precedentes à agricultura global. Nas últimas décadas, estes eventos tornaram-se cada vez mais severos e frequentes: de 100 por ano na década de 1970 para cerca de 400 eventos extremos anualmente nos últimos 20 anos. De 100 eventos por ano na década de 1970, passámos para cerca de 400 eventos extremos por ano nos últimos 20 anos. Entre os principais fatores estão as inundações e as secas, que reduzem a produtividade e a capacidade de produção. As inundações severas não só devastam as culturas, como também degradam o solo, destroem os sistemas de irrigação e deixam os agricultores sem mudas, sementes e/ou acesso ao mercado. Por outro lado, o aumento das temperaturas (e a redução das chuvas) intensificam a evaporação e diminuem a humidade do solo, esgotando os rios e os aquíferos. É aqui que entra a seca, que, quando coincide com fases cruciais das culturas, como a plantação ou a floração, agrava as perdas mesmo em áreas com irrigação limitada.Segundo a FAO, nos países em desenvolvimento, a agricultura absorve até 80% de todos os impactos diretos da seca. Entre 2008 e 2018, nos países de baixo e médio rendimento, a seca foi responsável por mais de 34% das perdas na produção agrícola, com maior impacto em culturas essenciais como o trigo, o milho, o arroz e a soja. Além disso, as alterações climáticas estão a aumentar as pragas e as doenças, tanto agrícolas como pecuárias, ao alterarem as temperaturas, a humidade, a distribuição dos vetores e os ciclos biológicos. Como consequência adicional, aumentam as emissões de poluentes de curta duração, como o carbono negro e o ozono troposférico.Por um lado, o carbono negro, produto da queima de biomassa, de máquinas agrícolas ou de incêndios florestais, agrava o aquecimento global. Por outro lado, o ozono troposférico danifica os tecidos vegetais, reduz a sua capacidade fotossintética e diminui a produção de culturas como o trigo, o milho e a soja. A vulnerabilidade social varia entre países e comunidades, determinando onde e quem é mais afectado pelas alterações climáticas. Adaptado do IPCC (2022).E não esqueçamos o aspeto humano e social. Se a disponibilidade diminui e o rendimento rural desce, o acesso fica comprometido; e as populações mais pobres, com menor capacidade de adaptação, são as que sofrem as consequências. América Latina em destaqueA América Latina é particularmente vulnerável às alterações climáticas devido à sua localização, diversidade de ecossistemas e presença significativa de agricultura de sequeiro (não irrigada). De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC), um aquecimento de 3,5°C e uma redução de 30% das chuvas podem diminuir consideravelmente a produção agrícola regional.A isto acresce o aspeto social. Muitas comunidades rurais dependem de culturas sazonais, possuem infraestruturas deficientes e pouca capacidade de adaptação às variações climáticas. As secas e as inundações não afetam todos da mesma forma; o impacto é mais severo onde o contexto social é caracterizado por pobreza estrutural, serviços escassos e mercados locais frágeis.Em cenários sem adaptação climática, estados como Veracruz, Sinaloa, Tamaulipas e Jalisco representam metade de todas as perdas agrícolas. No entanto, cerca de 16% das perdas totais ocorrem em estados com elevados níveis de pobreza e agricultura de subsistência, como Chiapas, Oaxaca e Guerrero. No México, a vulnerabilidade da agricultura às alterações climáticas é bem real. Estima-se que quase 70% da agricultura do país seja de sequeiro (ou seja, sem irrigação) e dependa inteiramente da estação das chuvas. Isto torna-a muito mais vulnerável às variações de precipitação ou de temperatura. Semear a equidadeE agora vamos falar de adaptação. Sistemas de irrigação, diversificação de culturas, melhoria de sementes, assistência pública e infraestruturas adequadas são fundamentais. Mas atenção!... a justiça climática também é vital. Quem mais polui nem sempre paga o preço. Paradoxalmente, quem menos emitiu gases com efeito de estufa (como muitos agricultores no México) é quem mais sofre com os seus efeitos. E precisamos de agir urgentemente de acordo com esta realidade.Segundo a FAO, tornar os sistemas agrícolas e alimentares sustentáveis e resilientes requer aproximadamente 1,3 triliões de dólares anuais. Além disso, é essencial promover a diversidade de métodos agrícolas e a diversidade genética dos alimentos. As comunidades locais desempenham um papel crucial neste processo. Investir localmente é investir no futuro.A ciência oferece alternativas: melhorias genéticas, sistemas de irrigação mais eficientes, modelação de riscos, infraestruturas resilientes. E a abordagem humanitária indica que estas soluções devem chegar onde são mais necessárias. A fome não é apenas a falta de alimentos; é o sintoma mais visível de um planeta em desequilíbrio, e todos nós estamos sujeitos a isso.Referência da notíciaIPCC Sixth Assessment Report: Impacts, Adaptation and Vulnerability. 2022. Working Group II contribution.Cambio Climático y Seguridad Alimentaria: un documento marco. 2007. Grupo de Trabajo Interdepartamental de la FAO sobre el cambio climático.Impacts and economic costs of climate change on Mexican agriculture. 2022. Francisco Estrada, Alma Mendoza, Oscar Calderón y Wouter Botzen. Reg Environ Change 22 (126).

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Tempo em Portugal na próxima semana: depressão atlântica poderá trazer mais chuva e rajadas de vento até 100 km/h

Ainda que este fim de semana possa ter dado uma trégua na instabilidade atmosférica, é esperado que já nas últimas horas do dia de hoje a chuva regresse.Mais informações: Chuva regressa a Portugal Continental: até 100 mm de precipitação acumulada no Minho e Douro Litoral até quarta-feiraComo referimos em previsões anteriores, o dia de hoje, domingo (9) trará a chuva de volta a Portugal Continental. Esta é esperada nas próximas horas, de forma fraca e dispersa, no noroeste do país. Nas horas seguintes poderá avançar para Este, chegando ao Nordeste Transmontano. Nas últimas horas do dia espera-se que volte a incidir no noroeste. Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações. Apesar deste regresso da instabilidade a alguns locais do Norte do país, o dia de hoje espera-se geralmente seco e com boas abertas de Norte a Sul. Em relação às temperaturas máximas, estas deverão variar entre os 12 ºC na Guarda e os 19 ºC em Lisboa e Faro.Semana arranca com alguma chuva fraca a oeste da Barreira de CondensaçãoDurante a madrugada e manhã de segunda-feira, dia 10, a chuva deverá ocorrer no litoral Norte e Centro, com maior expressão no noroeste, ainda que com pouca intensidade. Durante o dia é expectável que a chuva se estenda a outras zonas das regiões Norte e Centro.(...) a partir das primeiras horas da tarde de terça-feira, uma frente fria irá aproximar-se do território podendo dar origem a chuva mais intensa (...).Nas horas seguintes, já durante a madrugada de terça-feira, dia 11, esta precipitação deverá concentrar-se a oeste da Barreira de Condensação, não se descartando uma intensificação da mesma, especialmente no distrito de Braga.Frente fria trará vento forte a partir de terça-feiraJá a partir das primeiras horas da tarde de terça-feira, uma frente fria irá aproximar-se do território podendo dar origem a chuva mais intensa - esperando-se períodos de chuva forte - abrangendo o litoral Norte e Centro e concentrando-se, horas mais tarde, também no noroeste do país.Terça e quinta-feira poderão ser os dias mais ventosos da semana, com rajadas até 80 km/h e 100 km/h, respetivamente.Esta frente também poderá resultar num aumento da velocidade da rajada de vento, onde, no noroeste, estas poderão chegar aos 80 km/h, na terça-feira. Fazendo deste um dos dias mais ventosos. Quinta-feira poderá ser o dia com as rajadas mais fortes, podendo as mesmas ultrapassarem os 100 km/h na região da Serra da Estrela, como podemos observar no mapa acima. No noroeste e no Sul estas podem chegar aos 80 km/h.Aproximação de depressão atlântica poderá resultar em chuva intensa entre quarta e sexta-feiraA madrugada de quarta-feira poderá contar com alguma chuva fraca na região Centro do país, no entanto, não se descarta a possibilidade de períodos de chuva mais intensa no noroeste do país, no mesmo intervalo.A partir das últimas horas da manhã, espera-se uma intensificação desta instabilidade atmosférica em praticamente toda a faixa litoral, de Norte a Sul, ainda que no noroeste a ocorrência possa ser mais intensa, podendo registar-se até 7mm de chuva por hora, no distrito de Viana do Castelo.A região a Oeste da Barreira de Condensação poderá ser das mais afetadas pela chuva ao longo dos próximos dias.Esta tendência deverá manter-se na quinta-feira, com o litoral Norte e Centro a registar mais chuva face ao resto do país, no entanto, a mais recente atualização do ECMWF mostra que até ao final do dia a chuva possa ocorrer em todo o país. O Litoral Oeste poderá ser a região a registar mais chuva por hora, nas últimas horas de quinta-feira. Esperam-se até 10 mm por hora.Artigo relacionadoRio atmosférico atinge Açores e avança para Portugal continental: quarta-feira poderá ser o dia mais chuvoso da semanaNa sexta-feira, ainda que a chuva possa fazer parte do dia, em praticamente todo o país, espera-se uma diminuição da intensidade da mesma, à medida que as horas passam. A madrugada de sábado deverá continuar com chuva fraca a moderada em boa parte das regiões Norte e Centro.

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Chuva regressa a Portugal Continental: até 100 mm de precipitação acumulada no Minho e Douro Litoral até quarta-feira

Entre segunda (10) e quarta-feira (12) de novembro de 2025, Portugal continental entra num novo período de instabilidade. Uma depressão a oeste do território e o jato polar ativo trarão chuva contínua, vento e agitação marítima. Os valores acumulados de precipitação podem ultrapassar os 100 mm no Noroeste.Já há data para a próxima grande depressão atlântica: 2000 quilómetros de diâmetro e frentes a afetar Portugal. Portugal continental prepara-se para uma nova sequência de dias marcados pela instabilidade atmosférica. Entre segunda-feira, 10 de novembro, e quarta-feira, 12, o tempo será condicionado pela influência de uma depressão situada a oeste da Península Ibérica e pela passagem sucessiva de sistemas frontais.O cenário meteorológico será caracterizado por muita humidade, precipitação frequente, vento moderado e mar agitado, com impacte mais expressivo nas regiões do Norte e Centro.Segunda-feira marca alguma precipitação, mas será ainda caracterizada por elevada dispersão no territórioNa segunda-feira, a aproximação de uma depressão atlântica trará aumento da nebulosidade e condições de elevada humidade em todo o território. Durante a madrugada e manhã, esperam-se chuviscos e períodos de chuva fraca a moderada, mais intensos no Minho, Douro Litoral e áreas montanhosas do Norte e Centro. Os valores acumulados poderão atingir entre 15 e 20 mm nestas áreas, com valores mais baixos (2 a 10 mm) a sul do sistema Montejunto-Estrela.Até ao final do dia de quarta-feira, dia 12, os valores de precipitação acumulada no Minho podem ultrapassar os 100 mm.Durante a tarde, a frente fria avança gradualmente para o interior e o Sul, perdendo intensidade. A precipitação torna-se mais dispersa, alternando com abertas em várias regiões, sobretudo no Centro e Algarve.As temperaturas mínimas registam ligeira subida, refletindo a entrada de ar mais quente e húmido. Em várias localidades do litoral centro e sul, os termómetros poderão manter-se acima dos 15 ºC durante a noite, e em alguns pontos aproximar-se dos 20 ºC, designadamente em Lisboa e Faro. As máximas não sofrem grandes alterações, permanecendo acima dos 20 ºC em muitas áreas do Centro e Sul, e ligeiramente inferiores no Norte.Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações.O vento soprará de sudoeste, em geral fraco a moderado (10–20 km/h), podendo atingir 30 km/h nas terras altas. Por seu turno, o mar continuará agitado, com ondulação de oeste/noroeste, que pode atingir 5 metros na costa ocidental. Na costa sul algarvia, as ondas serão inferiores a 1 metro, com temperatura da água em torno dos 20 ºC.A partir de terça-feira, espera-se um reforço da depressão no Atlântico, com precipitação no NoroesteNa terça-feira, 11 de novembro, o cenário meteorológico mantém-se instável devido ao reforço da depressão no Atlântico. A sucessão de frentes oclusas e frias continuará a afetar o território, trazendo chuva persistente e períodos de intensificação convectiva. As regiões do Noroeste, isto é, o Minho, Douro Litoral e setores ocidentais de Trás-os-Montes e Alto Douro, concentram maior probabilidade de precipitação.Segundo o modelo europeu ECMWF, alguns pontos destas regiões poderão registar totais superiores a 40 mm em apenas 48 horas. Mais a sul, a chuva será menos intensa, embora possam ocorrer aguaceiros moderados no Centro e períodos de precipitação ocasional no Alentejo e Algarve.Entre as frentes, deverão ocorrer abertas temporárias, mas de curta duração, seguidas por novo reforço da instabilidade. O vento de sudoeste poderá intensificar-se ligeiramente na terça-feira, com rajadas entre 50 e 70 km/h nas terras altas e litoral ocidental.A temperatura encontrar-se-á amena para o período do ano, com mínimas entre 9 e 14 ºC no Norte e Centro. As máximas poderão variar entre 15 e 21 ºC no litoral e 19 a 20 ºC no Algarve, persistindo uma amplitude térmica reduzida. As temperaturas mantêm-se amenas para a época do ano, com máximas que oscilam entre os 12 ºC, na Guarda, e os 21 ºC em Lisboa e Beja.Lisboa poderá registar 21 ºC de máxima e 17 ºC de mínima, enquanto Faro poderá atingir os 19 ºC.Quarta-feira é o dia de maior instabilidade, com a depressão mais próxima do ContinenteNa quarta-feira, 12 de novembro, prevê-se o ponto alto da instabilidade, com a depressão mais próxima do território continental. O fluxo de noroeste, reforçado pelo jato polar, favorecerá precipitação contínua e localmente intensa. No Minho e Douro Litoral, os valores acumulados diários poderão ultrapassar 60 a 100 mm.Entre Viseu, Coimbra e Leiria, esperam-se 15 a 20 mm acumulados, com aguaceiros pontualmente mais intensos. No Sul, a chuva poderá ser mais esparsa, mas com possibilidade de episódios intensos breves à passagem das frentes reorganizadas.Artigo relacionadoRio atmosférico atinge Açores e avança para Portugal continental: quarta-feira poderá ser o dia mais chuvoso da semanaA evolução prevista sugere um padrão atmosférico dinâmico e persistente, com sucessivas frentes associadas. Esta configuração atmosférica prolongará o cenário de outono chuvoso, com algumas abertas ao longo da semana.Recomenda-se, portanto, atenção redobrada a pisos escorregadios, condução sob chuva forte e mar agitado. Apesar da instabilidade, as temperaturas manter-se-ão amenas e o ambiente húmido prevalecerá, num início de semana tipicamente outonal, marcado pela influência do Atlântico e do jato polar.

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A árvore frutífera que vai querer plantar: dá frutos o ano todo e as raízes não estragam o passeio

Esta árvore é ideal pois não danifica o piso próximo de onde é plantada, exige poucos cuidados e ainda garante frutas frescas no verão. Descubra qual é!A espécie Prunus domestica, conhecida como ameixoeira-europeia, é a produtora da ameixa preta. Se quer ter uma árvore frutífera em casa, mas mora num espaço pequeno ou tem receio de danos no piso, saiba que há uma espécie que pode ser cultivada mesmo assim, pois não danifica o piso e dá frutos saborosos o ano todo com os devidos cuidados.É uma árvore ornamental, que perfuma o ambiente durante a floração e pode até ser plantada em vasos. Incrível, não é? Descubra abaixo que árvore é esta.Árvore perfeita para espaços compactosEstamos a falar da ameixoeira (Prunus domestica, a ameixoeira comum), uma árvore de clima temperado, bastante cultivada em regiões de altitude e clima mais ameno.Pode ser plantada em jardins compactos, porque cresce bem em áreas reduzidas, não tem raízes agressivas e ainda fornece flores perfumadas e frutos saborosos ao longo do ano. Pode ser colocada perto de muros e passeios sem risco de levantar o piso.A Prunus domestica é uma árvore de porte médio, de folha caduca, que produz ameixas no outono após florescer na primavera. Pode atingir até 6 metros de altura.É uma árvore de porte médio, com flores brancas ou rosadas que aparecem no início da primavera, e dá copa cheia fornecendo sombra no verão. Pode alcançar até 6 metros de altura, mas com podas regulares pode ser mantida mais compacta.Como cultivar uma ameixoeiraAcompanhe os cuidados para ter uma boa frutificação e colher frutas saudáveis no seu quintal. E para quem quer uma árvore que não dê trabalho, esta é uma escolha prática.Para começar, o método mais eficiente é usar mudas enxertadas em vez de sementes, pois as mudas garantem a qualidade da fruta e frutificação mais rápida.Sobre as condições climáticas, a ameixoeira precisa de algumas horas de frio no inverno para frutificar com eficiência. Deve ser cultivada em pleno sol, com, pelo menos, 6 horas de luz direta por dia. O solo deve ser argiloso ou arenoso, desde que tenha boa drenagem, e ser levemente ácido e fértil. Não exige regas frequentes: pode regar de 2 a 3 vezes por semana no primeiro ano. Após o desenvolvimento, esta árvore resiste melhor à seca, e a rega pode ser mais espaçada, mas precisa de água na frutificação. A Ameixoeira é uma árvore de folha caduca (que perde as folhas no inverno) pertencente à família Rosaceae, de textura lenhosa e crescimento moderado.A adubação pode ser feita a cada 3 meses, aplicando esterco curtido, húmus de minhoca ou NPK 10-10-10. No período de floração, complemente com fósforo e potássio (NPK 4-14-8).Deve ser feita a poda de formação no primeiro ano da árvore. Após, realize podas para frutificação no final do inverno, removendo galhos cruzados, secos ou mal formados.Para plantar em vaso, você deve usar uma variedade anã ou fazer poda de formação constante. Use vasos de no mínimo 50 litros, com furos e boa drenagem. O substrato deve ser com terra vegetal, areia e matéria orgânica.Resumindo, a ameixoeira é uma árvore que realmente dá uma boa colheita anual, desde que receba sol e poda de formação.Referências da notíciaA árvore perfeita para casas pequenas: sem raízes externas, frutas o ano todo e resistente. 01 de novembro, 2025. Izabela Piazza.Passo a passo para plantar ameixa em vaso ou no solo. 17 de maio, 2025. Redação C. B. Radar.

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Fezes na fralda! Quando as bactérias fazem história: o que a primeira evacuação do bebé revela sobre o seu futuro

O que é geralmente desagradável para os adultos é fundamental para a saúde na ciência: as primeiras fezes de um recém-nascido fornecem pistas sobre a forma como o seu sistema imunitário se desenvolve e que doenças poderá combater.Até a primeira evacuação fornece pistas sobre o desenvolvimento do sistema imunitário e a saúde futura.Um pequeno monte na fralda: discreto, mas um verdadeiro tesouro para a ciência. Os investigadores suspeitam que possa conter pistas sobre a saúde futura de uma pessoa. Como relata a BBC, as primeiras fezes que um bebé produz podem revelar informações sobre o seu sistema imunitário, a sua suscetibilidade a doenças e até o seu bem-estar emocional.A grande experiência das fraldas em LondresNum laboratório do Queen's Hospital, em Londres, foram analisadas 3.500 fraldas. O projeto, apropriadamente chamado "Bioma do Bebé", visa compreender como os primeiros micróbios no intestino de um recém-nascido afetam a sua vida posterior.Os primeiros dias são cruciaisPorque, ao nascimento, inicia-se uma colonização microscópica que pode ser crucial. "Nos primeiros dias após o nascimento, surge uma espécie de microbiota nascente no intestino", afirma o epidemiologista Nigel Field, do University College London. Só ao fim de três ou quatro dias se forma uma comunidade bacteriana estável, e esta parece moldar o sistema imunitário.Uma vantagem natural ou um germe hospitalarOs bebés que nascem por via vaginal recebem uma importante vantagem inicial: ao passarem pelo canal vaginal, ingerem bactérias do intestino da mãe, principalmente Bifidobacterium longum e Bifidobacterium breve. Artigo relacionadoEstudo revela que a mortalidade por Alzheimer é mais baixa entre os motoristas de táxi e de ambulânciasEstes microrganismos ajudam a digerir os açúcares complexos do leite materno e produzem ácidos gordos de cadeia curta que ativam o sistema imunitário, reforçam a barreira intestinal e controlam os germes nocivos. Este contacto inicial "programa" essencialmente o sistema imunitário e pode influenciar a capacidade da criança para combater infeções ou reagir a alergias mais tarde na vida.Nos bebés nascidos por cesariana, esta colonização precoce é diferente: não recebem automaticamente bifidobactérias da mãe, mas frequentemente Enterococcus faecalis, uma bactéria comummente encontrada em ambientes hospitalares. Lançam as bases para o desenvolvimento do sistema imunitário, a resposta às vacinas e, potencialmente, o risco de infeções respiratórias, alergias ou obesidade na idade adulta. Estes microrganismos não são necessariamente nocivos, mas não possuem as bactérias "boas" iniciais que garantem um ambiente intestinal saudável e com baixo teor de oxigénio, inibindo o crescimento de germes patogénicos. Estudos mostram que estas diferenças geralmente desaparecem durante o primeiro ano de vida, mas os primeiros dias e semanas podem ser cruciais. Bactérias protetorasA diferença não é meramente teórica. O estudo Baby Biome mostrou que os bebés cujo intestino foi colonizado precocemente com Bifidobacterium longum — uma espécie particularmente eficiente na utilização do leite materno — apresentaram menor probabilidade de sofrer infeções respiratórias. Aparentemente, esta bactéria ajuda a "treinar" e a acalmar o sistema imunitário, em vez de o manter em constante estado de alerta.Impressão precoce, consequências a longo prazoA investigação sugere, portanto, que a interação entre o método de parto, a nutrição e o microbioma deixa marcas a longo prazo. Isto parece uma recomendação clara, mas não é assim tão simples. Trocas de fraldas e flora intestinal: as bactérias iniciais moldam o sistema imunitário do recém-nascido.Nem todos os bebés nascidos por parto vaginal possuem automaticamente as bactérias "certas", e nem todos os bebés nascidos por cesariana estão em risco.Entre a esperança e o riscoAs tentativas de repovoar artificialmente o intestino — por exemplo, através dos chamados procedimentos de "sementeira vaginal" ou transplantes fecais — são atualmente consideradas controversas. Artigo relacionadoUm novo estudo mostra de que forma o cérebro muda durante a gravidezEspecialistas como a investigadora de microbioma Archita Mishra preferem probióticos específicos e seguros. A longo prazo, a esperança é que as misturas bacterianas personalizadas possam ajudar cada bebé a desenvolver uma flora intestinal ideal.Referência da notícia BBC, “What a baby’s first poo can tell you about their future health”, veröffentlicht am 4. November 2025.

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Expansão da monocultura de abacate e a ameaça às monarcas no México central

A expansão do abacate ameaça o habitat das borboletas-monarca na Reserva da Bisofera. Projeções climáticas indicam que a expansão continuará. Saiba mais aqui!As borboletas-monarca migratórias viajam anualmente do leste do Canadá e dos Estados Unidos da América para invernar nas florestas centrais do México.Este artigo analisa a expansão contínua da monocultura de abacate (Persea americana Mill.) na Reserva da Biosfera da Borboleta-Monarca (MBBR) e o perigo que representa para as florestas de coníferas e o fenómeno migratório da borboleta-monarca (Danaus plexippus). O abacate tornou-se a principal cultura na região montanhosa do México central.Expansão e origem dos pomaresEm 2024, os pomares de abacate cobriam 1345 hectares (2,2% da MBBR) na Reserva, a maioria localizada na zona de amortecimento. A área cultivada cresceu 40% em comparação com 2018. Este crescimento constante deve-se à rentabilidade da cultura e à promoção de políticas governamentais.Em 2023, a borboleta-monarca migratória foi incluída como "vulnerável" na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN).Origem da Conversão: a maior parte da expansão resultou da conversão de antigas terras agrícolas (culturas tradicionais).Perda Florestal: contudo, um total de 337 hectares de floresta, especificamente florestas de pinheiro-carvalho (pine-oak forest), foram convertidos em pomares entre 2006 e 2024.Elevação: os pomares atuais encontram-se entre os 2200 m e os 2820 m de elevação, sendo 27% da área cultivada em elevações subótimas (acima de 2400 m).Projeções e alterações climáticasO modelamento bioclimático indica que a expansão deverá continuar, dado que 5076 hectares (9% da MBBR) são considerados adequados para o abacate no cenário climático atual. Em 2024, a área cultivada representava apenas 24% da área potencial. Metade dessas áreas adequadas estão atualmente cobertas por vegetação florestal.O abacate é uma espécie de árvore nativa da Mesoamérica. A cultivar Hass, é colhida em 96% dos pomares de abacate no México.Deslocamento Altitudinal: em ambos os cenários de alterações climáticas, as áreas adequadas tendem a deslocar-se para elevações mais altas.Baixas Emissões (SSP1-2.6): 5133 hectares adequados em 2070.Altas Emissões (SSP5-8.5): A área potencial aumenta para 10.395 hectares em 2070 (18,4% da MBBR).Impacto no habitat e nas monarcasA floresta de pinheiro-carvalho (a mais baixa elevação) é o único tipo de conífera que seria diretamente afetado pela sobreposição de áreas de abacate em todos os cenários.Uma árvore pode manter um ciclo de vida produtivo durante 20 a 25 anos.Florestas de Invernada: embora a floresta de abeto sagrado e a floresta mista de coníferas (o principal habitat de invernada das monarcas) não fossem diretamente afetadas nos modelos, espera-se que também migrem para elevações mais altas.Ameaças Indiretas: o uso de pesticidas na produção convencional e a redução de fontes de néctar nas áreas circundantes representam ameaças significativas para as borboletas-monarca. A degradação do habitat circundante também reduz a qualidade da floresta de abeto sagrado através de efeitos de borda.Artigo relacionadoPlantas hospedeiras e polinizadores: a importância da Asclepias para a sobrevivência da borboleta-monarcaA monocultura de abacate é uma nova ameaça séria ao fenómeno migratório da borboleta-monarca. São essenciais o planeamento da gestão do território, a implementação de práticas de cultivo mais sustentáveis e a aplicação da legislação ambiental para a preservação da MBBR e da borboleta-monarca a longo prazo.Referência da notícia:Jesús E. Sáenz-Ceja, Diego R. Pérez-Salicrup, Expansion of avocado monoculture threatens the overwintering habitat of monarch butterflies in central Mexico, Acta Oecologica, Volume 128, 2025, 104116, ISSN 1146-609X, https://doi.org/10.1016/j.actao.2025.104116.

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Os vinhos do Alentejo são ainda melhores nas embalagens mais sustentáveis do planeta

A caixa Re:Boxed, feita de resíduos descartados dos rótulos, surpreendeu, em Londres, os produtores e os distribuidores de todo mundo no evento Sustainability In Drinks.Re:Boxed é a primeira caixa de transporte de vinho do mundo produzida a partir da reciclagem da fita dos rótulos.Uma boa caixa de vinho deverá ser resistente para suportar o peso das garrafas e protegê-las contra os embates e as alterações de temperatura. Essas são as características obrigatórias que terão de ser cumpridas por produtores e distribuidores. A Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), no entanto, foi mais longe e desenvolveu o projeto Re:Boxed. É a primeira caixa de transporte de vinho do mundo produzida a partir da reciclagem da fita dos rótulos.O papelão duplo ondulado ou espuma de poliestireno (esferovite) são as opções mais comuns no fabrico de embalagens para transportar os vinhos. Mas, ao usar um material cujo destino convencional é o aterro ou as incineradoras, a CVRA superou mais um obstáculo ambiental.O impacto ambiental de um simples rótuloO Re:Boxed é o resultado de um projeto pioneiro que pretendeu mostrar como as indústrias do vinho e do papel podem fazer ainda mais para percorrer o caminho da economia circular.O papel revestido com camadas de silicone é utilizado nos rótulos dos vinhos, conferindo-lhes propriedades antiaderentes, resistência à humidade, gordura e calor.Esse mesmo material, depois descartado, não tinha qualquer outra utilidade até ter sido utilizado no projeto que, desde o início do ano, já reaproveitou 14 toneladas destes resíduos.Se estendêssemos as fitas adesivas utilizadas, em 2024, nos rótulos de vinhos do Alentejo, teríamos mais de 20 mil quilómetros de comprimento. Essa é a imagem que a Comissão Vitivinícola Regional Alentejana nos dá para termos uma ideia do impacto ambiental. Artigo relacionadoOs vinhos da Madeira: um legado que une tradição à inovaçãoA distância é também ela abstrata a não ser que fiquemos a saber que equivale a percorrer um trajeto tão longo como ir do Alentejo à Nova Zelândia.A estreia em LondresA iniciativa, desenvolvida em parceria com a empresa Partícula Verde, foi oficialmente apresentada em Londres no Sustainability In Drinks (SID), durante a última semana de outubro. A apresentação oficial da embalagem Re:Boxed foi feita no evento internacional Sustainability In Drinks, que decorreu em Londres. Foto: Sustainability In DrinksO evento com foco na sustentabilidade juntou especialistas, decisores políticos e produtores de todo o mundo que debateram os desafios ambientais enfrentados no setor das bebidas. Versátil para todas as ocasiõesO projeto pioneiro, desenvolvido no Alentejo, envolve toda a região e o objetivo é oferecer uma opção versátil para todas as circunstâncias. A CVRA pretende, por isso, disponibilizar aos produtores alentejanos o Re:Boxed como uma alternativa de embalagem e transporte nacional e internacional de vinhos tanto em vendas online como em eventos de enoturismo ou concursos de vinhos.“Esta iniciativa reforça a bandeira da sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo e posiciona a região ao nível internacional enquanto um dos maiores exemplos de resiliência face aos desafios climáticos”, congratulou-se em comunicado a comissão vitivinícola.Artigo relacionadoAlto Douro Vinhateiro premiado pela 'Wine Enthusiast’. Um prémio que “honra o trabalho de gerações”, diz o IVDPO projeto integra o Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo (PSVA), criado em 2015, que conta atualmente com mais de 700 membros e representa cerca de 63% da área de vinha da região. Entre estes, 27 produtores estão já certificados com o selo de produção sustentável reconhecido internacionalmente.Com uma tradição vinda desde os romanos, o Alentejo é o maior produtor nacional de vinhos em volume. Foto: João Fructuosa via PixabayA CVRA, criada em 1989, é responsável pela proteção e defesa da Denominação de Origem Controlada (DOC) Alentejo e da Indicação Geográfica Alentejano, certificação e controlo da origem e qualidade, promoção e fomento da sustentabilidade dos vinhos e do setor vitivinícola do Alentejo.

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Ecrã em modo escuro: protege a vista ou é apenas uma tendência? A ciência explica

O modo escuro tornou-se popular por alegar proteger a visão e reduzir o cansaço ocular, mas será mesmo eficaz? A ciência revela o que realmente acontece.Embora o modo escuro reduza o brilho e possa trazer conforto visual em ambientes pouco iluminados, os estudos indicam que ele não substitui boas práticas de cuidado ocular diário.Nos últimos anos, o “modo escuro” tornou-se uma das opções mais populares nos dispositivos digitais, de smartphones e tablets a computadores e aplicações.A promessa é tentadora: menos fadiga ocular, melhor descanso visual e até uma redução no consumo de energia.Mas será que o modo escuro realmente protege a nossa visão, ou é apenas mais uma moda tecnológica?O que é o modo escuro?O modo escuro (ou dark mode) altera o esquema de cores de um ecrã, substituindo os fundos brancos por tons escuros, normalmente cinzentos ou pretos, e o texto por cores claras, geralmente brancas.Esta inversão de contraste pretende tornar a leitura mais confortável, especialmente em ambientes com pouca luz.Artigo relacionadoAs crianças estão a perder capacidades motoras e os ecrãs podem ser os verdadeiros culpadosA popularidade do modo escuro cresceu não só pelo seu aspeto moderno, mas também por alegadas vantagens para a saúde visual e para a bateria dos dispositivos.Contudo, a ciência mostra que os benefícios podem não ser tão evidentes quanto se pensa.O impacto na visão: o que dizem os estudosMuitos utilizadores afirmam sentir menos cansaço ocular quando usam o modo escuro, sobretudo à noite. A luz branca e brilhante dos ecrãs pode ser desconfortável em ambientes escuros, causando ofuscamento e secura ocular.Neste contexto, o fundo escuro pode, de facto, proporcionar uma sensação mais agradável.A luz branca e brilhante dos ecrãs pode ser desconfortável em ambientes escuros.Porém, os estudos científicos são mais cautelosos. Pesquisas publicadas na revista Applied Ergonomics e noutras fontes especializadas indicam que o modo claro, com texto escuro sobre fundo claro, tende a proporcionar uma melhor legibilidade e desempenho visual.Isto acontece porque o olho humano está mais habituado a ler texto escuro sobre fundo claro, tal como num papel impresso.O contraste invertido, característico do modo escuro, exige que a pupila se dilate mais para captar luz suficiente, o que pode provocar ligeira desfocagem e maior esforço visual ao ler durante longos períodos.Assim, embora o modo escuro possa ser mais confortável a curto prazo, pode também reduzir a eficiência da leitura e a precisão visual em tarefas prolongadas.Modo escuro e fadiga ocular digitalA fadiga ocular digital é um problema comum na era moderna. Passamos horas em frente a ecrãs, o que provoca sintomas como visão turva, olhos secos e dores de cabeça.No entanto, segundo especialistas em oftalmologia, a principal causa não é o modo de cor do ecrã, mas sim o tempo de exposição, a má iluminação e a ausência de pausas regulares.Adotar a regra 20-20-20, ou seja, a cada 20 minutos, olhar para algo a 6 metros de distância durante 20 segundos, continua a ser uma das recomendações mais eficazes para reduzir o cansaço ocular.A influência da luz azulOutro argumento frequentemente usado a favor do modo escuro é a redução da exposição à luz azul, uma componente da luz emitida pelos ecrãs que pode interferir com o ritmo circadiano, prejudicando o sono.É verdade que o modo escuro tende a emitir menos luz azul, especialmente à noite.Artigo relacionadoEsclarecendo a luz azul: novo estudo revela como os ecrãs dos seus dispositivos podem estar a afetar o seu sono e saúdeNo entanto, os especialistas lembram que os filtros de luz azul ou os modos “noite” disponíveis em muitos dispositivos são mais eficazes para esse propósito.O modo escuro, por si só, não elimina completamente a luz azul nem garante um sono de melhor qualidade.E quanto ao consumo de energiaQuando se trata de poupança de bateria, o modo escuro pode oferecer vantagens reais, mas apenas em ecrãs com tecnologia OLED ou AMOLED.Nestes ecrãs, os píxeis pretos estão efetivamente desligados, o que reduz o consumo energético. Já em ecrãs LCD, o impacto é mínimo, uma vez que o retroiluminador permanece sempre ativo.Então, vale a pena usar o modo escuro?A resposta depende do contexto e da preferência individual. Se utiliza o telemóvel à noite ou em ambientes com pouca luz, o modo escuro pode ser mais confortável e menos agressivo para os olhos. No entanto, para leitura prolongada ou trabalho diurno, o modo claro continua a oferecer melhor contraste e legibilidade.Em suma, o modo escuro não é uma solução médica nem uma forma garantida de proteger a visão, mas pode contribuir para o conforto visual em determinadas situações.O mais importante é ajustar o brilho do ecrã, garantir uma boa iluminação ambiente e fazer pausas regulares.Afinal, o verdadeiro segredo para preservar a saúde ocular continua a ser o equilíbrio, entre luz e sombra, entre ecrãs e descanso.

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Rio atmosférico atinge Açores e avança para Portugal continental: quarta-feira poderá ser o dia mais chuvoso da semana

Portugal continental vive este fim de semana sob a influência de um anticiclone que traz uma pausa bem-vinda na instabilidade atmosférica. No entanto, a partir de segunda-feira, um rio atmosférico trará chuva intensa e vento forte. A tarde deste sábado (8) e o início de domingo (9) em Portugal continental serão marcados por tempo estável e anticiclónico, com céu geralmente limpo, vento fraco e temperaturas típicas outonais, especialmente nas regiões do litoral e do Sul. Contudo, apesar da estabilidade predominante durante o dia de domingo, o cenário poderá mudar a partir do final da tarde. Prevê-se o regresso da chuva, em especial nas regiões do Centro e Norte entre o início da noite e as primeiras horas de segunda-feira (10). Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações. Para a segunda-feira, dia 10, prevê-se a ocorrência de chuva ligeira e dispersa na Região Norte e no interior Centro de Portugal continental, com especial destaque para os distritos de Porto, Braga, Vila Real, Aveiro e Viseu. No Sul do país, a probabilidade de precipitação será muito baixa, embora se espere uma cobertura de céu mais nublado ao longo da tarde. As temperaturas máximas deverão situar-se por volta de 20–21 °C no litoral Sul e 17–18 °C no Norte, enquanto as mínimas poderão descer para 8-10 °C nas regiões interiores e para cerca de 11–13 °C nas zonas costeiras, marcando uma madrugada mais fresca.Nova instabilidade a caminho dos Açores, saiba o que esperarA partir da noite de segunda-feira, dia 10, um rio atmosférico (uma extensa corrente de ar húmido transportando abundância de vapor de água) deverá atingir o arquipélago dos Açores, trazendo consigo condições de forte instabilidade meteorológica. De segunda a terça-feira, um rio atmosférico irá atingir o arquipélago dos Açores (inicialmente), transportando abundância de vapor de água do Atlântico. O fenómeno afetará todas as ilhas e deslocar-se-á até Portugal continental (durante terça-feira), trazendo chuva intensa e persistente e elevada percentagem de humidade relativa. As previsões indicam chuva persistente e intensa, com especial incidência na ilha do Pico, onde os acumulados horários poderão atingir cerca de 7 mm/h, e rajadas de vento até 100 km/h. Este episódio de mau tempo deverá prolongar-se durante toda a noite de segunda (10) e a madrugada de terça-feira (11), afetando também as restantes ilhas do grupo central e ocidental, ainda que com menor intensidade. Durante a passagem do rio atmosférico pelo arquipélago dos Açores, as rajadas de vento poderão atingir valores elevados de 100 km/h.Durante a terça-feira (11), à medida que o sistema se desloca para leste, o rio atmosférico atravessará o Atlântico em direção a Portugal continental. A sua chegada ao território está prevista para ao final da tarde, inicialmente nas regiões do Norte e Centro, onde se esperam chuvas contínuas e pontualmente fortes. O avanço desta corrente húmida marcará o início de um novo período de instabilidade, com a humidade relativa a aumentar e o vento a intensificar-se gradualmente, sobretudo nas áreas costeiras.Precipitação mais significativa prevista para quarta-feira, quais as regiões mais afetadas?Será, no entanto, na quarta-feira (12) que se prevê o pico da precipitação em Portugal continental, momento em que o núcleo principal do rio atmosférico deverá atravessar o país. Precipitação acumulada prevista para o dia 12 às 22h, destacando as regiões mais afetadas: Braga, Porto, Aveiro e Lisboa.Espera-se chuva generalizada e persistente, com acumulados significativos em curtos períodos (especialmente nas zonas montanhosas) e risco de inundações localizadas, especialmente do Norte e Centro. A região litoral do norte do país será a mais afetada, com acumulados de 61.4 mm em Braga, 56.3 mm no Porto e 47.7 mm em Aveiro. Artigo relacionadoAs temperaturas vão baixar a esta hora no domingo: 3 ºC na Guarda, 4 ºC em Bragança e 8 ºC no Porto; veja maisEste episódio, embora de curta duração, será um dos mais expressivos das últimas semanas, evidenciando a força e o impacto destes corredores de humidade no regime meteorológico do Atlântico Norte.

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As suas plantas de interior sentem o outono: um guia para as proteger das mudanças de luz e temperatura

Quando o outono chega, as suas plantas também o sentem: a luz diminui, a sua energia diminui e, se não ajustar a sua rotina de cuidados, o inverno pode tornar-se o seu pior inimigo.Com menos luz, muitas plantas inclinam-se em direção à janela. Girá-las ajuda no crescimento simétrico e previne o stress no caule.Quando chega o outono e a maioria de nós pensa em abóboras, camisolas aconchegantes e guloseimas da estação, as nossas plantas de interior também sentem a mudança. Mesmo vivendo dentro de casa, apercebem-se do outono — não porque vejam as folhas a cair lá fora, mas porque o seu ambiente se transforma: os dias ficam mais curtos, o ar mais frio e o seu crescimento diminui.Durante esta estação, as plantas entram numa espécie de modo de poupança de energia. Já não estão focadas no crescimento como na primavera e no verão, mas sim em conservar as suas forças. Pense nisso como o período de repouso delas. O problema é que muitos de nós continuamos a tratá-las da mesma forma — a mesma rega, a mesma fertilização, o mesmo local.É aí que começam os problemas: folhas amarelas, fungos, raízes a apodrecer ou plantas murchas com um aspeto misteriosamente triste. Pode parecer um exagero, mas 70% dos problemas com plantas de interior durante o outono e o inverno são causados por rega e iluminação inadequadas.A boa notícia é que, com alguns ajustes simples, as suas plantas podem desfrutar de um outono feliz e ressurgir vigorosas na primavera. Trata-se de observar mais, interferir menos e compreender que o crescimento natural tem pausas — e o outono é uma delas.Colocar um copo de água perto da planta, agrupar os vasos ou usar um humidificador ajuda, embora não seja necessário em todos os casos.Se quer evitar aquele momento de pânico em que a sua planta parece subitamente murchar e não consegue descobrir porquê, esta informação será muito útil. Vamos ver como ajudar as suas plantas a sobreviver — e até a prosperar — durante esta estação em que a luz diminui, a rega é mais frequente e os nutrientes escasseiam.As suas plantas sentem o clima de outono mesmo dentro de casaAs plantas percebem a luz do dia através de um processo chamado fotoperiodismo, o que significa que o seu relógio biológico se ajusta à duração da exposição à luz. Mesmo em ambientes interiores, as horas de luz natural influenciam o seu metabolismo — irá reparar nisso porque muitas plantas deixam de produzir novas folhas com tanta frequência.O ar seco do outono e do inverno pode ser prejudicial. Quando ligamos o aquecimento ou diminuímos a ventilação, a humidade desce. Para plantas tropicais como as calateias ou as marantas, isto pode ser fatal de forma silenciosa.Com a chegada do outono, o ar fresco da manhã torna-se percetível. Dentro de casa, talvez não o sintamos tanto, mas as plantas sim. Mesmo uma descida de dois ou três graus na temperatura pode sinalizar-lhes que está na altura de abrandar o ritmo — e se vive numa região mais fria, a mudança é ainda mais evidente. Algo tão simples como uma janela fria à noite pode afetá-las.É por isso que algumas plantas perdem folhas, especialmente as tropicais ou de crescimento rápido, como a jiboia, a monstera e a fittonia. É normal. O importante é manter a calma e não reagir de forma exagerada.Reduzir a rega: o erro mais comumNo outono, as plantas não absorvem água na mesma proporção, pelo que precisam de menos. Em climas mais frios, o solo demora mais tempo a secar e as raízes continuam a precisar de oxigénio — se houver muita humidade, sufocam literalmente e começam a apodrecer.Artigo relacionadoCuidados simples com o cacto de Natal: com que frequência deve regar para uma floração bem sucedidaSe notar folhas amareladas a começar na parte inferior da planta ou caules moles ao toque, é um sinal de alerta: pode ser o início de um processo de apodrecimento das raízes. A regra de ouro aqui é simples: na dúvida, não regue. A sua planta prefere ficar um pouco com sede a afogar-se.Nos meses mais quentes, o solo seca mais rapidamente devido à evaporação e à maior transpiração. No outono, ocorre o contrário: o solo permanece húmido durante mais tempo e a planta absorve menos água.Menos luz: como adaptar-se sem stressar as suas plantasNo outono, a luz muda. Os dias tornam-se mais curtos e o sol incide em ângulos diferentes. Isto significa que muitas plantas que prosperavam num determinado canto durante o verão, de repente, recebem metade da luz.A fotossíntese é ativada principalmente entre os 400 e os 700 nm de luz visível. Um LED branco frio (cerca de 5000K) imita bem esta faixa, tornando-se um ótimo aliado no outono.As plantas tropicais e as que têm folhagem grande são mais sensíveis porque necessitam de boa luminosidade para a fotossíntese. Se notar folhas novas mais pequenas, coloração mais pálida ou crescimento inclinado em direção à janela, é sinal de que não estão a receber luz suficiente.Uma potente lâmpada LED branca, colocada a 40-60 cm de distância, já faz a diferença.Aproximar as plantas um pouco mais das janelas ajuda bastante. Outra opção é utilizar luz artificial. Não precisa de equipamentos caros — uma boa lâmpada LED branca a 40 ou 60 cm de distância já ajuda. A constância é mais importante do que a intensidade extrema.Pare de fertilizar: o descanso é realOutro ponto importante: não fertilize durante o outono e o inverno, exceto em plantas que se mantêm muito ativas, como algumas ervas ou fetos vigorosos. Nesta altura, o crescimento diminui e as raízes não absorvem nutrientes à mesma velocidade.Ao fertilizar, corre o risco de queimar as raízes ou provocar a acumulação de sais no solo, o que bloqueia os nutrientes e, posteriormente, resulta em folhas amareladas ou secas. Pense nisto como forçar a sua planta a alimentar-se quando não está com fome.Artigo relacionadoPorque é que os jardineiros utilizam cortiça nos vasos de flores? É uma forma simples e natural de proteger as plantasO melhor presente que pode dar às suas plantas no outono é a paz. Nada de fertilizantes, nada de replantações, nada de mudanças drásticas. Guarde estas tarefas para a primavera, quando o seu metabolismo está ativo e respondem melhor.No final de contas, o outono não é uma sentença de morte para as plantas — é apenas mais uma fase. O problema é que, se continuarmos a tratá-las como se fosse verão, é normal que murchem ou adoeçam. É como ser obrigado a correr uma maratona de pijama em pleno inverno — simplesmente não é a altura certa. A sua planta precisa apenas de calma, menos água, boa luminosidade e zero fertilizante.

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Amanhã, dia 9 de novembro, poderemos contar com temperaturas mínimas próximas de 0 ºC: saiba em que regiões!

Este sábado, dia 8, amanheceu com algumas abertas, adivinhando-se um dia sem chuva. Esta tendência poderá manter-se em boa parte do dia de amanhã, 9, ainda que se espere uma diminuição generalizada das temperaturas.Mais informações: As temperaturas vão baixar a esta hora no domingo: 3 ºC na Guarda, 4 ºC em Bragança e 8 ºC no Porto; veja maisOs últimos dias trouxeram chuva e uma descida generalizada das temperaturas. No entanto, este fim de semana arrancou com uma maior estabilidade atmosférica, adivinhando-se um sábado mais seco, assim como uma boa parte de domingo a seguir esta tendência. Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações. Desta forma, o dia de hoje (8) contará com sol e ausência de precipitação, ainda que os valores máximos de temperatura devam permanecer entre os 12 ºC na Guarda e os 22 ºC em Lisboa. As noites já se sentem mais frias, sendo que, especialmente no Nordeste Transmontano e Beira Interior, os valores possam diminuir para os 6 ºC e os 5 ºC, respetivamente, nas últimas horas do dia.Todos os distritos do litoral estarão sob aviso amarelo de agitação marítima ao longo das próximas horas, segundo o IPMA.Para além disto, o mar encontra-se agitado. O IPMA emitiu aviso amarelo de agitação marítima para os distritos de Aveiro, Braga, Coimbra, Leiria, Lisboa, Porto e Viana do Castelo, em vigor a partir das 12h até à meia-noite de amanhã, dia 9. Os distritos de Beja, Faro e Setúbal encontrar-se-ão sob o mesmo aviso a partir das 15h, também até à próxima meia-noite.Domingo trará de volta a chuva, mas antes as temperaturas diminuemA madrugada de domingo deverá arrancar com céu praticamente limpo, no entanto, espera-se a formação de nuvens nas horas seguintes, de Norte para Sul. Nas primeiras horas da manhã não se descarta a possibilidade de chuva fraca no noroeste do país, ainda que a mesma possa ser de passagem rápida.No entanto, é esperado que ao longo da tarde a chuva possa regressar não só ao noroeste, como a outras zonas do Norte e Centro, podendo, inclusive, intensificar-se em regiões como o noroeste e Beira Litoral.Para as regiões montanhosas do Norte e Centro esperam-se valores de temperatura mínima entre 1 a 2 ºC, na madrugada de domingo.Antes do regresso da chuva, ainda durante a madrugada de domingo, poderemos esperar uma descida generalizada dos valores de temperatura, onde a maior parte da nossa geografia continental deverá contar com valores mínimos abaixo dos 9 ºC. As exceções são o litoral algarvio, onde Faro deverá registar mínima de 13 ºC, e a faixa entre o litoral alentejano e o litoral oeste, onde se esperam valores mínimos de 14 ºC em Sines e Peniche.Regiões montanhosas do Norte e Centro com os termómetros perto dos 0 ºCComo podemos observar no mapa acima, as cotas mais elevadas do Norte e Centro deverão ser as mais frias, como é habitual nesta altura do ano, onde em ambos os locais se podem esperar valores de cerca de 1 ou 2 ºC de mínima, não se descartando a possibilidade de o ponto mais alto da Serra da Estrela alcançar 0 ºC. Artigo relacionadoJá há data para a próxima grande depressão atlântica: 2000 quilómetros de diâmetro e frentes a afetar Portugal A Beira Interior e o Nordeste Transmontano poderão contar com valores mínimos de cerca de 3 ºC. Já a faixa litoral entre Aveiro e Leiria deverá contar com os valores mais baixos do litoral em geral. Sendo esperados entre 7 a 8 ºC de temperatura mínima. Segundo a mais recente atualização do ECMWF, na madrugada de segunda-feira, as mínimas deverão aumentar.

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Engenheiros navais e ecologistas unem-se para repensar as ligações entre o mar e a terra

Ao repensar as ligações entre o mar, a terra e as costas, o projecto COAST-SCAPES pode oferecer um novo futuro aos litorais que conhecemos, degradados pela erosão e pelas alterações climáticas.A degradação costeira leva à deterioração dos habitats nas zonas de encontro entre a terra e o mar.A erosão costeira é um problema mundial que deverá agravar-se com a subida do nível do mar devido às alterações climáticas. O reforço da resiliência costeira é uma prioridade para muitos grupos, mas requer uma análise holística da natureza, dos ecossistemas e das comunidades costeiras. A Universidade de Plymouth divulgou este ano informações que mostram que houve um aumento das estruturas de defesa costeira para combater a subida do nível do mar e o aumento das tempestades, mas os seus impactos nos ecossistemas foram em grande parte ignorados.O novo projeto COAST-SCAPES foi recentemente financiado pela Comissão Europeia. O recém-lançado COAST-SCAPES propõe uma reconsideração dos ecossistemas costeiros para aumentar a sua resiliência e melhorar a biodiversidade da vida costeira.Pensamento colaborativoEste é um esforço colaborativo que reúne engenheiros navais, ecologistas marinhos e especialistas em biodiversidade. Todos estes profissionais reuniram-se em Barcelona no mês passado (Outubro de 2025) para dar início a este projeto de geração de resiliência climática ao longo da costa. Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações. A reunião de lançamento foi organizada pelo Laboratório de Engenharia Marítima da Universidade Politécnica da Catalunha. O foco foi apresentar a visão do projeto, incluindo os objetivos científicos e de comunicação ao longo do processo. Durante os dois dias, os parceiros tiveram a oportunidade de apresentar as suas missões no âmbito do projeto COAST-SCAPES. Isto permitiu que cada grupo definisse os seus próprios caminhos, orientados pela comunidade e pela ciência. Objetivo geralO principal objetivo é que a equipa co-crie soluções de resiliência para paisagens costeiras, desenvolvendo sistemas de alerta climático, bem como estratégias baseadas no conhecimento, utilizando soluções inspiradas na natureza para melhorar as interações entre terra e mar. O professor Manel Grifoll afirmou: “O projeto COAST-SCAPES é um esforço coletivo para repensar a forma como coexistimos com os sistemas costeiros. Ao integrar processos naturais, tecnologia e conhecimento comunitário, pretendemos criar paisagens adaptáveis que protejam a biodiversidade e apoiem os meios de subsistência sustentáveis. A nossa ambição é construir costas resilientes que possam prosperar, e não apenas sobreviver, sob as alterações climáticas.”Artigo relacionadoAs observações de satélite confirmam a previsão da variação do nível do mar dos anos 90Parte do projeto envolverá planos de resiliência em grande escala, protegendo os ecossistemas costeiros ao longo do processo e, ao mesmo tempo, abordando os desafios infraestruturais que se avizinham. Este é um exemplo concreto de colaboração intersetorial, pois não só estarão envolvidos engenheiros e ecologistas, como também ativistas, legisladores e representantes da administração pública. Esta abordagem colaborativa permite soluções baseadas na natureza que se integram harmoniosamente na sociedade humana, visando um futuro sustentável ao longo da costa. Referência da notíciaCOAST-SCAPES a new Horizon Europe project to support land-coast-sea systems under climate change. Pensoft Publishers. October 2025.Hawkins et al: Hindsight informs foresight: revisiting millennial forecasts of impacts and status of rocky shores in 2025 – is published in Marine Pollution Bulletin, DOI: 10.1016/j.marpolbul.2025.118214.

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Luzes, mercados e magia: o grande guia do Natal em Portugal

De norte a sul, cidades e vilas preparam-se para receber a época festiva com programas especiais, decorações únicas e atividades para toda a família. Saiba tudo.Natal 2025: Portugal prepara-se para o brilho mais mágico do ano. Foto: UnsplashÀ medida que as noites ficam mais frias e os dias mais curtos, há sinais claros de que o Natal está mesmo a chegar. Em várias cidades do País, as equipas já trabalham a todo o vapor na montagem das iluminações e decorações que, em breve, vão transformar ruas, praças e avenidas em verdadeiros postais luminosos. Pois, é. O espírito natalício começa a sentir-se cedo — e este ano promete ainda mais luzes, mercados e animações do que o habitual.Seja em Lisboa, onde a cidade se prepara para um espetáculo de brilho sem precedentes, em Óbidos, que volta a vestir as suas muralhas com a magia de contos de fadas, ou em Santa Maria da Feira, com o seu tradicional Perlim, há programas para todos os gostos e idades. O Natal de 2025 em Portugal promete unir tradição, criatividade e sustentabilidade — e, claro, muitos motivos para sair à rua e celebrar.Está pronto para descobrir tudo o que aí vem?Lisboa ilumina-se com ambiçãoNa capital, o arranque oficial das luzes de Natal está marcado para o dia 22 de novembro, no Terreiro do Paço. O momento contará, como é tradição, com um espetáculo de música, fogo de artifício e o acender da grande árvore de 30 metros. Este ano, Lisboa aposta em cerca de 182 quilómetros de luzes LED, distribuídos por 46 ruas e praças, com mais de mil estruturas luminosas e perto de seis mil peças decorativas.Artigo relacionadoO país cheira a chuva, mas as castanhas continuam a assar: feiras e mercados para visitar esta semanaA Baixa lisboeta será novamente o epicentro da magia, com a Rua Augusta, Rua Garrett e Rua do Ouro a ganhar “nuvens de luz”, estrelas e arcos luminosos. As iluminações vão estender-se até 6 de janeiro, e o investimento mantém-se nos 750 mil euros, apostando em eficiência energética e baixo consumo.O Wonderland Lisboa, o mercado de Natal que ocorre no Parque Eduardo VII, acontece de 28 de novembro de 2025 a 4 de janeiro de 2026. Foto: UnsplashAlém das luzes, a cidade recebe o Wonderland Lisboa, no Parque Eduardo VII, um dos maiores mercados de Natal do país. Pista de gelo, roda-gigante, carrosséis e dezenas de bancas de artesanato e gastronomia farão parte deste evento que atrai milhares de visitantes.Porto: tradição e charmeMais a norte, o Porto prepara-se para acender as luzes a 1 de dezembro, num evento que costuma reunir centenas de pessoas na Avenida dos Aliados. A árvore gigante regressa a este ponto emblemático, e mais de 90 ruas da cidade vão ganhar decorações luminosas.Os mercados de Natal estendem-se pela cidade, com destaque para a Praça da Batalha (28 de novembro a 31 de dezembro) e a Cordoaria (29 de novembro a 30 de dezembro), onde as bancas de artesanato e produtos regionais garantem presentes únicos e aquele cheirinho a vinho quente e rabanadas.Santa Maria da Feira: o encanto do PerlimEm Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro, o Natal chega sempre mais cedo. As montagens começaram ainda em outubro, e o centro da cidade já exibe estrelas, corações e bolas luminosas. O Mercado de Natal abre oficialmente no 22 de novembro, no Largo do Rossio, e contará com dezenas de expositores de restauração, artesanato e produtos locais."É no mundo encantado da Quinta do Castelo que se encontra Perlim, o lugar da fantasia onde todos são convidados a sonhar e a viver a magia do Natal." Foto: perlim.ptMas o grande destaque é o Perlim, o parque temático natalício instalado junto ao castelo, que regressa entre 29 de novembro e 30 de dezembro de 2025. É um verdadeiro mundo de fantasia, com espetáculos diários, personagens saídas de contos de fadas e uma decoração que transforma toda a cidade num cenário mágico — perfeito para famílias.Óbidos: uma vila de conto de NatalPoucos lugares vivem o Natal com tanta intensidade como Óbidos. A vila medieval, envolta por muralhas, recebe mais uma edição da Óbidos Vila Natal, entre 28 de novembro de 2025 e 4 de janeiro de 2026. Este ano, o tema será A Grande Fábrica do Natal, prometendo oficinas, diversões, pista de gelo, carrosséis e um mercado de artesanato repleto de produtos típicos da região.Com as suas ruelas decoradas e o ambiente histórico, Óbidos é um dos destinos natalícios mais fotogénicos do país. Quem quiser evitar multidões deve optar por visitar durante a semana, especialmente ao final da tarde, quando as luzes começam a brilhar e o ambiente é mais tranquilo.Leiria: Natal com alma familiarNo centro do país, Leiria volta a organizar o evento Leiria Natal, de 28 de novembro de 2025 a 6 de janeiro de 2026. Nesta época, a cidade ganha uma Aldeia do Pai Natal, pista de gelo, carrossel e mercado, sempre com um forte foco nas famílias. Artigo relacionadoTalvez não as conheça, mas estas três aldeias portuguesas estão entre as melhores do mundoAs praças centrais transformam-se em zonas pedonais cheias de cor e luz, e a programação inclui concertos e atividades gratuitas.Braga: tradição minhota e luzes festivasEm Braga, o Natal é sinónimo de tradição. As luzes acendem-se a 1 de dezembro de 2025 e prolongam-se até ao Dia de Reis. A Avenida Central e o Largo do Pópulo recebem o mercado de Natal, com produtos regionais, doces típicos e um encantador carrossel vintage. Há também uma pista de gelo e várias atividades culturais.Funchal: Natal à beira-marNa Madeira, o Funchal vive o Natal de forma única. As iluminações, previstas para o início de dezembro, estendem-se até 7 de janeiro e transformam a cidade num espetáculo de cor à beira-mar.É especial. Foto: visitmadeira.comAs ruas do centro histórico e a zona da Sé são decoradas com milhões de luzes, enquanto o mercado de Natal, junto à Avenida Arriaga, oferece flores, bordados e sabores madeirenses.Caldas da Rainha: Natal encantado e antecipadoMais cedo do que em quase todo o país, as Caldas da Rainha inauguram o seu Natal Encantado a 16 de novembro de 2025, com concerto e animação. O centro histórico será decorado com milhares de luzes, seis edifícios temáticos e uma árvore principal que promete ser o novo ponto de encontro da cidade. O evento prolonga-se até 6 de janeiro de 2026.Dicas para aproveitar a épocaO Natal de 2025 promete espalhar brilho de norte a sul do país. De grandes cidades a vilas históricas, Portugal prepara-se para uma temporada luminosa, festiva e repleta de motivos para sair de casa.Independentemente do destino escolhido, vale a pena planear a visita com antecedência. Os mercados costumam ser mais tranquilos durante a semana e ao final da tarde. E, se quiser um conselho de amigo, leve roupa quente e calçado confortável, especialmente em locais com calçada antiga, como Óbidos ou Braga. Em dias de fim de semana, prepare-se para filas. E, claro, não passeie desprevenido. Consulte sempre as previsões meteorológicas. Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações.Se viajar com crianças, dê prioridade a destinos com atividades dedicadas aos mais pequenos, como Santa Maria da Feira, Óbidos ou Leiria. E, claro, reserve um tempo para saborear os clássicos da época: um bom chocolate quente, rabanadas ou castanhas assadas, que nunca sabem melhor do que sob as luzes do Natal.

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Oceanos, florestas e solos estão a atingir o pico de carbono, alerta relatório nas vésperas da COP30

Os sumidouros naturais de carbono do planeta – os oceanos, as florestas e os solos – estão a atingir os seus limites, absorvendo menos carbono do que o esperado e representando um risco significativo de retrocesso nas metas climáticas globais.As florestas estão a perder a sua capacidade de armazenar carbono.Décadas de alterações climáticas enfraqueceram a capacidade dos sistemas terrestres e oceânicos de absorver as emissões de carbono, de acordo com um novo relatório divulgado nas vésperas das negociações climáticas da ONU na COP30.Elaborado por mais de 70 cientistas de 21 países, o relatório sugere que a dependência exclusiva da natureza para compensar a poluição de carbono já não é suficiente. Os autores recomendam a implementação em larga escala de novas tecnologias de remoção de carbono, em conjunto com cortes urgentes nas emissões.“Há muito tempo contamos com as florestas e os solos para limpar silenciosamente a nossa poluição de carbono, mas a sua capacidade está a diminuir”, disse a professora Sabine Fuss, chefe de departamento do Instituto Potsdam para Pesquisa do Impacto Climático e membro do conselho editorial do relatório.“Isto significa que podemos estar a subestimar a lacuna de emissões atual, bem como o ritmo do aquecimento futuro”, acrescentou. Habilidade enfraquecidaA Dra. Katie Smith, da Associação de Biologia Marinha de Plymouth, é uma das coautoras do relatório sobre o aumento acelerado da temperatura da superfície do mar e a intensificação das ondas de calor marinhas.“O oceano tem sido o nosso maior aliado na mitigação dos impactos das alterações climáticas; as evidências são claras de que o aumento das temperaturas e a intensificação das ondas de calor marinhas estão a enfraquecer a capacidade do oceano de armazenar carbono”, afirmou ela.“Estas mudanças já estão a afetar os ecossistemas marinhos, a pesca e as comunidades que dependem deles”, disse.Há muito tempo que contamos com as florestas e os solos para limpar silenciosamente a nossa poluição atmosférica, mas a sua capacidade está diminuindo.Smith também observou que as ondas de calor marinhas estão a ocorrer com mais frequência e a durar mais tempo, com temperaturas da água de 3 a 5 graus Celsius acima do esperado para esta época do ano, às vezes durante meses seguidos.“Estes eventos destroem florestas de algas, branqueiam recifes de coral e desencadeiam efeitos em cascata que se propagam por ecossistemas inteiros”, disse.As ondas de calor marinhas estão a tornar-se mais frequentes e intensas. Apesar dos desafios, houve progresso em soluções, afirmou Smith. “Pela primeira vez, podemos prever quando e onde as ondas de calor marinhas provavelmente ocorrerão”."Isto dá-nos uma janela de oportunidade para agir – para estudá-los em tempo real, aconselhar o setor da pesca e preparar as indústrias costeiras antes que o dano seja feito", afirmou.Avanços críticos na ciência climáticaO relatório resume os avanços mais importantes na ciência climática dos últimos 18 meses. Entre eles, estão evidências de que o aquecimento global possivelmente está a acelerar; que os níveis de água subterrânea estão a diminuir; que o aquecimento está a ampliar a disseminação de surtos de dengue e os impactos do stress térmico na produtividade do trabalho.Sobre as soluções, afirma que a remoção de dióxido de carbono – onde o gás é retirado da atmosfera e armazenado em formações geológicas, oceanos ou produtos – é necessária, mas deve concentrar-se nas emissões de difícil redução, como as da aviação internacional e de alguns setores industriais.Enquanto isso, os mercados de carbono enfrentam desafios de integridade e precisam de parâmetros mais robustos e maior transparência, conclui o relatório.Referência da notícia10 New Insights in Climate Science 2025/2026. 06 de novembro, 2025.

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Conselho Económico e Social pede mais dotação orçamental para a agricultura familiar e a estratégia “Água que Une”
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Plano da Agricultura para 2026 nos Açores reforça apoios ao rendimento e sustentabilidade
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Plano da Agricultura para 2026 nos Açores reforça apoios ao rendimento e sustentabilidade
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Plano da Agricultura para 2026 nos Açores reforça apoios ao rendimento e sustentabilidade
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Imagem do Observatório Europeu do Sul mostra um misterioso “morcego” no céu

Uma nova imagem da Nebulosa do Morcego foi captada pelo Observatório Europeu do Sul, formada por vastas nuvens de gás e poeira onde nascem novas estrelas a uma distância de 10.000 anos-luz.Uma vista telescópica de uma nuvem cósmica contra um céu escuro e estrelado. A nuvem assemelha-se a um morcego em voo, com as asas estendidas. É maioritariamente vermelha, com algumas áreas parcialmente obscurecidas por nuvens de poeira escura. Um morcego misterioso foi visto a sobrevoar o Observatório Paranal do Observatório Europeu do Sul (ESO), no Chile, na altura do Halloween. Graças ao seu amplo campo de visão, o Very Large Telescope (VLT) conseguiu captar esta grande nuvem de gás e poeira cósmica, cujo aspeto fascinante faz lembrar a silhueta de um morcego. Fonte: ESOLocalizado a cerca de 10.000 anos-luz de distância, este “morcego cósmico” voa entre as constelações meridionais de Circinus e Norma. Abrangendo uma área celestial equivalente a quatro luas cheias, parece estar à procura de alimento no ponto brilhante diretamente acima de si.A Nebulosa do MorcegoEsta nebulosa é um berçário estelar, uma vasta nuvem de gás e poeira onde nascem as estrelas. As jovens estrelas que a compõem libertam energia suficiente para excitar os átomos de hidrogénio circundantes, fazendo-os brilhar com a intensa tonalidade vermelha que se vê nesta imagem impressionante. Os filamentos escuros da nebulosa assemelham-se ao esqueleto de um morcego espacial.Estas estruturas são acumulações de gás que são mais frias e mais densas do que as que as rodeiam, com grãos de poeira a bloquear a luz visível das estrelas por detrás delas. Batizadas com o nome de um extenso catálogo de regiões brilhantes de formação de estrelas no céu meridional, as nuvens mais proeminentes aqui são a RCW 94, que representa a asa direita do morcego, e a RCW 95, que forma o seu corpo, enquanto as outras partes do morcego permanecem sem nome.Imagem criada pela combinação de observações efctuadas com diferentes filtrosEsta espantosa região de formação de estrelas foi captada pelo VST, um telescópio que pertence e é operado pelo Instituto Nacional Italiano de Astrofísica (INAF) no Observatório Paranal do ESO, no deserto de Atacama, Chile. O VST é perfeitamente adequado para captar estas enormes e misteriosas criaturas. A bordo está a OmegaCAM, uma câmara de 268 megapixéis de última geração que permite ao VST captar imagens de vastas áreas do céu.Artigo relacionadoNascimento de uma estrela: Telescópio James Webb revela segredos da Nebulosa da LagostaEsta imagem foi criada pela combinação de observações efetuadas com diferentes filtros, transparentes a várias cores ou comprimentos de onda da luz. A maior parte da forma de morcego, incluindo o brilho vermelho, foi captada em luz visível como parte do levantamento fotométrico Hα do plano e bojo galáctico meridional (VPHAS+) do VST.Dados adicionais de infravermelhos acrescentam um toque de cor às áreas mais densas da nebulosa e foram obtidos com o Visible and Infrared Survey Telescope for Astronomy (VISTA) do ESO, no âmbito do estudo VISTA Variables in the Milky Way (VVV). Ambos os estudos estão abertos a todos os que queiram explorar este vasto universo de imagens cósmicas. Referência da notíciaESO, Observatorio Europeo Austral

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O solo tem memória e recorda-se das condições de seca, diz novo estudo

O que o solo consegue recordar e como isto pode ajudar as plantas a adaptarem-se a condições de seca? Uma nova investigação explica.O solo tem memória e lembra-se e adapta-se às condições de seca, diz novo estudo.O solo possui uma "memória", e esta memória pode ajudar as plantas a responder à seca, segundo uma nova investigação da Universidade de Nottingham e da Universidade de Kansas.A investigação mostra que as comunidades microbianas no solo "lembram-se" de climas e eventos ambientais passados, e essa memória influencia a forma como algumas plantas respondem a novas secas.Legado climáticoAs secas estão a tornar-se mais frequentes e severas, impulsionadas pelas constantes alterações climáticas. Estas secas representam uma grande ameaça para as plantações e os ecossistemas naturais.A seca altera a microbiota do solo, selecionando características funcionais que preservam a aptidão em condições de seca. No novo estudo, os investigadores examinaram como as diferenças de longo prazo na precipitação moldam os microrganismos do solo e se essas mudanças influenciam a forma como as plantas respondem a futuras secas.“As bactérias, os fungos e outros organismos que vivem no solo podem acabar por ter efeitos importantes em coisas que importam, como o sequestro de carbono, o transporte de nutrientes e, o que nos interessa particularmente, os efeitos residuais nas plantas”, disse Maggie Wagner, professora de ecologia e biologia evolutiva na Universidade do Kansas.Artigo relacionadoAcelerar a seleção natural no laboratório: ensinar novos truques aos genes das plantasOs efeitos residuais ou memória ecológica descrevem como o stress passado – neste caso, a seca – influencia a forma como a microbiota responde a futuros desafios ambientais. Mas o impacto dos efeitos residuais da precipitação sobre os microrganismos do solo e as plantas ainda não está claro, especialmente no contexto de futuras secas.“Não entendemos realmente como funcionam os efeitos do legado climático”, disse Wagner. “Por exemplo, que micróbios estão envolvidos no nível genético e como isto funciona? Que genes bacterianos estão a ser influenciados? Também não entendemos como este legado climático se desloca pelo solo até aos micróbios e, eventualmente, até à planta”.Variação das chuvasOs investigadores analisaram solos de seis pradarias no Kansas, cada uma com níveis de precipitação muito diferentes. Eles identificaram micróbios e genes microbianos específicos ligados ao histórico de chuvas e, em seguida, testaram o efeito desses legados microbianos no desempenho das plantas durante uma experiência controlada de seca.Os resultados também mostram como a exposição histórica ao stress hídrico remodela a microbiota do solo, influenciando, em última análise, a forma como certas espécies de plantas lidam com futuras condições de seca. O estudo revelou que micróbios de solos mais secos ajudaram uma gramínea nativa da pradaria a lidar melhor com a seca, mas não conferiram o mesmo benefício ao milho. A sequenciação de RNA das raízes mostrou que os micróbios expostos a baixas precipitações anteriores apresentaram uma expressão alterada de genes de plantas envolvidos na transpiração e na eficiência intrínseca do uso da água durante a seca.A análise das raízes mostrou que a microbiota do solo exposta a períodos anteriores de baixa pluviosidade apresentou expressão alterada de genes vegetais.Os resultados também podem ajudar no desenvolvimento de culturas resistentes às alterações climáticas no futuro, afirmou o Dr. Gabriel Castrillo, líder do grupo da Escola de Biociências da Universidade de Nottingham.“As comunidades microbianas do solo têm a capacidade de se adaptar rapidamente às mudanças ambientais e ajudar as plantas a resistir ao stress hídrico”, disse Castrillo. “Notavelmente, estas comunidades microbianas também podem 'lembrar-se' de condições ambientais passadas, um fenómeno conhecido como efeitos de legado ou memória ecológica. Compreender estes legados microbianos pode ajudar-nos a projetar sistemas agrícolas mais resilientes e proteger os ecossistemas sob o stress climático futuro”, acrescentou ele.Referência da notícia Precipitation legacy effects on soil microbiota facilitate adaptive drought responses in plants. 30 de outubro, 2025. Ginnan, et al.

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Pela primeira vez, um planeta extraterrestre tem um mapa 3D da sua atmosfera

Prevê-se que os exoplanetas gigantes altamente irradiados, conhecidos como "Júpiteres ultraquentes", apresentem grandes variações na temperatura e na composição química da atmosfera em função da longitude, latitude e altitude.Análises futuras semelhantes revelarão as propriedades térmicas, químicas e dinâmicas tridimensionais de uma vasta gama de atmosferas de exoplanetas.Durante décadas, os astrónomos estudaram a Grande Mancha Vermelha de Júpiter e as suas faixas de nuvens giratórias através de telescópios cada vez mais potentes, construindo uma compreensão detalhada da atmosfera dinâmica do nosso gigante vizinho. Agora, pela primeira vez, os cientistas criaram um mapa tridimensional de um planeta que orbita uma estrela distante, uma descoberta que promete transformar a forma como estudamos mundos para lá do nosso Sistema Solar.Júpiter "ultraquente"O alvo era o WASP-18b, um “Júpiter ultraquente” localizado a 400 anos-luz da Terra. Este gigante gasoso concentra aproximadamente dez vezes a massa de Júpiter numa órbita escaldante que demora apenas 23 horas a ser completada.Com temperaturas próximas dos 5000 graus, é quente o suficiente para quebrar as moléculas de vapor de água na sua atmosfera e foi agora mapeado exatamente onde estas condições extremas existem em três dimensões.A conquista dependeu de uma técnica chamada mapeamento espectroscópico de eclipses, aplicada pela primeira vez usando dados do Telescópio Espacial James Webb. O conceito é elegante, mas extraordinariamente desafiante. Observações adicionais do JWST podem melhorar a resolução espacial destes mapas, enquanto a aplicação da técnica a outros Júpiteres quentes revelará a diversidade atmosférica em toda esta classe de planetas.À medida que WASP-18b se move para trás da sua estrela hospedeira, diferentes partes do planeta desaparecem e reaparecem da vista. Ao medir alterações mínimas no brilho durante estes eclipses, pequenas frações da já fraca luz planetária, que emite menos de um por cento do brilho da estrela, os cientistas podem ligar regiões específicas às variações de luz observadas.A verdadeira inovação advém da observação simultânea destes eclipses em múltiplos comprimentos de onda. Cores diferentes sondam diferentes camadas atmosféricas porque as moléculas absorvem luz em comprimentos de onda específicos. Ao construir mapas de brilho em múltiplos comprimentos de onda e convertê-los em temperaturas, a equipa conseguiu construir um retrato tridimensional que abrange a latitude, a longitude e a altitude.O vapor de água, por exemplo, absorve fortemente certas cores infravermelhas, mas permite que outras passem sem impedimentos. Ao construir mapas de brilho em múltiplos comprimentos de onda e convertê-los em temperaturas, a equipa conseguiu construir um retrato tridimensional que abrange a latitude, a longitude e a altitude.O retrato tridimensionalO mapa resultante revelou regiões espectroscopicamente distintas no lado diurno de WASP-18b, o hemisfério permanentemente voltado para a sua estrela devido ao acoplamento de maré. Estas zonas diferem drasticamente em temperatura e possivelmente em composição química, confirmando que mesmo os planetas demasiado distantes para serem fotografados diretamente possuem atmosferas complexas e variadas que vale a pena estudar em detalhe.Esta técnica abre um mundo totalmente novo de possibilidades. Júpiteres quentes como o WASP-18b compõem centenas dos mais de 6.000 exoplanetas confirmados, e muitos são observáveis pelo JWST com brilho suficiente para o mapeamento de eclipses.Artigo relacionadoNovo estudo sugere que Júpiter já foi duas vezes maior do que é atualmenteEm vez de tratar os mundos distantes como pontos sem características, os astrónomos podem agora começar a compreendê-los como ambientes dinâmicos e tridimensionais, mapeando as características atmosféricas da mesma forma que mapeámos as tempestades de Júpiter há muito tempo.Observações adicionais do JWST podem melhorar a resolução espacial destes mapas, enquanto a aplicação da técnica a outros Júpiteres quentes revelará a diversidade atmosférica em toda esta classe de planetas. O que começou como um estudo de prova de conceito de um mundo extremo poderá em breve evoluir para um levantamento abrangente, trazendo finalmente os exoplanetas para o foco como lugares reais com geografia, padrões climáticos e estrutura atmosférica que podemos de facto observar e compreender.Referência da notícia Challener, R.C., Weiner Mansfield, M., Cubillos, P.E. et al. Horizontal and vertical exoplanet thermal structure from a JWST spectroscopic eclipse map. Nature Astronomy (2025).

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Evolução da paisagem de Madagáscar: uma história de duas fendas

A assimetria da paisagem de Madagáscar, uma análise geomórfica e modelagem da evolução da ilha através de dois eventos de rifting. Saiba mais aqui!Madagáscar é a quarta maior ilha do mundo, depois da Gronelândia, Nova Guiné e Bornéu.O artigo investiga a evolução topográfica e hidrológica de Madagáscar ao longo de mais de 100 milhões de anos, atribuindo as características assimétricas e diversas da ilha à interação de dois eventos de rifting (formação de fendas continentais) separados por cerca de 80 milhões de anos, posteriormente modificados por atividade vulcânica e tectónica cenozoica tardia.Fases de Rifting e formação da paisagemMadagáscar, uma margem continental passiva com topografia elevada e alta biodiversidade, experimentou duas grandes fases de separação continental:Rifting da África (Jurássico Médio, 170 a 140 Ma), que formou a margem ocidental.Rifting da Índia e Seychelles (Cretáceo Inferior, ~90 Ma), que formou a margem oriental.A ilha separou-se do continente africano há cerca de 160 milhões de anos e isolou-se da Índia há cerca de 88 milhões de anos, permitindo que a vida selvagem evoluísse ao seu próprio ritmo.O estudo propõe que a interação e o basculamento associados a estes dois eventos produziram a paisagem atual, caracterizada por múltiplas escarpas e topografia altamente assimétrica. O basculamento induzido pelo rifting levou a alterações nas áreas de drenagem e migração da divisão de águas.As duas escarpas distintasA ilha apresenta morfologias contrastantes. Existe um planalto de baixo relevo inclinado para oeste com escarpas remanescentes sinuosas ao longo da margem ocidental, e escarpas lineares de alto relevo que correspondem à moderna divisão de águas (o divisor de águas) na margem oriental.A escarpa ocidental terá servido originalmente como o principal divisor de águas, associado ao primeiro evento de rifting. No entanto, após o segundo rifting a leste, Madagáscar sofreu um basculamento para oeste. Esta inclinação fez com que a divisão de águas saltasse para perto da costa leste, e a drenagem do planalto se deslocasse para oeste. Os rios que cruzavam a escarpa ocidental mudaram rapidamente de rios de tipo "divide" para rios de tipo "knickpoint" (com quebras de declive), levando à sua rápida degradação e descontinuidade como característica geomórfica coerente. A escarpa oriental, em contraste, é abrupta e linear, um resultado do recuo da escarpa impulsionado por rios do tipo "divide".Modelação numérica e verificaçãoA modelação numérica de evolução da paisagem simulou um cenário de duplo rifting, demonstrando que a assimetria da paisagem e o contraste morfológico das escarpas resultam de uma mudança no principal divisor de águas. O modelo replica a degradação da escarpa ocidental, com o desenvolvimento de rios tipo knickpoint e a formação de remanescentes isolados de topografia de planalto. Devido a este isolamento, a ilha é um ponto de acesso à biodiversidade, com cerca de 92% dos seus mamíferos, 89% das espécies de plantas e 95% dos répteis sendo endémicos (encontrados apenas lá).As observações de Madagáscar ocidental mostram que os knickpoints estão altamente dispersos em valores de X (distância normalizada), o que é consistente com o modelo de um salto do divisor de águas, mas não com um modelo de soerguimento dependente do tempo.Modificações Cenozoicas Tardias e biodiversidadeA atividade vulcânica e tectónica do Cenozoico Tardio (desde 30 Ma) afetou as regiões central e norte, levando a um ajustamento final da drenagem:Vulcão Ankaratra (AV): O edifício vulcânico atuou como uma barreira topográfica, bloqueando antigos rios que fluíam para oeste e redirecionando-os para leste, fazendo com que o divisor de águas se localizasse no topo do vulcão.Graben de Alaotra-Ankay (AAG) e Bacia de Antongil (AB): A extensão crustal levou à formação de bacias limitadas por falhas, que redirecionaram os rios do planalto de oeste para longitudinal (paralelos ao divisor), mudando o divisor para o bloco de footwall da falha mais a oeste.Madagáscar é frequentemente referida como a "Grande Ilha Vermelha" devido à decomposição do gneisse e granito em terras vermelhas, laterite e murrum que lhe dão uma tonalidade avermelhada permanente.O estudo também estabelece uma correlação positiva entre as taxas de recuo da escarpa oriental (derivadas de concentrações de isótopos cosmogénicos) e a riqueza de espécies de plantas. Artigo relacionadoTetraca-escuro: ave que se temia estar extinta é redescoberta em MadagáscarO aumento nas taxas de recuo para o norte e os saltos do divisor associados ao vulcanismo e à tectónica podem ter aumentado a fragmentação do habitat e a transiência da paisagem, agindo como um motor de especiação. Este trabalho reconstrói a evolução da paisagem de Madagáscar e tem profundas implicações para a compreensão da topografia, hidrologia e desenvolvimento da biodiversidade das margens continentais passivas.Referência da notíciaRomano Clementucci et al., Madagascar’s landscape evolution: A tale of two rifts. Sci. Adv.11, eadw6362(2025). DOI:10.1126/sciadv.adw6362

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A Golegã volta a ser a capital do cavalo: a maior festa do cavalo de Portugal está de regresso ao Ribatejo

A vila ribatejana volta a transformar-se no epicentro da cultura equestre. Entre 7 e 16 de novembro, a Feira Nacional do Cavalo leva milhares de visitantes à Golegã para dez dias de tradição, competição e festa.Descubra tudo o que pode ver e fazer. Foto: feiradagolega.comDurante dez dias, o som dos cascos e o cheiro a castanhas assadas voltam a tomar conta das ruas da Golegã. A vila ribatejana prepara-se para receber, entre 7 e 16 de novembro, a 49.ª edição da Feira Nacional do Cavalo, que decorre em simultâneo com a 26.ª Feira Internacional do Cavalo Lusitano e a tradicional Feira de São Martinho. É o reencontro anual entre tradição e festa, entre o amor pelos cavalos e o convívio popular que faz da Golegã um dos destinos mais carismáticos do outono português.Não se deixe enganar, esta não é apenas uma feira. É um ritual que atravessa gerações. Durante uma semana e meia, a pequena vila do distrito de Santarém transforma-se na capital viva da cultura equestre. Criadores, cavaleiros, tratadores e curiosos chegam de todo o país — e também de fora dele — para assistir às provas, sentir o ambiente e participar num evento que é, ao mesmo tempo, desporto, cultura e celebração.Um programa cheio de energia, tradição e arte equestreE quanto ao programa deste ano? Promete ser dos mais completos de sempre. A organização anunciou mais expositores, novas zonas de exposição e um calendário competitivo repleto de provas, desde a Equitação de Trabalho à Dressage, passando pelos Saltos de Obstáculos, Endurance, Atrelagem e Técnicas de Randonnée Equestre de Competição. Os principais palcos serão o Hippos Golegã, o Arneiro da Feira, a Quinta da Labruja e o Picadeiro da Lusitanus, que ao longo dos dias recebem centenas de cavaleiros e cavalos em demonstrações e concursos.Logo no arranque, a 7 de novembro, o público pode assistir ao Concurso Nacional de Saltos de Obstáculos, uma das provas mais aguardadas, e à abertura do Campeonato Nacional de Atrelagem, que se prolonga durante o fim de semana. No dia seguinte, o destaque vai para o Endurance, prova de resistência que põe à prova a ligação entre cavalo e cavaleiro em percursos que podem ultrapassar os 100 quilómetros.Artigo relacionadoCavalos semisselvagens podem ajudar a reduzir o risco de incêndios florestais e aumentar a biodiversidade A Equitação de Trabalho, que combina técnica, agilidade e herança rural, terá as suas fases decisivas nos dias 15 e 16 de novembro, marcando o encerramento oficial das competições. Para quem prefere a elegância clássica da equitação portuguesa, o Concurso Nacional de Dressage e o Troféu Marquês de Marialva prometem momentos de grande nível, com alguns dos melhores binómios nacionais em pista.Assume-se como o maior evento equestre do País. Foto: feiradagolega.comMas a feira não vive apenas de competição. Todos os anos, o Desfile de Amazonas — em que as cavaleiras montam de lado, como ditava a tradição do século XIX — é um dos pontos altos do evento, misturando tradição, elegância e cor. Também o Cortejo dos Romeiros de São Martinho, na manhã de 11 de novembro, continua a ser um momento de devoção e celebração popular. Centenas de cavaleiros partem da Porta de Fernão Lourenço até à Igreja Matriz, onde recebem a bênção antes de regressar ao Largo do Arneiro.A feira dentro da feira: gastronomia, convívio e animação até de madrugadaE, claro que nem só de cavalos vive a Feira da Golegã. Quem a visita encontra uma vila em festa, com música, aromas e sabores que se confundem com a tradição ribatejana. Este ano, o recinto volta a contar com restaurantes e tasquinhas dedicados à gastronomia local, como o Solar Ribatejano, o Restaurante Lusitanos e o Rédea Curta, onde não faltam pratos de tacho e bons vinhos da região. Para quem prefere um ambiente mais informal, há roulotes espalhadas pelas ruas e as farturas do costume.À noite, o ambiente muda de tom: as casetas e bares da feira enchem-se de gente e tornam-se palco de convívio e dança até de madrugada. O Coparias, com várias versões (Dia, Noite e Taberna), é já um clássico do evento, a par do Cabriolas, que este ano volta a ter entrada gratuita, embora com pulseiras prioritárias disponíveis para quem quiser evitar filas. Entre um copo de abafado e um brinde de ginja, há sempre tempo para reencontrar amigos ou conhecer quem partilha o mesmo entusiasmo pela festa equestre.Artigo relacionadoO país cheira a chuva, mas as castanhas continuam a assar: feiras e mercados para visitar esta semanaSim, também há espaço para momentos mais tranquilos. Exposições, lançamentos de livros, homenagens e aulas abertas completam a programação cultural. Este ano, a feira presta tributo a Manuel dos Santos, figura mítica da tauromaquia nacional, e ao mestre Nuno de Oliveira, reconhecido mundialmente pela sua contribuição para a arte equestre portuguesa.Como chegar, onde ficar e o que não pode perderA Golegã está a cerca de 120 quilómetros de Lisboa e é facilmente acessível por estrada. Durante o evento, a Câmara Municipal reforça a logística com 32 parques de estacionamento, incluindo zonas reservadas a expositores e transportes de cavalos, para evitar congestionamentos no centro. O mapa da feira e o plano de acessos estão disponíveis no site oficial, onde também pode consultar os horários detalhados de todas as provas.Quem decidir prolongar a estadia encontra várias opções de alojamento local, desde casas rurais a pequenas pousadas e hotéis de charme. A vila convida ainda a passear pelas ruas iluminadas, visitar o Museu Martins Correia ou a exposição temporária “Manuel dos Santos e o São Martinho”, patente no museu local.Uma semana com muita animação. Foto: feiradagolega.comComo não podia deixar de ser, o Dia de São Martinho, a 11 de novembro, continua a ser o momento mais simbólico da feira — e, para muitos, o dia ideal para visitar. É quando o Largo do Arneiro se enche de público, cavaleiros e romeiros, num cenário único em Portugal, onde se misturam tradição, fé e boa disposição.Entre o bater dos cascos, o cheiro a palha e o som das guitarras, a Feira Nacional do Cavalo é um daqueles eventos que se sentem mais do que se descrevem. É o retrato fiel da alma ribatejana: genuína, calorosa e orgulhosa das suas raízes. E, como manda a tradição, enquanto houver cavalo, haverá Golegã — e enquanto houver Golegã, haverá festa.

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Descarbonização na aviação: conversão de resíduos sólidos urbanos em combustível sustentado para a aviação

O setor da aviação global deverá crescer significativamente nas próximas décadas, levando a um aumento correspondente nas suas emissões de carbono, o que tem levado a aviação a enfrentar uma pressão significativa, cada vez maior, para reduzir drasticamente a sua pegada de carbono.Prevê-se que a aviação cresça significativamente nas próximas décadas.Embora melhorias na eficiência e mudanças operacionais possam ajudar, elas são insuficientes para atender às ambiciosas metas de descarbonização estabelecidas por organismos internacionais. Conversão de resíduos sólidos urbanos em combustível sustentável para a aviação Como se sabe, o combustível tradicional para aviões, derivado de fontes fósseis, liberta quantidades substanciais de gases de efeito estufa durante a combustão, o que tem levado ao estabelecimento de metas por parte de organizações internacionais.A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) visa emissões líquidas de carbono zero até 2050.Ainda que aviões elétricos e movidos a hidrogénio estejam no horizonte para rotas mais curtas, a solução imediata e mais promissora para voos de longo curso reside firmemente nos Combustíveis Sustentáveis para a Aviação (SAF).Artigo relacionadoCientistas avaliaram a contribuição da aviação particular no aumento de dióxido de carbono na atmosfera A indústria da aviação e os decisores políticos defendem que os Combustíveis Sustentáveis para a Aviação (SAF), combustível alternativo para aviões que reduz as emissões de carbono, como um dos principais pilares para tornar a indústria da aviação sustentável.A conversão de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) em Combustível Sustentável para a Aviação (SAF) oferece um caminho atraente para alinhar as metas de cidades com desperdício zero e as metas da aviação que pretende ser neutra em carbono.Esta conversão é possível graças a uma tecnologia engenhosa, denominada pirólise, que transforma tudo, desde resíduos agrícolas a resíduos sólidos urbanos e plásticos, em combustível de aviação de alta qualidade.Conceito de descarbonização na aviação, biocombustível.Um estudo recente publicado no Nature Sustainability avalia os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) como matéria-prima para a produção de Combustível Sustentável para a Aviação (SAF), por meio de dados de gaseificação em escala industrial e um método de síntese Fischer-Tropsch.Considera-se que os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) são a parte orgânica e não reciclável dos resíduos domésticos. À medida que estes resíduos continuam a crescer e o descarte sustentável continua a ser um desafio, a utilização dos RSU nos SAF só beneficia o ambiente.A avaliação realizada no estudo indica que o SAF à base de RSU pode reduzir a intensidade dos gases de efeito estufa em 80-90% em comparação com o combustível de aviação convencional, sendo a gaseificação o principal desafio técnico.Também foi demonstrado que a incorporação de hidrogénio verde aumenta ainda mais a mitigação, permitindo uma redução de mais de 170 kg de CO2 por tonelada de RSU processado.No estudo projetou-se que, globalmente, a produção de SAF à base de RSU poderia exceder 50 Mt/ano, oferecendo uma redução nas emissões de gases de efeito estufa da aviação.Na Europa, a capacidade estimada de 5,4 Mt/ano de SAF deste estudo excede a exigência de mistura da União Europeia e está em conformidade com a restrição a matérias-primas não alimentares e não destinadas à alimentação animal.Porque o SAF ainda não é utilizado universalmente?O preço do SAF é atualmente uma grande barreira para a sua adoção generalizada.A adoção do SAF na aviação permanece abaixo de 1% devido ao alto custo.O SAF é significativamente mais caro do que o combustível convencional para aviões, custando frequentemente duas a cinco vezes mais. Este custo elevado deve-se principalmente à escala de produção limitada, ao custo das matérias-primas sustentáveis e à natureza intensiva em capital das tecnologias de produção. No entanto, à medida que a produção aumenta, as novas tecnologias tornam-se mais eficientes e os incentivos governamentais para a produção e utilização do SAF são implementados, espera-se que os preços diminuam. Novos testes na utilização do SAF também mostraram redução na formação de cristais de gelo nos rastos de condensação.A análise económica indica que a utilização de SAF para cumprir as metas do Esquema de Compensação e Redução de Carbono para a Aviação Internacional (CORSIA) pode levar a economias substanciais, especialmente quando existem subsídios disponíveis.Embora os voos comerciais atualmente utilizem misturas de SAF com combustível convencional para aviões (normalmente até 50%), voos de teste recentes demonstraram com sucesso a capacidade das aeronaves comerciais de voar com 100% de SAF.Esses testes inovadores mostraram não apenas um desempenho comparável ao combustível tradicional para aviões, mas também reduções significativas nas emissões de partículas de fuligem e na formação de cristais de gelo nos rastos de condensação, reforçando ainda mais os benefícios ambientais do SAF. A indústria está a trabalhar ativamente para obter a certificação para proporções de mistura mais elevadas, abrindo caminho para um futuro em que os aviões voem rotineiramente com SAF não misturado.Referência da notíciaJingran Zhang et al., “Powering air travel with jet fuel derived from municipal solid waste”, Nature Sustainability, published: 03 November 2025.

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Parece um OVNI, mas este teatro chinês é inspirado nas montanhas cobertas de neve de Harbin

É um tributo à terra gelada que o rodeia e à criatividade humana. Um símbolo de como a imaginação pode transformar uma paisagem num palco para a arte, a cultura e a admiração do mundo.Vista aérea deste impressionante teatro, cujo telhado transitável lhe permite caminhar sobre as suas curvas de granito, mesmo nos meses de gelo extremo.Não há dúvida de que a China é um país de contrastes. Da Muralha milenar e dos seus templos imperiais à vertigem futurista de Xangai, este país sempre soube fundir a tradição e a vanguarda para deixar os visitantes sem fôlego.Agora, juntou um novo emblema arquitetónico capaz de rivalizar com os seus ícones mais famosos. Um edifício tão impressionante que, à primeira vista, muitos poderiam pensar que uma nave espacial alienígena aterrou discretamente no nordeste do país. Um teatro futurista inspirado na neveReferimo-nos ao Harbin Opera House, um edifício situado na cidade de Harbin, capital da província de Heilongjiang e famosa pelo seu festival internacional de esculturas de gelo. Uma verdadeira joia cultural que está a atrair todas as atenções. The Harbin Opera House, designed by @madarchitects_ , appears as if sculpted by wind and water, blending seamlessly with the topography. The building is distinguished by a smooth white facade on the exterior and a sculptural emulating wooden block on the interior.The undulating pic.twitter.com/HMydCBu9fQ— ParametricArchitecture (@parametricarch) April 20, 2024Mais do que um teatro, é uma verdadeira obra de arte arquitetónica, que emerge do solo com formas ondulantes e superfícies cintilantes que fazem lembrar um meteorito futurista ou um OVNI. No entanto, longe de vir do espaço, a sua inspiração é terrena e profundamente local: as montanhas cobertas de neve e as paisagens geladas que rodeiam a região, onde os invernos são longos, extremos e majestosos.A origem de um marco arquitetónicoInaugurada em 2015, a Ópera de Harbin faz parte de um ambicioso plano para transformar Harbin num centro cultural e turístico. A obra foi concebida pelo famoso gabinete MAD Architects, liderado pelo visionário arquiteto Ma Yansong, um dos nomes mais influentes da arquitetura asiática contemporânea.Artigo relacionado'Arranha-terras': o inovador arranha-céu subterrâneo que desafia a arquiteturaO seu objetivo era captar o espírito da natureza gelada de Harbin e fundi-lo com um edifício que respirasse modernidade, fluidez e emoção.Arquitetura moldada pela natureza árticaÀ primeira vista, a estrutura exterior parece ter sido moldada pelas forças naturais. As linhas suaves, os volumes brancos e as curvas fluidas evocam montanhas cobertas de neve e lagos gelados.Vista da Harbin Opera House integrada na “Ilha Cultural” de Harbin, uma zona húmida ao longo do rio Songhua, que reforça a sua ligação à paisagem e a torna um elemento vivo do ambiente.O exterior está revestido com painéis de alumínio branco que refletem a luz como se fosse uma superfície glaciar, mudando de cor consoante a hora do dia e as condições meteorológicas. As grandes janelas e clarabóias deixam entrar muita luz natural e ligam visualmente o interior à envolvente.Um interior que entusiasma e é também sustentávelNo interior, o teatro principal, com capacidade para mais de 1600 espectadores, é revestido por uma madeira quente e ondulante que contrasta com o exterior frio, criando uma atmosfera envolvente inspirada na suavidade do vento e no movimento da água. A sala secundária, para espetáculos mais íntimos, completa o complexo, juntamente com espaços de exposição, passadiços panorâmicos e áreas públicas abertas aos visitantes. Harbin Opera House in Harbin, China pic.twitter.com/iLZcvNu97W— Anthropology Review (@Anthro_Review) February 12, 2023Cada espaço foi concebido para proporcionar uma experiência sensorial completa: materiais nobres, iluminação estratégica e um design acústico meticuloso permitem desfrutar de ópera, concertos e espetáculos teatrais ao mais alto nível.Mas este teatro não impressiona apenas pela sua beleza, também se destaca pela sua sofisticação técnica. O seu design aproveita ao máximo a luz natural, integra sistemas energeticamente eficientes e adapta-se ao clima extremo da região, com invernos que podem ultrapassar os -30 °C. O edifício respira, move-se visualmente, muda com as estações e dialoga com a natureza envolvente. Prémios e distinções que consolidam a sua fama mundialE perante tamanha majestosidade, a Harbin Opera House foi também reconhecida com vários prémios importantes. Em 2016, foi nomeada vencedora do “Building of the Year- Cultural Architecture” nos ArchDaily Awards. Artigo relacionadoDa arquitetura vernacular aos edifícios estranhos: quatro edifícios incríveis em Portugal que vão surpreender-teNo ano seguinte, recebeu o prestigiado “IALD Radiance Award” na categoria de excelência em design de iluminação na 34ª edição dos International Association of Lightning Designers (IALD) Awards. No mesmo ano, foi também distinguida nos Los Angeles Architectural Awards. Estes prémios confirmam que a Harbin Opera House não só impressiona pela sua estética, como também se destaca em termos de inovação, técnica e design, tanto a nível local como internacional.

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É assim que os buracos negros geram os seus poderosos jatos: astrónomos explicam o que causa estas rajadas de energia

Os jatos são enormes rajadas de energia e matéria nos pólos de rotação de, por exemplo, protoestrelas ou buracos negros. Os astrónomos de Frankfurt descobriram que os fortes campos magnéticos são parcialmente responsáveis por estes jatos.Uma imagem do Telescópio Espacial Hubble da galáxia gigante M87 mostra um jato de plasma com 3000 anos-luz de comprimento que emana do buraco negro central da galáxia, que tem uma massa de 6500 milhões de massas solares. Imagem: NASA/ESA/A. Lessing e E. Baltz (Universidade de Stanford), M. Shara (AMNH), J. DePasquale (STSCI)Já em 1918, o astrónomo americano Heber Curtis observou um misterioso jato que emanava do centro de uma galáxia distante. Só um século mais tarde é que se tornou claro o que tinha visto: o jato de alta energia do buraco negro supermassivo M87*.O buraco negro M87* tem seis mil milhões e meio de vezes a massa do Sol e situa-se no centro da galáxia gigante Messier 87, na constelação de Virgem. Atualmente, M87* é considerado um dos buracos negros mais bem estudados da história. Foi o primeiro cuja sombra foi captada pela Event Horizon Telescope Collaboration em 2019, um marco na astrofísica moderna. No entanto, a forma como estes enormes jatos de energia e matéria puderam ser lançados para o espaço ao longo de milhares de anos-luz só foi parcialmente explicada.O buraco negro M87* tem seis mil milhões e meio de vezes a massa do Sol e situa-se no centro da galáxia gigante Messier 87, na constelação de Virgem. Uma equipa de investigação da Universidade Goethe de Frankfurt, liderada pelo Professor Luciano Rezzolla, desenvolveu um código numérico que descreve a forma como os buracos negros convertem parte da sua energia de rotação em jatos extremamente rápidos.Artigo relacionadoO que são buracos negros e como se formam: um guia completoO novo código, designado por Frankfurt Particle-in-Cell Code for Black Hole Spacetime (FPIC), modela os processos físicos que ocorrem na vizinhança destes corpos celestes. Como é que os jatos se originam?Até agora, o mecanismo de Blandford-Znajek tem sido a explicação predominante para estas explosões de energia. De acordo com esta teoria, os jatos são gerados por fortes campos magnéticos que extraem energia do buraco negro em rotação e a convertem em radiação e plasma. No entanto, as simulações mostram que isto é apenas parcialmente verdade."Os nossos resultados abrem a fascinante possibilidade de o mecanismo de Blandford-Znajek não ser o único processo astrofísico capaz de extrair energia rotacional de um buraco negro. A reconexão magnética também contribui para isso."— Dr. Filippo Camilloni, Instituto de Física Teórica, Universidade Goethe de FrankfurtDurante a reconexão magnética, as linhas de campo magnético são quebradas e reconectadas. Neste processo, a energia magnética armazenada é convertida de forma explosiva em calor, radiação e matéria ejetada.No plano equatorial do buraco negro, os cálculos mostraram uma intensa atividade de reconexão, que deu origem a uma cadeia de plasmóides: bolhas compactas de plasma que se movem quase à velocidade da luz. Isto, por sua vez, produz partículas com energia negativa, que impulsionam jatos e outros fenómenos de energia extremamente elevada. Em cima: formam-se plasmóides no plano equatorial do buraco negro. Ao longo do eixo de rotação, as partículas também atingem velocidades relativistas e acabam por formar o jato (esquerda: densidade, direita: energia, cinzento: linhas de campo magnético). Abaixo: Diagramas de densidade de números no espaço-tempo ao longo do plano equatorial para buracos negros com diferentes spins. Imagem: Meringolo, Camilloni e Rezzolla, 2025"O nosso trabalho permite-nos demonstrar como a energia é extraída de buracos negros em rotação e canalizada para jatos", explica Rezzolla. "Isto ajudar-nos-á a compreender melhor as enormes luminosidades dos núcleos galácticos ativos e a aceleração das partículas até quase à velocidade da luz".Cálculos complexos Foram necessários milhões de horas de cálculo no supercomputador Goethe, em Frankfurt, e no supercomputador Hawk, em Estugarda, para simular com precisão o movimento das partículas carregadas e a evolução dos campos eletromagnéticos num espaço-tempo altamente curvo."A simulação destes processos é crucial para a compreensão da dinâmica complexa dos plasmas relativistas em espaços-tempos curvos perto de objetos compactos".- Dr. Claudio Meringolo, Instituto de Física Teórica, Universidade Goethe de Frankfurt, responsável pelo desenvolvimento do códigoOs investigadores tiveram de resolver simultaneamente as equações de Maxwell e a teoria geral da relatividade de Einstein, o que representou um enorme desafio computacional.Artigo relacionadoUm buraco negro “desordenado”: o telescópio japonês (XRISM) deteta ventos variáveis nunca antes vistos"Para além da realização técnica, os resultados representam um triunfo científico para os investigadores. “É incrivelmente excitante poder utilizar códigos numéricos sofisticados para compreender o que acontece perto de um buraco negro”, diz Rezzolla. "Mas é ainda mais gratificante explicar os resultados com uma matemática rigorosa, como fizemos no nosso trabalho".Referência da notíciaMeringolo, S., Camilloni, F., & Rezzolla, L. (2025): Electromagnetic Energy Extraction from Kerr Black Holes: Ab-Initio Calculations. Astrophysical Journal Letters.

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Depois do pôr-do-sol de quinta-feira, dia 6, Viana do Castelo vai assistir a uma série de fenómenos

O dia de hoje amanheceu cinzento e chuvoso, especialmente no noroeste do país. Para amanhã, sexta-feira, espera-se um agravamento do estado de tempo, a oeste da Barreira de Condensação.Mais informações: Na próxima semana o jato polar estará extremamente ondulante e Alfredo Graça avisa: “Portugal estará em evidência"Depois de uma quarta-feira tempestuosa, com muita chuva e trovoada em praticamente todo o país, esta quinta-feira amanheceu cinzenta e também com alguma chuva fraca a moderada em vários locais do Norte e Centro, ainda que ao longo do dia esta instabilidade possa permanecer a oeste da Barreira de Condensação. Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações. Para além disto, as temperaturas também diminuíram, resultado da chegada de uma massa de ar frio, sendo que para hoje esperam-se máximas entre os 10 ºC na Guarda e os 21 ºC em Lisboa. Estes fatores, inclusive, já contribuíram para a queda de neve na Serra da Estrela na noite passada.As últimas horas do dia de hoje trarão mais chuva ao paísPara a reta final do dia, espera-se a chegada de mais precipitação a Portugal Continental, especialmente para a região a oeste da Barreira de Condensação, onde um dos primeiros distritos a ser afetado será Viana do Castelo, com períodos de chuva fraca a moderada. No entanto, logo nas primeiras horas da madrugada de amanhã, dia 7 de novembro, deverá dar-se uma intensificação desta precipitação.Os distritos de Viana do Castelo e Braga serão dos primeiros afetados pela chuva forte, não se descartando a possibilidade de trovoada.O IPMA já emitiu novos avisos meteorológicos tendo em conta esta instabilidade atmosférica, sendo que os distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto e Aveiro, estarão sob aviso amarelo de precipitação, que poderá ser forte e acompanhada de trovoada. Este aviso estará em vigor entre as 6h e as 12h de amanhã, sexta-feira (7).Fenómenos que vão influenciar o estado de tempo em Viana do Castelo e não sóPara além da chuva, que poderá ser superior a 13 mm por hora, especialmente durante a madrugada, Viana do Castelo também poderá contar com agitação marítima, ainda que a mesma possa acalmar ao início da manhã, e com o aumento da velocidade de rajada de vento, onde junto ao mar estas podem alcançar os 50 km/h e na zona norte, próximo à fronteira com Espanha, podem chegar aos 60 km/h. Ainda assim, é esperado um ligeiro aumento da temperatura para a mesma área, sendo que poderão ser atingidos 17 ºC de máxima.O distrito de Viana do Castelo poderá registar as rajadas mais fortes, próximas dos 60 km/h.Para os restantes distritos sob aviso amarelo, acima mencionados, também se espera um aumento da velocidade do vento, ainda que as rajadas não devam alcançar os 50 km/h, mantendo-se na ordem dos 40/45 km/h.Artigo relacionadoAté amanhã a frente fria ainda deixará ondas até 11 metros, aguaceiros que poderão ser de granizo e rajadas até 70 km/hAinda em relação à chuva, até ao final do dia de sexta-feira, o distrito de Viana do Castelo poderá contar com uma acumulação de precipitação de cerca de 64 mm na zona de Ponte da Barca. O distrito de Braga deverá contar com a segunda maior acumulação, com valores de cerca de 58 mm em Vieira do Minho. Porto e Aveiro poderão vir de seguida com valores na ordem dos 30 mm em vários pontos de ambos os distritos, segundo a mais recente atualização do ECMWF.

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Três árvores frutíferas fáceis de cultivar e perfeitas para qualquer jardim ou varanda

Sonha em colher as suas próprias frutas em casa? Selecionamos três espécies resistentes que se adaptam perfeitamente a espaços pequenos, vasos e diferentes climas, sem a necessidade de cuidados profissionais.Cultivar árvores frutíferas em vasos é possível: tudo o que precisa é de sol, água e constância.Cultivar os seus próprios alimentos, especialmente frutas, traz uma satisfação única. Ao contrário da crença popular de que é necessário um grande terreno, existem árvores frutíferas suficientemente flexíveis e resistentes para prosperarem tanto num jardim com solo firme como num vaso grande colocado num pátio ou varanda soalheira.A chave para o sucesso está na escolha de espécies que toleram bem as variações de temperatura e não são extremamente vulneráveis a pragas. Além disso, para o cultivo em vasos, é essencial escolher variedades enxertadas ou anãs que limitam naturalmente o seu crescimento.Abaixo, apresentamos três árvores frutíferas excecionalmente resistentes que lhe permitirão desfrutar de uma colheita caseira no seu próprio espaço.1. Figueira (Ficus carica)A figueira é talvez a árvore frutífera mais resistente e menos exigente que existe — ideal para iniciantes. É uma árvore de folha caduca que, embora possa atingir 6 ou 7 metros de altura quando plantada no solo, adapta-se notavelmente bem ao cultivo em vasos grandes.A figueira é resistente, vigorosa e perfeita para iniciantes.A figueira tolera muito bem tanto o calor intenso do verão como as baixas temperaturas do inverno. Exemplares adultos suportam geadas sem problemas. Prospera em pleno sol — quanto mais luz receber, melhor.É crucial que o solo ou substrato tenha excelente drenagem, pois o encharcamento é o seu principal inimigo e pode apodrecer as raízes.Em vasos, a figueira pode produzir uma colheita abundante sem ocupar muito espaço. Em vasos, use recipientes grandes (pelo menos 60 a 80 litros para exemplares adultos) e regue abundantemente no verão. No outono, reduza a rega para que a árvore entre em dormência.Quanto às pragas, a plantação é relativamente limpa. Os problemas mais comuns são pulgões e cochonilhas, que podem ser facilmente controlados com boa ventilação e, se necessário, com sabão de potássio. Moscas-das-frutas podem afetar os figos maduros; a prevenção envolve recolher e descartar os frutos caídos e manter a copa bem ventilada.2. LimoeiroO limoeiro é a fruta cítrica mais popular para cultivo doméstico graças à sua beleza, fragrância e produção constante, que pode durar o ano todo. Variedades enxertadas e anãs são ideais para cultivo em vasos.Precisa de pelo menos 6 a 8 horas de luz solar direta para florescer e produzir frutos adequadamente. A rega é essencial: deve ser constante e abundante durante os meses mais quentes para manter o solo húmido, mas sempre evitando o encharcamento.Sol e rega regular são essenciais para uma árvore de limão saudável.O substrato deve ser ligeiramente ácido e com boa drenagem. A fertilização regular com fertilizantes específicos para citrinos (ricos em nitrogénio e potássio) é vital para suprir a elevada demanda energética da frutificação.É possível cultivar um limoeiro em vaso, desde que receba bastante luz solar e seja plantado num substrato solto e com boa drenagem. O ideal é usar um vaso grande (cerca de 50 a 70 litros) com bons furos de drenagem e misturar terra fértil com perlita ou areia grossa para evitar o excesso de humidade.Durante o verão, é necessário regar com frequência e fertilizar com fertilizante para citrinos a cada duas ou três semanas. No inverno, reduza a rega e, se houver risco de geada, mova a árvore para um local interno abrigado ou bem iluminado.Perfeitos para chás, sobremesas ou marinadas, os limões são um clássico essencial na cozinha.As árvores cítricas são sensíveis ao frio. Limoeiros adultos toleram geadas breves e moderadas, mas períodos prolongados de congelamento podem ser fatais. Em regiões frias, cultivá-los em vasos permite movê-los ou protegê-los durante o inverno.As suas pragas mais comuns incluem cochonilhas, pulgões e larvas de insetos, que atacam os brotos novos. O controlo destas pragas pode ser feito mantendo a árvore saudável e bem nutrida e, em casos graves, utilizando óleos hortícolas ou controlo biológico.3. Laranjeira kinkan ou Kumquat (Citrus japonica/Fortunella spp.)A laranjeira-kinkan (ou Kumquat) é uma pequena árvore cítrica natural, conhecida pelos seus frutos comestíveis — que podem ser consumidos inteiros, com casca e tudo — e pela sua grande beleza ornamental. A sua folhagem brilhante, flores brancas perfumadas e frutos alaranjados que duram a maior parte do ano tornam-na uma escolha perfeita para varandas soalheiras, terraços e pátios.Assim como outras árvores cítricas, precisa de bastante luz — pelo menos 8 horas de sol direto por dia. Em vasos, geralmente atinge entre 1 e 1,5 metros de altura. Prefere solo bem arejado e drenado, e regas frequentes no verão, sempre permitindo que a camada superficial do solo seque ligeiramente entre as regas.O kumquat destaca-se por causa do seu fruto comestível, que é doce e ácido ao mesmo tempo.É mais resistente ao frio do que o limoeiro, embora deva ser protegida de geadas intensas. O seu ponto fraco é o calor extremamente seco sem rega suficiente. As pragas mais comuns — cochonilhas, pulgões e ácaros — podem ser facilmente controladas com sabão de potássio ou óleos minerais, evitando-se a exposição a ventos frios e secos que causam stress na planta.Artigo relacionadoAssim se aplica o método do leite diluído que pode salvar o seu limoeiro (e os resultados surpreendem)Com um pouco de sol, água e paciência, cultivar árvores frutíferas em casa é muito mais fácil do que parece. Estas espécies não só preenchem qualquer espaço com vida e cor, como também o recompensam com frutas cultivadas em casa para fazer geleias, sobremesas ou até mesmo para aromatizar bebidas. Com os cuidados certos, qualquer varanda ou jardim pode transformar-se num pequeno pomar. Tudo o que precisa é de coragem para começar.

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Talvez não as conheça, mas estas três aldeias portuguesas estão entre as melhores do mundo

Portugal volta a ser destaque internacional graças a pequenas localidades que provaram que o turismo sustentável e a autenticidade ainda fazem a diferença no mapa mundial.Será que as conhece? Foto: UnsplashHá histórias que começam em lugares pequenos — e Portugal é prova disso. O nosso país volta a dar cartas no panorama internacional do turismo, desta vez, rural, com três localidades distinguidas pela Organização Mundial do Turismo (UN Tourism) como parte do programa Best Tourism Villages 2025. Será que conhece todas? As escolhidas foram Loriga, na Serra da Estrela; Mértola, no coração do Alentejo; e Vila Nogueira de Azeitão, na Península de Setúbal. O anúncio foi feito a 17 de outubro, numa cerimónia em Huzhou, na China, e reforça o nome de Portugal entre os países com mais destinos reconhecidos por boas práticas no desenvolvimento sustentável.O prémio, atribuído pela UN Tourism — agência das Nações Unidas para o setor —, destaca aldeias e vilas que souberam preservar o seu património cultural e natural, promovendo um turismo responsável e inclusivo. A distinção tem validade de três anos e inclui apoio técnico e visibilidade internacional, um incentivo precioso para territórios de baixa densidade populacional que encontram no turismo uma forma equilibrada de crescer sem perder identidade.Loriga: o coração da Serra da Estrela que não se deixa esquecer Em Loriga, o turismo não é uma ameaça: é um aliado para preservar um modo de vida que, noutras serras, já se perdeu.Além de reconhecer a excelência turística, o selo “Best Tourism Village”, válido por três anos, contribui para dar visibilidade às comunidades locais. Foto: UnsplashSituada a mais de 700 metros de altitude, Loriga é uma das vilas mais pitorescas da Serra da Estrela e um verdadeiro símbolo de resiliência serrana. Conhecida entre muitos como a “Suíça portuguesa” — expressão que nasceu da semelhança entre os vales glaciais e os cenários alpinos —, Loriga combina natureza imponente com tradições bem vivas. As ruas estreitas, o casario granítico e o som constante da ribeira formam um retrato autêntico de vida de montanha.E não pense que o reconhecimento internacional não surge por acaso. Loriga tem investido na preservação dos seus recursos naturais e na promoção de um turismo equilibrado, valorizando as atividades agrícolas e a produção local, enquanto atrai visitantes para o ar puro, a gastronomia e a hospitalidade da sua comunidade. A praia fluvial, considerada uma das mais belas do país, é hoje uma referência no turismo de natureza.Artigo relacionadoCaminhe na Serra da Estrela e explore a natureza de Portugal a partir da TorreAliás, o esforço de quem ali vive em manter o território vivo e sustentável foi decisivo para que a UN Tourism a incluísse entre as melhores aldeias do mundo.Mértola: uma vila-museu entre o passado árabe e o futuro sustentávelNo Baixo Alentejo, Mértola ergue-se sobre o rio Guadiana com a serenidade de quem carrega séculos de história. Aqui, cada pedra tem memória: há vestígios romanos, muralhas mouriscas, igrejas com traços islâmicos e um castelo que guarda a paisagem alentejana como um sentinela antigo. Não é por acaso que a vila é muitas vezes chamada de “vila-museu” — é um dos locais em Portugal onde a convivência entre património e vida quotidiana acontece de forma mais natural.Mas Mértola não é apenas um destino histórico. É também um exemplo de inovação no turismo sustentável. A autarquia e a comunidade local têm desenvolvido projetos de valorização do património ambiental, apostando na economia verde e na recuperação de tradições que criam emprego e atraem visitantes conscientes. A rede “Best Tourism Villages” reúne cerca de duas centenas de destinos em todo o mundo, entre os quais se encontram as localidades portuguesas já reconhecidos em edições anteriores. Foto: Pixabay // jackmac34O Parque Natural do Vale do Guadiana, que abraça o concelho, é uma reserva de biodiversidade e um refúgio para quem procura contacto direto com a natureza sem a pressão do turismo de massa.A distinção da UN Tourism reconhece esta conjugação rara: um território que honra o seu passado, mas olha para o futuro com visão e equilíbrio. Em Mértola, o tempo passa devagar, mas a mudança acontece de forma sustentada.Vila Nogueira de Azeitão: elegância, vinho e autenticidade na Península de SetúbalMais próxima do mar e da serra, Vila Nogueira de Azeitão traz outro tipo de encanto — o da sofisticação discreta e da tradição bem cuidada. Situada entre a Serra da Arrábida e as vinhas que produzem alguns dos vinhos mais famosos de Portugal, esta localidade distingue-se pela forma como conseguiu preservar a sua identidade enquanto se moderniza.Portugal já conta com 12 destinos rurais na lista. Os vencedores foram divulgados a 17 de outubro. Foto: Wikimedia // Ricardo Filipe PereiraAzeitão é sinónimo de bons sabores — o queijo, o moscatel e as doçarias regionais são parte essencial da experiência —, mas também de cultura e património. O casario branco, os solares antigos e as quintas históricas criam um ambiente acolhedor que reflete o melhor da região de Setúbal. Foi precisamente a aposta em turismo sustentável e enoturismo de qualidade que lhe garantiu um lugar nesta lista restrita das melhores aldeias do mundo.Azeitão mostra que é possível crescer turisticamente sem perder autenticidade.Para quem a visita, há sempre algo de novo a descobrir: desde as paisagens deslumbrantes da Arrábida às pequenas lojas tradicionais, passando por iniciativas culturais que aproximam visitantes e comunidade local. Um país de aldeias com futuroCom estas três novas distinções, Portugal passa a contar com doze localidades integradas na rede mundial “Best Tourism Villages”, que já inclui Óbidos, Manteigas, Ericeira, Sortelha, Castelo Rodrigo e outros nomes. A UN Tourism sublinha que o prémio distingue territórios que conciliam turismo com sustentabilidade, apoiando a preservação de práticas agrícolas, culturais e sociais que mantêm as comunidades ativas.Para o presidente do Turismo de Portugal, Carlos Abade, este reconhecimento “reflete a riqueza dos nossos ativos nacionais e o esforço das comunidades na valorização dos seus territórios”, lembrando que o verdadeiro sucesso turístico depende de um desenvolvimento equilibrado em todo o país.Artigo relacionadoEste português comprou meia aldeia no Gerês. Agora vai transformá-la num destino de sonho“A descentralização e valorização dos territórios, promovendo a diversificação da oferta turística e a criação de valor em todo o país, é um dos objetivos subjacentes ao trabalho que o Turismo de Portugal desenvolve. Estes prémios, conquistados pelas nossas vilas e aldeias, ao evidenciarem o esforço e a dedicação das comunidades locais na valorização dos seus territórios, são, assim, sempre muito significativos e inspiradores”, sublinhou.Loriga, Mértola e Vila Nogueira de Azeitão são, cada uma à sua maneira, exemplos de que o turismo pode ser mais do que um número de visitantes. Pode ser um compromisso com o futuro — um caminho onde tradição, natureza e pessoas se encontram para mostrar ao mundo o melhor de Portugal.A organização mundial também escolheu Quintandona, no concelho de Penafiel, para integrar o Upgrade Programme, destinado a territórios que demonstram elevado potencial de desenvolvimento turístico sustentável.

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Governo liberta 44 milhões de euros para apoiar agricultores afetados pelos incêndios. Ainda há candidaturas a decorrer

Os incêndios de grandes dimensões ocorridos em Portugal entre 2 de maio e 15 outubro deste ano afetaram numerosas freguesias e tiveram “consequências graves ao nível do potencial produtivo de várias explorações agrícolas”, reconhece o Governo, que garante um apoio de 44 milhões de euros.Os incêndios ocorridos em Portugal entre 2 de maio e 15 outubro afetaram numerosas freguesias e tiveram “consequências graves ao nível do potencial produtivo de várias explorações agrícolas”.São reconhecidos como “catástrofe natural” o conjunto de incêndios rurais ocorridos entre 2 de maio e 15 de outubro de 2025 em Portugal continental, assume o Governo no Despacho n.º 13003/2025, publicado nesta quarta-feira, 5 de novembro, em Diário da República.Assumindo que é necessário proceder ao “restabelecimento do potencial produtivo danificado das explorações agrícolas, atendendo à dimensão e gravidade dos prejuízos causados”, o Executivo disponibilizou um apoio global de 44 milhões de euros, que visa ajudar os agricultores de mais de 600 freguesias de 130 concelhos de Portugal continental afetados.Aos apoios a conceder são deduzidos os montantes das indemnizações de seguros ou outros mecanismos de gestão de risco, sendo apoiado o valor correspondente à franquia exigida no contrato de seguro agrícola. No despacho do Governo, assinado pelo ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, o Governo reconhece como “catástrofe natural” os incêndios de grandes dimensões ocorridos nos meses entre maio e 15 outubro deste ano.O procedimento de verificação e confirmação dos prejuízos declarados deve estar concluído no prazo máximo de 30 dias após o fim do período de submissão das candidaturas. Estes fogos causaram prejuízos em 600 freguesias de 130 concelhos, maioritariamente das regiões Norte e Centro, mas também Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e ainda Algarve.Apoios virão do PEPACOs apoios virão do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC) no continente, no âmbito da tipologia C.4.1.3 “Restabelecimento do Potencial Produtivo” e da intervenção C.4.1 “Gestão de Riscos”.São elegíveis as despesas efetuadas a partir de 02 de maio de 2025, mas estas têm de ser confirmadas pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), territorialmente competente, dos prejuízos declarados. O procedimento de verificação e confirmação dos prejuízos declarados deve estar concluído no prazo máximo de 30 dias após o fim do período de submissão das candidaturas. De notar que os beneficiários só podem apresentar uma candidatura.A publicação deste Despacho surge dois dias depois de o ministro da Agricultura ter estado no Parlamento a dar explicações sobre o Orçamento de Estado para 2026.Artigo relacionadoGoverno regulamenta apoios às populações afetadas pelos incêndios. Prejuízos até 10 mil euros têm prioridadeDurante a audição, José Manuel Fernandes ouviu, da parte de alguns deputados, críticas em relação aos atrasos no pagamento dos apoios aos lesados dos incêndios. Pedro do Carmo (PS) foi um deles, citando um comunicado emitido pela Associação Distrital dos Agricultores de Castelo Branco.Críticas aos atrasos nos apoiosEsta Associação denunciou na última sexta-feira, 31 de outubro, a falta de pagamento dos apoios anunciados pelo Governo para mitigar os prejuízos causados pelos incêndios do último verão. “Os apoios ainda não chegaram à maioria dos agricultores lesados”, garante a Associação Distrital dos Agricultores de Castelo Branco. E recordou publicamente que foi aprovado pelo Governo "um apoio excecional aos agricultores, para compensação de prejuízos, mesmo que indocumentados, até ao valor de 10 mil euros, na sequência de vistoria conjunta dos técnicos dos municípios e da CCDR [comissões de coordenação e desenvolvimento regional] sem qualquer burocracia e a pagar no imediato”.No entanto, no dia 28 de outubro, a Associação “inquiriu aleatoriamente 34 associados das freguesias afetadas pelos incêndios e, destes inquiridos, apenas um já recebeu a prometida ajuda”. A Associação Distrital dos Agricultores de Castelo Branco denunciou a falta de pagamento dos apoios anunciados pelo Governo para mitigar os prejuízos causados pelos incêndios do último verão.Outros “16 agricultores fizeram a declaração dos prejuízos e estão a aguardar que seja feita a necessária vistoria; seis agricultores já têm a vistoria feita e estão ainda a aguardar o pagamento; sete agricultores ainda estão a tratar de documentação e quatro responderam que ainda podem vir fazer a declaração dos prejuízos”.A partir desta amostragem, a Associação Distrital dos Agricultores de Castelo Branco conclui que, “contrariamente ao prometido pelo Governo, muitos agricultores vítimas dos incêndios ainda não receberam qualquer ajuda”.Esta época de fogos fica marcada com cerca de 270 mil hectares de área ardida, o quarto pior ano em termos de área depois de 2017, 2003 e 2025, e quatro mortos, incluindo um bombeiro, vários feridos e destruição total ou parcialmente de casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.

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O que está por trás da jogada "amaldiçoada" de Pirlo: o efeito Magnus e outros efeitos físicos no futebol

O famoso remate de Pirlo, apelidado de "o amaldiçoado" devido à imprevisibilidade da trajetória da bola, não é mais do que o resultado de leis bem conhecidas da dinâmica dos fluidos, que o jogador explorou para desorientar os seus adversários.A jogada “amaldiçoada” de Pirlo explicada pelas leis da física.Pirlo, agora ex-jogador de futebol e atual treinador, é creditado por introduzir uma nova maneira de rematar a bola em pé, conhecida como “o remate amaldiçoado” porque realmente amaldiçoa os adversários. “O remate amaldiçoado” é essencialmente um remate executado de tal forma que a trajetória da bola se torna imprevisível, desorientando o adversário.Quando a bola é chutada em direção ao golo a partir de uma posição em pé e também é atingida pelo pé de forma a imprimir uma rotação, de acordo com o princípio da física de Bernoulli, a bola, em vez de seguir uma linha reta, segue uma linha curva, uma espécie de parábola (trajetória parabólica).A bola segue uma trajetória curva porque, e somente porque, foi atingida de forma a fazer com que girasse. A trajetória curva é uma consequência da rotação da bola no seu eixo, e esse efeito é chamado de efeito Magnus. Pirlo, por outro lado, explorou as propriedades fluidodinâmicas de uma bola que não gira! O que ocorre quando a bola rodaA figura abaixo auxilia-nos a descrever o fenómeno físico que atua sobre a bola, desencadeado pela sua rotação em torno de si mesma. Quando a bola gira, ela arrasta o ar com o qual entra em contacto na mesma direção da sua rotação. Isto significa que a bola estará rodeada por um fluxo de ar que gira na mesma direção que a sua rotação. A bola, além de girar sobre si mesma, move-se em direção ao golo, encontrando um fluxo de ar na direção oposta (assim como um carro em movimento encontra um fluxo de ar que lhe resiste ao deslocar-se na direção oposta). O diagrama mostra como uma bola em rotação é sujeita a uma força transversal (seta preta a apontar para cima) que altera a sua trajetória. Isto é causado por uma diferença na pressão do ar entre os lados opostos da bola, que surge da composição das velocidades do ar.Como mostrado na figura, no entanto, de um lado da bola, o fluxo de ar é oposto ao fluxo de ar que gira com a bola, enquanto no lado oposto o fluxo de ar é o mesmo. Conclui-se que, de um lado, há um fluxo de velocidade mais alto e, do outro, um fluxo de velocidade mais baixo.De acordo com o princípio de Bernoulli, quando um corpo em movimento (a bola) experimenta uma diferença na velocidade do fluxo através do qual se move (o ar), fica sujeito a uma diferença de pressão: o lado com a velocidade mais baixa do fluxo tem uma pressão mais alta do que o lado com a velocidade mais alta. Como resultado desta diferença de pressão, a bola é submetida a uma força, chamada força de Magnus, perpendicular à sua trajetória, o que faz com que ela siga um caminho curvo em vez de reto.O que acontece com a bola é semelhante ao que acontece com as asas de um avião. Estas são moldadas de forma que o ar que elas cortam durante o voo tenha uma velocidade menor na parte inferior e uma velocidade maior na parte superior da asa. Consequentemente, devido a essa diferença, a asa é submetida a uma força (elevação) de baixo para cima, que é precisamente o que mantém o avião suspenso no ar.Portanto, graças a Bernoulli, o jogador consegue rematar com uma trajetória curva. No entanto, o "remate amaldiçoado" de Pirlo é amaldiçoado precisamente porque, como a bola é chutada com muito pouco efeito, a sua trajetória torna-se quase imprevisível.O que ocorre quando a bola não gira?Na ausência de rotação, a bola desloca-se pelo ar num regime entre laminar e turbulento. No primeiro caso, as camadas individuais deslocam-se paralelamente umas às outras sem se misturar; no segundo caso, é um movimento caótico com vórtices e flutuações aleatórias.Esquema da curvatura da trajetória de uma bola em rotação devido ao efeito Magnus.Nestas condições, a bola sofre um efeito conhecido como efeito Knuckleball, fazendo com que a bola encurte repentinamente a sua trajetória, se desloque lateralmente e mude de direção várias vezes antes de cair de forma imprevisível no solo assim que a sua velocidade diminui: a “maldição” para os guarda-redes e jogadores de futebol. Pirlo tinha a capacidade de rematar a bola quase no centro, de modo a não lhe imprimir qualquer rotação, mas sim uma velocidade translacional de cerca de 70-80 km/h, permitindo-lhe viajar num regime limiar entre laminar e turbulento.A ausência do efeito Magnus tornava a trajetória da bola imprevisível, desorientando os jogadores adversários e o guarda-redes. Mais efeitos do que as leis da física ao serviço do Scudetto!

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Na próxima semana o jato polar estará extremamente ondulante e Alfredo Graça avisa: “Portugal estará em evidência"

Um jato polar sinuoso e o índice NAO em valores negativos originarão uma segunda semana de novembro muito chuvosa em grande parte de Portugal. O modelo europeu prevê anomalias positivas em quase toda a nossa geografia.Na segunda semana de novembro (dias 10 a 16) a chuva, por vezes acompanhada de trovoada, poderá voltar a cair com bastante frequência em Portugal, segundo as mais recentes previsões do modelo Europeu.A frente fria que está a passar esta quarta-feira (5) por Portugal abrirá as portas a um período instável e chuvoso no nosso país, com aguaceiros e trovoadas localmente fortes a alternar com chuva persistente. Uma das chaves para esta mudança de padrão reside nos níveis mais elevados da troposfera, naquilo que é conhecido como a corrente de jato polar.O jato polar vai ondular sobre Portugal na próxima semanaA corrente de jato polar é um canal de ventos muito fortes em forma de tubo que corre a cerca de 9-16 km acima da superfície da Terra (troposfera superior e estratosfera inferior). É como um "rio" de ar que flui a velocidades de 100-250 km/h, com milhares de quilómetros de comprimento, mas apenas alguns quilómetros de largura.Na nossa latitude, o jato polar delimita geralmente a frente polar, uma zona de baixa pressão que separa o ar frio polar (a norte) e o ar tropical, que forma uma fronteira a partir do sul. Este duelo de massas de ar gera uma instabilidade abundante, com tempo “tempestuoso” à superfície.Um jato polar ondulante, que circula em latitudes mais baixas, implica normalmente um estado do tempo chuvoso, ventoso, com trovoadas e agitação marítima em Portugal. As ondulações mais pronunciadas podem materializar-se sob a forma de depressões ou de cristas, com mudanças de tempo significativas, como a que está a desenhar-se atualmente.Na próxima semana o jato polar vai produzir ondulações significativas, gerando uma atmosfera muito dinâmica.De acordo com as últimas saídas do modelo ECMWF, a corrente de jato polar tornar-se-á bastante “sinuosa” na próxima semana em Portugal, ou seja, com grandes ondulações e a fluir muito mais para sul do que é habitual. Esta situação vai permitir a formação e chegada de depressões cavadas às imediações de Portugal continental, com as respetivas frentes atlânticas associadas.Esta configuração sinóptica provocará tempo chuvoso por todo o país, embora com maior propensão nas Regiões Norte e Centro, com as condições meteorológicas outonais de chuva e instabilidade a chegarem também ao arquipélago da Madeira. Por outro lado, no arquipélago dos Açores, vislumbra-se um panorama substancialmente mais seco do que o normal, fruto da influência das altas pressões.Artigo relacionadoAté amanhã a frente fria ainda deixará ondas até 11 metros, aguaceiros que poderão ser de granizo e rajadas até 70 km/hDe acordo com o modelo ECMWF (Europeu) a próxima semana (10-16 novembro) será chuvosa de norte a sul de Portugal continental, com anomalias positivas de precipitação que se estendem por toda a geografia, desde o Minho e Trás-os-Montes até ao Algarve e ao arquipélago da Madeira. As anomalias oscilarão entre +10 e +30 mm em grande parte do território, com desvios de 0 a +10 mm no arquipélago da Madeira e no Nordeste Transmontano. A única exceção será, como já foi referido acima, os Açores (anomalias negativas de precipitação: entre -10 e -30 mm).A NAO vai regressar a valores negativosO índice NAO vai voltar a assinalar valores negativos durante parte da próxima semana, o que sinaliza a aproximação de depressões e chegada de mais frentes associadas a Portugal continental. Esta situação encontra uma correspondência clara nos mapas de precipitação acumulada da Meteored, que se baseiam nas projeções do modelo europeu.A cartografia revela a probabilidade bastante razoável de durante a próxima semana voltarem a cair entre 100 e 150 mm de chuva nos distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro e zonas mais ocidentais do distrito de Vila Real, e entre 60 e 75 mm no resto do distrito de Vila Real, nos distritos de Viseu, Coimbra e Leiria e em algumas zonas do Nordeste Transmontano, Beira Alta e Beira Baixa.Eis a previsão de chuva acumulada do modelo Europeu para os próximos 6 dias em Portugal continental. O Noroeste minhoto poderá superar facilmente os 100 mm, e inclusive alcançar 150 mm ou mais.Segundo o modelo europeu, alguns dos dias mais chuvosos poderão ser quarta e quinta-feira, dias 12 e 13 de novembro, embora a distância temporal ainda seja demasiado distante para fornecer mais pormenores.Apesar da elevada incerteza deste panorama, é possível que uma grande depressão possa surgir sobre o Atlântico, com mais de 2000 km de diâmetro, deixando Portugal continental exposto à sua parte mais ativa. Esta situação poderá dar origem a algumas frentes frias muito ativas, que atravessariam o nosso país de oeste para leste.

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Até amanhã a frente fria ainda deixará ondas até 11 metros, aguaceiros que poderão ser de granizo e rajadas até 70 km/h

Apesar da fase mais crítica da frente fria que tem afetado Portugal continental já ter passado, o pós-frontal ainda produzirá fenómenos adversos até meio da manhã de quinta-feira, dia 6. Eis a previsão!Uma frente fria de atividade moderada a forte atravessou Portugal continental na madrugada e manhã desta quarta-feira, 5 de novembro, tendo deixado chuva, por vezes forte e acompanhada de trovoada, e vento intenso. Segundo a Proteção Civil, este panorama meteorológico adverso resultou em 150 ocorrências, das quais 91 foram inundações e 42 corresponderam a quedas de árvores. De acordo com o IPMA, neste mesmo período, foram registados mais de 30 mil raios. A fase mais crítica da frente fria já passou, porém, ao longo da tarde de hoje, o seu pós-frontal continuará a gerar instabilidade, com a precipitação já em regime de aguaceiros a afetar toda a geografia do Continente, embora com maior intensidade e frequência no litoral das regiões Norte e Centro.Durante a tarde desta quarta-feira (5) ainda se prevê a possibilidade de ocorrência de trovoada e os aguaceiros poderão ser de granizo, especialmente nas regiões acima referidas.Artigo relacionadoA previsão do tempo até domingo é: chuva, agitação marítima e "altos e baixos" na temperaturaO aviso amarelo de precipitação vai manter-se até às 06:00 da manhã de quinta-feira (6) em 7 distritos: Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Coimbra, Vila Real e Viseu.Aviso laranja de agitação marítima até amanhã e rajadas entre 50 e 70 km/h nas próximas horasA fase mais intensa do vento também ocorreu na madrugada e manhã de hoje, aquando a passagem da frente fria. Contudo, prevê-se que o vento ainda se mantenha relativamente forte durante o pós-frontal ao longo da tarde de hoje e até ao início da manhã de quinta-feira (6), com rajadas de 50/60 km/h em grande parte do país, podendo ser de 70 km/h nas terras altas do Norte e Centro.A forte agitação marítima gerada pela passagem da frente fria manterá as faixas costeiras ocidental e meridional sob aviso laranja até às 09:00 da manhã de quinta-feira, 6 de novembro. As ondas poderão atingir uma altura máxima de 11 metros no litoral Norte.Espera-se ainda forte agitação marítima até às 09:00 da manhã de quinta-feira (6), o que desencadeou a ativação do aviso laranja, que estará em vigor para as faixas costeiras ocidental e meridional. Preveem-se ondas de oeste/noroeste com 5 a 6 metros de altura significativa, podendo atingir altura máxima de 11 metros. No litoral Norte é onde se prevê que a ondulação possa atingir estes valores de altura máxima, sendo ligeiramente mais baixos no resto da faixa costeira ocidental e substancialmente menores na faixa meridional.

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“Uma lua fora de controlo”: o telescópio Webb encontra vestígios de atividade vulcânica noutro sistema solar

O telescópio espacial James Webb detetou indícios de intensa atividade vulcânica numa exolua localizada a centenas de anos-luz. Esta descoberta sugere que os processos geológicos ativos podem ser mais comuns no universo do que imaginávamos.O telescópio espacial James Webb encontra uma lua com atividade vulcânica que lembra Io, que orbita Júpiter.O telescópio espacial James Webb, o observatório mais potente que a humanidade já lançou para o espaço, voltou a surpreender a comunidade científica.Desta vez, com uma descoberta que parece saída da ficção científica: uma lua que orbita um planeta gigante num sistema solar distante mostra sinais inequívocos de atividade vulcânica. A lua de um planeta que orbita um sol como o nossoA descoberta vem da análise da luz infravermelha captada pelo James Webb em torno de um exoplaneta conhecido como WASP-39b, localizado a cerca de 700 anos-luz da Terra e que gira em torno de uma estrela do tipo G, semelhante ao nosso Sol. O telescópio espacial James Webb numa imagem fornecida pela NASA.Ao examinar as variações espectrais da luz do planeta e do seu ambiente, a equipa de astrónomos liderada por Apurva Oza, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), detetou uma composição química invulgar: altas concentrações de dióxido de enxofre e silicato quente a flutuar perto da órbita do planeta.Estes elementos, explicam os investigadores, não podem vir da atmosfera de WASP-39b, um gigante gasoso, mas sim de uma fonte sólida e ativa, ou seja, uma exolua vulcânica, semelhante a Io, uma das 95 luas que orbitam Júpiter. Uma exolua que lembra IoIo contém centenas de vulcões ativos que lançam colunas de enxofre a alturas de mais de 400 quilómetros. A causa principal é o "aquecimento por maré".Trata-se do resultado da atração gravitacional entre este satélite, Júpiter e as outras luas galileanas (Europa, Ganimedes e Calisto), que deformam o seu interior e o mantêm em ebulição geológica. Astronomers may be inching closer to finally confirming an exomoon. Using data from the #JWST alongside observations from other telescopes, a team led has found evidence that a cloud of gas, detected around the exoplanet WASP-39b, could originate from a volcanic exo-Io type pic.twitter.com/KJcvi36EWC— Erika  (@ExploreCosmos_) October 14, 2025Os cientistas acreditam que algo semelhante ocorre com a lua do exoplaneta WASP-39b. A sua órbita extremamente elíptica e a sua proximidade ao planeta podem gerar um intenso stress gravitacional, libertando calor no seu interior e provocando erupções massivas.No entanto, as magnitudes detetadas pelo Webb sugerem que esta exolua é ainda mais ativa do que Io, expelindo materiais que formam um fino anel vulcânico em torno do planeta. Um laboratório natural para compreender o cosmosEsta descoberta, baseada em observações espectrais, oferece uma oportunidade única para investigar a geologia extraterrestre e os processos internos dos corpos planetários noutros sistemas solares. Graças ao telescópio espacial James Webb, é possível investigar a geologia extraterrestre e os processos internos de planetas fora do nosso sistema solar.Os astrónomos salientam que os dados do Webb permitem até estimar a temperatura dos materiais ejetados: superior a 700 °C, comparável aos fluxos de lava mais quentes da Terra.Além disso, as emissões parecem variar com o tempo, o que poderia indicar erupções periódicas ou mesmo uma rotação síncrona que alterna zonas de atividade. Uma pista sobre a possibilidade de vida noutros planetas?Embora um ambiente tão extremo pareça hostil a qualquer forma de vida conhecida, os cientistas salientam que a atividade vulcânica é uma peça fundamental na evolução planetária e biológica.De facto, na Terra primitiva, os vulcões desempenharam um papel essencial na criação da atmosfera e na libertação de compostos que favoreceram o surgimento da vida. Wasp-39b is a Hot Jupiter exoplanet located 700 light-years away. This captivating gas giant has a mass about 0.28 times that of Jupiter (similar to Saturn) and a diameter around 1.3 times larger than Jupiter.Wasp-39b has been found to contain carbon dioxide in its pic.twitter.com/Gm4dct0Nir— FarLife (@FarLife1) January 29, 2025Portanto, de forma indireta, uma exolua vulcânica também poderia aquecer mundos vizinhos ou manter oceanos subterrâneos em estado líquido, como ocorre no nosso próprio sistema com Europa e Encélado, uma das luas mais estudadas de Saturno.O Webb: uma revolução para a astronomiaEsta última descoberta marca um novo marco para o telescópio James Webb, que em apenas alguns anos revolucionou a astronomia com imagens do universo primitivo, atmosferas de exoplanetas e, agora, sinais de atividade vulcânica fora do sistema solar.O próximo passo será confirmar a descoberta com novas observações, tanto do Webb como do futuro telescópio Nancy Grace Roman, que deverá entrar em funcionamento em 2027 e permitirá detetar variações luminosas mais subtis.Artigo relacionadoChove no Sol e uns investigadores do Instituto de Astronomia da Universidade do Havai descobriram porquêCada dado obtido com estes instrumentos precisos lembra-nos que os processos que moldam a Terra podem estar a ocorrer, neste exato momento, em locais muito distantes do cosmos. Referência da notícia Apurva V Oza, Andrea Gebek, Moritz Meyer zu Westram, Armen Tokadjian, Anthony L Piro, Renyu Hu, Athira Unni, Raghav Chari, Aaron Bello-Arufe, Carl A Schmidt, Amy J Louca, Yamila Miguel, Raissa Estrela, Jeehyun Yang, Mario Damiano, Yasuhiro Hasegawa, Luis Welbanks, Diana Powell, Rishabh Garg, Pulkit Gupta, Yuk L Yung, Rosaly M C Lopes, Volcanic Satellites Tidally Venting Na, K, SO2 in Optical & Infrared Light, Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, 2025;, staf1526, https://doi.org/10.1093/mnras/staf1526

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A previsão do tempo até domingo é: chuva, agitação marítima e "altos e baixos" na temperatura

Entre quinta e domingo, teremos uma melhoria do estado do tempo em Portugal continental. Na quinta-feira, ainda se verificarão alguns aguaceiros a Norte e Centro, com vento a decrescer. Para sexta mantém-se a instabilidade fraca no Noroeste. O fim de semana será maioritariamente seco e estável.Mais informação: O modelo europeu é claro: o bloqueio prevalecerá na Europa e terá estas consequências para o estado do tempo em Portugal Entre quinta e domingo, Portugal continental transita de uma depressão pós-frontal com aguaceiros a Norte, vento a enfraquecer e mar ainda agitado (quinta) para instabilidade fraca e localizada no Minho e Douro Litoral (sexta), culminando num fim de semana anticiclónico, seco e ameno. Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações.Esperam-se máximas entre 17 e 20 °C no litoral Norte e Centro e 20 a 21 °C no Sul e, em particular, no Algarve.Após quarta-feira tempestuosa, quinta-feira ainda se verificarão efeitos residuais da frente friaNa quinta-feira persistem efeitos residuais da frente fria que atravessou o país na véspera. Haverá aguaceiros principalmente a norte do Mondego, alternando com abertas no litoral Centro e Sul. Nesta quinta-feira, 6 de novembro, ainda se registará alguma precipitação na região Norte, que deverá reduzir ao longo da semana. A agitação marítima será o principal risco na costa ocidental durante a manhã de quinta. Espera-se ondulação de oeste/noroeste ainda elevada, exigindo cautela em passeios costeiros e barras. Ao longo do dia, tende a diminuir, mas mantém-se moderado no Norte e Centro.As temperaturas máximas de quinta serão contidas no Norte e Centro, com sensação térmica fresca. A Sul, o céu abre com mais frequência e o dia torna-se mais aproveitável ao ar livre. No interior, a noite regressa mais fria, favorecendo a formação de neblinas em vales.Artigo relacionadoO modelo meteorológico europeu pinta Portugal de amarelo e laranja, Alfredo Graça: “haverá temperaturas anómalas”Na sexta-feira apresenta instabilidade fraca no Minho e Douro Litoral. Podem ocorrer chuviscos ou aguaceiros dispersos, sobretudo de manhã, alternando com períodos de sol. No Centro e no Sul, o dia será em geral seco, com nebulosidade variável.O vento de sexta é fraco a moderado de oeste/noroeste, por vezes mais fresco no litoral. A sensação térmica desce nas primeiras horas, subindo com as abertas da tarde. As máximas oscilam de valores modestos no Norte para mais amenos no Sul.Transição para um padrão anticiclónico marca o fim de semanaO dia de sábado marca a transição para um padrão anticiclónico mais robusto. O céu pouco nublado ou limpo na maioria das regiões, com neblinas matinais a dissipar rapidamente. O ambiente torna-se mais estável, convidando a atividades ao ar livre.As temperaturas sobem ligeiramente no sábado, sobretudo no litoral e no Sul. Preveem-se entre 17 e 20 °C no litoral Norte e Centro e 20 e 21 °C no Algarve. No interior Norte e Centro, as máximas ficam um pouco mais contidas.Temperaturas máximas no sábado devem registar uma amplitude regional em torno dos 10 ºC, em que a Guarda não deve ultrapassar os 12 ºC e Faro ascende acima dos 20 ºC.O vento no sábado mantém-se fraco a moderado, predominando de quadrante oeste. Durante a tarde, pode soprar de noroeste no litoral. Já no domingo prolonga-se a estabilidade, com sol e nuvens altas a transitar ocasionalmente.As máximas no domingo ficam próximas das de sábado, com uma pequena variação regional. No Norte e Centro litoral mantêm-se em torno dos 17 a 20 °C, a Sul, entre os 20 e 21 °C. As mínimas descem ligeiramente em áreas abrigadas do interior.De forma geral, verificar-se-ão aguaceiros para quinta e sexta, sobretudo a norte, e no fim de semana pode marcar o regresso da estabilidade atmosférica a território nacional. Fique atento à visibilidade, que pode ser reduzida por nevoeiro nas primeiras horas de sábado e domingo. No geral, verificar-se-á uma tendência clara de melhoria e regresso a tempo seco e ameno no fim de semana.

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3I/ATLAS não atende a critérios de nave alienígena: cientistas desmentem especulações de Harvard

O cometa 3I/ATLAS, um visitante de outro sistema estelar, inspirou teorias extravagantes depois de um astrónomo de Harvard o ter associado a uma possível nave espacial alienígena. Especialistas desmentem esta ideia e explicam o seu verdadeiro valor científico.Cauda crescente do cometa interestelar 3I/ATLAS. Crédito: NOIRLAB - Europa Press.Hipóteses espetaculares tendem a espalhar-se mais rápido do que factos científicos, especialmente quando partem de figuras renomadas. Foi o que aconteceu com o cometa 3I/ATLAS, detetado em julho pelo observatório ATLAS (Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System), em Río Hurtado, Chile. Desde então, as redes sociais foram inundadas de especulações depois de Avi Loeb, astrónomo da Universidade de Harvard, ter sugerido que poderia tratar-se de uma nave espacial extraterrestre.Para a comunidade científica, esta é uma ideia infundada. De acordo com Michael Kueppers, astrofísico da Agência Espacial Europeia (ESA), as observações não mostram nada que indique que 3I/ATLAS seja algo além de um cometa interestelar.A sua composição química é incomum, sim, mas completamente explicável dentro dos modelos conhecidos. "Se pudéssemos realmente encontrar outras civilizações, os cometas não seriam o caminho para isso", esclarece o investigador.O interesse em 3I/ATLAS está na sua origem: ele não se formou no nosso sistema solar, mas noutro canto da galáxia. Os astrónomos identificam-no como um viajante interestelar, um fragmento de outro sistema planetário que, após biliões de anos no espaço, está agora a passar pela nossa vizinhança cósmica.Um cometa com marcas químicas únicasO que mais surpreendeu os especialistas foi a sua composição. Ao contrário dos cometas do nosso sistema solar — formados principalmente de gelo de água, poeira e outros tipos de gelo — o 3I/ATLAS apresenta uma proporção excecionalmente elevada de dióxido de carbono (CO₂).Kueppers sugere que esta característica pode indicar que ele se formou num ambiente muito mais frio do que o seu sistema de origem, onde elementos voláteis se condensam a temperaturas mais baixas. Mas também pode ser um efeito causado pela sua longa jornada interestelar.Este diagrama, fornecido pela NASA/JPL-Caltech, mostra a trajetória do cometa interestelar 3I/ATLAS na sua passagem pelo sistema solar. Crédito: NASA/JPL-Caltech.Outra característica marcante é a abundância de níquel metálico, um elemento incomum neste tipo de corpo. Embora a sua presença ainda não seja totalmente compreendida, os cientistas acreditam que ela pode oferecer pistas sobre a diversidade química de sistemas planetários além do Sol.“Estes objetos permitem-nos ver em primeira mão como são os sistemas estelares fora do nosso”, explica Kueppers. Ao contrário das imagens distantes capturadas por telescópios, os cometas interestelares carregam material físico de mundos antigos, possivelmente mais antigos do que o nosso próprio sistema solar.Da ciência à especulaçãoA hipótese de Loeb, no entanto, levou o debate a outro patamar. O físico israelo-americano propôs que o 3I/ATLAS poderia realizar uma manobra de navegação artificial ao se aproximar do centro do sistema solar, e até mesmo lançar sondas em direção aos planetas.A astrónoma espanhola Elena Manjavacas, do Instituto de Ciência do Telescópio Espacial (STScI) em Maryland, rejeita categoricamente esta interpretação de Loeb. "Para que esta teoria faça sentido, muitas condições extraordinárias teriam de ser atendidas: que a vida exista, que seja inteligente, que possua tecnologia espacial e que tenha conhecimento da Terra", explica ela.Segundo a cientista espanhola, a probabilidade de todas estas circunstâncias se alinharem é praticamente nula. Por outro lado, a explicação de que se trata de um cometa interestelar com características peculiares é muito mais consistente com as evidências disponíveis. "É muito mais provável que estejamos a ver um cometa estranho, e não uma nave espacial extraterrestre", afirma ela.Loeb já tinha estado no centro de uma controvérsia semelhante em 2017, quando argumentou que 'Oumuamua, o primeiro objeto interestelar detetado, poderia ser uma "vela solar" alienígena. A sua hipótese foi duramente criticada pela comunidade científica, embora tenha gerado considerável atenção dos media.Ciência perante o ruído dos mediaA recente campanha internacional de observação do asteroide 3I/ATLAS, liderada pela Rede Internacional de Alerta de Asteroides (IAWN), coincidiu com as declarações de Loeb, alimentando uma onda de teorias da conspiração online. Algumas publicações chegaram a afirmar, sem provas, que a NASA tinha ativado um "protocolo de defesa planetária".Na realidade, a campanha — programada entre 27 de novembro e 27 de janeiro — é uma iniciativa científica de rotina, destinada a aprimorar os cálculos da posição, velocidade e composição do cometa.Astrónomos surpreendidos com o rápido aumento do brilho do cometa interestelar 3I/ATLAS. O que está a acontecer?“O primeiro passo é ouvir os cientistas”, enfatiza Manjavacas. “Baseamos as nossas conclusões em evidências, não em meras suposições. A ideia de uma nave espacial alienígena parece atraente, mas é infinitamente improvável”, disse ela.Mesmo assim, o astrónomo celebra o interesse público que o fenómeno gera: “O importante é que a astronomia continue a fascinar as pessoas. Não por causa de extraterrestres, mas porque nos ajuda a entender o nosso lugar no Universo”, disse.

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Como acelerar a reflorestação na Mata de Leiria? Plantar uma árvore para cada bebé é a proposta da Zero

Faça um donativo a partir de cinco euros através do site da associação e ofereça um sinal de esperança para as gerações vindouras.Até 2 de dezembro, é possível fazer um donativo a partir de cinco euros, que corresponde à plantação de uma árvore ou arbusto autóctone na Mata Nacional de Leiria. Foto: Instituto de Conservação da Natureza e das FlorestasOito anos depois do grande incêndio que devastou 86% da Mata Nacional de Leiria, a mancha florestal que ali surgiu ainda não é suficiente para compensar o carbono que se perdeu nos dias 15 e 16 de outubro de 2017.As chamas, que se alastraram rapidamente, deixaram um vasto rasto de destruição, libertando para a atmosfera cerca de 200 mil toneladas de dióxido de carbono (CO2).É o equivalente às emissões de 2, 25 milhões de automóveis a percorrer mil quilómetros num único dia, segundo as estimativas do Instituto Politécnico de Leiria.A Mata Nacional de Leiria, apesar da sua homogeneidade vegetal, alberga uma grande diversidade de fauna, entre coelhos-bravos, ginetas, texugos, pica-paus, enguias-europeias ou lampreias-de-riacho.O pinhal, com cerca de 11 mil hectares, começou a ser plantado no século XIII, chegando aos nossos dias como um verdadeiro armazém de carbono a proteger dois terços do território do concelho da Marinha Grande.Ecossistema ameaçadoA reflorestação tem sido lenta com a maior parte da área ardida ainda sem novas plantações e com espécies invasoras a comprometer o futuro deste ecossistema. A escala da destruição é um dos maiores obstáculos a dificultar o processo. E esse foi o principal motivo que levou a Zero a lançar a campanha “Um bebé, uma árvore”.O incêndio florestal de 2017 consumiu mais de nove mil hectares da mata de Leiria, correspondendo a 86% do total da área. Foto: Instituto de Conservação da Natureza e das FlorestasAtravés do website da associação ambiental, qualquer pessoa poderá fazer um donativo, a partir de cinco euros, que corresponde à plantação de uma árvore ou de um arbusto autóctone na Mata Nacional de Leiria.Artigo relacionadoMata da Albergaria e Geira Romana: Património Vivo no "Coração" do GerêsA oferta poderá ser personalizada com uma mensagem especial num postal digital, que poder-se-á oferecer ao bebé.Inspirado numa tradição europeia, que se espalhou por várias partes do mundo, a Associação Zero quer fazer o mesmo em Portugal, onde nascem cerca de 65 mil bebés todos os anos.Restauro dos habitats com espécies nativasA plantação resultante da campanha decorrerá entre novembro deste ano e janeiro de 2026. O objetivo é ajudar a restaurar dois habitats naturais de conservação prioritária - zimbral dunar e faial-medronhal - através da plantação de árvores e arbustos autóctones. Pinheiro-bravo (Pinus pinaster) é a espécie dominante da Mata Nacional de Leiria. A sua plantação, impulsionada por D. Dinis, entre1279 e 1325, teve um papel fundamental na proteção da costa e na produção nacional de madeira.Além destas espécies bioindicadoras dos habitats, serão introduzidas também diversas outras plantas companheiras, como a aroeira, o folhado, o medronheiro, o samouco ou o zimbro.Em 2018, depressão pós-tropical Leslie danificou cerca de mil hectares, afetando principalmente árvores de grande porte da mata de Leiria, que tinham escapado ao fogo florestal do ano anterior. Foto: Instituto de Conservação da Natureza e das FlorestasApós a época de plantação 2025/2026 será produzido um relatório público com os resultados. Mas antes disso haverá uma ação de voluntariado que será divulgada nas próximas semanas e onde todos poderão participar na reflorestação da mata.Referência da notíciaUm bebé, uma árvore – Campanha de reflorestação da Mata Nacional de Leiria. Associação Zero

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Desempenho sísmico de estruturas de bambu e as suas recomendações de projeto

Bambu: o mito da flexibilidade desvendado – como a ductilidade do sistema revoluciona o design sísmico. Saiba mais aqui!O bambu é considerado a planta que cresce mais rápido no planeta.O bambu é nativo de muitas áreas com alta sismicidade, e os edifícios de bambu são frequentemente considerados de bom desempenho em terremotos, principalmente com base em observações de eventos reais. Este desempenho favorável é atribuído à boa relação resistência-peso do bambu e à ductilidade inerente que as estruturas tradicionais podem alcançar. No entanto, a ideia de que a flexibilidade do bambu contribui significativamente para o desempenho positivo é, em grande parte, uma conceção errada.O bambu não é classificado como uma árvore, mas sim como um membro da família das gramíneas (Poaceae), a mesma do trigo e do arroz. Há uma frequente confusão na literatura e nos meios de comunicação entre a "ductilidade" e a "flexibilidade" do material, e entre a ductilidade do sistema e a ductilidade do material. O bambu como materialO bambu, como material, é inerentemente frágil na maioria dos modos de falha, de forma semelhante à madeira. A ductilidade útil em estruturas de bambu vem principalmente da ductilidade do sistema, que é obtida através de:Conexões Tradicionais: Sistemas de conexão tradicionais (pregos, ligações de carpintaria e amarração/corda) podem resistir a grandes deformações e absorver alguma energia através de atrito e dano local.Sistemas de Taipa Reforçada com Bambu (Bahareque): Estes sistemas, como o bahareque na América Latina, usam paredes preenchidas com barro ou argamassa, formando muros de corte que podem absorver energia através de danos locais e atrito. Testes demonstram que o bahareque com enchimento pode ter um índice de ductilidade de deslocamento mais elevado (cerca de 5) do que a estrutura isolada (cerca de 2,5).O bambu é frequentemente apelidado de "aço verde" na construção civil.A flexibilidade do bambu só seria útil se resultasse num período natural longo o suficiente para reduzir a força sísmica. Contudo, os períodos fundamentais das casas tradicionais de bambu reforçado (cerca de 0,3-0,45s) estão geralmente no patamar de aceleração máxima dos espetros de projeto.O bambu nas construçõesObservações de sismos passados na Colômbia, Equador e El Salvador mostram que as estruturas tradicionais de bahareque bem construídas e bem conservadas geralmente tiveram um bom desempenho. As falhas foram consistentemente atribuídas a:Deterioração do bambu/madeira devido a podridão ou ataque de insetos.Telhados pesados.Conexões inadequadas e falta de continuidade estrutural.Alterações e danos por detritos de edifícios adjacentes.O bambu tem um ciclo de floração muito longo e incomum.Para as construções modernas de bambu, que devem cumprir limites de deflexão rigorosos, a flexibilidade não é uma vantagem realista. A ductilidade deve ser introduzida através de zonas dissipativas confiáveis:Conectores metálicos dúcteis (em pórticos e estruturas contraventadas), embora o bambu seja mais propenso a lascar do que a madeira.Embora seja resistente, é crucial que o bambu usado em estruturas seja tratado adequadamente para proteger contra insetos e podridãoMuros de corte de bambu compósito (CBSW), que são sistemas aprimorados do bahareque tradicional. Os testes sugerem que o CBSW pode alcançar uma ductilidade de deslocamento de pelo menos 2-3.As recomendações As recomendações para o projeto sísmico, incorporadas na ISO 22156-2021, enfatizam a importância de manter o edifício leve, garantir uma construção durável (proteção contra insetos E podridão, e "durabilidade pelo projeto") e usar fatores de modificação de resposta/comportamento (R ou q) conservadores. Recomenda-se um fator de R=2 ou q=2 para estruturas CBSW que sigam a Norma Andina, devido aos testes significativos e às regras claras de detalhamento, e R=1,5 ou q=1,5 para todos os outros sistemas de bambu sem ensaios específicos do projeto.Artigo relacionadoPapel higiénico: qual a escolha mais verde? Bambu, reciclado ou outras alternativas? Em suma, o desempenho sísmico do bambu não é um mito, mas é mais bem explicado pela engenharia — a leveza e a capacidade de deformação das ligações e paredes, resultando na ductilidade do sistema, são os fatores-chave. Referência da notíciaKaminski, Sebastian & Grant, Damian & Harries, Kent & Trujillo, David & López, Luis. (2024). Seismic performance of whole culm bamboo structures and recommendations for design using ISO 22156.

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O país cheira a chuva, mas as castanhas continuam a assar: feiras e mercados para visitar esta semana

De Marvão ao Algarve, o outono serve-se à mesa. São Martinho está a chegar — e há muito para provar, comprar e celebrar esta semana.Cheira a castanhas e tradição: os mercados de outono que vale a pena visitar esta semana. Foto: Pexels // Meruyert GonulluOutono não é só tempo de chuva, vento e casacos pesados. É também a altura em que o país inteiro parece cheirar a castanhas assadas, a vinho novo e a broa acabada de sair do forno. Sabemos que esta quarta-feira uma frente fria progredirá de noroeste para sudeste da nossa geografia, regando a totalidade de Portugal continental. Nalgumas regiões, aliás, a precipitação será intensa. Mas, com um bom impermeável e umas botas resistentes, nada impede de aproveitar a semana ao som do crepitar das castanhas a assar. É só entrar no espírito — a chuva não tem de estragar os planos.Artigo relacionadoEsta quarta-feira o jato polar vai ondular e enviar uma depressão em direção a Portugal: a chuva vai afetar estas zonasE se há altura em que as feiras e mercados se multiplicam de norte a sul, é esta. As bancas de produtos locais estão prontas para despertar memórias olfativas e apetites de outono. Descubra as opções perfeitas para quem quer celebrar a estação com sabor, tradição e um casaco bem quente.Marvão: a rainha das castanhasNo alto do Alentejo, Marvão volta a encher-se de vida com a Feira da Castanha – Festa do Castanheiro, nos dias 8 e 9 de novembro. Este é um dos eventos mais emblemáticos da região e, todos os anos, transforma a vila histórica num grande mercado a céu aberto. Há castanhas assadas por todo o lado, bancas de mel, enchidos, queijos e licores, além de concertos e danças tradicionais.Marvão celebra a castanha com festa popular e toneladas de sabor. Foto: CM MarvãoAcredite, aqui o ambiente é contagiante. Entre o fumo dos magustos e as ruas empedradas, sente-se o verdadeiro espírito de São Martinho. E, se o tempo ajudar, o cenário torna-se ainda mais especial com as cores do outono a pintarem a serra. Se quiser um conselho de amigo, leve calçado confortável, apetite e vontade de provar tudo.A entrada custa 2€ (é gratuita para crianças até aos 12 anos de idade) e a receita reverte, na sua totalidade, para a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Marvão.Além disso, a Festa do Castanheiro – Feira da Castanha marca também o início da tradicional Quinzena Gastronómica da Castanha. Entre os dias 8 e 23 de novembro, quinze restaurantes do concelho de Marvão vão apresentar, nas suas ementas, o melhor da gastronomia típica do outono, com a castanha a assumir o papel principal.Palmela e Pinhal Novo: São Martinho em modo localMais a sul, o outono também se celebra em grande com o evento “S. Martinho na Praça – Magusto e Feira de Outono”, que decorre nos mercados municipais e de produtores de Palmela (8 de novembro) e Pinhal Novo (nos dias 8 e 9 de novembro).Artigo relacionadoEntre as Dolomitas e o Rio de Janeiro, há uma cidade portuguesa que conquistou a ‘National Geographic’Aqui o foco está na tradição e nos sabores locais: conte com castanhas quentinhas, vinhos da região, doçaria caseira e produtos de agricultura sustentável. É uma ótima opção para quem quer um ambiente genuíno, familiar e cheio de boa disposição, mas sem grandes multidões.Vinhais: castanhas e tradição transmontanaNo extremo norte, Vinhais celebra o outono com a Festa da Castanha — Rural Castanea, de 7 a 9 de novembro. Espere um dos maiores certames dedicados à castanha em Portugal, reunindo produtores, artesãos e muita animação popular.Por todo o recinto, há magustos, mostras de produtos locais, concursos e até degustações de castanha em versões improváveis — desde licores a sobremesas.E, claro, o ambiente é tipicamente transmontano: acolhedor, autêntico e cheio de boa energia. Se for de visita, aproveite para provar o fumeiro local e o pão centeio, e não se esqueça do casaco — o frio por ali é real.Prados, Celorico da Beira: um São Martinho de montanhaMais no coração da Beira Alta, a pequena aldeia de Prados (no concelho de Celorico da Beira) volta a receber a sua tradicional Festa da Castanha, nos dias 8 e 9 de novembro."Durante este fim de semana, a aldeia de Prados vai receber de braços abertos os visitantes em clima de festa". Foto: CM Celorico da BeiraEntre magustos comunitários, concertos, venda de produtos regionais e muito convívio, o evento celebra o outono em ambiente serrano.É uma feira de escala mais pequena, mas com aquele charme que só as aldeias beirãs conseguem ter: mesas corridas, música ao vivo e gente que o recebe como se fosse da terra.Sabores que aquecem o corpo e a memóriaPortugal tem uma relação antiga com o outono. É a época das colheitas, das feiras rurais e das mesas fartas. Entre um copo de jeropiga e um cartucho de castanhas, o país reencontra-se com as suas tradições — e, convenhamos, não há nada mais reconfortante do que isso.Com o feriado de 1 de novembro já passado, a semana continua cheia de motivos para sair de casa, mesmo com o tempo incerto. Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações. Não deixe que nada estrague o ambiente de festa dos próximos dias.

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O modelo meteorológico europeu pinta Portugal de amarelo e laranja, Alfredo Graça: “haverá temperaturas anómalas”

Até agora, neste outono, o frio praticamente não se fez sentir. A partir de quinta-feira (6) chegará uma massa de ar frio, mas será efémera. Na próxima semana as anomalias quentes vão manter-se em Portugal.Mais informação: O modelo europeu é claro: o bloqueio prevalecerá na Europa e terá estas consequências para o estado do tempo em PortugalQuer a perceção social, quer os dados climatológicos, atestam que os outonos já não são como antigamente, tendo-se verificado uma mudança. Há cada vez mais dias na estação outonal e mais regiões em Portugal com tempo veranil ou quase veranil e anomalias de temperatura positivas bastante significativas.Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações.A chegada do frio e a sua permanência sem grandes variações está cada vez mais atrasada, o que é confirmado pelos registos meteorológicos. Ontem, 3 de novembro, a temperatura máxima em várias cidades e localidades de Portugal continental situou-se entre os 18 e os 24 ºC, o que ilustra bem o comportamento termométrico destes novos outonos.Massa de ar frio chegará entre quarta e quinta-feiraAmanhã - quarta-feira, 5 de novembro - a chegada de uma frente associada a uma depressão muito cavada que conterá ar polar frio, para além de provocar um episódio de chuva abundante, potencialmente acompanhada de trovoada e granizo nalguns locais, dará ainda origem a uma pequena descida das temperaturas de norte a sul de Portugal continental. A combinação do ar frio em altitude com a precipitação poderá originar queda de neve nos pontos mais elevados da Serra da Estrela.Na quinta-feira, 6 de novembro, ocorrerá um arrefecimento generalizado em Portugal continental, embora de forma mais acentuada nas Regiões Norte e Centro.Porém, é para quinta-feira (6) que é expectável um arrefecimento mais generalizado e acentuado, sobretudo nas Regiões Norte e Centro do nosso país. No interior as temperaturas mínimas situar-se-ão entre os 3 e 10 ºC e no litoral oscilarão entre 9 e 13 ºC, podendo nalguns locais chegar aos 14 ºC. Já quanto às temperaturas máximas espera-se que variem entre os 15 e os 18 ºC em grande parte do país, embora com algumas exceções: na Guarda não irá além dos 11 ºC, e do Tejo para sul serão iguais ou superiores a 19 ºC.Não se perspetiva frio intenso a médio prazoEspera-se que as temperaturas máximas em Portugal continental registem altos e baixos, sem variações muito acentuadas, entre quinta (6) e domingo (9), algo que sinalizará a ‘batalha’ entre o ar polar pós-frontal e o ar subtropical. As temperaturas mínimas ficarão tendencialmente mais baixas no fim de semana devido ao afastamento das frentes do nosso território e à consequente estabilização do tempo exercida pelas altas pressões. Isto traduzir-se-á num arrefecimento térmico quase generalizado nas horas sem luz solar.O tempo ficará temporariamente mais fresco ou frio nos próximos dias. Porém, para a próxima semana vislumbra-se uma recuperação das temperaturas, o que resultaria num cenário de anomalias térmicas positivas em Portugal continental, isto é, de temperaturas amenas ou quentes para a época do ano.Deste modo, o tempo fresco ou frio continuará a prevalecer em grande parte de Portugal continental - exceto no Algarve onde as máximas rondarão os 20 ºC e as mínimas serão iguais ou superiores aos 13 ºC -, mas, de momento, não é possível anunciar a chegada de um tempo mais puramente invernal, algo que há alguns anos era relativamente normal nesta altura do ano.Artigo relacionadoAmanhã a chuva mais intensa será registada em Portugal entre as 07:00 e as 14:00 horas: prevê-se até 30 mmDe acordo com a previsão sub-sazonal do modelo Europeu, na próxima semana (10 a 16 de novembro) haverá anomalias quentes (ou térmicas positivas) em Portugal continental e Madeira, embora não muito acentuadas. Em quase toda a geografia do Continente prevê-se que a temperatura apresente valores até 1,5 ºC acima dos valores médios de referência.Para a próxima semana, 10 a 16 de novembro, estão previstas temperaturas superiores ao normal em Portugal continental, de até 1,5 ºC acima dos valores médios de referência.No Sotavento Algarvio e na Madeira espera-se uma anomalia térmica mais suave (temperaturas entre 0,5 e 1 ºC acima do normal). Já para os Açores não se deteta qualquer anomalia na temperatura, pelo que são expectáveis valores térmicos dentro do habitual. Isto significa que o tempo temporariamente mais frio que sentiremos em Portugal entre quinta-feira (6) e domingo (9) poderá ser atenuado na próxima semana.Estes mapas de anomalias térmicas - como o que se observa imediatamente acima plasmado -, com as cores amarelo e cor-de-laranja, são o tom dominante destes novos outonos, em que o tempo ameno (e por vezes o calor) vence o frio de forma esmagadora.

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Amanhã a chuva mais intensa será registada em Portugal entre as 07:00 e as 14:00 horas: prevê-se até 30 mm

Entre terça e quinta-feira, o tempo em Portugal continental será marcado por chuva intensa, vento forte e trovoadas, sobretudo no Norte e Centro. A frente fria trará descida das temperaturas e precipitação acumulada significativa.Mais informação: Esta quarta-feira o jato polar vai ondular e enviar uma depressão em direção a Portugal: a chuva vai afetar estas zonasPortugal continental prepara-se para uma nova mudança significativa no estado do tempo. A partir do dia de hoje, 4 de novembro, uma extensa frente fria associada a uma depressão muito cavada irá trazer, vento, chuva, trovoada e descida das temperaturas em grande parte do território continental. O que esperar da passagem da frente fria? Chuva, vento e trovoadas a caminho. Esta tarde, terça-feira, dia 4, o estado do tempo deverá gradualmente atingir a instabilidade. A previsão será relativamente estável em grande parte de Portugal continental, com baixa probabilidade de precipitação. No entanto, poderão observar-se alguns sinais de instabilidade, nomeadamente aumento da nebulosidade e rajadas de vento moderado, sobretudo nas regiões do litoral e do interior norte. Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações. A quarta-feira (5) será o dia mais chuvoso da semana. Prevê-se que a precipitação mais intensa se concentre no litoral Norte e Centro durante a madrugada e o início da tarde, acumulando até 75 mm em 24 horas nas zonas montanhosas do noroeste. Nas regiões norte e centro, em especial na faixa costeira e as vertentes expostas ao fluxo de sudoeste que beneficiam do reforço orográfico e do corredor de humidade associado à frente, podem ser esperadas acumulações superiores.A imagem do modelo ECMWF mostra acumulados significativos sobretudo no Norte e Centro-norte do país, confirmando que será aí que se concentrarão os valores mais elevados de precipitação por hora. Segundo os valores exibidos no mapa, destaca-se Braga com 74 mm, Aveiro com 68 mm, Porto com 66 mm e Coimbra com 54 mm, com outros pontos do interior centro também com quantias relevantes. O mapa mostra a densidade de raios prevista (#/km²). Durante este episódio, as trovoadas deverão ocorrer entre as 5h e as 15h, coincidindo com o período de maior instabilidade atmosférica, quando a frente fria atravessará o território continental.Para a manhã e início da tarde de quarta-feira, dia 5, os valores mais elevados de densidade de descargas elétricas (trovoada) concentram-se principalmente nas regiões do Alentejo litoral e do Algarve (Faro), onde se observam tons amarelo e vermelho, correspondentes a valores entre 1 e 8 raios por quilómetro quadrado. A presença de vento forte e ar húmido em níveis baixos da atmosfera reforça o potencial convectivo, aumentando a probabilidade de ocorrência de raios e trovoadas pontualmente intensas, sobretudo nas regiões mencionadas. A atividade elétrica deverá iniciar-se no litoral oeste, afetando locais como Lisboa, Setúbal e Santarém, e depois deslocar-se para leste, atingindo o interior centro e sul, à medida que o sistema frontal avança.A imagem mostra a previsão das rajadas de vento (km/h). A direção predominante do vento será de sudoeste, associada à circulação em torno da depressão localizada a noroeste da Península Ibérica. Esta configuração favorecerá também a agitação marítima significativa e poderá originar condições adversas na faixa costeira, nomeadamente nas regiões do Norte e CentroPara a manhã de quarta-feira, 5 de novembro, altura em que a frente fria atravessará o território continental português, preveem-se rajadas intensas, sobretudo nas regiões do litoral Norte e Centro, onde os valores poderão ultrapassar 80 km/h com o Porto em destaque.No interior, as rajadas deverão ser mais moderadas, com valores entre 40 e 55 km/h em locais como Évora e Beja. O vento deverá enfraquecer gradualmente a partir do final da tarde de quarta-feira, à medida que a frente fria se desloca para leste.Artigo relacionadoEspecialista Joana Campos revela qual será o dia mais chuvoso desta semana em Portugal: "até 75 mm acumulados"A evolução temporal apontada pelo modelo indica que a maior intensidade ocorrerá durante a quarta-feira, já na manhã de quinta-feira espera-se um arrefecimento do episódio: a chuva vai abrando e torna-se mais residual, ficando praticamente confinada ao Norte, onde ainda poderão ocorrer chuviscos dispersos.

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O modelo europeu é claro: o bloqueio prevalecerá na Europa e terá estas consequências para o estado do tempo em Portugal

Ainda que para amanhã quarta-feira, esteja previsto um dia bastante chuvoso, estando o país coberto de avisos amarelos e laranja, a partir de quinta-feira espera-se uma possível melhoria, ainda que se possa registar alguma chuva.Mais informações: Esta quarta-feira o jato polar vai ondular e enviar uma depressão em direção a Portugal: a chuva vai afetar estas zonasA instabilidade ainda não deu tréguas prolongadas, sendo que a partir das últimas horas de hoje e primeiras da madrugada de amanhã, quarta-feira, espera-se um agravamento das condições atmosféricas em Portugal Continental com a aproximação de uma depressão que resultará em chuva forte, de Norte a Sul, até ao final do dia, e ainda com possibilidade de trovoada.No vídeoO anticiclone irá regressar à sua posição habitual, trazendo uma melhoria progressiva no estado de tempo, até ao fim de semana.Estas condições esperadas para amanhã já deram lugar a aviso laranja de chuva para 17 distritos (à exceção de Bragança que conta com aviso amarelo), e aviso laranja de agitação marítima para o Litoral Oeste, segundo o IPMA.A partir do dia 6, quinta-feira, espera-se o início de um bloqueio anticiclónicoApesar deste agravamento do estado de tempo, espera-se que o anticiclone dos Açores regresse à sua posição habitual a partir de quinta-feira, dia 6, assim como um reforço do mesmo em crista até à Escandinávia (como se poderá observar no mapa mais abaixo), resultando em algumas variações no cenário atmosférico para Portugal Continental.Segundo este gráfico, podemos observar que há uma maior probabilidade de bloqueio anticiclónico na Europa entre os dias 6 e 10 de novembro, ainda que o mesmo possa variar.Como sabemos, a atmosfera, nesta altura do ano, torna-se bastante dinâmica, sendo difícil de prever com exatidão os fenómenos que nos poderão afetar, no entanto, com base nas mais recentes atualizações do nosso modelo de confiança, o ECMWF, os mapas mostram-nos uma melhoria gradual no estado de tempo em Portugal Continental até ao fim de semana (dias 8 e 9).Com isto, não significa que não haja possibilidade de ocorrência de precipitação, pois esta continua a persistir, especialmente entre quinta e sexta-feira, no entanto, com menor expressão. Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações. Para além da menor quantidade de chuva e, consequentemente, menor abrangência, as temperaturas também vão diminuir, especialmente as noturnas, podendo baixar até aos 3 ºC.Efeitos esperados deste bloqueio até dia 10 de novembro, segunda-feiraComo referimos, entre quinta e sexta-feira, espera-se a ocorrência de chuva fraca a moderada em vários pontos de Norte a Sul do país, no entanto, é expectável que esta se dissipe a partir das últimas horas de sexta-feira, dando lugar a um fim de semana seco e parcialmente soalheiro.A partir da madrugada de quinta-feira, espera-se uma diminuição gradual das temperaturas, especialmente das mínimas.As temperaturas também vão diminuir, como referimos acima, especialmente a partir de quinta-feira, onde nessa madrugada, a temperatura mínima mais baixa esperada poderá ser de 2 ºC na Serra da Estrela. Já a máxima no mesmo local não deverá ultrapassar os 3 ºC. Na região Norte, as máximas mais elevadas não deverão ultrapassar os 17 ºC na Póvoa de Varzim, mantendo-se, em média, em volta dos 15 ºC.Esta tendência poderá manter-se nos dias seguintes, com algumas variações, ainda que pouco significativas, tanto em relação às máximas como às mínimas. No entanto, e frisando que estes valores poderão alterar-se até lá, neste momento, podemos observar que a madrugada de domingo poderá ser a mais fria dos próximos dias, com a Serra da Estrela a registar 0 ºC e com o resto do país a registar valores abaixo dos 10 ºC, com exceção de Lisboa e Faro, que poderão contar com mínimas de 15 ºC e 12 ºC, respetivamente.Artigo relacionadoAmanhã a chuva mais intensa será registada em Portugal entre as 07:00 e as 14:00 horas: prevê-se até 30 mmEsta descida das temperaturas poderá resultar do avanço de uma massa de ar mais frio associada à atual presença de baixas pressões. Contudo, a posterior imposição das altas pressões poderá contribuir para o bloqueio dessa massa, contribuindo para estes valores de temperatura mais baixos.

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Cuidados simples com o cacto de Natal: com que frequência deve regar para uma floração bem sucedida

Gostaria de ter um centro de mesa suculento para o jantar de Natal? Só que não nos referimos à comida... que tal um belo cacto de Natal a florescer?! O cacto de Natal é uma bela planta suculenta com flores rosa-avermelhadas brilhantes que a tornam uma bela adição à mesa do jantar de Natal para dar aquele toque rico e festivo. Crédito: mygardenlife.comProvavelmente já viu esta suculenta maravilhosamente radiante, mas talvez não saiba o que é ou quão popular é... o cacto de Natal, também conhecido como Flor de Maio no Brasil, de onde a planta é nativa. No seu habitat nativo, a planta prospera em regiões costeiras montanhosas, crescendo em rochas e em árvores, e absorve a humidade do ar e não do solo para sobreviver.Que tipos de cactos de Natal existem?Embora o cacto das Festas possa ser aceite como outro nome para o cacto de Natal, é mais um termo genérico que abrange o cacto de Natal, o cacto de Ação de Graças e o cacto da Páscoa. Cada uma destas plantas tem características distintas que ajudam a distingui-las, sendo o cacto da Páscoa o mais distinto. Os cactos da Páscoa, ou Rhipsalidopsis gaertneri, pertencem a um género diferente (um grupo taxonómico) dos cactos do Natal e do Dia de Ação de Graças e distinguem-se pelas suas flores muito pontiagudas e quase em forma de estrela. Apresentam também folhas com bordos arredondados.Artigo relacionadoAcelerar a seleção natural no laboratório: ensinar novos truques aos genes das plantasTanto os cactos de Natal como os de Ação de Graças pertencem ao género Schlumbergera e são espécies diferentes com características diferentes. O cacto de Natal, Schlumbergera bridgesii, tem flores tubulares e folhas com bordos recortados. O cacto de Ação de Graças também tem flores tubulares, mas a principal característica que o distingue do cacto de Natal são as suas folhas com bordos recortados. Existem três tipos principais de cactos de férias para desfrutar, e cada um tem características muito distintas que o podem ajudar a distingui-los. Crédito: Briggs Nursery Inc.Agora que já sabe a diferença entre os seus cactos de Natal, vamos concentrar-nos no cacto de Natal para nos prepararmos para uma grande época festiva em flor. Então, comprou o seu cacto de Natal no outono, durante o qual o cultivou regando-o regularmente e apenas quando a superfície do solo parece seca ao toque. Ótimo, então agora trata-se de manter a rega, tendo o cuidado de não adicionar demasiado ou pouco, pois isso pode afetar o crescimento das flores e a longevidade das mesmas.Quando o seu cacto de Natal estiver em plena floração, não se esqueça de regar uniformemente, verificando a cada três ou quatro dias e regando apenas quando o solo estiver ligeiramente seco ao toque. Observe a folhagem da planta; se tiver um aspeto baço e se as flores estiverem a cair, isso significa que o solo não está suficientemente húmido.Quando entra no fim do inverno, é altura de reduzir a rega, deixando secar três a quatro centímetros da camada superior do solo antes de regar de novo. Após a floração, só precisa de regar o seu cacto de Natal de duas em duas semanas. Essencialmente, a planta necessita de menos água, pois não está a alimentar o crescimento das suas flores e está a preparar-se para o crescimento na primavera. Referência da notíciaBriggs Nursery, What kind of holiday cacti do I have?My Garden Life, Christmas cactus

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Novo satélite chinês Fengyun-3H revela as suas primeiras imagens incríveis da Terra

A China divulgou as primeiras imagens capturadas pelo satélite meteorológico Fengyun-3H, um instrumento que promete revolucionar a observação global. As imagens revelam um nível de detalhe sem precedentes da atmosfera, oceanos e superfície da Terra.Imagem em cores reais da Antártida capturada pelo instrumento MERSI-III (Medium Resolution Spectral Imager III) a bordo do FY-3H. Fonte: OMM (Organização Meteorológica Mundial).O satélite meteorológico Fengyun-3H (FY-3H) foi lançado a 27 de setembro de 2025, a partir do Centro Espacial de Jiuquan, e já começou a transmitir os seus primeiros dados científicos. As imagens, apresentadas na 15ª Conferência de Utilizadores de Satélites Meteorológicos da Ásia-Oceânia, em Qingdao, demonstram a capacidade do novo sistema de capturar fenómenos atmosféricos com resolução sem precedentes.Pela primeira vez, o novo satélite FY-3H mostra o nosso planeta com clareza global e, ao mesmo tempo, abre caminho para a monitorização de tempestades severas e gases com efeito de estufa a partir do espaço, num único dispositivo.Segundo a Administração Meteorológica da China (CMA), seis dos nove instrumentos a bordo já estão operacionais. Entre eles está o Espectrómetro de Absorção de Gases com Efeito de Estufa II (GAS-II), que medirá as concentrações de dióxido de carbono e de metano com uma precisão de apenas uma ou duas partes por milhão (ppm).As primeiras imagens divulgadas pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) mostram desde a extensão do gelo na Antártida até ciclones tropicais no Pacífico. Esta cobertura global, obtida a partir de uma órbita polar, será fundamental para aprimorar a previsão do tempo e de desastres naturais à escala planetária.Um novo olhar sobre o planetaO FY-3H pertence à terceira geração de satélites meteorológicos chineses e faz parte da rede internacional integrada de observação da OMM. A sua órbita mais avançada complementa as observações de outros satélites, como o europeu MetOp e o americano NOAA-20, fornecendo dados em diferentes momentos e, assim, melhorando a cobertura global.CASC has released some of the first images taken by the new FengYun-3H meteorological satellite. The satellite, which launched in September, is now undergoing in-orbit testing and is expected to be commissioned in July 2026. https://t.co/gCNOnap3ug pic.twitter.com/eOgVbhmIId— China 'N Asia Spaceflight 𝕏 ️ (@CNSpaceflight) October 28, 2025Este satélite transporta nove instrumentos de deteção remota capazes de observar em diferentes comprimentos de onda, do visível ao infravermelho. Estes instrumentos gerarão mais de 70 produtos diferentes: imagens de nuvens, temperatura e humidade atmosféricas, aerossóis, radiação solar, superfície oceânica e concentrações de gases com efeito de estufa.A combinação destes sensores melhorará a precisão dos modelos de previsão do tempo, especialmente em regiões tropicais e polares onde a observação terrestre é limitada. Além disso, o seu sistema de transmissão direta facilitará o acesso aos dados para centros meteorológicos em todo o mundo.Aplicações científicas e cooperação globalA OMM destacou que os dados do terceiro semestre do ano fiscal serão partilhados abertamente com outros países no âmbito do WIGOS (Sistema Global Integrado de Observação). Isto fortalecerá a cooperação internacional na monitorização climática e na resposta a emergências meteorológicas.Imagem composta de céu limpo sobre a Ásia capturada pelo instrumento MERSI-III (Medium Resolution Spectral Imager III) a bordo do satélite FY-3H (9 a 21 de outubro de 2025). Fonte: OMM.A China procura posicionar-se como um ator fundamental na ciência climática, e este novo satélite fortalece a sua contribuição para a rede global de observação. Os dados gerados por ele permitirão a análise de tempestades, ondas de calor, secas e variações nas concentrações de gases com efeito de estufa.Os próximos meses serão cruciais para concluir a calibração dos nove instrumentos e validar os resultados científicos. Se o desempenho atender às expectativas, o FY-3H irá tornar-se uma ferramenta essencial para a compreensão da atmosfera terrestre num estágio crítico das alterações climáticas.

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Vai nascer no Alentejo um santuário para elefantes resgatados de cativeiros

Rodeados de sobreiros e olivais, estas enormes criaturas vão colocar a região alentejana no mapa mundial de conservação da vida selvagem. Descubra aqui onde ficará o primeiro refúgio em grande escala da Europa.Elefantes adultos resgatados de cativeiros europeus estão prestes a chegar ao Alentejo. Se trouxerem filhotes, também eles serão bem-vindos. Foto: domínio público, via Pik PikSabia que há milhares de anos havia elefantes a vaguear pela Península Ibérica? Vestígios de pegadas com mais de 30 mil anos do Palaeoloxodon antiquus, ou elefante-antigo, já foram encontrados no litoral alentejano. Foi há muito, muito tempo, durante os períodos interglaciais do Plistoceno Médio e Superior.Mas e se lhe dissermos que os elefantes vão regressar ao Alentejo? Não, não é uma piada nem tão pouco uma excêntrica experiência inspirada na saga Jurassic Park. É um santuário de grande porte que em breve vai nascer nos concelhos de Vila Viçosa e Alandroal.A data de inauguração ainda não é conhecida, mas a apresentação oficial do primeiro santuário de elefantes em grande escala da Europa está marcada para a tarde desta quinta-feira, 6 de novembro. O evento irá acontecer no Cineteatro Florbela Espanca, em Vila Viçosa, com a presença dos autarcas dos dois municípios e representantes da Pangea Trust, a entidade, com sede no Reino Unido e em Portugal, que irá gerir este espaço.O Palaeoloxodon antiquus, ou elefante-antigo, já dominou as paisagens áridas da Península Ibérica durante o período do Plistoceno Médio e Superior, entre 800 mil e 30 mil anos atrás. Foto: DFoidl, own work, CC BY 3.0, via Wikimedia CommonsSão três propriedades, com cerca de 400 hectares, partilhados entre estes dois municípios do distrito de Évora. O acontecimento é único e colocará a região alentejana no mapa mundial da conservação da espécie. Vale a pena, por isso, conhecer esta história desde o seu início. Resgatar os animais do cativeiroO projeto nasceu de uma enorme dificuldade sentida nos países europeus. A maioria dos estados da UE proibiu o uso de animais em circos, mas a legislação trouxe um novo problema. Mais de 600 elefantes vivem atualmente em cativeiro na Europa, segundo a Pangea Trust. Boa parte dos zoológicos não tem capacidade logística e financeira para acolher estes animais. Os governos, sem opções, deparam-se com inúmeros obstáculos para fazer cumprir as leis de bem-estar animal.Porquê o Alentejo?Existem santuários de grande porte em África, Ásia e Américas, mas não na Europa. Após um extenso estudo de viabilidade e uma busca por todo o continente, a organização encontrou finalmente um terreno no Alentejo. O clima mediterrâneo quente, as planícies onduladas e os habitats diversificados foram o principal critério de seleção. O local é também de acesso restrito, assegurando um ambiente seguro e tranquilo para esta espécie.A região oferece as condições ideais para os elefantes vagarem, procurarem por alimento e socializarem, contribuindo simultaneamente para o restauro ecológico. Artigo relacionadoOs mistérios de comunicação entre os elefantesA Pangea viu, portanto, no Alentejo a oportunidade de criar um espaço destinado aos elefantes, mas também a outros animais resgatados dos cativeiros oriundos de todos os pontos da Europa. A propriedade poderá acolher até 24 elefantes, e animais em famílias ou com juvenis que tenham estado em circos ou em outras situações de cativeiro.Planícies amplas e cuidados especializadosInspirado em refúgios naturais de grande porte em outros continentes, o projeto foi planeado por especialistas em elefantes em cativeiro e biólogos de elefantes selvagens. Espera-se que a introdução do elefante no Alentejo aumente a biodiversidade, reduza a degradação dos solos e diminua o risco de incêndios florestais. Foto: seth0s via PixabayO plano foi apresentado aos dois municípios em novembro de 2022, obtendo a aprovação de ambas as autarquias. Foi ainda necessário esperar pelos pareceres favoráveis do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo.Através de um programa de restauro de habitat, a propriedade foi intervencionada com vista a proporcionar espaços naturais onde os animais vão circular num amplo terreno, recebendo cuidados especializados e individualizados.A organização estabeleceu parcerias com especialistas em paisagens mediterrânicas para restaurar a flora e fauna nativas. Áreas de eucaliptos e de pastagens degradadas foram regeneradas para ajudar a recuperação da natureza.O clima mediterrânico e a biodiversidade de habitats foram os principais critérios para selecionar o Alentejo como o primeiro santuário de grande escala europeu para os elefantes. Foto: Ofir Eliav via PexelsEspera-se que a combinação dos princípios da reintrodução da vida selvagem com práticas de gestão da terra, como baixas densidades de elefantes, contribua para aumentar a biodiversidade, melhorar a qualidade do solo, reduzir a erosão e a degradação do habitat e ainda diminuir o risco de incêndios florestais.Conservação, ciência e turismoAlém de assegurar a proteção animal, a iniciativa pretende também afirmar o Alentejo como referência internacional na conservação do ambiente. O objetivo do santuário é vir a colaborar com universidades e centros de investigação em estudos sobre comportamento animal e ecossistemas de grande porte. A iniciativa terá ainda uma vertente social e económica, com programas de turismo sustentável e educação ambiental.O contacto com estes animais será cuidadosamente planeado. A interação humana terá de ser sempre limitada e o acesso ao público não acontecerá diariamente, mas em dias previamente estipulados pela organização. Mas estão previstas, por exemplo, parcerias com instituições académicas onde os estudantes poderão visitar o santuário e aprender sobre o trabalho ali desenvolvido. O santuário será também um espaço de colaboração entre investigadores, podendo ainda acolher um projeto de turismo sustentável. Foto: Moshe Harosh via PixabaySerão criados ainda programas de voluntariado e um centro educacional, próximo do santuário, com exposições interativas e transmissões de vídeo para os visitantes aprenderem mais sobre a vida destas criaturas enquanto os observam ao vivo e a cores.Artigo relacionadoOs elefantes e o ébano: estudo revela colapso de mutualismo vital nas florestas africanasAguardemos, então, pelo regresso dos paquidermes à Península Ibérica. O Alentejo está pronto para lhes dar as boas-vindas nestas planícies de azinheiras, sobreiros e olivais, onde vão ter tudo para esquecer os dias de cativeiro e serem felizes.Referência da notíciaA haven for nature, a sanctuary for elephants – Pangea Trust

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Crianças com surdez incurável recuperam a audição graças à terapia génica

Nove crianças com surdez congénita recuperaram a audição através de uma terapia génica inovadora que corrige o gene OTOF, responsável pela transmissão do som ao cérebro. Descubra mais aqui!Crianças que nasceram surdas voltam a ouvir após receberem uma terapia génica revolucionária que repara o gene OTOF, restaurando o funcionamento natural do ouvido e oferecendo esperança a milhares de famílias.Um grupo de nove crianças que nasceram completamente surdas voltou a ouvir graças a um tratamento inovador baseado em terapia génica.O ensaio clínico, realizado em Espanha, China e Estados Unidos, representa um marco histórico na medicina e abre novas perspetivas para o tratamento de diversas formas de surdez genética até agora consideradas incuráveis.Um avanço que parecia impossívelAs crianças tratadas sofriam de uma forma rara de surdez congénita provocada por mutações no gene OTOF (otoferlina). Este gene é essencial para o funcionamento das células ciliadas do ouvido interno, responsáveis por transformar as vibrações sonoras em impulsos elétricos que o cérebro interpreta como som.Quando o gene OTOF não funciona corretamente, o som chega ao ouvido, mas não é transmitido ao cérebro. Até agora, a única solução para estas crianças era o implante coclear, um dispositivo eletrónico que estimula diretamente o nervo auditivo, mas que não devolve a audição natural.A terapia génica, porém, tem um objetivo diferente: restaurar o funcionamento biológico do ouvido.Como funciona a terapia génicaA equipa médica introduziu uma cópia funcional do gene OTOF nas células auditivas do ouvido interno através de um vector viral, um vírus modificado para transportar o material genético saudável sem causar infeção. Este vetor é injetado na cóclea, a parte do ouvido responsável pela perceção do som.Artigo relacionadoDia Mundial da Música. Descubra os incríveis poderes curativos desta arteDepois de algumas semanas, as células começam a produzir a proteína otoferlina em quantidades normais, restabelecendo o mecanismo de transmissão do som. Os resultados têm sido descritos pelos médicos como “emocionantes”.Várias crianças que nunca tinham ouvido começaram, gradualmente, a reagir a sons, reconhecer vozes e até pronunciar as primeiras palavras. Num dos casos, uma menina de dois anos, tratada no Hospital Sant Joan de Déu, em Barcelona, reconheceu pela primeira vez a voz da mãe apenas semanas após a intervenção.Um esforço internacionalO estudo faz parte de um projeto internacional de investigação sobre terapias génicas aplicadas à audição. Em Espanha, a equipa do Hospital Sant Joan de Déu colabora com o Instituto de Investigação Biomédica de Bellvitge (IDIBELL) e com o Instituto de Microcirurgia Ocular (IMO).Ensaios semelhantes decorrem também na China, onde algumas das primeiras cirurgias foram realizadas, e nos Estados Unidos, onde o tratamento está a ser avaliado pela agência reguladora FDA.Uma nova terapia génica permite que crianças com surdez congénita ouçam pela primeira vez, ao corrigir o gene defeituoso responsável pela transmissão do som no ouvido interno.O sucesso dos primeiros casos oferece esperança a milhares de famílias em todo o mundo. Estima-se que cerca de um em cada mil bebés nasça com algum grau de surdez profunda, e que até 60% desses casos tenham origem genética. A mutação do gene OTOF é uma das causas mais comuns.Um futuro com novas possibilidadesOs investigadores sublinham que, embora os resultados sejam muito promissores, é necessário continuar a acompanhar as crianças a longo prazo para confirmar a segurança e a durabilidade do tratamento.Ainda assim, este avanço abre caminho a novas terapias para outras formas de surdez genética, e até para algumas formas de surdez adquirida.“Estamos a assistir ao início de uma nova era na otologia. O que antes parecia impossível, devolver a audição natural a uma criança surda de nascença, está agora ao nosso alcance”. Dr. Miquel Bernal, orrinolaringologista e diretor do estudo em Espanha.Para os especialistas, trata-se de uma mudança de paradigma: em vez de compensar a perda auditiva com dispositivos eletrónicos, a medicina poderá agora corrigir a origem do problema no ADN.Esperança e emoçãoPara as famílias, o impacto é profundo. Muitos pais descrevem o momento em que os filhos reagiram pela primeira vez a sons como “milagroso”. Uma das mães contou que, após a cirurgia, a filha começou a sorrir quando ouvia música: “Foi como se tivesse acordado para um novo mundo”.Ainda que a terapia génica continue em fase experimental e o seu custo seja elevado, o sucesso destes primeiros casos marca um passo decisivo para o futuro da medicina regenerativa e para a luta contra as doenças genéticas.O som da esperança, ao que tudo indica, voltou a ecoar, e desta vez, também dentro dos ouvidos de quem nunca o tinha ouvido antes.Referência da notíciaVassili Valayannopoulos, Manohar Bance, Daniela S. Carvalho, John H., et al, "DB-OTO Gene Therapy for Inherited Deafness", 2025, The New England Journal of Medicine

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A crise silenciosa: por que o plástico virgem barato está a matar a reciclagem na Europa

O plástico virgem barato mata a reciclagem na Europa: fecho de fábricas pede intervenção política imediata. Saiba mais aqui!A palavra "plástico" vem do grego plastikos, que significa "capaz de ser moldado". Isto refere-se à sua principal propriedade: ser macio e maleável durante a produção, permitindo-lhe assumir virtualmente qualquer forma.A indústria de reciclagem de plásticos enfrenta a sua fase mais desafiadora, marcada por uma série de encerramentos de fábricas que abalam o setor. No Reino Unido, a Biffa fechou a sua fábrica em Sunderland, e a Viridor encerrou as operações em Avonmouth, Skelmersdale, e confirmou o fecho de Rochester. Esta crise estende-se pela Europa: a Veolia fechará as suas duas operações na Alemanha, e sete recicladoras de plásticos fecharam as portas nos Países Baixos no ano passado.Empresas como a Borealis, Dow e Neste também abandonaram planos para construir novas fábricas. Esta onda de fechos significa a perda de quase um milhão de toneladas de capacidade de reciclagem de plástico desde 2023.As causas da crise e os incentivos perversosA principal causa do colapso é o fator económico: o plástico virgem e o material reciclado proveniente da Ásia são atualmente mais baratos do que o plástico reciclado europeu. Os altos custos de energia e mão-de-obra na Europa acentuam esta disparidade, forçando os operadores a trabalhar sem lucro ou a fechar. A produção de plástico disparou após a Segunda Guerra Mundial. Materiais como o polietileno, o PVC e o nylon tornaram-se comuns, impulsionando a "Era do Plástico".O problema é agravado pela contínua dependência do Reino Unido na exportação de resíduos de plástico, que atingiu cerca de 600.000 toneladas no ano passado – 5% a mais do que em 2023. Lacunas na legislação atual do Reino Unido criam incentivos para os coletores exportarem o lixo em vez de o processarem domesticamente.A demanda por intervenção políticaO cenário levou Steve Morgan, da RECOUP, a insistir que as regulamentações do Reino Unido precisam de ser reformadas urgentemente, pois têm beneficiado mais os mercados estrangeiros. A RECOUP está a pedir ao governo do Reino Unido que introduza um esquema único de certificação de reciclagem de plástico para reduzir as exportações de resíduos e incentivar o uso doméstico.Atualmente, a humanidade produz cerca de 400 milhões de toneladas de plástico por ano – um peso equivalente ao de toda a população humana na Terra.O Departamento do Ambiente do Reino Unido (DEFRA) confirmou que as reformas estão a ser implementadas, juntamente com um investimento de 10 mil milhões de libras em novas instalações. O Esquema de Depósito e Retorno (DRS), a ser lançado em outubro de 2027, deverá criar material de maior qualidade para reciclagem.Em Bruxelas, Virginia Janssens, da Plastics Europe, teme que, se os grandes planos de produção forem construídos fora da Europa, a região retrocederá 20 anos, resultando em mais incineração e aterro sanitário.Os focos de otimismo e inovaçãoApesar da turbulência, há sinais de esperança e investimento estratégico:Especialização: A Enviroo garantiu 58 milhões de libras para construir uma nova unidade no noroeste de Inglaterra, especializada na conversão de garrafas PET em granulado para embalagens alimentares. O seu CEO acredita que o sucesso reside em focar-se em resolver os problemas fundamentais do setor.Um dos maiores desafios da indústria de reciclagem é que o plástico virgem, feito a partir de combustíveis fósseis, é muitas vezes mais barato de produzir do que o plástico recicladoTecnologia Avançada: A Plastic Energy está a converter resíduos plásticos em óleo de pirólise, que pode ser usado para produzir plástico de qualidade alimentar e médica. O seu CEO, Ian Temperton, prevê que a empresa beneficiará da antecipada falta de oferta de plástico reciclado, à medida que as metas obrigatórias na Europa se tornam mais rigorosas (por exemplo, 65% de conteúdo reciclado em garrafas de bebidas até 2040).Artigo relacionadoMapa mundial da poluição por plásticos: serão estes oceanos os mais ameaçados?Em suma, a inovação e o investimento estão a avançar, mas a sobrevivência da reciclagem de plásticos exige uma intervenção política imediata para corrigir as falhas do mercado que tornam o plástico virgem mais atrativo do que o reciclado.Referência da notíciahttps://www.bbc.com/news/articles/c5yv8e0prg9o

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A NASA já sabe como obter água em Marte, mas há um problema mortal que ainda não consegue resolver

A agência espacial já tem a tecnologia para obter água em Marte a partir do gelo no solo, o verdadeiro obstáculo não é encontrá-la, mas sobreviver ao processo.Os depósitos de água no planeta vermelho estão bem localizados.Durante décadas, Marte foi considerado um deserto planetário, mas as missões da NASA confirmaram que a água ainda se esconde sob a sua superfície gelada, presa em minerais ou congelada em depósitos polares. A questão já não é saber se existe, mas como aproveitá-la para sustentar a presença humana.A estratégia chama-se ISRU, sigla para In Situ Resource Utilization, e consiste em utilizar os recursos do próprio planeta para evitar depender de fontes terrestres. Por outras palavras, produzir água, oxigénio e combustível sem esperar por carregamentos da Terra - uma ideia brilhante, mas com uma execução complicada. Experiências laboratoriais e concursos como o Moon to Mars Ice Challenge já demonstraram que é possível perfurar o solo marciano e extrair gelo. Alguns protótipos chegaram mesmo a derreter gelo artificial em condições de vácuo, simulando o ambiente de Marte, e conseguiram produzir pequenas quantidades de água líquida.A NASA experimentou diferentes métodos, como o aquecimento do regolito para libertar vapor de água, a perfuração de depósitos de gelo sub-superficiais ou a captura de humidade atmosférica. Em qualquer dos casos, o objetivo é obter água suficiente para beber, produzir oxigénio e fabricar combustível para a viagem de regresso. O combustível para regressar de uma viagem a Marte deve ser obtido no local.Mas transformar estas experiências em operações seguras e sustentáveis em Marte é outra história. Cada tentativa requer enormes quantidades de energia e enfrenta condições que nenhum engenheiro enfrentou antes, tais como frio extremo, baixa pressão e um ambiente carregado de radiação letal.Um planeta cheio de água invisívelParadoxalmente, Marte tem mais água do que aparenta ter, estimando-se que até 99% da água original do planeta possa ainda lá estar, presa na sua crosta e nos seus minerais, de acordo com estudos da NASA e da Universidade do Estado do Arizona, baseados em dados das missões MAVEN e Hubble.O problema é que esta água não está disponível na forma líquida, mas congelada ou quimicamente ligada a minerais hidratados. A sua extração implica o aquecimento de grandes quantidades de solo ou a perfuração até vários metros abaixo da superfície, tudo isto num ambiente onde as máquinas podem facilmente congelar ou ficar presas. Artigo relacionadoTeoria de cientistas na Nature: "O gelo de Marte poderá ter sido originado a partir de erupções vulcânicas"Algumas áreas, especialmente perto do equador, contêm depósitos mais acessíveis, mas os pólos continuam a ser o maior reservatório. O dilema é que estas regiões estão sujeitas a temperaturas extremas e noites longas, o que torna difícil manter os sistemas de extração e armazenamento operacionais.Mesmo que se consiga aceder a estes reservatórios, a purificação é outro obstáculo. A água marciana pode conter percloratos, sais tóxicos que podem ser mortais para os humanos se não forem completamente removidos antes de serem utilizados, pelo que o risco químico é tão elevado como o risco tecnológico. Extração: um desafio próximo do impossívelA engenharia já domina os princípios físicos da extração de água do solo marciano, mas o problema está na prática. Em Marte, a poeira eletrostática cola-se a tudo, os motores congelam e as juntas mecânicas podem falhar à primeira mudança de temperatura.O equipamento concebido para a perfuração tem de ser leve, resistente à radiação e capaz de funcionar num vácuo parcial onde os fluidos se evaporam instantaneamente. Qualquer erro pode tornar o sistema completamente inútil e cada novo protótipo tem de ser testado durante anos antes de ser aprovado para uma missão real. Será muito difícil encontrar água à superfície, como acontece aqui na Terra.Para além disso, os processos de fusão ou aquecimento do gelo consomem muita energia. Em Marte, a energia provém de painéis solares limitados ou de pequenos reatores nucleares ainda em desenvolvimento e, sem uma fonte estável, o sistema pode ficar sem energia em pleno funcionamento.O último desafio é a segurança dos astronautas, que não estarão expostos ao ambiente marciano sem fatos pressurizados, pelo que todo o funcionamento terá de ser automático. Uma falha elétrica, uma fissura num tubo ou um bloqueio mecânico colocariam em risco não só a água, mas também a vida de toda a tripulação. O dilema da água marcianaEm teoria, já sabemos como levar água a Marte, os modelos funcionam, as experiências confirmam-no e os dados do regolito confirmam-no, mas o verdadeiro desafio é fazê-lo sem perder mais do que ganhamos- energia, recursos e, acima de tudo, segurança humana.A NASA continua a desenvolver sistemas que combinam extração, purificação e armazenamento num único módulo autónomo, com o objetivo de permitir que uma missão robótica produza água antes da chegada dos astronautas, garantindo a sua sobrevivência desde o primeiro dia no planeta vermelho. Artigo relacionadoNASA encontra sinais de vida passada em Marte: eis as provas mais fortes encontradas pelo PerseveranceEntretanto, os estudos da sonda MAVEN e do rover Perseverance continuam a atualizar os mapas do gelo marciano. Cada nova descoberta aproxima o sonho de uma colónia humana, mas também revela a fragilidade do ecossistema marciano e o quão longe estamos de o tornar habitável.A água, que aqui na Terra representa a vida, em Marte pode significar o contrário se não for tratada com precisão. E embora a NASA tenha descoberto como a obter, ainda não sabe como o fazer sem que essa descoberta se torne num problema mortal.

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Esta quarta-feira o jato polar vai ondular e enviar uma depressão em direção a Portugal: a chuva vai afetar estas zonas

Uma extensa frente fria vai provocar precipitação abundante em Portugal continental entre terça (4) e quarta-feira (5). Prevê-se entre 30 e 50 mm de chuva em 12 horas nestes distritos e rajadas de vento até 110 km/h.Mais informação: Especialista Joana Campos revela qual será o dia mais chuvoso desta semana em Portugal: "até 75 mm acumulados"Estamos prestes a viver a próxima grande mudança no estado do tempo em Portugal continental, derivada de uma situação de instabilidade que se estenderá desde o Minho e Trás-os-Montes até ao Algarve. Amanhã - terça-feira, 4 de novembro - uma extensa frente fria, associada a uma depressão muito cavada posicionada a noroeste da Península Ibérica, irá aproximar-se de Portugal continental.No vídeoEm breve chegará uma frente fria que afetará o Minho nas últimas horas de terça-feira (4), e que na quarta-feira progredirá de noroeste para sudeste da nossa geografia, regando a totalidade de Portugal continental. Nalgumas regiões a precipitação será intensa.A frente fria vai chegar na terça (4) ao final do dia ao Minho, onde deixará alguma precipitação, podendo também gerar alguns aguaceiros em zonas dos distritos do Porto e Vila Real. Na quarta-feira (5) a instabilidade será generalizada, com a frente a produzir chuva abundante e vento intenso ao longo da geografia do Continente. Também se prevê forte agitação marítima em toda a faixa costeira ocidental. Esta situação levou o IPMA a ativar avisos em 11 distritos na terça-feira (4) e em todos os distritos (18) na quarta-feira (5).Eis os primeiros efeitos da frente fria nesta terça-feira, dia 4Amanhã, antes da chegada da frente, vislumbra-se a possibilidade de aguaceiros fracos e dispersos na Região Centro, primeiro no litoral e depois no interior, aproximadamente entre as 04:00 e as 08:00 da manhã. Nas horas seguintes a nebulosidade média e alta tenderá a carregar em todo o território do Continente, especialmente no Noroeste, com a primeira banda de chuva a cair nas últimas horas do dia no Minho e possivelmente também nalgumas zonas dos distritos do Porto e Vila Real.Na próxima quarta-feira, 5 de novembro, o vento será outro dos fenómenos meteorológicos adversos a ter em conta. Estão previstas rajadas superiores a 100 km/h em várias zonas da Região Centro.Outro dos fenómenos meteorológicos adversos a ter em conta será o vento. O IPMA ativou aviso amarelo em 11 distritos para esta terça-feira (4), entre as 21:00 e as 00:00, e para 12 distritos na quarta (5). Soprará forte do quadrante Sul, com rajadas até 80 km/h no litoral dos distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Coimbra e Leiria e entre 90 a 100 km/h nas terras altas e montanhosas (interior) destes mesmos distritos. Nos distritos de Vila Real, Viseu e Bragança estimam-se rajadas de até 100 km/h.Porém, prevê-se que a pior parte do temporal de vento tenha lugar no Centro do país, nomeadamente na Serra da Estrela e noutras serras da Cordilheira Central (Açor e Lousã), que se espraiam pelos distritos de Guarda, Castelo Branco e Coimbra. Nas áreas montanhosas destes distritos as rajadas poderão atingir os 110 km/h, não se excluindo pontualmente um valor superior (o que justificaria a elevação para aviso laranja nestes distritos). O aviso amarelo de vento também estará em vigor no distrito de Lisboa, mas apenas na quarta-feira (5) devido à previsão de rajadas na ordem dos 70 km/h no litoral, e na ordem dos 80 km/h nas serras.Artigo relacionadoTempo em Portugal na próxima semana: até 100 mm no Minho e perto de sessenta nestas regiõesPor último, também foram emitidos avisos amarelos de agitação marítima por previsão de ondas com altura significativa de 4 a 5 metros. Na terça-feira (4) este aviso só estará em vigor no litoral da Região Norte e no litoral do distrito de Aveiro. Na quarta (5) este aviso estender-se-á para o resto da faixa costeira ocidental. Na quinta (6) este mesmo aviso manter-se-á até às 06:00 da manhã. Os mapas de referência da Meteored mostram ainda que durante este período a ondulação poderá atingir uma altura máxima de 6,5 a 7 metros no litoral Norte e entre 7 e 9 metros no litoral entre a Figueira da Foz e Sagres.A parte mais abundante da frente chegará na quarta-feira, 5 de novembroO aviso amarelo de chuva já está ativo para todos os distritos do Continente na quarta-feira, 5 de novembro. Só nas primeiras 12 horas prevê-se chuva persistente e pontualmente forte, com acumulações entre 30 e 50 mm nos distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Coimbra, Leiria, Lisboa e também nalgumas zonas de distritos do interior, tais como Vila Real, Viseu, Guarda (apenas a parte correspondente à Serra da Estrela), Castelo Branco e Santarém.Uma frente fria muito ativa vai atingir Portugal continental em cheio na quarta-feira, 5 de novembro. À medida que for descrevendo a sua trajetória de noroeste para sudeste, provocará chuva ao longo de toda a nossa geografia.Na segunda parte do dia de quarta-feira (5) a frente fria vai continuar a gerar novas bandas de precipitação, com mais períodos de chuva persistente e pontualmente intensos à vista. Com a reativação da precipitação, a chuva cairá em mais zonas do país, alastrando-se para o interior Norte e Centro - Nordeste Transmontano e grande parte da Beira Alta - mas também para as regiões a sul do Tejo (Alentejo e Algarve), onde habitualmente é mais escassa, produzindo acumulações pluviométricas relativamente generosas ao fim de 24 horas: entre 5 e 30 mm.De acordo com os nossos mapas, no final do dia de quarta-feira (5), as zonas mais afetadas pela chuva abundante somarão entre 50 e 75 mm. A mais chuvosa será o Minho, destacando-se o distrito de Viana do Castelo com algumas zonas litorâneas a acumularem os referidos 75 mm. Já os distritos de Braga, Aveiro, Viseu, Leiria e Lisboa, bem como algumas zonas dos distritos de Porto e Coimbra irão somar cerca de 50 a 60 mm de chuva.Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações.Em suma, prevê-se a ocorrência de chuva persistente e pontualmente forte gerada pela chegada de uma frente fria associada a uma depressão muito cavada, inicialmente posicionada a noroeste da Península Ibérica e que posteriormente se deslocará para o Golfo da Biscaia. Mantenha-se atento aos avisos meteorológicos oficiais e informe-se diariamente com todas as atualizações que lançarmos aqui na Meteored.

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Porque é que os jardineiros utilizam cortiça nos vasos de flores? É uma forma simples e natural de proteger as plantas

A cortiça é um material natural e sustentável que muitos jardineiros utilizam nos seus vasos de flores para melhorar a drenagem, reter a humidade e proteger as raízes das plantas.Vasos em cortiça, uma tendência crescente na jardinagemO mundo da jardinagem está cheio de pequenos truques e materiais naturais que ajudam a manter as plantas saudáveis e fortes. Um dos mais populares e sustentáveis dos últimos anos é a utilização da cortiça nos vasos para plantas. Este material, geralmente leve e amigo do ambiente, tornou-se um grande aliado dos jardineiros amadores e profissionais. Mas porque é que é utilizado e quais os benefícios que realmente oferece?Um material natural com múltiplas vantagensA cortiça provém da casca do sobreiro (Quercus suber), uma árvore mediterrânica abundante em países como Espanha e Portugal. É um recurso renovável e biodegradável, uma vez que a sua extração não prejudica a árvore: a casca regenera-se naturalmente a cada nove ou dez anos. Esta caraterística faz da cortiça um material amigo do ambiente, ideal para quem procura opções sustentáveis para o seu jardim. Hey, farmers Remember the power of grass mulching. It's a game-changer for retaining moisture, suppressing weeds, and enriching the soil. Plus, it's a sustainable way to boost your yields #farmingtips #grassmulch #sustainablefarming pic.twitter.com/8QhvK3GK1W— Irakoze uwase divine (@uwase2002) October 18, 2025No mundo da jardinagem, a cortiça pode ser utilizada de várias formas: em pedaços grandes como base para vasos de flores, triturada e misturada com terra, ou mesmo como cobertura vegetal à superfície. Cada uma destas aplicações traz benefícios específicos para o crescimento das plantas.Melhora a drenagem e evita os encharcamentosUma das principais razões pelas quais os jardineiros utilizam a cortiça em vasos de plantas é a sua capacidade de melhorar a drenagem. Quando uma camada de cortiça é colocada no fundo do recipiente, o excesso de água escorre facilmente, evitando que as raízes fiquem encharcadas. Isto é especialmente importante para as espécies sensíveis ao excesso de humidade, como os cactos, as suculentas e as ervas aromáticas. Artigo relacionadoAcelerar a seleção natural no laboratório: ensinar novos truques aos genes das plantasAo contrário de outros materiais, como cascalho ou seixos de argila, a cortiça é muito mais leve, tornando os vasos mais fáceis de manusear e reduzindo o seu peso total. Além disso, a sua natureza porosa permite uma melhor circulação do ar, ajudando a manter um equilíbrio saudável de humidade e oxigénio na mistura de envasamento.Regula a humidade e protege as raízesOutro grande benefício da cortiça é a sua capacidade de reter a humidade sem ficar encharcada. Quando misturada em pedaços com o solo, atua como uma esponja natural, absorvendo alguma da água da rega e libertando-a gradualmente, mantendo assim um nível de humidade consistente. A cortiça isola-se da humidade, ao contrário dos vasos de barro.Este efeito é especialmente útil em climas secos ou durante o verão, quando as plantas sofrem de uma rápida evaporação da água.Um isolante natural contra o calor e o frioA cortiça destaca-se também pelas suas propriedades de isolamento térmico. Em períodos de calor intenso, ajuda a manter o solo mais fresco, enquanto no inverno atua como uma barreira contra as baixas temperaturas.Graças à cortiça, as raízes mantêm-se frescas e melhor hidratadas, o que resulta num crescimento mais vigoroso e numa maior resistência ao stress térmico.Desta forma, protege as raízes das mudanças bruscas de temperatura, algo essencial para as plantas cultivadas em vasos, que são mais vulneráveis do que as que crescem diretamente no solo.Estética e sustentabilidade no jardimPara além das suas vantagens práticas, a cortiça dá sempre um toque natural e decorativo aos vasos. A sua textura e cor integram-se facilmente em qualquer estilo de jardim, do rústico ao moderno. Cada corcho es una maceta potencial. ¿En qué parte de tu casa colocarías a estas pequeñas? pic.twitter.com/hBgtDG3z53— Geocycle México (@GeocycleMX) June 17, 2013A sua utilização como cobertura do solo ajuda também a evitar as ervas daninhas e reduz a evaporação da água, facilitando a sua manutenção. Por fim, não podemos esquecer o seu carácter ecológico e sustentável. A cortiça é um material 100% natural, reciclável e compostável, pelo que a sua utilização ajuda a reduzir o impacto ambiental e promove uma jardinagem mais responsável.

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Especialista Joana Campos revela qual será o dia mais chuvoso desta semana em Portugal: "até 75 mm acumulados"

Portugal Continental não deverá ver-se livre da chuva esta semana. Ainda que possamos contar com alguns intervalos, é esperado que a mesma regresse com força na quarta-feira.Mais informações: Tempo em Portugal na próxima semana: até 100 mm no Minho e perto de sessenta nestas regiõesA semana arrancou com uma melhoria generalizada do estado de tempo. Para hoje, segunda-feira, dia 3 de novembro, prevê-se um dia tendencialmente seco, não se descartando a possibilidade de chuva fraca a moderada em alguns pontos do Norte e Centro, a partir das últimas horas da tarde. Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações. Para amanhã, terça-feira, esta tendência deverá manter-se, onde se espera um dia geralmente nublado e com possibilidade de chuva fraca em alguns locais da Região Centro, especialmente durante a madrugada e a manhã, e também no noroeste do país, ao final do dia.Quarta-feira adivinha-se um dia com muita chuva e possibilidade de trovoadaQuarta-feira deverá ser o dia mais chuvoso da semana, onde no arranque da madrugada se espera a chegada de uma frente fria, que poderá resultar na ocorrência de chuva forte, que deverá manter-se ao longo da faixa litoral Norte e Centro até ao início da manhã, resultando numa acumulação de precipitação até 75 mm no noroeste.Nas horas seguintes, esta deverá cobrir todo o país, com períodos de chuva forte de Norte a Sul, havendo ainda a possibilidade de trovoada para este dia, especialmente no Centro e Sul, durante a madrugada e primeiras horas da manhã.Quarta-feira trará chuva forte a vários locais de Norte a Sul do país. Poderão chover até 13 mm, por hora, em locais do Centro e Sul. Ainda que se espere uma acumulação mais elevada no noroeste e litoral Centro.Nas primeiras horas de quinta-feira, a chuva poderá persistir, especialmente no litoral Norte e Centro, podendo chegar a alguns locais do interior, no entanto, é expectável que a mesma se vá dissipando, à medida que as horas passam, esperando-se um final de dia sem chuva.Apesar de uma breve trégua na quinta-feira, sexta poderá trazer mais chuvaNo entanto, será "sol de pouca dura", visto que na sexta-feira, espera-se a chegada de mais instabilidade, associada a uma nova frente que poderá resultar em chuva fraca a moderada em vários locais de Norte a Sul, logo a partir das primeiras horas da madrugada.Artigo relacionadoApós breve “janela” anticiclónica, o tempo em Portugal deverá agravar-se com passagem de frente fria na quarta, dia 5A precipitação associada a esta frente deverá ser mais intensa na faixa litoral, no entanto, poderá abranger boa parte da faixa interior e até mesmo o Alto Alentejo, devendo dissipar-se já no dia de sábado.

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Céus agitados: porque é que voar se irá tornar cada vez mais turbulento?

A turbulência em céu claro, choque inesperado que ameaça a calmaria em pleno voo, está a sofrer um aumento sem precedentes devido ao aquecimento global. Para a aviação, os passageiros e a meteorologia, este é um desafio emergente que exige adaptação imediata.A turbulência em céu claro ocorre numa atmosfera sem fenómenos significativos, como tempestades. O avião treme em céus às vezes limpos devido às mudanças de vento associadas à temperatura.Nas últimas décadas, os céus tornaram-se menos calmos. Um estudo publicado na revista Geophysical Research Letters revelou que, entre 1979 e 2020, a turbulência severa sobre o oceano Atlântico Norte aumentou 55%. Este aumento está diretamente relacionado com o aquecimento global, que altera a dinâmica dos ventos de alta altitude. Os passageiros percebem isto como um fenómeno aleatório, mas por trás dele está uma mudança estrutural na atmosfera.A turbulência invisível em céu claro (CAT) aumentou em até 55% sobre o Atlântico Norte desde o final do século XX: o que não consegue ver é o que mais pode atrapalhar o seu voo.As correntes de jato, faixas de ar em movimento rápido que circulam em altitudes superiores a 10.000 metros, na fronteira com os polos e latitudes subtropicais, estão a tornar-se mais instáveis. O aumento das temperaturas na troposfera e o arrefecimento da estratosfera intensificam o contraste térmico, gerando maior cisalhamento vertical do vento. É nestas condições que a turbulência em céu claro (sem nuvens ou tempestades visíveis) se torna mais violenta e frequente.Para a indústria da aviação, o fenómeno representa um duplo desafio: técnico e económico. As companhias aéreas precisam de ajustar as suas rotas, os fabricantes precisam de reforçar as suas estruturas e os pilotos precisam de aprender a conviver com um ambiente mais incerto. Não se trata de uma ameaça espetacular como uma tempestade, mas sim de um inconveniente silencioso e cada vez mais custoso.A ciência por trás da turbulência invisívelA turbulência em céu claro, ou CAT em inglês, ocorre quando correntes de ar em diferentes camadas atmosféricas se movem em velocidades muito diferentes. O avião cruza uma fronteira invisível entre duas massas de ar e sofre solavancos que podem ser leves ou extremamente violentos. Este tipo de turbulência não pode ser visto nem mesmo com radar meteorológico, o que o torna um dos maiores riscos em voo, conforme relatado pelo site BBC.Segundo investigadores da Universidade de Reading, a principal causa do aumento são as alterações climáticas. O aquecimento desigual da atmosfera está a fortalecer as correntes de jato e a aumentar os gradientes de vento, o que aumenta o número de áreas onde ocorrem CATs. Nas palavras do professor Paul Williams, "o céu está a tornar-se mais turbulento, e isso é uma consequência direta do aumento dos gases com efeito de estufa".As áreas com maior probabilidade de CAT estão associadas a setores onde há uma mudança abrupta entre massas de ar subtropicais e polares. Nesses locais, a altura da tropopausa cai drasticamente. As zonas de escoamento atrás de sistemas de alta pressão também produzem fortes mudanças de vento de curta distância, que geram ondas no ar e, consequentemente, turbulência em céu claro.Os efeitos já são mensuráveis. Em regiões como o Atlântico Norte, Europa e Leste Asiático, pilotos relatam um aumento significativo na turbulência imprevista. Modelos projetam que, se as emissões continuarem no ritmo atual, as condições de turbulência moderadas a severas poderão aumentar de 16% a 34% até ao final do século XXI. Contudo, ferramentas como o Turbli ainda ajudam a fornecer previsões mais precisas para o uso diário. Consequências para o futuro da aviaçãoPara os passageiros, a primeira consequência será o aumento de episódios de voos instáveis, com maior necessidade de usar cintos de segurança mesmo em dias claros. Embora acidentes relacionados a esta turbulência sejam raros, este fenómeno causa centenas de ferimentos leves a cada ano e coloca uma pressão cada vez maior sobre a tripulação de cabine.Embora eventos de turbulência extrema sejam raros, nas últimas décadas houve um aumento na proporção deles no total de voos globais.No âmbito operacional, as companhias aéreas terão de alocar mais recursos para a manutenção de aeronaves e o consumo adicional de combustível resultante de desvios. Cada minuto extra em zonas turbulentas representa stress estrutural cumulativo e aumento do gasto energético. Algumas empresas já estão a trabalhar com modelos meteorológicos baseados em IA para antecipar essas zonas com mais precisão.Olhando para o futuro, o desafio será adaptar a aviação a um céu em constante mudança. Novos sensores, radares mais sensíveis e sistemas globais de previsão reduzirão os riscos, mas não os eliminarão. A atmosfera está a tornar-se mais dinâmica, e os voos do século XXI terão de aprender a conviver com uma realidade em que o céu calmo não será mais a norma, mas a exceção.Referência da notíciaEvidence for large increases in clear-air turbulence over the past four decades. 08 de junho, 2023. Prosser, et al.

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O robô autónomo Redwing está a dar a volta ao mundo numa missão histórica

A circunavegação de Fernão de Magalhães e a viagem do planador robótico da Universidade de Rutgers podem até ser proezas distintas, mas em comum têm a ambição de revolucionar o conhecimento sobre os oceanos.O veículo autónomo Sentinel Redwing da Rutgers University embarcou numa circunavegação subaquática do globo que, a ser bem-sucedida, será a primeira do mundo. Foto: Teledyne MarineHá 500 anos, o navegador português Fernão de Magalhães concluiu a primeira viagem de circum-navegação ao globo, entre 1519 e 1522, ao serviço da Coroa de Castela. Foi um momento histórico e crucial não só para provar que a Terra é redonda, como para mostrar aos europeus a escala e a vastidão do mundo até então desconhecidas.Cinco séculos depois desta grande aventura, que permitiu expandir o conhecimento geográfico, os investigadores da Universidade Rutgers, nos Estados Unidos, vão tentar repetir a proeza. Só que, em vez de uma guarnição com mais de 200 homens e uma esquadra com cinco naus, usada na primeira expedição do século XVI, esta longa jornada conta com um único tripulante.A primeira circunavegação da era robóticaO Sentinel Redwing, lançado ao mar a 10 de outubro, é o protagonista desta missão que tem como intuito completar a primeira viagem de circum-navegação do planeta feita por um robô submarino.Sim, é verdade, já existem atualmente muitos robôs a monitorizar os oceanos. É o caso do Icefin, que regista informações sobre calor, salinidade e correntes sob o gelo da Antártica, do Aquaai, que recolhe dados sobre níveis de oxigénio, salinidade e pH em vias navegáveis ou do Sibiu, que mergulha até 300 metros para transmitir vídeo ao vivo, medir parâmetros químicos e recolher amostras de água. Cientistas marinhos durante os testes, antes de o Redwing ter sido lançado ao mar, no dia 10 de outubro. Foto: Teledyne MarineMas nenhum destes avançados dispositivos tem uma missão tão abrangente como a tarefa que o planador robótico Redwing tem pela frente: recolher dados contínuos em larga escala de todos os oceanos destinados a melhorar a capacidade dos investigadores para prever eventos climáticos extremos e entender as mudanças no clima global. Os oceanos regulam o clima e o tempo do planeta, mas a sua vastidão e profundidade tornam a sua monitorização difícil e dispendiosa. O objetivo desta missão é precisamente testar a capacidade dos robôs submarinos para operar de forma completamente autónoma durante vários anos, recolhendo informações vitais enquanto navegam em águas profundas.Na rota das correntes oceânicasA rota do Redwing irá seguir as principais correntes oceânicas. Tendo já partido da ilha de Martha’s Vineyard, na costa sul de Massachusetts, encontra-se agora a navegar pela corrente do Golfo em direção à Europa. Seguirá depois para a Gran Canária, na costa de África, e para a Cidade do Cabo, na África do Sul. A partir daí, atravessará o Oceano Índico até à Austrália Ocidental e à Nova Zelândia, antes de navegar pela Corrente Circumpolar Antártica até às Ilhas Malvinas. Por fim, voltará a atravessar o Atlântico, com paragens no Brasil e nas Caraíbas, antes de regressar ao seu ponto de partida.Artigo relacionadoRobôs subaquáticos e IA unem-se à natureza para criar um sistema de alerta precoce para o meio marinhoO Redwing irá navegar ao todo mais de 56 mil quilómetros, que vão ser percorridos em cinco anos. Levará, por isso, mais tempo do que a expedição Fernão de Magalhães, que demorou três anos para fazer aproximadamente 85 mil quilómetros pelo Atlântico, Pacífico e Índico.Tecnologias em águas inexploradasNão será certamente por limitações tecnológicas que o robô subaquático da Universidade Rutgers tem uma missão mais longa. Antes pelo contrário, as inovações que transporta consigo são o motivo por que irá demorar mais tempo em cada paragem da sua viagem.O Redwing não se move com uma hélice, mas ajusta a sua flutuabilidade, afundando e subindo num padrão em ziguezague que conserva a energia. Foto: Teledyne MarineSensores que medem a temperatura, a salinidade e a profundidade da água vão gerar uma visão tridimensional do oceano a profundidades até agora inexploradas. Um rastreador também irá permitir detetar animais marinhos marcados, revelando suas rotas migratórias. A cada oito a 12 horas, o robô subirá à superfície para transmitir os dados via satélite para a rede de monitorização global da NOAA - Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos. Mas, tal como a esquadra de Fernão de Magalhães se deparou com inúmeros obstáculos – de motins a naufrágios, passando por incêndios ou batalhas navais -, também o sucesso da missão do Redwing depende da sua capacidade de evitar perigos como redes de pesca abandonadas e colisões com navios.Um salto evolutivo na previsão meteorológica Os investigadores esperam que esta seja a primeira de muitas outras missões futuramente desempenhadas por frotas de robôs subaquáticos. O oceanógrafo Oscar Schofield, da Rutgers University, é um dos coordenadores da primeira circum-navegação de um robô autónomo. Foto: Rutgers UniversityO papel destas expedições será determinante para muitas áreas. Desde logo, o fornecimento de dados em tempo real possibilitará uma previsão mais rigorosa e antecipada de tempestades e furacões. A monitorização contínua de correntes, como a Circumpolar Antártica, poderá também melhorar as projeções das mudanças climáticas de longo prazo. A deteção de ondas de calor marinhas e a observação de migrações de peixes fornecerão informações cruciais para a conservação da vida marinha.Artigo relacionadoMolusco misterioso das profundezas do mar descoberto por robô na “zona da meia-noite” era difícil de definir, até agoraA missão do Redwing pode, por isso, nem ter a mesma importância histórica da viagem de circunavegação de Fernão de Magalhães, mas sem dúvida que desempenha uma função crítica para ultrapassar os desafios provocados com as alterações climáticas.Referências da notíciaIn a World First, Autonomous Robot Glider to Circle the Globe in Historic Ocean Mission – Rutgers UniversityFernão de Magalhães: és de Portugal ou de Espanha? – www.quebichotemordeu.com

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Estado das barragens em outubro: ligeira quebra, panorama global ainda bastante confortável

Portugal fechou a última semana de outubro com 73% de armazenamento nas albufeiras, após uma descida semanal de 117 hm³. A maioria das bacias está acima da média de outubro, mas persistem bolsas de défice a Norte e no Algarve. Portugal registou pequena descida no volume de armazenamento até 20 de outubro, mas valores persistem elevados com 9 746 hm3 no relatório semanal.O volume total armazenado nas albufeiras portuguesas fixou-se nos 9 746 hm³ no relatório semanal de 20 de outubro, o que corresponde a 73% da capacidade útil nacional (13 297 hm³). Face ao boletim anterior de 13 de outubro, registou-se uma redução líquida de 117 hm³, mas acredita-se que os últimos dias possam ter ajudado a aumentar novamente os valores armazenados. Apesar desta oscilação semanal, o país mantém um nível de armazenamento globalmente confortável para o final do mês. Níveis de armazenamento elevados face à média na maioria das bacias hidrográficasA leitura por bacia confirma um quadro heterogéneo. Em termos relativos, os armazenamentos estão acima das médias de outubro (1990/91–2023/24) na maioria das bacias. As exceções são Lima, Ave, Vouga, Mondego, Mira e Ribeiras do Barlavento, que permanecem abaixo do seu “normal” para o mês. Esta divergência geográfica traduz o padrão de precipitação recente e a inércia hidrológica de cada sistema. No Noroeste, o Lima evidencia o maior desvio negativo semanal entre 13 e 20 de outubro (-5,0 %), mantendo-se com níveis contidos. No mesmo quadrante, Cávado/Ribeiras Costeiras (-0,94 %), Ave (-1,3 %) e Douro (-0,69 %) também recuaram. Ainda assim, muitos aproveitamentos do Douro continuam confortáveis: Régua (95%), Foz Tua (93%), Valeira (92%), Picote e Bemposta (91%) e Pocinho (90%). Em contraciclo, Alto Lindoso permanece baixo (47%), tal como Guilhofrei (44%) e Varosa (43%), sinalizando disparidades intra-bacia e a importância da gestão plurifuncional (energia, abastecimento e lazer). Volume total de armazenamento de 73% em Portugal Continental, com menos 0,88% relativamente à semana anterior de 13 de outubro. Fonte: Relatório SNIRH/APA.No Centro, a bacia do Mondego caiu 1,1 % na semana, e o Vouga recuou 2,3 %. Persistem albufeiras em níveis modestos para a época: Fronhas (28%), Lagoacho (43%) e Vale do Rossim (47%). Ainda que Aguieira mantenha 58%, a média da bacia permanece abaixo da média para outubro, refletindo precipitações irregulares e escoamentos ainda contidos. Mais a sul, o Tejo perdeu 1,3 %, mas exibe casos robustos como Castelo do Bode (81%), Bouçã (98%) e Capinha (100%). Em contrapartida, pequenas albufeiras de regadio e regularização, Póvoa (41%), Magos (44%) e Minutos (48%), recomendam vigilância local, sobretudo se a primeira quinzena de novembro for mais seca. A diversidade de usos (abastecimento urbano, rega, energia) torna a gestão operacional determinante neste início da época húmida. No Algarve, o sinal é misto. O Arade baixou 0,55 %, com Arade em 43% e Bravura em 44%. Já Odelouca (74%) e Funcho (78%) sustentam o abastecimento na vertente ocidental. Do lado do Sotavento, a média caiu 0,94 %, mas Beliche (64%) e Odeleite (72%) mantêm-se em patamares razoáveis para outubro, oferecendo alguma almofada caso novembro traga pausa pluviométrica. Globalmente, as “ribeiras do Barlavento” continuam abaixo da média histórica do mês. 28% das albufeiras apresentam disponibilidades hídricas superiores a 80%. O que esperar para novembro?No retrato nacional, 28% das albufeiras apresentam disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total e 8% estão abaixo de 40%. Ou seja, coexiste um grupo numeroso de sistemas em conforto com um núcleo de risco localizado, dominado por pequenas a médias albufeiras, mais sensíveis a flutuações semanais e a consumos específicos (como rega ou reforço de caudais).O mês de outubro termina com um stock nacional significativo, apesar de uma semana de ligeira perda líquida. A chave para novembro estará no regime de frentes do Atlântico: uma sequência de episódios moderados a fortes permitirá repor os défices no Noroeste e estabilizar os sistemas do Algarve. Pelo contrário, uma janela mais seca tenderá a prolongar as assimetrias regionais. Até lá, a fotografia do país é de cauteloso otimismo, com atenção particular às bacias do Lima, Mondego e às ribeiras algarvias, onde a normalização para a época ainda não está assegurada. Artigo relacionadoO melhor modelo divide novembro em duas partes: “na segunda quinzena poderá haver alterações na circulação atmosférica”Para a primeira quinzena de novembro, o cenário de referência aponta para a persistência de um padrão húmido e ameno: precipitação acima do normal sobretudo a norte do Tejo, episódios de frente atlântica intercalados com abertas e temperaturas ligeiramente acima da média, sem sinais de frio intenso. Este enquadramento favorece nova recuperação de caudais nas bacias do Douro, Cávado e Tejo e poderá atenuar défices pontuais no Lima e Mondego.

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Entre as Dolomitas e o Rio de Janeiro, há uma cidade portuguesa que conquistou a ‘National Geographic’

Portugal volta a surpreender: entre muralhas, tradição e futuro, esta cidade está a encantar o mundo e entrou agora para lista de destinos imperdíveis do próximo ano.Consegue adivinhar qual é? Foto: Pixabay// Sonny VermeerNem Lisboa, nem Porto. A cidade portuguesa que conquistou um lugar entre os melhores destinos do planeta para visitar em 2026 é Guimarães. Sim, leu bem.A distinção chega através da prestigiada lista “Best of the World 2026”, publicada pela ‘National Geographic’, que todos os anos seleciona os locais mais inspiradores para viajar. Entre 26 destinos espalhados pelos cinco continentes — do Rio de Janeiro a Pequim, passando pelas Dolomitas italianas — é a “cidade-berço” que representa Portugal, surgindo num honroso 19.º lugar.E a escolha, claro, não foi obra do acaso. Guimarães tem sabido afirmar-se como um exemplo de equilíbrio entre o peso da história e o ritmo do presente. A cidade onde nasceu Portugal mostra como é possível preservar um centro histórico medieval e, ao mesmo tempo, projetar-se como uma urbe moderna, verde e inovadora. Essa dualidade — o velho e o novo, lado a lado — foi precisamente o que cativou os editores e exploradores da ‘National Geographic’.A “cidade-berço” conquista o mundoA cidade será assim tão especial? Pelos vistos, é. A publicação destaca o facto de Guimarães ter sido nomeada Capital Verde Europeia 2026, um reconhecimento atribuído pela Comissão Europeia que distingue as cidades mais comprometidas com a sustentabilidade e a qualidade de vida. Nos últimos anos, o município tem apostado na expansão das ciclovias, na criação de novos espaços verdes e em políticas de mobilidade sustentável que aproximam a cidade da meta da neutralidade carbónica até 2030.Mas, se o futuro é promissor, o passado continua bem presente. O centro histórico de Guimarães, classificado como Património Mundial da UNESCO desde 2001, mantém-se como um dos mais bem preservados de Portugal. As ruas estreitas em granito, as varandas floridas e as praças acolhedoras dão a quem as percorre uma sensação de continuidade com séculos de história. Artigo relacionadoGuimarães: a próxima Capital Verde Europeia em 2026 É aqui que se ergue o Castelo de Guimarães, símbolo da fundação do país, e o imponente Paço dos Duques de Bragança, cujas chaminés de tijolo vermelho dominam a paisagem e lembram o poder e o requinte da antiga nobreza portuguesa.Já o conhece= Foto: Pixabay // Víctor Suárez“Com muralhas ameadas ainda intactas, o seu castelo do século X está entre os mais bem preservados de Portugal, enquanto o Paço dos Duques de Bragança impressiona pelas suas chaminés de tijolo vermelho e simetria fortificada. A Torre da Alfândega, no centro histórico da cidade, é a única torre que resta das muralhas defensivas e tem vista para o Castelo de Guimarães”, aponta a autora da publicação, Renata Haidle (que escreveu um guia completo sobre a cidade).Sabores, cultura e autenticidadeE Guimarães não é apenas uma lição de história ao ar livre. É também uma cidade viva, criativa e com uma cena cultural vibrante. Há uma nova geração de vimaranenses a revitalizar o comércio tradicional e a gastronomia local, misturando tradição e modernidade de forma natural. O Centro Cultural Vila Flor, o Teatro Jordão e o Largo do Toural são exemplos de como a cidade tem investido em espaços que combinam arte, música e convívio. Para quem visita, as recomendações são muitas. A ‘National Geographic’ sugere o Cor de Tangerina, restaurante vegetariano e sustentável situado junto ao Paço dos Duques, e A Cozinha, do chef António Loureiro, galardoado com estrela Michelin, onde se reinterpretam sabores do Minho com técnica e criatividade. Para dormir, a elegância da Pousada Mosteiro de Guimarães, instalada num antigo mosteiro do século XII, é difícil de superar. Há muito para descobrir. Foto: Pixabay // Ramon PeruchoE, claro, seria imperdoável sair da cidade sem provar um jesuíta — o pastel folhado recheado que é orgulho local — ou sem brindar com um copo de vinho verde, que nasceu precisamente nesta região do Minho e que acompanha na perfeição qualquer petisco servido nas tabernas do centro.Aliás, a autora ainda escreve que as “tabernas oferecem petiscos ao lado de vinho verde ‘crocante’, que se originou na região de Minho, no norte de Portugal” e que os “doces recheados com frangipane chamados jesuítas são um delicioso lembrete da rica tradição católica da cidade”.Um destino português a descobrirSer escolhida pela ‘National Geographic’ entre as melhores cidades do mundo não é apenas uma distinção simbólica. É o reconhecimento de um trabalho consistente de valorização do património, da cultura e do ambiente. Guimarães representa uma nova forma de fazer turismo em Portugal: menos centrada nas grandes capitais e mais atenta à autenticidade e à qualidade de vida.Com a sua dimensão humana, o charme histórico e o compromisso com um futuro mais verde, Guimarães é hoje muito mais do que a “cidade-berço”. É uma cidade que inspira — e que, ao que tudo indica, vai continuar a dar que falar no mapa mundial das viagens.Lista dos melhores destinos para se visitar em 2026:Dolomitas, Itália;Quebec, Canadá;Pequim, China;Dominica, Caraíbas;Rabat, Marrocos;Hull, Inglaterra;Badlands de Dakota do Norte, Estados Unidos da América;Manila, Filipinas;Costa do Mar Negro, Turquia;Khiva, Uzbequistão;Parque Nacional Akagera, África;Vancouver, Canadá;Prefeitura de Yamagata, Japão;Rota 66: Oklahoma, Estados Unidos da América;15.º: Uluru-Kata Tjuta Parque Nacional, Austrália;Rio de Janeiro, Brasil;Oulu, Finlândia;Coreia do Sul;Guimarães, Portugal;País Basco, Espanha;Maui, Estados Unidos da América;Pittsburgh, Estados Unidos da América;Costa de Oaxaca (Costa Chica), México;Fiji, Oceania;Medellín, Colômbia;Banff, Canadá.

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A castanha: o 'tesouro' do mês de novembro

Novembro traz o perfume das castanhas assadas, símbolo do outono português. Entre tradições, sabores e memórias, a castanha celebra a união e o aconchego das noites frias. O fumo das castanhas assadas mistura-se com o frio da estação, é tempo de Magusto, de convívio e de saborear o calor das tradições.Novembro chega envolto em aromas outonais, folhas douradas e o característico cheiro das castanhas assadas que invade ruas e praças. Poucos frutos evocam o outono com tanta força como a castanha, símbolo de partilha, aconchego e tradição. Mais do que um simples alimento, ela representa uma ligação profunda entre a natureza e a cultura portuguesa.Um fruto com históriaA castanha, fruto do castanheiro (Castanea sativa), tem raízes antigas na Península Ibérica.Antes da introdução da batata e do milho, a castanha era uma das principais fontes de energia para as populações rurais, especialmente nas regiões montanhosas do Norte e Centro do país. Chamavam-lhe, com razão, “o pão dos pobres”, pois era abundante, nutritiva e versátil.Com o passar dos séculos, a castanha foi deixando o papel de base alimentar, mas nunca desapareceu da mesa portuguesa. Continuou presente em feiras, romarias e, claro, nas celebrações do Magusto, uma das tradições mais queridas do outono.O Magusto e o Dia de São MartinhoO Magusto é uma festa que se realiza por todo o país, geralmente em torno do dia 11 de novembro, o Dia de São Martinho. Conta a lenda que Martinho, um soldado romano, partilhou a sua capa com um mendigo durante uma tempestade, e logo o tempo clareou e aqueceu. Assim nasceu o chamado “verão de São Martinho”, um período de dias amenos em pleno outono.Durante o Magusto, famílias, escolas e comunidades juntam-se à volta de fogueiras para assar castanhas, beber vinho novo ou jeropiga e celebrar a amizade.No dia de São Martinho, lume, castanhas e vinho.É um ritual simples, mas profundamente enraizado na cultura portuguesa. O fumo das castanhas e o convívio à volta do lume tornam este momento um símbolo de união e de agradecimento pelas colheitas do ano.Propriedades nutricionais e benefíciosA castanha é um alimento equilibrado e saudável, rico em hidratos de carbono complexos, que fornecem energia de forma gradual. Contém fibra alimentar, essencial para o bom funcionamento do intestino, e minerais como potássio, magnésio e fósforo, importantes para a saúde muscular e óssea.Artigo relacionadoO mês de novembro é sinónimo de castanhas assadas!Diferente da maioria dos frutos secos, a castanha tem baixo teor de gordura e é pobre em calorias, o que a torna ideal para quem procura uma alimentação equilibrada.É ainda uma fonte de vitamina C e vitaminas do complexo B, que ajudam no metabolismo energético e fortalecem o sistema imunitário, algo particularmente útil nos meses frios.Por ser naturalmente isenta de glúten, a castanha é também uma excelente opção para pessoas com doença celíaca ou intolerância ao glúten.Versatilidade na cozinhaA castanha pode ser saboreada de inúmeras formas. As castanhas assadas são a versão mais popular, crocantes por fora, macias por dentro e cheias de sabor.No entanto, podem também ser cozidas com erva-doce e sal, usadas em sopas, purés, recheios de aves, ou transformadas em doces e bolos. Nos últimos anos, tem ganho destaque a farinha de castanha, usada em pão, panquecas ou bolos, com um sabor naturalmente adocicado e uma textura suave.Outro produto muito apreciado é o marron glacé, uma iguaria francesa feita com castanhas cristalizadas em calda de açúcar, uma verdadeira tentação gourmet.A castanha portuguesa e a sustentabilidadePortugal é um dos principais produtores de castanha da Europa, com destaque para as regiões de Trás-os-Montes, Beira Interior e Minho. Os castanheiros crescem em solos pobres e montanhosos, contribuindo para a preservação do território e evitando a desertificação. O cultivo de castanha é, assim, uma forma de agricultura sustentável, que mantém vivas as comunidades rurais e protege a biodiversidade. O calor do lume, o cheiro a castanha assada e o sabor da tradição. Em cada castanha, vive a memória e o aconchego do outono português. Comprar castanhas portuguesas significa apoiar produtores locais e valorizar um produto que faz parte da nossa identidade cultural e gastronómica. Além disso, a castanha é um alimento de baixo impacto ambiental, uma vez que não requer grandes quantidades de água nem o uso intensivo de químicos. É, por isso, um excelente exemplo de como a tradição e a sustentabilidade podem andar de mãos dadas.O sabor da tradição A castanha é muito mais do que o fruto que anuncia o outono. É uma herança viva, uma memória coletiva e um elo entre gerações. Seja assada na rua, cozida em casa ou incorporada num prato requintado, traz sempre consigo o sabor do calor humano e da terra.Artigo relacionadoO impostor da floresta: porque é que nunca deve comer o fruto da Castanha da ÍndiaEm novembro, quando o frio começa a apertar, nada aquece mais do que uma mão cheia de castanhas e o riso partilhado em volta do lume. Entre o fumo, o vinho novo e as conversas amenas, a castanha continua a lembrar-nos que os momentos simples são os mais saborosos.

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Os anéis de Saturno têm uma data de validade: NASA explica porque estão a desaparecer mais cedo do que pensamos

A missão Cassini revelou que os anéis de Saturno estão a perder massa a um ritmo alarmante. Longe de serem eternos, poderão desaparecer em apenas algumas centenas de milhões de anos.Saturno é considerado a joia da coroa do Sistema Solar.Durante décadas pensámos que os anéis de Saturno eram relíquias do nascimento do Sistema Solar, tão antigos como o próprio planeta, mas a Cassini mudou completamente essa ideia ao descobrir que são jovens e efémeros, com não mais de 400 milhões de anos.A chave está na poeira cósmica, pois os anéis, feitos quase inteiramente de gelo de água, estão lentamente a ficar “sujos” com matéria proveniente de micrometeoritos, revelando a sua idade, que é muito mais jovem do que os astrónomos tinham imaginado durante décadas. A Cassini também mediu a sua massa total e descobriu que era surpreendentemente baixa, apenas uma fração da massa da lua Mimas. Com tão pouca matéria e tanta contaminação, os modelos concordam que os anéis são transitórios, uma joia celestial que não durará para sempre.O mais surpreendente é que parte do material já está a cair em Saturno, num fenómeno conhecido como “chuva dos anéis”, um fluxo constante de partículas e vapor que se precipita na atmosfera do planeta, detectado pelos instrumentos da Cassini durante as suas órbitas finais. As partículas dos anéis chovem sobre o planeta.A cada meia hora, esta chuva poderia encher uma piscina olímpica com a água proveniente dos anéis. Se este ritmo se mantiver, Saturno perderia o seu atual sistema de anéis em cerca de 300 milhões de anos, embora algumas estimativas mais pessimistas coloquem esse número em menos de 100 milhões.Os motores do desaparecimentoPorque é que esta perda ocorre? Foram identificados dois processos principais:O Transporte Balístico eA Carga da Massa. Ambos são o resultado do bombardeamento incessante de micrometeoroides, pequenos projéteis que atingem o gelo e arrastam consigo parte dos anéis em direção ao planeta.O Transporte Balístico funciona como uma espécie de tapete rolante cósmico, com cada impacto a lançar fragmentos que transferem energia para o exterior, fazendo com que o material restante se desloque lentamente em direção a Saturno. Com o tempo, esta deriva torna-se irreversível. Artigo relacionadoGrupo internacional de astrónomos descobre 128 novas luas de Saturno: “ainda pode haver mais para encontrar”A carga de massa, por outro lado, ocorre quando os próprios micrometeoróides são integrados nos anéis, alterando a sua densidade e empurrando as partículas para dentro. Ambos os mecanismos são tão eficientes que explicam as enormes taxas de fluxo medidas pelo espectrómetro da Cassini. Segundo os cálculos, os anéis estão a perder entre mil e dez mil quilogramas de material por segundo. É uma drenagem constante, invisível a olho nu, mas capaz de apagar lentamente uma das estruturas mais majestosas do Sistema Solar.Uma chuva equatorial silenciosaA Cassini também detetou que a maior parte do material que cai sobre Saturno se concentra numa estreita faixa perto do equador. Aí, partículas de água, silicatos e compostos orgânicos caem suavemente na atmosfera, alimentando uma ténue névoa em forma de anel.Em latitudes mais elevadas, ocorre outro tipo de chuva, muito mais fraca, em que as partículas carregadas deslizam ao longo das linhas do campo magnético. Mas a verdadeira perda, aquela que corrói rapidamente os anéis, ocorre na região equatorial de queda constante.Enceladus e Pandora em frente aos anéis de Saturno, iluminados pelo Sol. Créditos: NASA/JPL-Caltech/SSI.Os micrometeoróides responsáveis por este fenómeno provêm principalmente da cintura de Edgeworth-Kuiper, uma região repleta de gelo e rocha para lá de Neptuno. Os seus impactos, embora minúsculos, são contínuos e funcionam como um mecanismo de meteorização ininterrupto.Com base nestes dados, os astrónomos estimam que os anéis desaparecerão completamente entre 15 e 400 milhões de anos. Alguns, como o fino anel C, poderão desaparecer muito mais cedo, em apenas alguns milhões de anos. O futuro efémero de um íconeVer os anéis de Saturno é um privilégio do nosso tempo e, na escala de tempo cósmica, a sua existência é fugaz, uma beleza transitória que os nossos descendentes só poderão conhecer nos registos da Cassini ou nos telescópios do passado.As simulações indicam que os anéis eram originalmente muito mais maciços. Talvez se tenham formado quando uma ou mais luas geladas colidiram ou foram destruídas por um asteroide que passava, criando um disco brilhante de detritos que a gravidade moldou na sua forma atual. Artigo relacionadoUm novo estudo publicado na revista Nature afirma que os anéis de Saturno poderão ter a mesma idade que o planetaHoje, esse anel de gelo e poeira funciona como uma ampulheta celestial, cada partícula que cai marca a passagem do tempo na vida de um gigante gasoso, lembrando-nos que mesmo as maravilhas mais duradouras do cosmos estão destinadas a desaparecer.A Cassini permitiu-nos observar este processo em curso, o lento desaparecimento de um ícone planetário. E enquanto os anéis continuam a derramar-se sobre Saturno, a nossa espécie observa, sabendo que está a assistir a um espetáculo que o Universo não repetirá da mesma forma.

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Como é que as formigas evitam surtos de doenças nos seus ninhos?

Um novo estudo investiga a forma como as formigas lidam com as doenças nas suas colónias.Imagem de uma formiga operária. Crédito: Pixabay.Um novo estudo publicado na revista Science descobriu que os ninhos construídos por colónias de formigas expostas a doenças tinham entradas muito mais espaçadas e eram mais separados, com menos ligações entre as suas câmaras.Os investigadores da Universidade de Bristol descobriram que as formigas fazem uma série de adaptações nos seus ninhos para se protegerem contra a propagação de doenças. Alteração do comportamento das escavações em resposta a doençasO autor principal, Luke Leckie, um investigador doutorado em Ciências Biológicas da Universidade de Bristol, afirmou: "Já sabemos que as formigas alteram o seu comportamento de escavação em resposta a outros fatores do solo, como a temperatura e a composição do solo. Esta é a primeira vez que se demonstra que um animal não humano modifica a estrutura do seu ambiente para reduzir a transmissão de doenças".As formigas têm uma série de respostas comportamentais a doenças e enfermidades que ajudam a formar a imunidade social, como a remoção de esporos de fungos com partes da boca, a pulverização de formigas expostas com um veneno desinfetante e o auto-isolamento das formigas portadoras de doenças para proteger o resto da colónia.Na natureza, as formigas constroem ninhos 3D complexos com câmaras e túneis que servem diferentes objetivos, como armazenar alimentos ou alojar as suas crias. A equipa utilizou a digitalização micro-CT 3D para revelar a forma como as formigas expostas a doenças escavam o seu ninho, em comparação com uma colónia totalmente saudável. Imagem de um ninho de formigas. Crédito: Pixabay.A equipa de investigação estudou dois grupos de 180 formigas operárias, que introduziram em dois recipientes cheios de terra. Após 24 horas, foram adicionadas 20 formigas a cada recipiente, sendo um grupo de 20 expostas a esporos de fungos. As formigas foram então deixadas durante seis dias e periodicamente analisadas com o micro-CT.Depois de construírem modelos 3D dos ninhos de formigas, efetuaram simulações de propagação da doença. As simulações mostraram que os ninhos modificados reduziriam o risco de os membros da colónia ficarem expostos à doença.Ao ajustar a forma como o ninho é construído, as formigas expostas à doença protegerão as áreas vulneráveis que contêm reservas de alimentos ou formigas jovens. Formigas doentes em auto-isolamento?Luke disse: “Uma das nossas descobertas mais surpreendentes foi que, quando incluímos o auto-isolamento das formigas nas simulações, o efeito do auto-isolamento na redução da transmissão da doença foi ainda mais forte nos ninhos expostos a germes do que nos ninhos de controlo”.Este estudo poderá servir de base a futuras abordagens de gestão de espaços sociais durante epidemias humanas. As cidades humanas, tal como os ninhos de formigas, têm redes de estruturas espaciais. É essencial compreender como podemos equilibrar o compromisso entre o fluxo de coisas como a informação, as pessoas e os recursos, limitando simultaneamente a transmissão de doenças, dada a ameaça crescente de epidemias em todo o mundo.Referência da notíciaArchitectural immunity: Ants alter their nest networks to prevent epidemics | Science. Leckie, L., Andon, M.S., Bruce, K. and Stroeymeyt, N. 16th October 2025.

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Tempo em Portugal na próxima semana: até 100 mm no Minho e perto de sessenta nestas regiões

Vai começar uma semana chuvosa em Portugal, com a precipitação acumulada em várias regiões a ultrapassar facilmente os 50 mm. O tempo estará ameno em geral, embora com uma descida temporária das temperaturas a partir de quarta-feira (5).Mais informação: Após breve “janela” anticiclónica, o tempo em Portugal deverá agravar-se com passagem de frente fria na quarta, dia 5O tempo da próxima semana vai continuar a ser dominado pela chuva, sobretudo no Norte e Centro de Portugal continental, devido a uma dinâmica atlântica ativa, constituída pela passagem de sistemas frontais. O índice NAO mudará para valores ligeiramente positivos, o que significa que o anticiclone ganhará algum terreno a partir do sudoeste de Portugal continental, embora sem conseguir manter a sua influência durante muitos dias.Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações.Vai começa uma nova semana amena em termos de temperaturas, ainda sem perspetiva de entrada de frio intenso. Nos primeiros dias da semana as temperaturas máximas e mínimas manterão valores ligeiramente acima para a época do ano, mas a partir de quarta-feira (5) espera-se uma descida térmica.Vão cair até 100 mm de chuva no MinhoA próxima semana vai voltar a ser muito chuvosa em grande parte da geografia de Portugal continental e no arquipélago dos Açores, com anomalias positivas de precipitação devido ao fluxo de ventos atlânticos. Pelo contrário, no arquipélago da Madeira, espera-se uma semana tendencialmente seca, com níveis de precipitação inferiores aos valores médios de referência.Este mapa revela a possibilidade de uma nova frente fria atingir em cheio todo o território de Portugal continental na próxima quarta-feira (5), trazendo mais períodos de chuva moderada e persistente, por vezes forte.Segunda-feira (3) será um dia de transição, com tempo estável e seco em quase todo o território do Continente. Porém, a partir do fim da tarde, são esperados alguns aguaceiros fracos no Minho, Douro Litoral e nalguns locais montanhosos do Norte e Centro devido à aproximação de um novo sistema frontal. Na terça-feira (4) de manhã prevê-se a possibilidade de aguaceiros fracos e dispersos entre Douro e Tejo e nalgumas zonas do litoral a sul do Tejo, sendo que, na segunda metade do dia, uma frente provocará vários períodos de chuva fraca, mas persistente, que se limitará principalmente aos distritos de Viana do Castelo e Braga (Minho), Porto (Douro Litoral) e extremo norte do distrito de Vila Real. A precipitação acumulada no Noroeste de Portugal continental rondará os 5/10 mm ao final do dia de terça-feira (4) e só não será um valor mais elevado, porque a frente fria será travada pelo predomínio da crista anticiclónica. No resto do país estará céu nublado ou parcialmente nublado.Mapa de precipitação acumulada em Portugal continental, Açores e Madeira. O Noroeste do Continente poderá ser novamente a zona mais afetada pela precipitação na semana vindoura.Na quarta-feira (5) a crista anticiclónica já não estará robusta o suficiente para impedir a progressão da frente fria, que avançará de noroeste para sudeste de Portugal continental, gerando chuva em todo o país, embora com maior probabilidade e frequência nas regiões a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela e sobretudo naquelas que se situam a oeste da Barreira de Condensação. Além disso, será reforçada por um rio de humidade que tornará a precipitação mais forte e persistente.Prevê-se que quarta-feira (5) seja mesmo o dia mais chuvoso da semana, não se excluindo a potencial ocorrência de trovoadas em várias zonas do Centro e Sul.De momento, os mapas estimam que a ocorrência de atividade elétrica seria mais provável, frequente e intensa nas regiões entre o Mondego e o Algarve, podendo de forma mais dispersa surgir no litoral Norte. Como já é habitual em fenómenos atmosféricos desta natureza, a incerteza é bastante elevada.De acordo com os mapas de referência da Meteored, ao final do dia de quarta-feira (5), a precipitação acumulada no Minho poderá rondar os 80 mm, e nos distritos de Porto, Aveiro, Viseu, Coimbra e Guarda - total ou parcialmente - poderá atingir um máximo de 60 mm.De momento, os mapas de densidade de raios estimam que a ocorrência de trovoada é mais provável nas zonas entre o Mondego e o Algarve.Ainda de acordo com o modelo Europeu, espera-se que na quinta-feira (6) persista alguma precipitação de fraca intensidade, mais provável no litoral Norte e Centro - sobretudo na primeira metade do dia -, devido à presença da frente fria que ainda estará sobre o nosso território, embora já em fase de dissipação. O resto do dia de quinta-feira (6) deverá ser mais estável, sem chuva e com nebulosidade.Mas a estabilidade não durará muito, dado que passadas nem 24 horas, os mapas denunciam a chegada de uma nova frente atlântica que trará, possivelmente a partir das primeiras horas da madrugada de sexta-feira (7), mais períodos de chuva fraca a moderada às Regiões Norte e Centro e possivelmente a algumas zonas da Área Metropolitana de Lisboa.Semana amena à vista, mas com anomalias até +3 ºC nalgumas zonasO modelo Europeu é claro: a próxima semana será amena em Portugal continental, com temperaturas até 1 ºC acima do normal, exceto na Região Norte, na parte setentrional da Região Centro e nalgumas zonas do Alentejo (anomalia térmica positiva de + 3 ºC).Após uma fria madrugada de segunda-feira (3), até quarta-feira (5) as temperaturas máximas serão iguais ou superiores a 19/20 ºC em várias capitais distritais, com o termómetro a poder atingir 22 ºC em Évora e Faro e 23 ºC em Beja. Porém, de quinta-feira (6) em diante os dias tornar-se-ão mais frescos, com máximas entre os 11 e os 18 ºC em grande parte da geografia de Portugal continental.Artigo relacionadoO modelo Europeu já marcou a data da próxima frente com chuva que afetará Portugal continentalAs noites serão bem mais frias nas regiões do Interior, sobretudo no Nordeste Transmontano e na Beira Alta, com as mínimas a poderem baixar até aos 3 ºC. Nas regiões do Litoral, as temperaturas manter-se-ão entre os 10 e os 14 ºC devido ao vento atlântico que produzirá um efeito de termorregulação. A descida térmica será especialmente sentida a partir de quarta-feira (5) em todo o país, embora com mais ênfase nas regiões do Interior, onde os valores das temperaturas mínimas serão mais baixos.

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Sinais sísmicos no Monte Etna podem prever erupções com meses de antecedência

Descoberta sísmica revolucionária: cientistas usam a distribuição de frequência-magnitude dos sismos para prever sismos. Saiba mais aqui!O Etna é o vulcão ativo mais alto da Europa fora da região do Cáucaso.Este artigo de investigação demonstra que as variações temporais na inclinação da distribuição de frequência-magnitude (valor b) dos sismos no Monte Etna, que é um indicador das alterações de tensão na crosta, podem ser usadas para rastrear os movimentos do magma desde níveis crustais profundos até aos superficiais. A monitorização de vulcões ativos em áreas densamente povoadas baseia-se tipicamente em dados geofísicos e geoquímicos para prever a atividade a curto prazo, mas os processos profundos de recarga de magma permanecem mal compreendidos.O estudoAnalisando a sismicidade de duas décadas (2005–2024), os investigadores distinguiram o processo de recarga de magma a partir do manto, a sua transferência e armazenamento em profundidades intermédias, e a ascensão final à superfície.O Etna está a deslizar em direção ao Mar Mediterrâneo a uma taxa média de 14 mm por ano.O estudo dividiu o sistema de condutas do Etna em três volumes sismogénicos principais, cada um com um valor b global distinto:Volume Sismogénico Profundo (10 km a > 30 km abaixo do nível do mar): Interpretado como parte das unidades do foreland subjacente, apresenta um valor b baixo de 1.00, típico de ambientes puramente tectónicos. A recarga de magma a partir do manto nesta área é consistente com uma queda no valor b, que temporariamente aumenta a tensão diferencial. A migração de magma para sectores mais superficiais leva a um aumento no valor b.Volume Sismogénico Intermédio (nível do mar a 8 km): Alojando o armazenamento intermédio de magma onde o desgaseificação é acentuada, apresenta um valor b mais elevado de 1.70, refletindo um setor heterogéneo e fraturado. Uma diminuição no valor b indica a injeção de magma com pouca desgaseificação ou uma redução da pressão de voláteis, aumentando a tensão diferencial e promovendo a propagação de diques. Um aumento no valor b é indicativo de pressão de voláteis aumentada ou transferência de magma para níveis mais superficiais.Há relatos de que uma erupção do Etna em 396 a.C. impediu os Cartagineses de avançarem sobre Siracusa durante a Segunda Guerra Siciliana.Volume Sismogénico Superficial (do cume a 2 km): Associado ao sistema superficial, exibe um valor b de 1.31. As variações menores no valor b nesta região sugerem um sistema de condutas quase sempre aberto, onde a sismicidade só é desencadeada durante episódios de intrusão de magma e a distribuição de frequência-magnitude se mantém estável.Os resultadosOs resultados demonstram que as variações temporais do valor b estão bem alinhadas com as fases de atividade do vulcão Etna. Notavelmente, foi observado que as variações temporais do valor b podem preceder anomalias geoquímicas associadas à ascensão do magma e erupção por alguns meses. Por exemplo, o aumento do valor b no volume intermédio no início de fevereiro de 2017 precedeu em cerca de dois meses o aumento progressivo da razão isotópica nas emissões gasosas.Artigo relacionadoO Etna volta a dar espetáculo, um novo paroxismo visível de muitas partes da SicíliaEm conclusão, a monitorização do valor b é sugerida como um indicador chave para a investigação das diferentes fases da migração de magma no sistema de condutas do Etna a médio e longo prazo, e pode ser integrada em sistemas de vigilância multiparamétrica para melhorar a avaliação de erupções iminentes.Referência da notíciaMarco Firetto Carlino et al., Earthquake frequency-magnitude distribution at Mount Etna sheds light on magma ascent in the volcano’s plumbing system.Sci. Adv.11, eadx9873(2025).DOI:10.1126/sciadv.adx9873

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As estrelas jovens podem ter afetado a química atmosférica: expelem plasma quente e frio simultaneamente

As ejeções de massa coronal (EMCs) no Sol primitivo podem ter influenciado profundamente as atmosferas planetárias dos primeiros planetas do Sistema Solar.Os análogos solares jovens com erupções servem como excelentes indicadores para sondar o ambiente plasmático do Sol jovem, mas as suas EMCs são ainda pouco compreendidas.O Sol ejeta frequentemente enormes massas de plasma, denominadas ejeções de massa coronal (EMCs), para o espaço. Ocorrem geralmente juntamente com brilhos repentinos chamados erupções solares e, por vezes, estendem-se o suficiente para perturbar a magnetosfera da Terra, gerando fenómenos climáticos espaciais, incluindo auroras ou tempestades geomagnéticas, e até danificando redes elétricas ocasionalmente.Os cientistas acreditam que, quando o Sol e a Terra eram jovens, o Sol era tão ativo que estas EMC podem até ter afetado o surgimento e a evolução da vida na Terra. De facto, estudos anteriores revelaram que as estrelas jovens semelhantes ao Sol, representantes do nosso Sol na sua juventude, produzem frequentemente erupções solares poderosas que excedem em muito as maiores erupções solares da história moderna. Enormes EMCs do Sol primitivo podem ter impactado severamente os ambientes iniciais da Terra, Marte e VénusNo entanto, ainda não é claro até que ponto as explosões nestas estrelas jovens exibem EMCs semelhantes às solares. Nos últimos anos, o plasma frio das Ejeções de Massa Coronal (EMCs) foi detetado por observações óticas em solo. No entanto, a alta velocidade e a esperada ocorrência frequente de EMCs fortes no passado permaneceram um mistério. Se as erupções solares ou as EMC da classe Carrington ocorreram frequentemente no Sol jovem, podem ter impactado cumulativamente a magnetosfera e a atmosfera da Terra primitiva. (Imagem criada por IA)Para resolver este problema, uma equipa internacional de investigadores, incluindo Kosuke Namekata, da Universidade de Quioto, procurou testar se as estrelas jovens semelhantes ao Sol produzem EMCs semelhantes às solares."O que mais nos inspirou foi o antigo mistério de como a violenta atividade do jovem Sol influenciou a Terra nascente. Ao combinar instalações espaciais e terrestres no Japão, Coreia e Estados Unidos, conseguimos reconstruir o que pode ter acontecido há milhares de milhões de anos no nosso próprio sistema solar." Kosuke Namekata.A análise da equipa incluiu observações ultravioleta simultâneas pelo Telescópio Espacial Hubble e observações óticas por telescópios terrestres no Japão e na Coreia. O seu alvo era o análogo solar jovem "EK Draconis". O Hubble observou linhas de emissão ultravioleta distante sensíveis ao plasma quente, enquanto os três telescópios terrestres observaram simultaneamente a linha de hidrogénio "Hα", que traça gases mais frios.Estas observações espectroscópicas simultâneas em múltiplos comprimentos de onda permitiram à equipa de investigação captar os componentes quentes e frios da ejeção em tempo real.Durante e antes de uma erupção da classe Carrington (~10³² erg), as linhas ultravioleta distantes quentes (~10⁵ K) exibiram emissão com desvio para o azul entre 300 e 550 km s⁻¹, indicando uma erupção quente. Dez minutos depois, a linha Hα apresentou absorções lentas (70 km s⁻¹), de longa duração (≳ 2 h) e com desvio para o azul, indicando uma erupção de filamento frio (~10⁴ K). (Imagem criada por IA)Estas observações levaram à primeira evidência de uma ejeção de massa coronal com múltiplas temperaturas em EK Draconis. A equipa descobriu que o plasma quente a 100.000 graus Kelvin foi ejetado a 300 a 550 quilómetros por segundo, seguido cerca de 10 minutos depois por um gás mais frio a cerca de 10.000 graus ejetado a 70 quilómetros por segundo.O plasma quente transportava muito mais energia do que o plasma frio, sugerindo que ejeções de massa coronal (EMCs) fortes e frequentes no passado poderiam impulsionar fortes choques e partículas energéticas capazes de erodir ou alterar quimicamente as atmosferas planetárias primitivas.Esta descoberta tem implicações importantes para a compreensão da habitabilidade planetária Estudos teóricos e experimentais apoiam o papel crucial que as fortes ejeções de massa coronal (EMCs) e as partículas energéticas podem desempenhar na iniciação de biomoléculas e gases com efeito de estufa, que são essenciais para o surgimento e manutenção da vida num planeta primitivo.Artigo relacionadoÁrvores “lembram-se” nos seus anéis de gigantesca tempestade solar da Idade do Gelo que seria devastadora na atualidade Portanto, esta descoberta tem implicações importantes para a compreensão da habitabilidade planetária e das condições em que a vida surgiu na Terra e, possivelmente, noutros locais.Referência da notíciaNamekata, K., France, K., Chae, J. et al. Discovery of multi-temperature coronal mass ejection signatures from a young solar analogue. Nat Astron (2025).

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Cidades Verdes: onde a natureza e o betão se encontram

Nas grandes cidades, os espaços verdes são refúgios essenciais onde oferecem tranquilidade, ar puro e equilíbrio entre o ritmo urbano e a necessidade humana de contacto com a natureza.Os espaços verdes urbanos são o pulmão das cidades, lugares onde a natureza suaviza o betão e devolve ao corpo e à mente o equilíbrio perdido.Nas grandes metrópoles do mundo, onde o ruído dos carros e a pressa das multidões dominam o quotidiano, os espaços verdes tornaram-se verdadeiros refúgios de serenidade.Jardins, parques e corredores ecológicos oferecem não apenas sombra e oxigénio, mas também um antídoto contra o stress urbano.A importância dos espaços verdes urbanosOs parques urbanos não são apenas ornamentais, são essenciais para o bem-estar físico e mental. Diversos estudos comprovam que estar em contacto com a natureza reduz a ansiedade, melhora a concentração e até reforça o sistema imunitário.Sandi Schwartz, especialista em bem-estar ambiental, defende que devemos viver a natureza com todos os sentidos: ouvir o vento nas árvores, sentir o cheiro da terra húmida, observar a luz a atravessar as folhas, tocar a relva e saborear o ar fresco."Quanto mais nos afastamos do centro ruidoso, mais a natureza atua como um amortecedor que nos ajuda a relaxar." National Geographic.Além dos benefícios individuais, estes espaços têm também impacto coletivo: refrescam o ar, reduzem as ilhas de calor e promovem a convivência social.Num tempo em que a vida urbana se tornou cada vez mais digital e isolada, o simples ato de passear num parque pode reconectar-nos com a cidade e com os outros.Exemplos de refúgios verdes pelo mundoA National Geographic destaca várias cidades que souberam integrar a natureza no coração do espaço urbano. Em Tóquio, o Parque Yoyogi é um dos maiores pulmões da metrópole japonesa. Entre vastos relvados, lagos e bosques de ginkgo, é possível encontrar um raro silêncio no meio de milhões de habitantes.No Parque Yoyogi, em Tóquio, o ritmo frenético da cidade dá lugar à harmonia das árvores e ao silêncio que convida à contemplação.No outono, o dourado das folhas transforma o parque num espetáculo visual. Em São Paulo, a Praça Dom José Gaspar é um oásis de sombra no centro da cidade. Cercada por edifícios históricos e cafés, a praça convida os paulistanos a abrandar o ritmo, ler um livro ou simplesmente respirar.Mais a norte, nos Estados Unidos, o Jardim Botânico de Nova Iorque, com os seus 250 hectares de floresta, jardins e o rio Bronx,oferece aos nova-iorquinos um encontro direto com a natureza.Ouvir e ver o rio fluir é uma experiência profundamente pacífica. Na Europa, o Parque da Ciutadella, em Barcelona, é um exemplo notável de integração entre arte e paisagem. O seu lago, os passeios arborizados e a monumental cascata desenhada por Josep Fontserè fazem dele um dos locais mais amados pelos barcelonenses.Parques urbanos, como o da Ciutadella em Barcelona, mostram que mesmo no coração das cidades é possível encontrar serenidade e ligação com a natureza.Já em Toronto, no Canadá, o Kay Gardner Beltline Park aproveita antigas linhas de caminho-de-ferro para criar um trilho verde que percorre a cidade, unindo bairros através da natureza.Em Fuzhou, na China, o Parque do Lago Oeste oferece um cenário idílico com templos, pavilhões e pontes sobre a água, um espaço onde os habitantes se reúnem para jogar, cantar e dançar.E, no sul dos Estados Unidos, o Jardim de Esculturas Sydney e Walda Besthoff, em Nova Orleães, combina arte contemporânea e natureza num percurso junto a um lago.A Europa e o desafio das cidades verdesAs cidades europeias têm vindo a investir cada vez mais em zonas verdes acessíveis e sustentáveis. Lisboa, por exemplo, criou a “Corredor Verde de Monsanto”, que liga o maior parque urbano da Península Ibérica ao centro histórico.Em Copenhaga e Amesterdão, as ciclovias ladeadas de árvores e os canais ajardinados são exemplos de como o planeamento urbano pode equilibrar mobilidade e natureza. O desafio, no entanto, continua a ser garantir que estes espaços não se tornem exclusivos de algumas zonas privilegiadas.A equidade ecológica, o direito de todos a desfrutar de ar puro e áreas verdes, é hoje um dos temas centrais das políticas urbanas.Um convite à pausaMais do que simples locais de lazer, os espaços verdes urbanos são um lembrete de que o ser humano precisa de pausas, de silêncio e de ligação à terra.A próxima vez que entrar num parque, experimente seguir o conselho dos especialistas: desligue o telemóvel, respire fundo e repare nas pequenas coisas, som das folhas, o reflexo da luz, o cheiro da chuva. No coração de cada cidade, a natureza continua à espera de ser ouvida.

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Após breve “janela” anticiclónica, o tempo em Portugal deverá agravar-se com passagem de frente fria na quarta, dia 5

A semana abre com muito sol e ambiente agradável, típico de uma pausa anticiclónica. Na terça-feira, 4 de novembro, a nebulosidade aumenta e regressam aguaceiros ao Norte. A meio da semana, uma depressão reforça a instabilidade com chuva mais ampla.Mais informação: O modelo Europeu já marcou a data da próxima frente com chuva que afetará PortugalA primeira metade da semana faz uma pausa breve no padrão chuvoso dos últimos dias. No entanto, a precipitação deve regressar gradualmente de norte para sul, com aproximação de frente fria. A visualização desta evolução pode centrar-se na corrente de jato polar, que "guia" as depressões, que se posicionam sobretudo a norte.Início de semana com céu pouco nublado a limpo e temperaturas amenasNa segunda-feira, 3 de novembro, será estável em praticamente todo o continente, com céu pouco nublado ou limpo, brisa fraca a moderada e temperaturas a subir ligeiramente face ao fim de semana. No Norte, cidades como o Porto, rondam máximas perto de 17–19 °C, enquanto Lisboa se fica pelos 19–20 °C, com manhãs frescas. No Alentejo e Algarve, espera-se um dia ameno, com valores em torno de 21–23 °C.Nesta segunda-feira, 3 de novembro, as temperaturas máximas situar-se-ão entre os 17 ºC e os 23 ºC.Ao longo de segunda, o vento soprará geralmente de sul, fraco a moderado, e a sensação térmica mantém-se confortável nas horas de maior insolação. O cenário continua a traduzir uma corrente de jato posicionada mais a norte do que nos últimos episódios, permitindo que o anticiclone garanta algumas horas de sol e estabilidade.Na terça-feira, 4 de novembro, a tendência muda gradualmente. A nebulosidade aumenta a partir do litoral Norte e Centro, com céu mais fechado no Minho e Douro Litoral e possibilidade de aguaceiros pontuais, sobretudo durante a tarde. O vento ganha intensidade no litoral e nas terras altas, com períodos de tempo ventoso a acompanhar a aproximação de uma depressão atlântica. As máximas sobem um pouco no Centro e Sul, mas mantêm-se moderadas no Norte.Em Lisboa, a tarde de terça deverá ser mais nublada do que o dia anterior, com sensação de tempo ligeiramente quente devido ao fluxo de sul e temperaturas máximas a rondar os 22 °C. No Algarve, a manhã pode ser ventosa, mas a previsão aponta para nuvens a ceder ao sol ao longo do dia, num registo térmico confortável perto dos 22 °C. Onde o contraste mais se fará sentir é no Noroeste, onde a chuva esporádica e o vento marcam presença.Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações.Nos Açores, a passagem de perturbações a norte do arquipélago mantém o ambiente húmido. Segunda traz abertas e aguaceiros mais prováveis nas ilhas dos Grupos Ocidental e Central. Na terça, o vento intensifica-se e o mar fica bastante agitado, com tempo fresco para a época e períodos de nuvens e sol. A sensação será de instabilidade latente, típica de outono no Atlântico médio.Um cenário oposto verifica-se na Madeira, com estabilidade, muito sol e valores térmicos acima da média. A segunda-feira deverá ter máximas perto de 24 °C no Funchal, e terça pode mesmo tocar nos 26 °C com vento de quadrante sul a moderado e atmosfera relativamente seca nas cotas baixas.Quadro sinóptico modifica-se a partir de terça, com o regresso da precipitação na quartaO quadro sinóptico de terça ajuda a explicar estas diferenças regionais. Com a evolução do núcleo depressionário para noroeste da Península, uma onda frontal “raspa” o litoral Norte e, mais tarde, o Centro, enquanto o anticiclone ainda inibe a precipitação de avançar para sul. O resultado é um país a duas velocidades: mais cinzento e por vezes molhado no Noroeste; mais seco e relativamente quente no Centro e Sul. Na quarta-feira, a evolução será do aumento de precipitação do litoral para o interior, com 96% de probabilidade de chuva no norte litoral.As condições de precipitação devem evoluir de norte para sul, com maior probabilidade no início de quarta-feira no Minho, próximo dos 100%.Para quem planear atividades, segunda é o dia mais confiável em todo o continente. Na terça, convém contar com chapéu-de-chuva no Minho e Douro Litoral e atenção ao vento em faixas costeiras e serranas. Em Lisboa e Vale do Tejo, o risco de precipitação é baixo, mas o céu tende a apresentar nuvens médias e altas, sobretudo durante a tarde.No mar, a tendência é de reforço da agitação na fachada ocidental entre terça e quarta, coerente com a aproximação da depressão e o aumento do gradiente de pressão.Aconselhamos a acompanhar os avisos e atualizações, em especial no Norte e Centro do litoral, onde a transição meteorológica deve dar os seus sinais já na terça-feira.Artigo relacionadoDepois da chuva vem a calma: anticiclone garante um início de semana mais estável em Portugal. Saiba até quandoOlhar um passo à frente: os sinais apontam para agravamento mais generalizado na quarta-feira, com a frente fria associada à depressão a atravessar o território de noroeste para sudeste. Haverá, então, mais chuva, vento e mar agitado, cenário típico de novembro, após a breve “janela” anticiclónica do arranque da semana. Até lá, aproveite o sol de segunda e vigie o céu na terça, sobretudo a norte do Mondego.

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Vamos perder a memória por causa dos smartphones? Cientistas estão preocupados

Devido à utilização excessiva de smartphones e à sua capacidade de armazenar informações, a nossa memória biológica está a deteriorar-se lentamente. Este fenómeno preocupa os cientistas, que decidiram soar o alarme.Graças ao GPS nos nossos smartphones, não precisamos de memorizar os trajetos dos lugares.Memória 2.0. A utilização diária de smartphones está a mudar significativamente a nossa visão de mundo, os nossos hábitos e… os nossos cérebros. Utilizar o GPS, anotar aniversários no calendário ou até mesmo criar listas de compras na aplicação de notas do telemóvel: tudo isto liberta tempo para pensar noutras coisas e, portanto, espaço na nossa memória.Mas a que custo? Os cientistas estão profundamente preocupados com a perda da nossa memória biológica.Memória biológica: prestes a desaparecer?Marc Tadié, neurocirurgião do Hospital Bicêtre, na França, afirma que "a memória é a pedra angular da nossa existência psicológica, assim como o coração o é da nossa existência física".Este é um sinal de alerta, e ele não é o único a mencioná-lo. A neurologista Servane Mouton afirma que, "embora a nossa memória para tarefas automáticas nunca tenha sido tão boa graças ao uso diário de dispositivos digitais, isso não muda o facto de que a nossa capacidade de memorização diminuiu consideravelmente".Uso de smartphone: uma questão de moderação?Estudos mostram que memorizar textos lidos num ecrã é menos eficaz do que memorizá-los em papel, e que também os compreendemos pior. Um livro, por ser tridimensional, ajuda-nos a memorizar informações. Os mídia digitais são muito mais pobres em termos de informação contextual. O problema: o tempo gasto a ler diminuiu drasticamente, enquanto o tempo que passamos em frente aos ecrãs está a aumentar exponencialmente.Artigo relacionadoCidade japonesa propõe limite diário de duas horas para uso de smartphonesE os especialistas concordam: a memória precisa de treino regular. Justine Monsaingeon é a criadora da aplicação Coco. Este serviço oferece jogos desenvolvidos para exercitar a memória. O objetivo: melhorar as habilidades cognitivas. "O cérebro é como um queijo suíço; tu precisas de preencher todos os buracos para que ele funcione corretamente. Fazer exercícios de atenção e concentração também ajudam a fortalecer a memória", explica ela.A nossa memória, protegida pela tecnologia digital.Então, como combater o que a Alemanha, por exemplo, já chama de “demência digital”? Para o Dr. Marc Tadié, que respondeu a perguntas do handicap.fr, a resposta está em “recriar a higiene cognitiva". "Recomendo realizar de cinco a seis tarefas de memorização diariamente sem usar um smartphone: lembrar um código, um endereço, um número de telefone, memorizar um compromisso, etc. Fico surpreendido com a quantidade de motoristas que fotografam o número da vaga de estacionamento em vez de tentar memorizá-lo", disse ele.E acrescentou: “Também precisamos de reservar tempo para leitura, interações presenciais, caminhadas e contemplação. Todas estas experiências nutrem o cérebro”.O exemplo dos táxis londrinos e da atrofia do hipocampo, responsável pela memória espacial, é particularmente revelador para o neurocirurgião. Ele defende a transformação do smartphone numa ferramenta positiva, a serviço do cérebro e não o contrário. E ainda afirma que, utilizado com prudência, o telefone pode ser uma ferramenta excecional.Referências da notícia"Le cerveau est comme un gruyère" : les smartphones nous font perdre la mémoire, voici pourquoi. 05 de abril, 2025. Olga Lévesque e Florian Le Goïc.Livre "Le cerveau sans mémoire": l'alerte face au smartphone. 10 de outubro, 2025. Cassandre Rogeret.

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O modelo Europeu já marcou a data da próxima frente com chuva que afetará Portugal continental

Após a passagem de uma frente fria este sábado (1), dentro de alguns dias prevê-se que um novo sistema frontal, reforçado por um rio de humidade, atravesse Portugal continental, deixando chuva forte e trovoada.Mais informação: Depois da chuva vem a calma: anticiclone garante um início de semana mais estável em Portugal. Saiba até quandoA primeira metade deste sábado, 1 de novembro, feriado e Dia de Todos os Santos, foi condicionada pela passagem de uma frente fria muito ativa, alimentada por um rio de humidade, sobretudo nas Regiões Norte e Centro, o que se traduziu em vários períodos de chuva persistente e pontualmente fortes.Entretanto, ao início da tarde deste sábado (1) o sistema frontal, ao deslocar-se mais para leste, permitiu um desagravamento do estado do tempo no Norte e Centro de Portugal continental - onde o céu já está menos nublado e com boas abertas a surgir - prevendo-se agora que gere alguma instabilidade e períodos de chuva ou aguaceiros durante boa parte da tarde de hoje (1) em pontos isolados do Nordeste Transmontano e Beira Alta, na Beira Baixa, Alentejo e algumas zonas da Grande Lisboa e Península de Setúbal.No vídeoApós a passagem da frente deste sábado (1), a partir de terça-feira (4) Portugal continental será novamente atingido por um sistema frontal atlântico muito ativo, que será reforçado por outro rio de humidade procedente das latitudes subtropicais.A precipitação dificilmente ocorrerá no Algarve, mas se tal acontecer será muito esporádica e residual. Já para domingo (2) prevê-se um tempo maioritariamente seco, estável e com alguma nebulosidade, não se excluindo a possibilidade de chuviscos fracos no Noroeste Minhoto. Porém, de um modo geral, a geografia de Portugal continental será influenciada pela presença da crista anticiclónica (altas pressões).Melhoria temporária, novas mudanças chegarão a partir do AtlânticoDomingo (2) e segunda-feira (3) serão dias de transição, com as altas pressões, pouco robustas, mas eficazes, a subir em latitude e a espraiar-se, primeiro sobre a Península Ibérica e depois pelo continente europeu adentro. As madrugadas destes dois dias, especialmente a de segunda-feira, 3 de novembro, serão bastantes frias no interior Norte e Centro, nomeadamente em cidades como as de Bragança e Guarda, onde se preveem mínimas inferiores a 5 ºC, dado que o céu estará limpo ou pouco nublado em quase toda a nossa geografia.Na próxima quarta-feira, 5 de novembro, prevê-se que uma nova frente fria percorra todo o país de oeste para leste, com a chuva, persistente e pontualmente forte, a ser reforçada por outro rio de humidade.No final do dia de segunda-feira (3) a concentração de nuvens a média e alta altitude aumentará em grande parte do país, embora com maior incidência nas regiões a oeste da Barreira de Condensação, sinal da iminente chegada de uma nova frente.Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações.Poderá precipitar ainda antes da meia-noite de terça (4) no extremo oeste do Minho, com a chuva prevista para terça-feira (4) a concentrar-se praticamente toda nos distritos de Viana do Castelo e Braga, surgindo por vezes no distrito do Porto, em zonas do distrito de Vila Real e de forma mais dispersa noutros locais do Norte e do Centro. Uma frente muito ativa atravessará Portugal de oeste para lesteNa quarta-feira (3) o modelo Europeu (ECMWF) prevê que a frente atravesse todo a geografia de Portugal continental, de oeste - a começar no Minho e Douro Litoral - para leste, abrangendo o interior Norte e Centro e inclusive chegando às regiões mais meridionais, como o Alentejo e o Algarve. Além disto, espera-se que a chuva gerada pela frente seja reforçada por um rio de humidade vindo do Atlântico. Artigo relacionadoMudanças no tempo da próxima semana em Portugal: uma frente com chuva vai conseguir quebrar o bloqueio anticiclónicoNa quarta-feira (5) os mapas de referência da Meteored preveem chuva fraca a moderada em todo o país, sendo por vezes forte, numa fase mais inicial no litoral Norte e Centro, umas horas mais tarde nas terras altas do Norte e Centro correspondentes à zona da Barreira de Condensação, e já mais para o meio/fim da tarde na Beira Baixa e no Alto Alentejo. Adicionalmente, é expectável que nalgumas zonas do Norte e do Centro a precipitação seja acompanhada de trovoada.Um rio de humidade proveniente das latitudes subtropicais vai reforçar a frente que começará a afetar Portugal continental a partir de terça-feira (4).Embora ainda persista alguma incerteza, nos dias posteriores, isto é, a partir de quinta (6) ou sexta-feira (7) é provável que se instale um padrão NAO+ durante alguns dias, o que se traduziria na circulação de depressões sobre as latitudes altas e na subida em latitude da crista anticiclónica, que começaria a surgir pelo sudoeste de Portugal continental. Não obstante, espera-se a chegada de novas frentes atlânticas que, mais ou menos ativas, resultariam na ocorrência de chuva, principalmente no Minho e no Douro Litoral. De momento, não se vislumbra a entrada de uma massa de ar frio intenso.

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Onde ver ondas que brilham? As 7 praias mais deslumbrantes do mundo para ver a bioluminescência

Ver o mar a brilhar no escuro não é um efeito especial - é pura biologia. Estas são sete praias em todo o mundo onde o fitoplâncton ilumina as ondas, transformando a noite num espetáculo azul-esverdeado inesquecível.Há algumas praias onde este fenómeno ocorre com frequência.O simples facto de agitar a água com a sua mão ou de ver uma onda a passar pode fazer com que a superfície do oceano pareça iluminar-se. Esse brilho não vem da lua ou de luzes artificiais, mas de organismos minúsculos que vivem na água: os dinoflagelados, um tipo de fitoplâncton que produz luz quando agitado. Fazem-no como um mecanismo de defesa, gerando uma luz fria e azulada que transforma cada movimento num rasto brilhante.O fenómeno da bioluminescência é mais comum nas profundezas do oceano, onde muitas criaturas o utilizam para atrair presas, comunicar ou distrair predadores. Mas quando acontece em águas costeiras quentes e calmas, torna-se um espetáculo visível a partir da costa. As melhores noites para o ver são durante a lua nova, quando o vento está calmo e há pouca poluição luminosa.Embora o plâncton seja delicado e seja melhor não tocar na água para não perturbar o seu equilíbrio, observar uma maré azul à distância pode ser tão raro como hipnotizante. Aqui estão sete praias onde a bioluminescência aparece com mais frequência e dá um espetáculo inesquecível. 1.Baía do Mosquito, Puerto RicoA Baía do Mosquito, na ilha de Vieques, detém o recorde mundial do Guinness como a baía bioluminescente mais brilhante da Terra. O seu segredo reside nos mangais que fornecem um fornecimento constante de nutrientes a milhões de dinoflagelados. Rain falling on the bay with bioluminescent organisms looks like something from another world. pic.twitter.com/ittdC8yq5t— Enséñame de Ciencia (@EnsedeCiencia) April 1, 2025Após o furacão Maria, em 2017, a população de plâncton duplicou e, atualmente, o brilho pode ser visto durante todo o ano. A vizinha Laguna Grande (em Fajardo) e La Parguera (em Lajas) também oferecem o espetáculo, sendo esta última a única onde é permitido nadar ou andar de barco. 2. Baía de Jervis, AustráliaLocalizada no sul de Nova Gales do Sul, a Baía de Jervis é famosa pelas suas praias de areia branca e, ocasionalmente, pelas suas noites fluorescentes. Em pontos como Blenheim Beach ou Barfleur Beach, as ondas podem ficar azuis elétricas entre maio e agosto, embora as flores possam aparecer em qualquer época do ano se as condições forem adequadas. As autoridades locais recomendam seguir os noticiários regionais para saber quando o mar decide se iluminar.3. Krabi, TailândiaA província de Krabi, no sudoeste da Tailândia, tem tudo o que o plâncton precisa para se desenvolver: águas quentes, mangais e recifes de coral. De novembro a maio, quando a precipitação é escassa, o fenómeno intensifica-se em torno da praia de Railay e das ilhas vizinhas.Bioluminescence in water. Josh Gravley pic.twitter.com/8luC933coX— Science girl (@gunsnrosesgirl3) October 24, 2025O posto de turismo local organiza excursões noturnas de caiaque para testemunhar como cada remada deixa um rasto brilhante que se desvanece em segundos.4. Ilhas Matsu, TaiwanNeste arquipélago ao largo da costa oriental da China, a bioluminescência tem o seu próprio nome: “lágrimas azuis”. As microalgas brilhantes aparecem mais frequentemente entre abril e junho, especialmente perto da aldeia de Qiaozi e da costa ocidental de Beigan. Os passeios de barco ao pôr do sol permitem aos visitantes observar o mar a adquirir uma tonalidade azul fantasmagórica. Embora o avistamento não seja garantido, a maioria dos visitantes consegue ver as ondas brilhantes pelo menos uma vez.5. Lagoa Maniapeltec, Oaxaca, MéxicoA poucos quilómetros de Puerto Escondido, esta lagoa liga-se ao oceano apenas durante a estação das chuvas, entre junho e julho. Essa troca permite que o plâncton marinho entre no ambiente protegido do mangue, onde as águas calmas e quentes criam condições ideais para a bioluminescência.Artigo relacionadoAs praias de nudismo mais incríveis do planetaAs excursões partem geralmente depois da meia-noite, quando a escuridão é total. Com alguma sorte, a experiência inclui águas cintilantes e o farfalhar distante dos crocodilos que vivem ao longo do canal.6. Baía Mission e Newport Beach, CalifórniaNa costa oeste dos EUA, as marés bioluminescentes tornaram-se mais frequentes nos últimos anos. Na baía Mission e em Newport Beach, o mar brilha a azul à noite devido a florescências de plâncton que costumavam aparecer apenas de tempos a tempos, mas que agora aparecem quase todos os verões.Em 2024, imagens captadas por habitantes locais tornaram-se virais pela sua intensidade. Os meses mais ativos tendem a ser outubro e novembro, embora seja difícil prevê-los - cada aparecimento é uma surpresa. 7. Penmon Point, GalesEmbora as águas do País de Gales não sejam propriamente tropicais, o fenómeno também pode ser observado nesse país. Ao longo da costa de Anglesey e na baía de Dunvegan, registam-se marés brilhantes por volta de meados de junho, provavelmente incentivadas pelo aumento da temperatura do mar.Do you know the origin of the magical bluish glow of the “Sea of Ardora”? Discover it in our new blog post — we dive into marine bioluminescence! Ticket for the Nautilus: https://t.co/vXKvrvfZl8 pic.twitter.com/ZFOgJtBAvq— Consorcio Promedio (@PromedioBadajoz) April 25, 2022Se a sorte estiver do seu lado, basta atirar uma pedra para a água para ver um brilho azul espalhar-se pela superfície - prova de que a bioluminescência pode ocorrer mesmo nos locais mais inesperados.Um fenómeno tão frágil quanto fascinanteO brilho emitido pelos organismos bioluminescentes é o resultado de uma reação química: a luciferina (uma molécula presente no organismo) reage com o oxigénio através de uma enzima chamada luciferase, libertando energia sob a forma de luz. Estima-se que mais de 1.500 espécies de peixes - além de muitas bactérias, lulas, medusas e crustáceos - possuam essa capacidade. Artigo relacionadoLâmpadas com vida: saiba como a bioluminescência pode transformar a forma como usamos a iluminaçãoEmbora para os humanos o efeito seja puramente visual, no oceano serve objetivos vitais: confundir predadores, atrair comida ou comunicar na escuridão total. Da próxima vez que o mar se iluminar, lembre-se que este espetáculo fugaz é também uma estratégia de sobrevivência microscópica.

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O mistério do carbono desaparecido: torre de Harvard mede a respiração das florestas desde 1989

Há décadas, os cientistas não sabiam para onde ia metade do CO₂ emitido e colocaram uma torre escondida entre as árvores do Massachusetts para ouvir como o planeta respira. A sua nova substituta promete continuar a medir os “suspiros” da floresta e decifrar como as alterações climáticas alteram essa pulsação natural.A Floresta de Harvard tem tido um balanço positivo nos últimos anos, depositando mais CO2 do que removendo. Mas as alterações climáticas estão a perturbar o equilíbrio.No coração de Massachusetts, a floresta respira. Cada sopro de ar que exala e cada golfada de dióxido de carbono que ingere tem sido registado, há mais de três décadas, numa torre que escuta com uma paciência invulgar. Alguns cientistas chamam-lhe a torre de Harvard, mas pode ser melhor descrita como um estetoscópio do planeta.O caso do carbono desaparecidoNa década de 1980, os cientistas foram confrontados com um enigma que parecia uma história de detectives. Sabiam a quantidade de dióxido de carbono que a humanidade estava a emitir através da queima de combustíveis fósseis e também a quantidade que se estava a acumular na atmosfera. As contas não batiam certo: quase metade do CO₂ estava a desaparecer todos os anos. Onde estava esse carbono desaparecido? As florestas eram suspeitas. Sabia-se que as plantas sequestram carbono através da fotossíntese, mas também que os micróbios do solo o devolvem ao ar através da decomposição de folhas e ramos mortos. O que faltava medir era qual o processo dominante.Foi aí que entrou o químico atmosférico Steven Wofsy, que decidiu seguir as pistas do cimo de uma floresta. Se conseguisse medir o dióxido de carbono nas correntes de ar que sobem e descem através das árvores, poderia deduzir se uma floresta era uma fonte ou um sumidouro de carbono. Uma torre que escuta a florestaEm outubro de 1989, Wofsy ergueu uma torre treliçada de 30 metros na floresta de Harvard, uma área de 16 quilómetros quadrados onde antigamente existiam quintas. Desde então, a estrutura mede, oito vezes por segundo, as concentrações de dióxido de carbono e de vapor de água, bem como a velocidade do vento em todas as direções. Com estas variáveis, calcula o “fluxo de redemoinhos” - a troca líquida de gases entre a floresta e a atmosfera.Foi erguida uma torre de 30 metros sobre a floresta de Harvard, equipada com um espetrómetro que mede o CO₂ e um anemómetro que mapeia o vento. Oito vezes por segundo, sem pausa, estes instrumentos captam a pulsação do ecossistema. Esta técnica, chamada covariância de Foucault, funciona como uma balança gigante que pesa o carbono invisível.Os primeiros resultados surpreenderam toda a gente. Os carvalhos, os bordos e as coníferas do local estavam a absorver cerca de duas toneladas de carbono por hectare e por ano. A floresta de Harvard, que muitos pensavam já estar em equilíbrio, continuava a armazenar carbono. Havia o carbono em falta e também uma nova forma de o medir.“A maioria das pessoas pensava que estas florestas já estavam cheias de carbono”, recordou Wofsy anos mais tarde. "Mas elas ainda estavam a crescer, ainda estavam a respirar".Depósitos e remoçõesMedir o carbono, explica o investigador William Munger, é como manter um livro de registos. As plantas fazem depósitos quando absorvem CO₂ através da fotossíntese. Os microorganismos, por outro lado, fazem remoções quando libertam o gás ao decomporem a matéria orgânica. No cômputo geral, a Floresta de Harvard é uma poupadora líquida de carbono... por enquanto. Com o clima atual, muitas árvores morrem e o equilíbrio do carbono altera-se.O clima atual já alterou as contas. “Os invernos já não são como dantes”, diz Munger. A região tem menos neve e, portanto, menos água de degelo para alimentar o crescimento da primavera. As raízes, que costumavam estar protegidas por uma camada branca, sofrem agora mais geadas. Menos água e mais árvores mortas significam menos absorção de carbono.A Floresta de Harvard tem tido um balanço positivo nos últimos anos, fazendo mais depósitos do que remoções de CO2. Mas as alterações climáticas estão a alterar o equilíbrio. Os Invernos são mais quentes, há menos neve para proteger as raízes do gelo e há mais árvores a morrer.Durante alguns anos, a torre registou uma duplicação do sequestro de carbono; noutros anos, o equilíbrio caiu para zero. Estas oscilações mostram como o sistema é sensível à seca, ao frio ou ao calor extremo. De Massachusetts para o mundoOs dados da Floresta de Harvard inspiraram a criação de uma rede global de torres de fluxo, da Coreia ao Congo. Mostram que a floresta amazónica, embora respire muito, quase não ganha ou perde carbono no balanço anual, enquanto as florestas boreais acumulam enormes reservas que podem ser libertadas num incêndio ou num degelo.Estes registos são a base das políticas que procuram reduzir as emissões globais: conservar uma floresta ou desmatá-la para instalar painéis solares não tem o mesmo efeito climático, e as torres ajudam a demonstrá-lo.Após mais de quarenta anos de trabalho contínuo, a torre original de Harvard está a ser substituída. Este ano foi revelada a EMS 2.0, uma versão atualizada que continuará a medir a respiração da floresta à medida que o planeta aquece. Uma floresta que muda a sua vozÀ primeira vista, a floresta de Harvard parece saudável. No outono, a vegetação é tão densa que é difícil distinguir a nova torre a alguns metros de distância. Mas, por baixo dessa aparência vibrante, as espécies nativas de cicuta, freixo e faia estão a recuar face às pragas trazidas pelo comércio e à subida das temperaturas.Artigo relacionadoA seca castiga mais o tronco do que a copa: lições de adaptação das florestas espanholasO EMS 2.0 não pode registar o lento desaparecimento de cada espécie, mas pode registar o efeito cumulativo destas mudanças: como se altera o equilíbrio de carbono do sistema. Por outras palavras, como os suspiros da floresta estão a mudar. “Precisamos de saber o que estas florestas estão a fazer, e a investigação a longo prazo é a única forma de o fazer”, afirma a bióloga Michele Holbrook. "A biosfera terrestre absorve 25-30% das nossas emissões. Se isto parasse, estaríamos em grandes sarilhos".

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Novo capítulo em Vila Real: o seminário que vai virar destino de luxo

Um século depois, o seminário de Vila Real prepara-se para acolher hóspedes em vez de seminaristas. Conheça o projeto que inclui um spa e um wine bar. Antigo seminário transmontano vai ser transformado num hotel com spa e wine bar. Foto: FacebookDurante quase um século, o edifício do Seminário Diocesano de Vila Real foi um espaço de formação, silêncio e fé. Agora, porém, prepara-se para entrar num novo capítulo da sua história: trocar as orações pelos brindes e os estudos teológicos pelo descanso de quem procura uma escapadinha no coração de Trás-os-Montes. É verdade, o histórico imóvel será transformado num hotel de quatro estrelas, num investimento de sete milhões de euros, promovido pelo grupo algarvio Água Hotels.Um novo fôlego para um edifício com históriaConstruído em 1930 por iniciativa de D. João Evangelista de Lima Vidal, o primeiro bispo de Vila Real, o seminário é um dos edifícios mais emblemáticos da cidade. Localizado na intersecção da Avenida Carvalho Araújo com a Rua D. Pedro de Castro, uma zona central e muito movimentada, fica junto a alguns dos principais pontos de interesse da capital transmontana.O projeto de requalificação, assinado pelo arquiteto Emanuel Cardoso (do atelier Barracinza), prevê a recuperação integral do edifício, preservando a sua traça original e o valor patrimonial. A intervenção será feita de forma a respeitar a identidade do espaço, adaptando-o às exigências de conforto e sustentabilidade de uma moderna unidade hoteleira. Artigo relacionadoEste português comprou meia aldeia no Gerês. Agora vai transformá-la num destino de sonhoNo fundo, esta transformação permitirá revitalizar um imóvel com forte carga simbólica para a comunidade, evitando a degradação de um marco histórico que há muito merecia nova vida.Um hotel que quer ser da cidadeO futuro hotel terá cerca de 80 quartos de diferentes tipologias, preparados para acolher tanto turistas de lazer como visitantes em trabalho. O investimento de sete milhões de euros inclui também a criação de um restaurante, um spa e um wine bar — espaços que estarão abertos não apenas aos hóspedes, mas também ao público em geral.A ideia é que o hotel seja um ponto de encontro para os vila-realenses, um local para relaxar, conviver e apreciar o melhor da gastronomia e dos vinhos da região.Além disso, o projeto contempla várias salas de reunião e eventos, o que deverá tornar o espaço atrativo para empresas e instituições que procurem um ambiente distinto para encontros e conferências. De acordo com o grupo promotor, estima-se que o empreendimento crie cerca de 40 postos de trabalho diretos, reforçando a oferta turística e económica de Vila Real.As obras estão previstas arrancar em 2026 e deverão demorar cerca de um ano e meio até ficarem concluídas. Foto: Diocese de Vila RealAs obras deverão começar em 2026 e prolongar-se por aproximadamente um ano e meio, o que aponta para uma abertura ao público no final de 2027 ou início de 2028. A gestão do hotel ficará a cargo do grupo Água Hotels, que conta já com várias unidades em funcionamento no Algarve, em Mondim de Basto e até em Cabo Verde.Preservar o passado, preparar o futuroApesar da transformação profunda, o projeto não vai apagar o papel do seminário na vida da diocese. O acordo estabelecido entre o Grupo Água Hotels e a Diocese de Vila Real garante que a ala sul do edifício continuará a albergar o seminário e outros serviços diocesanos, assegurando a continuidade da missão religiosa que ali nasceu há quase cem anos.Artigo relacionadoSabia que Portugal tem uma das bibliotecas mais bonitas do mundo?Para o grupo hoteleiro, esta é uma oportunidade de conjugar turismo e património, dando uma nova função a um edifício icónico sem lhe retirar a alma. A aposta em Vila Real faz parte da estratégia de expansão da cadeia para o Norte do país, depois do sucesso alcançado em outras regiões. “A ligação à cidade surgiu de forma natural, numa lógica de valorização do território e de resposta à procura crescente de alojamento de qualidade em Trás-os-Montes”, refere a administração do grupo, citado pelo jornal “Negócio”.A reabilitação do antigo seminário promete, assim, trazer uma lufada de ar fresco à cidade, ao mesmo tempo que preserva a memória de um edifício que faz parte da sua identidade. Entre o som dos sinos e o tilintar dos copos de vinho, Vila Real prepara-se para receber um novo símbolo — um espaço onde tradição e modernidade vão partilhar o mesmo teto.

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Eva Lopes mergulha no Ártico para estudar como a vida marinha se adapta às mudanças do clima

Investigadora do Porto ganhou a prestigiada bolsa Arctic Field Grante e vai estudar as respostas dos ecossistemas marinhos às alterações climáticas. Eva Lopes está a bordo do navio de investigação Jean Floc’h, de onde mergulha nas águas gélidas do Ártico para recolher amostras de genes, nutrientes e clorofila. Foto: Universidade do PortoA estação científica de Ny-Ålesund, em Svalbard, no Norte da Noruega, é a mais setentrional do mundo. Quase uma centena de investigadores, de cerca de 20 instituições internacionais, trabalham aqui o ano inteiro, tentando compreender como está a mudar o clima na região acima do Círculo Polar Ártico.O centro de investigação, equipado com laboratórios, tecnologias e ferramentas de última geração, é crucial para estudar áreas como a atmosfera, ecossistemas terrestres, biologia marinha, oceanografia ou glaciologia. É nesta remota ilha norueguesa, onde as temperaturas podem atingir os 32 graus negativos, que Eva Lopes se encontra a trabalhar como investigadora principal.Estudante de doutoramento em Ciência, Tecnologia e Gestão do Mar da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental, tem apenas 28 anos, mas já conquistou o Arctic Field Grant (AFG), a competitiva bolsa de 10 mil euros atribuída pelo Research Council of Norway a cientistas do mundo inteiro que estão ainda em início de carreira.A urgência de estudar a região ÁrticaEva Lopes está a estudar como é que os ecossistemas marinhos nesta região irão responder a um ambiente em rápida transformação.O Ártico está a aquecer cerca de quatro vezes mais depressa do que o resto do mundo. Em Svalbard, todavia, as temperaturas sobem ainda mais depressa - até sete vezes mais do que a média global, com consequências profundas nos biossistemas oceânicos.Os cientistas estudam estas alterações há muito tempo. Os registos meteorológicos de Ny-Aalesund têm, por exemplo, mais de quatro décadas. Mas à medida que mudanças climáticas se intensificam, este trabalho assume uma maior urgência.A estação de Ny-Ålesund, em Svalbard, acolhe projetos de investigação de todo o mundo que visam monitorizar os sistemas árticos e as alterações globais. Foto: Harvey Barrison - Flickr: Ny-Ålesund_2013 06 07_3603, CC BY-SA 2.0, via Wikimedia CommosnO que acontece aqui pode ter impactos na subida do nível do mar, nas tempestades na América do Norte e Europa, nas ondas de frio e calor, nas emissões de grandes quantidades de dióxido carbono, entre tantas outras dimensões.O impacto do aquecimento nos ecossistemas marinhosA investigação da cientista portuguesa está centrada nas alterações na dinâmica dos ecossistemas marinhos provocados pelo aquecimento. O seu trabalho está especialmente focado na entrada de matéria orgânica na água causada quer pelo degelo quer por mudanças na circulação oceânica.Usando culturas de algas da região, a investigadora está a simular vários cenários de alteração de ecossistemas.As comunidades microbianas têm processos metabólicos críticos para os habitats marinhos – são responsáveis pela decomposição da matéria orgânica, reciclagem de nutrientes ou degradação de poluentes. Artigo relacionadoSvalbard em Degelo: Evidências de um Novo Inverno ÁrticoAs suas respostas à entrada de matéria orgânica vão afetar diretamente a eficiência destes processos, bem como a disponibilidade futura de nutrientes para novos ciclos de produção primária essenciais na síntese de matéria orgânica. O aquecimento no Ártico pode ter impactos profundos na subida do nível do mar, nas emissões de grandes quantidades de dióxido de carbono e nos padrões meteorológicos dos continentes europeu e americano. Foto: domínio público, via PixnioÉ muito importante por isso entender melhor os mecanismos de adaptação e interação microbiana em cenários simulados de mudança ambiental.Com um pé no Porto e outro no frio polarNão é a primeira vez que Eva Lopes faz as malas e parte, deixando a cidade do Porto para enfrentar as temperaturas gélidas do Ártico.Em 2023, quando iniciou o doutoramento, participou pela primeira vez numa campanha de monitorização pelágica sazonal. A expedição consistiu essencialmente por recolher amostras de água do oceano ártico para estudar microalgas, nutrientes, fitoplâncton, zooplâncton, oxigénio e matéria orgânica.O arquipélago norueguês de Svalbard, entre a Europa continental e o Polo Norte, está a aquecer ainda mais rápido do que a restante região do Ártico. Foto: R. Henrik Nilsson, own work, CC BY 4.0, via Wikimedia CommonsRegressou no ano seguinte para participar numa expedição científica a bordo do navio de investigação Mirai, do Instituto Japan Agency Marine-Earth Science and Tecnology. Desta vez, a sua missão foi estudar os efeitos do aumento do fluxo de calor do Pacífico na diversidade e funções do plâncton nesta região.Agora, com este projeto, a investigadora está a bordo do navio de investigação Jean Floc’h, de onde mergulha a cerca de 200 metros de profundidade para recolher amostras de genes, nutrientes e clorofila.Os espécimes são depois analisados no laboratório da estação, mas grande parte do seu trabalho terá de ser realizado nas instalações do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental, em Matosinhos. Artigo relacionadoCientistas descobrem vida extrema no interior do gelo do ÁrticoA sua investigação está, portanto, em constante evolução. Não será de estranhar, por isso, que venha a trocar mais vezes os verões quentes de Portugal pelo frio polar do Ártico.Referência da notíciaRenata Silva / FCUP. Programa norueguês financia projeto de doutoranda da U.Porto no Ártico. Universidade do Porto

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Cientistas britânicos afirmam ter detetado os primeiros sinais visíveis que desencadeiam o Parkinson

Investigadores da Universidade de Cambridge conseguiram visualizar os minúsculos aglomerados de proteínas associados à doença de Parkinson.Cientistas detetaram pequenos aglomerados de uma proteína cerebral que foram associados ao início precoce da doença de Parkinson.A doença de Parkinson é conhecida como a condição neurológica de crescimento mais rápido no mundo; no entanto, na maioria dos casos, os médicos só conseguem diagnosticá-la após o aparecimento dos sintomas.Há muito tempo, os investigadores suspeitam que minúsculos oligómeros de alfa-sinucleína sejam os primeiros a agir, antes que outros sinais reveladores, os chamados corpos de Lewy, sejam detetados ao microscópio. Estes oligómeros são pequenos aglomerados incipientes da proteína alfa-sinucleína que se unem no cérebro e são suspeitos de danificar as células nervosas antes que aglomerados maiores se formem.Agora, uma equipa da Universidade de Cambridge afirma que estes aglomerados de neurónios, até então desconhecidos, foram finalmente visualizados e medidos no cérebro humano, o que pode auxiliar no diagnóstico precoce.A abordagem ASA-PDUtilizando um método de microscopia ultrassensível chamado ASA-PD, os cientistas de Cambridge, da UCL, do Instituto Francis Crick e da Polytechnique Montréal afirmam ter visualizado, contado e comparado diretamente oligómeros de alfa-sinucleína em tecido cerebral post-mortem.“Os corpos de Lewy são a marca registada da doença de Parkinson, mas essencialmente indicam onde a doença esteve, não onde está agora”, disse o Professor Steven Lee, que trabalhou na investigação.“Se pudéssemos observar o Parkinson nos seus estágios iniciais, isso dir-nos-ia muito mais sobre como a doença se desenvolve no cérebro e como poderíamos tratá-la”, comentou.Os cientistas explicam que o método ASA-PD amplifica o sinal fraco de aglomerados em nanoescala e remove o ruído de fundo, revelando aglomerados de proteínas individuais pela primeira vez.Um novo exame ultrassensível revelou aglomerados maiores e mais numerosos em pacientes, possibilitando testes mais precoces e tratamentos mais direcionados.Em amostras de pessoas com doença de Parkinson, os oligómeros eram maiores, mais brilhantes e muito mais numerosos do que em controles da mesma faixa etária, fornecendo evidências potenciais de que o seu crescimento e acumulação estão ligados à doença."Esta é a primeira vez que conseguimos observar oligómeros diretamente no tecido cerebral humano nessa escala — é como poder ver estrelas em plena luz do dia", disse a Dra. Rebecca Andrews, autora principal do estudo. "Isto abre novos caminhos na investigação da doença de Parkinson", acrescentou ela.Um 'atlas de alterações proteicas'A equipa de investigação também identificou um subconjunto distinto de oligómeros encontrados apenas no tecido de pacientes com Parkinson, um sinal potencialmente detetável mais cedo que pode aparecer anos antes dos sintomas.“Este método não nos dá apenas um instantâneo”, explicou Lucien Weiss, outro investigador envolvido no estudo. “Ele fornece um atlas abrangente das alterações proteicas em todo o cérebro, e tecnologias semelhantes poderiam ser aplicadas a outras doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Huntington", disse.Artigo relacionadoMédicos celebram o êxito do tratamento da doença de Huntington pela primeira vezSegundo Weiss, este atlas poderá servir de base para diagnósticos mais precoces, auxiliar na seleção de pacientes para ensaios clínicos e orientar os desenvolvedores de medicamentos em direção aos alvos mais importantes no início da doença.“Esperamos que a superação desta barreira tecnológica nos permita compreender porquê, onde e como os aglomerados de proteínas se formam, e como isto altera o ambiente cerebral e leva ao desenvolvimento da doença”, acrescentou ele.Referência da notíciaLarge-scale visualization of α-synuclein oligomers in Parkinson’s disease brain tissue. 01 de outubro, 2025. Andrews, et al.

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Depois da chuva vem a calma: anticiclone garante um início de semana mais estável em Portugal. Saiba até quando

Entre sábado e quarta-feira, o tempo em Portugal continental evoluirá de chuva intensa e passagem de uma frente fria para um início de semana estável e seco, voltando depois a registar precipitação com nova frente atlântica.Durante a tarde de sábado, 1 de novembro, a partir das 15h, a frente fria que tem afetado o país começará a deslocar-se progressivamente para sul, perdendo intensidade no seu trajeto. À medida que o sistema avança, o Norte de Portugal verá uma redução significativa da precipitação, com o céu a tornar-se gradualmente menos nublado e o tempo a estabilizar. Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações.Por outro lado, as regiões do centro e sul, em especial Portalegre, Castelo Branco, Guarda, Évora e Beja ainda deverão registar chuva localmente moderada, com acumulados horários entre 2 e 3.5 mm/h, pontualmente superiores nas zonas de relevo. O vento soprará de sudoeste moderado, podendo intensificar-se nas terras altas e no litoral alentejano. Observa-se a frente fria a deslocar-se de norte para sul, concentrando chuva moderada nas regiões do Centro, Interior Norte e Alentejo, especialmente em Castelo Branco, Guarda, Portalegre e Évora, enquanto o Norte do país começa a ficar com tempo mais seco.Esta frente fria deverá continuar a descer durante a noite, atingindo o Baixo Alentejo e o Algarve já com menor força, marcando assim o final do episódio de instabilidade que dominou o tempo desde o início de sexta-feira. Depois do temporal, chega um domingo de maior tranquilidade atmosféricaA partir de domingo (2), uma crista anticiclónica começará a influenciar o estado do tempo, promovendo uma melhoria gradual. A chuva deverá dissipar-se quase por completo, o vento enfraquecerá e o céu apresentará abertas, embora ainda possam ocorrer chuviscos isolados no Alto Minho. No domingo, 2 de novembro, as temperaturas máximas terão uma descida face aos valores mais elevados sentidos na última semana. As máximas deverão oscilar entre 13 ºC e 16 ºC no norte e 22 ºC em Lisboa e Faro, e valores em torno dos 17 ºC a 20 ºC nas cidades do interior centro e sul. Este período mais estável marcará uma pausa breve no padrão de instabilidade.Esta ligeira quebra térmica resulta da passagem da frente fria e da entrada de uma massa de ar mais fresco, que deixará o ambiente mais estável, mas com sensação térmica mais fresca, sobretudo nas primeiras horas da manhã e ao final do dia.Segunda-feira, 3 de novembro, será um dia calmo e estável em todo o território continental, com ausência de precipitação e céu limpo durante grande parte do dia. Haverá períodos prolongados de sol de norte a sul. O ambiente manter-se-á agradável e sereno, ideal para atividades ao ar livre. A ausência de tons acinzentados sobre Portugal continental indica a probabilidade praticamente nula de cobertura de nuvens, sinal de um dia muito limpo e estável em todo o território.No entanto, esta acalmia será temporária. Os modelos indicam que o anticiclone não será suficientemente robusto para bloquear novas perturbações atlânticas. Instabilidade aumenta a meio da semana com o avanço de uma frente fria atlântica Durante o dia de terça-feira (4), a probabilidade de precipitação deverá concentrar-se apenas no Norte e litoral centro, associada à passagem de uma ondulação frontal ligada a uma depressão secundária que se formará a noroeste da Península Ibérica e avançará em direção às Ilhas Britânicas. Terça-feira, 4 de novembro, às 12:00 o mapa de probabilidade de chuva demonstra tonalidades de azul, que indicam baixa probabilidade de precipitação (15–40%) em regiões do litoral e centro enquanto que o verde e amarelo assinalam probabilidades crescentes de chuva para Braga.Na quarta-feira, 5 de novembro, o estado do tempo continua a agravar-se com a aproximação e passagem de uma frente fria mais estruturada e ativa, que trará chuva generalizada a todo o território continental. Artigo relacionadoMudanças no tempo da próxima semana em Portugal: uma frente com chuva vai conseguir quebrar o bloqueio anticiclónicoA precipitação deverá avançar de noroeste para sudeste, afetando inicialmente o Minho e Douro Litoral e progredindo depois para o interior e para as regiões do Sul.

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A que horas irá a chuva abrandar amanhã no Porto? Antes ainda vão cair 60 mm

Apesar de breves tréguas da chuva nesta tarde de sexta-feira de Halloween, 31 de outubro, a precipitação na cidade do Porto vai ganhar força nas próximas horas e no sábado, dia 1. Saiba quando irá começar a abrandar.Mais informação: Amanhã, os restos do furacão Melissa vão interagir com as tempestades que estão a afetar PortugalNas restantes horas desta sexta-feira (31) e até meio da tarde de amanhã - sábado, 1 de novembro, feriado e Dia de Todos os Santos - o temporal de Halloween continuará agreste no que toca à precipitação nas Regiões Norte e Centro. Isto dever-se-á à passagem de uma frente fria muito ativa, relativamente estacionária sobre estas porções de Portugal continental, que será alimentada em todo este período de tempo por um fluxo de Oes-Sudoeste carregado de humidade, conhecido como rio atmosférico. A precipitação gerada pela frente vai ser reforçada pelo rio de humidade, esperando-se períodos de chuva persistente e pontualmente fortes.Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações.A partir do meio da tarde de amanhã, dia 1, a precipitação tenderá a dissipar-se no Norte e no Centro, rumando para as regiões mais meridionais do país, onde cairá de forma mais irregular e dispersa.Entre a meia-noite e as 09:00 de sábado, dia 1, prevê-se o período mais crítico da chuva no litoral NorteNos distritos do litoral Norte (Viana do Castelo, Braga e Porto) a frente fria será particularmente ativa nas restantes horas desta sexta-feira (31) de Halloween, mas também no período entre a meia-noite e as 09:00 da manhã de sábado (1).Nas próximas horas desta sexta (31) e na madrugada e manhã de sábado, 1 de novembro, é bastante provável a ocorrência de novos impactos derivados deste episódio de chuva abundante, tais como inundações rápidas em meios urbanos e possíveis transbordamentos de cursos de água, entre outros, tanto na Área Metropolitana do Porto, como noutras zonas do Norte e Centro, com destaque para os distritos de Aveiro e Viseu e e especificamente as suas áreas montanhosas.Analisando especificamente aquilo que os mapas de referência da Meteored preveem em relação à cidade do Porto, entre o fim da tarde de hoje e a meia-noite de sábado, dia 1, ainda poderão cair mais 35 mm.Até às 07:00 da manhã de sábado, 1 de novembro, a cidade do Porto poderá somar pouco mais de 60 mm. Atenção também aos distritos de Aveiro e Viseu, que poderão acumular mais de 150 mm nalgumas zonas.Amanhã, 1 de novembro, num período de apenas 7 horas, entre a meia-noite e as 07:00 da manhã, preveem-se mais 25 mm de chuva na cidade do Porto, o que a juntar à precipitação acumulada desta sexta-feira (31), poderá originar um total de 60 mm em pouco mais de 12 horas.Quando é que a chuva irá finalmente começar a abrandar na cidade do Porto?De acordo com o modelo de confiança da Meteored (ECMWF), a precipitação começará a abrandar na cidade do Porto a partir das 07:00 da manhã de sábado, dia 1, graças à deslocação da superfície frontal fria para leste e para sul. Nas restantes horas da manhã e até meio da tarde, serão os distritos do interior Norte e Centro e também os do litoral Centro a receber chuva mais abundante.Pelas 03:00 da manhã prevê-se uma acumulação horária de 6 mm na cidade do Porto, que a juntar a um período de pouco mais de 12 horas, poderá dar um total de 60 mm de chuva acumulada, antes da precipitação começar finalmente a abrandar.Muita cautela também para os residentes da área correspondente aos distritos de Aveiro e Viseu, especialmente nas zonas montanhosas, uma vez que os nossos mapas antecipam que esta seja a área mais afetada de toda a geografia do Continente neste sábado, 1 de novembro. Estão previstos mais de 75 mm em apenas 12 horas, entre a meia-noite e o meio-dia de amanhã (1), num total de 150 mm a somar ao que ainda poderá cair nas restantes horas desta sexta-feira, dia 31.Artigo relacionadoMudanças no tempo da próxima semana em Portugal: uma frente com chuva vai conseguir quebrar o bloqueio anticiclónicoA partir do meio da tarde de sábado (1) a chuva terá tendência a dissipar devido à movimentação da frente fria, pelo que o tempo começará finalmente a estabilizar no Norte e no Centro. O céu manter-se-á nublado, com eventuais abertas à espreita, embora nalguns locais possam surgir aguaceiros fracos. Como já foi referido acima, a precipitação poderá surgir mais a sul no Alentejo e em pontos do Algarve, embora também ocasionalmente na zona da Grande Lisboa.

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Está pronto para ver uma coisa espantosa? O movimento hipnótico do olho do furacão Melissa

As imagens do satélite GOES-19 captaram um fenómeno invulgar no furacão Melissa: o movimento dos mesovórtices no seu olho. Um espetáculo meteorológico que combina beleza, energia e a força imparável da natureza. O olho do furacão Melissa captado pelo satélite GOES-19 revela mesovórtices em movimento, um fenómeno raro em ciclones intensos. Crédito: CIRA / NOAARaramente a natureza consegue cativar e assustar ao mesmo tempo. Imagens impressionantes do olho do furacão Melissa, captadas pelo satélite GOES-19 e divulgadas pelo Cooperative Institute for Research in the Atmosphere (CIRA), deixaram o mundo estupefacto.Mostram um movimento perfeitamente coreografado de mesovórtices - pequenos redemoinhos internos que giram no interior do olho do ciclone - dando vida a um espetáculo que mais parece uma dança celestial do que um fenómeno meteorológico extremo.A sequência mostra como o olho do Melissa se reorganiza numa questão de horas. O que à primeira vista parece uma espiral hipnótica é, na verdade, a manifestação da física mais complexa da atmosfera tropical: o equilíbrio entre a força centrífuga, a rotação planetária e a energia térmica libertada pela condensação do vapor de água. Um furacão com o seu próprio nome e um comportamento invulgarO Melissa formou-se no Atlântico no final de outubro de 2025, avançando rapidamente para a categoria mais elevada da escala Saffir-Simpson. No entanto, para além da sua intensidade, o que o tornou no centro das atenções foi a beleza e a raridade do padrão observado no seu olho.A Escala de furacões de Saffir-Simpson é uma classificação de 1 a 5 baseada na velocidade sustentada do vento de um furacão. Esta escala estima os potenciais danos materiais. Os mesovórtices que parecem girar dentro do olho são vórtices secundários que podem influenciar a estrutura, a intensidade e a distribuição do vento do furacão. Em Melissa, estes pequenos vórtices estavam dispostos num padrão perfeitamente circular, gerando uma dupla rotação que o satélite GOES-19 captou com rara clareza.Artigo relacionadoO histórico furacão Melissa, de categoria 5, deixou uma grande devastação na Jamaica. Agora, irá avançar pelas CaraíbasSegundo o CIRA, estes vórtices surgem quando a energia no interior do olho do furacão é redistribuída. É como se o ciclone “ajustasse” o seu equilíbrio interno, deslocando massas de ar quente e seco entre os giros de alta velocidade. Este processo precede ou acompanha frequentemente alterações na intensidade do sistema, razão pela qual os meteorologistas o observam com especial atenção.Uma dança de vento e calor no coração do ciclone No vídeo - intitulado “The mesmerizing evolution of Hurricane Melissa's mesovortices” - pode ver como os vórtices se formam, rodam e se fundem numa questão de minutos. O resultado é uma rotação quase hipnótica que foi descrita como “o olho mais dinâmico da temporada”. The hypnotic movement of Hurricane Melissa's eye.️ A hurricane that joins a worrying club that grows in numbers every year: hurricanes whose winds intensify to over 110 km/h in 24 hours. CIRA satellite. pic.twitter.com/U4aQ7RsKlg— Meteored (@meteoredcom) October 30, 2025Cada vórtice no interior do olho pode ter um diâmetro de 5 a 15 quilómetros e mover-se a mais de 200 km/h. A sua interação produz mudanças bruscas na pressão central e na intensidade do vento. No Melissa, este fenómeno desenvolveu-se no momento em que o furacão atingiu a sua máxima organização estrutural sobre as águas quentes do Atlântico. Melissa, um exemplo da nova era da observação por satéliteO furacão Melissa foi também uma oportunidade para demonstrar o poder das novas tecnologias meteorológicas. As animações do satélite GOES-19 - que capta imagens a cada 30 segundos em alta resolução - fornecem um nível de detalhe sem precedentes sobre a evolução de um ciclone tropical a partir do seu interior. Ciclo de vida típico de um furacão do Atlântico. NOAA.No passado, os meteorologistas só podiam inferir os movimentos internos do olho através do radar ou de voos de reconhecimento. Atualmente, graças à deteção remota avançada, é possível “olhar para dentro” do furacão e estudar em tempo real como os vórtices interagem, se dividem e voltam a juntar-se. Estas observações são muito importantes para melhorar os modelos de previsão da intensidade, um dos maiores desafios atuais da meteorologia tropical.Embora o espetáculo visual oferecido pelo Melissa seja fascinante, não se deve esquecer que por detrás desta beleza meteorológica existe uma força destrutiva. Os mesovórtices podem concentrar ventos extremos em sectores específicos do olho, gerando rajadas muito mais potentes do que as médias dos furacões indicam. Artigo relacionadoTendência preocupante: Melissa junta-se ao clube de furacões cujos ventos se intensificaram mais de 110 km/h em 24 horasO caso de Melissa recorda-nos que, mesmo numa era de avanços científicos e de satélites sofisticados, a natureza continua a ser capaz de nos surpreender. Por detrás da hipnose visual do seu olho está a realidade de um clima global em mudança: oceanos mais quentes, ciclones mais intensos e processos cada vez mais rápidos.

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Bases lunares e cães robots: uma combinação feita no espaço?

Os cães-robô estão a ser testados em cavernas na Terra. Descubra porquê enquanto exploramos a possibilidade de os cães-robô se tornarem os companheiros de confiança dos futuros colonos lunares.LEAP (Legged Exploration of the Aristarchus Plateau) é um estudo de conceito de missão financiado pela ESA para explorar alguns dos terrenos lunares mais difíceis. Crédito: ETH Zürich/Robotics Systems Labs (RSL)Com planos para colonizações lunares como Artemis, serão necessários grandes feitos de engenharia e ciência, e o melhor amigo da humanidade, sob a forma de robot, poderá fazer parte disso.Existem no mercado cães-robô de algumas centenas de libras a milhares. As empresas de robótica têm vindo a lançar alguns modelos inovadores, como o Unitree e o Spot. A huge star at #AUSA2025 this week is Spot, the robotic dog. Designed by @BostonDynamics, Spot features incredible sensing capabilities that can keep teams safe in potentially hazardous situations from factory floors to construction sites. Cuteness rating: 10. pic.twitter.com/9P6bHrMMUu— Jerry_Drelling (@Jerry_Drelling) October 15, 2025Alguns são tecnologicamente mais sofisticados do que outros. Cães-robôs tecnologicamente avançados poderão ajudar em futuras missões lunares, nomeadamente na colonização.Tubos de lava lunaresNão se trata de uma obra de ficção científica, pois os cães-robôs parecem fazer parte dos planos de exploração da Lua para a fase de construção de uma base lunar. Artigo relacionadoChove no Sol e uns investigadores do Instituto de Astronomia da Universidade do Havai descobriram porquêA teoria é que os cães-robô poderiam ser úteis para explorar os limites dos tubos de lava na Lua - estruturas subterrâneas que foram escavadas depois de um fluxo de lava ter formado uma forma semelhante a um tubo.Existem até composições rochosas de tubos de lava aqui na Terra semelhantes em composição mineral às descobertas durante as missões Apollo. Análogos semelhantes de tubos de lava na Terra servem como modelos importantes para projetos de engenharia geotécnica. Cão-robô prepara-se para ir à LuaUm cão-robot chamado LEAP (Legged Exploration of the Aristarchus Plateau) está pronto para explorar Aristarchus - uma das regiões da Lua em que a Agência Espacial Europeia está interessada. O conceito de cães-robô na Lua já faz parte da investigação científica.“O objetivo do LEAP é o planalto de Aristarco, uma região da Lua particularmente rica em caraterísticas geológicas, mas de difícil acesso”, explicou Patrick Bambach, do Instituto Max Planck para a Investigação do Sistema Solar, na Alemanha.“Com o robô, podemos investigar características chave para estudar a história geológica e a evolução da Lua, como a ejeta em torno de crateras, locais de impacto recentes e tubos de lava colapsados, onde o material pode não ter sido alterado pela meteorização espacial e outros processos.”NEW - China tests robotic dogs for lunar missions in cave-like conditions. pic.twitter.com/jdjtoDLixZ— Byte (@ByteEcosystem) October 4, 2025Várias organizações estão a testar o potencial dos cães robôs, por vezes em cavernas e tubos de lava. A ESA também tem estado a testar recentemente o Olympus, que tem agilidade suficiente para saltar e aterrar com todos os pés (ou “patas”) de pelo ford. Um salto em frente para a robótica espacialOs rovers tradicionais na Lua e em Marte têm tido as suas limitações para navegar em terrenos acidentados, como solos soltos e pedregulhos. Isto ficou bem claro quando o rover Spirit ficou preso na areia marciana!Espera-se agora que os cães robôs possam ajudar os astronautas a explorar áreas de difícil acesso - desde encostas íngremes a cavernas e tubos de lava.Existem planos ambiciosos para que o LEAP seja utilizado através do European Large Logistic Lander (EL3)da ESA, que deverá começar a aterrar na Lua entre o final da década de 2020 e o início da década de 2030.O LEAP é um robô ANYmal, desenvolvido na ETH Zürich e na sua spin-off ANYbotics. Os académicos ajudaram a prepará-lo para o ambiente lunar. Artigo relacionadoConheça os quatro astronautas que viajarão à Lua na missão Artemis II da NASA em 2026“A capacidade do LEAP para recolher amostras selecionadas e trazê-las para um veículo de aterragem ou de subida oferece oportunidades adicionais interessantes para missões de retorno de amostras em ambientes altamente difíceis na Lua ou em Marte”, disse Bambach.Uma relação de trabalho saudável entre astronautas e cães robô como o LEAP e o Olympus pode ser o futuro da exploração lunar e talvez mesmo da exploração espacial. Seria realmente uma combinação feita no espaço. Referências da notícia Four-legged Jumping Robots LEAP to Explore the Moon. Europlanet.Moon's best friend: Robot dogs could be future lunar explorers. Space.Yujie Feng, Peng-Zhi Pan, Xuhai Tang, Zhaofeng Wang, Yuxin Li, Altaf Hussain, A comprehensive review of lunar lava tube base construction and field research on a potential Earth test site, International Journal of Mining Science and Technology, Volume 34, Issue 9, 2024, Pages 1201-1216, ISSN 2095-2686, https://doi.org/10.1016/j.ijmst.2024.06.003

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Mudanças no tempo da próxima semana em Portugal: uma frente com chuva vai conseguir quebrar o bloqueio anticiclónico

A crista anticiclónica vai desviar as depressões para norte ao longo deste fim de semana e no início da próxima semana, mas tudo indica que a chuva regressará a Portugal a partir desta data. Ao longo deste fim de semana a advecção de Sudoeste irá manter-se, deixando ventos moderados deste quadrante, que serão localmente fortes nas zonas orientadas para norte e oeste. As temperaturas manter-se-ão relativamente amenas para a época do ano, devido à origem tropical marítima da massa de ar. Vai continuar a chover com abundância no Norte e no Centro, embora com maior perigosidade no Centro de Portugal continental e em particular durante o sábado, 1 de novembro e Dia de Todos os Santos.Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações.Uma frente fria progredirá esta sexta-feira (31) e no sábado (1) por todo o país, de noroeste para sudeste, perdendo força gradualmente à medida que for cruzando as duas barreiras montanhosas que, por efeito orográfico, definem a distribuição da chuva no território continental - Barreira de Condensação e sistema montanhoso Montejunto-Estrela. Deste modo, os valores acumulados de precipitação serão muito significativos em vastas áreas do Norte e Centro de Portugal continental, com algumas zonas do Centro, correspondentes aos distritos de Aveiro e Viseu, a superarem os 50 mm, só no sábado (1).Bloqueio anticiclónico não será robusto o suficiente para impedir a chegada de uma nova frenteTodavia, a crista anticiclónica vai ganhar terreno, formando um bloqueio pouco robusto, mas eficaz durante alguns dias, o que afastará cada vez mais as depressões da nossa latitude e formará um anticiclone à superfície. Prevê-se, portanto, que no domingo (2) a precipitação praticamente se dissipe, a nebulosidade diminua e o vento perca intensidade. Poderão surgir pontualmente alguns chuviscos fracos no Alto Minho.Este panorama de estabilidade irá manter-se durante o início da próxima semana, mas a maioria dos cenários antecipa que seja de curta duração, com alterações significativas a partir de terça, dia 4 - nalgumas regiões - e quarta-feira, dia 5 - em toda a geografia de Portugal continental.A crista anticiclónica irá deslocar-se para leste, fazendo com que o bloqueio desapareça. Isto permitirá a chegada de frentes atlânticas a Portugal continental.A crista anticiclónica tenderá a deslocar-se para leste, cobrindo o centro e leste da Europa. Esta deslocação abrirá caminho à influência das baixas pressões. Deste modo, prevê-se que a partir de uma depressão muito cavada situada a sul da Islândia, se gere uma baixa pressão secundária ainda mais a sul, a noroeste da Península Ibérica, ao qual estarão associadas uma ondulação frontal e uma superfície frontal fria que irão atingir e descarregar chuva em vários países do Norte, Oeste e Sudoeste do continente europeu, incluindo Portugal continental.Prevê-se chuva generalizada na próxima quarta-feira, 5 de novembroA chuva terá início na próxima terça-feira, 4 de novembro, no Minho e no Douro Litoral, possivelmente logo a partir das primeiras horas da madrugada, podendo persistir ao longo do dia nas sub-regiões mencionadas, embora os modelos ainda possam realizar ajustes temporais e de intensidade pluviométrica. Os mapas preveem que a chuva se alastre para o interior Norte e alguns pontos da Região Centro nas horas seguintes. Na terça-feira (4) a precipitação ficaria maioritariamente confinada à Região Norte, podendo roçar algumas zonas do Centro. Será gerada por uma ondulação frontal associada à tal baixa pressão secundária que provavelmente se desenvolverá a noroeste da Península Ibérica e posteriormente se deslocará rumo às Ilhas Britânicas.Na quarta-feira (5) a baixa pressão secundária já estará totalmente formada a noroeste da Península Ibérica, gerando uma superfície frontal fria muito ativa que atravessará Portugal continental de lés a lés.Na quarta-feira (5) prevê-se que a ondulação frontal dê lugar a uma frente fria, mais organizada e ativa, que distribuirá chuva de noroeste para sudeste de Portugal continental, deixando chuva generalizada.Como já é habitual neste tipo de situações, a chuva será mais abundante nas regiões a oeste da Barreira de Condensação e a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela, devido ao carácter frontal e orográfico da precipitação, mas também chegará às regiões mais meridionais - daí a generalização da chuva - como o Alentejo e o Algarve, regiões onde se espera que seja menos abundante e mais irregular.Artigo relacionadoAmanhã, os restos do furacão Melissa vão interagir com as tempestades que estão a afetar PortugalOutro elemento climático relevante será o vento, e dependendo do cavamento que esta depressão adquirir, o gradiente de pressão poderá ser significativo e gerar ventos fortes de Sudoeste que afetariam especialmente as Regiões Norte e Centro, e em particular, as zonas montanhosas destas regiões.

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Amanhã, os restos do furacão Melissa vão interagir com as tempestades que estão a afetar Portugal

Neste sábado podemos contar com precipitação entre 30 e 60 mm e picos de 70 a 90 mm nas terras altas. No domingo prevê-se um dia com precipitação residual, até 2 mm no Minho ao amanhecer.Mais informação: Amanhã, entre as 03:00 e as 12:00, a chuva mais forte será registada no distrito de Aveiro e nestas outras 6 regiõesPortugal entra no fim de semana com dois dias distintos em termos precipitação. No sábado mantém-se a passagem de uma frente fria ativa com transporte de humidade de oeste e sudoeste. No domingo a crista anticiclónica estabiliza a atmosfera e corta a alimentação húmida.O resultado é um sábado chuvoso, com aguaceiros por vezes fortes e persistentes, e um domingo maioritariamente seco. No extremo noroeste podem ainda ocorrer chuviscos fracos durante a manhã deste domingo, dia 2 de novembro.Sábado com chuva forte devido à interação entre depressões que estão a afetar Portugal e restos do furacão MelissaNo sábado, 1 de novembro, dia dos defuntos, a precipitação será generalizada e mais frequente entre a madrugada e o meio da tarde no Norte e Centro, avançando depois para o Sul. Os valores acumulados em 24 horas deverão situar-se entre 30 e 60 mm na maioria das bacias do litoral e do interior. Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações.Em relevos mais montanhosos, como Gerês, Montemuro, Caramulo e Estrela, são prováveis máximos entre 70 e 90 mm. A intensidade horária tende a oscilar entre os 6 e 10 mm nas fases mais ativas, podendo concentrar entre 10 e 15 mm em 30 minutos na passagem de linhas de instabilidade embebidas na frente.A cronologia mais provável aponta para maior intensidade no litoral Norte e Centro entre as 6 e as 12 horas. Entre as 12 e as 18 horas a faixa ativa cruza o interior Centro, esperando-se que até ao final do dia a região centro possa registar valores acumulados de precipitação próximos de 160 mm. Os valores acumulados de precipitação no centro de Portugal podem chegar aos 160 mm no final do dia de sábado.No Minho e Douro Litoral a precipitação perde força a partir do início da tarde, com a passagem para aguaceiros fracos e algumas abertas. No litoral Centro a redução da intensidade chega um pouco mais tarde, ainda com 5 a 10 mm adicionais em aguaceiros pós-frontais até ao final da noite.A incerteza relevante está na velocidade de translação da frente. Um avanço um pouco mais rápido desloca a janela de maior precipitação no Centro para o final da manhã e antecipa o pico no Sul. Durante o dia de sábado, espera-se que as temperaturas máximas se situem entre os 16 ºC, nos distritos de Viana do Castelo, Braga, Vila Real e Bragança, e os 22 ºC em Faro.Domingo pode marcar a mudança das condições meteorológicas em Portugal ContinentalNo domingo, 2 de novembro, a precipitação cessa em quase todo o território continental. Persistem nuvens baixas matinais no litoral Norte e no extremo noroeste, com possibilidade de 0 a 2 mm em chuviscos dispersos até finais da manhã no Minho e Douro Litoral. No litoral Centro o cenário é semelhante, mas ainda mais tímido, com 0 a 1 mm residual e ausência de eco relevante no radar após o final da manhã. No interior Norte e Centro, no Alentejo e no Algarve o dia decorre sem precipitação, com visibilidade em melhoria a partir do meio da manhã e estabilização clara durante a tarde.As temperaturas mínimas devem reduzir, sobretudo no interior norte e centro, onde as temperaturas se começam a aproximar dos 0 ºC. De qualquer forma, as máximas mantêm-se dentro ou acima dos valores normais para a época do ano, entre os 16 ºC e 22 ºC.As temperaturas mínimas estão a descer e devem aproximar-se dos 0 ºC neste domingo, em particular em algumas regiões serranas do interior centro.A distribuição regional confirma o contraste. No Norte litoral a melhoria torna-se evidente logo no início da tarde de sábado, enquanto Trás-os-Montes e o Douro mantêm aguaceiros até meio da tarde. Na Beira Litoral a intensidade decresce mais cedo, mas a Beira Baixa ainda pode somar alguns mm no fim do dia. No Sul o pico concentra-se entre meados da tarde e o início da noite de sábado, com abrandamento rápido após esse período. No domingo, de Lisboa ao Algarve, a precipitação é ausente e a nebulosidade dissipa-se ao longo da manhã.Artigo relacionadoA que horas vai chover na cidade de Aveiro esta sexta-feira?Em síntese operacional, deve programar as suas atividades ao ar livre para domingo, quando a precipitação desaparece no continente. Se precisar de viajar no sábado, tenha em atenção a possibilidade de formação de lençóis de água e mantenha-se a par da evolução meteorológica com as previsões da nossa equipa da Meteored.

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Como cultivar trufas: o "ouro negro" da Terra

As trufas, conhecidas como o “ouro negro” da gastronomia, podem ser cultivadas em Portugal. Saiba quais as condições ideais e cuidados necessários para produzir este fungo valioso.Entre raízes e mistério, as trufas crescem escondidas sob a terra, formando uma ligação única com as árvores e revelando, após anos de paciência, o verdadeiro ouro negro da natureza.As trufas são consideradas um dos produtos mais exclusivos e valiosos da gastronomia mundial. Estes fungos subterrâneos, de aroma intenso e sabor inconfundível, são também conhecidos como “ouro negro", tanto pelo seu valor comercial como pela raridade e dificuldade de produção.Embora tradicionalmente associadas a regiões como o sul de França ou o norte de Itália, o interesse em cultivá-las tem crescido noutros países europeus, incluindo Portugal. Mas será possível produzir trufas com sucesso no nosso clima?O que são as trufas e como crescemAs trufas não são plantas nem raízes, mas sim fungos que crescem debaixo da terra, em simbiose com as raízes de certas árvores, como o carvalho, o azinheiro ou a aveleira.Esta relação é mutuamente benéfica: o fungo ajuda a árvore a absorver água e nutrientes do solo, enquanto a árvore fornece açúcares essenciais ao crescimento do fungo.Artigo relacionadoPlante-as no solo antes da geada chegar: cinco plantas perenes para plantar em outubroDiferentemente de outros cogumelos, não se “plantam” trufas diretamente. Em vez disso, planta-se uma árvore cujas raízes foram previamente inoculadas com esporos de trufa. Com o tempo, o fungo desenvolve-se e forma os seus corpos frutíferos, as trufas, debaixo da superfície.Condições ideais para o cultivoO sucesso do cultivo depende essencialmente do solo e do clima. As trufas necessitam de solos alcalinos, com um pH entre 7,5 e 8,5, ricos em cálcio e bem drenados.Solos argilosos ou com má drenagem são inimigos declarados deste fungo, pois favorecem o apodrecimento das raízes e impedem o desenvolvimento das trufas. O clima deve ser temperado, com invernos suaves e verões quentes, mas não excessivamente secos.É importante manter uma boa humidade do solo, especialmente nos primeiros anos após a plantação. Por isso, sistemas de rega gota-a-gota são frequentemente utilizados nas plantações modernas.Escolha das árvores e preparação do terrenoO primeiro passo é escolher árvores micorrizadas, ou seja, cujas raízes foram inoculadas com a espécie de trufa pretendida. As espécies mais comuns são a trufa negra (Tuber melanosporum) e a trufa de verão (Tuber aestivum), sendo ambas adaptáveis ao clima mediterrânico de muitas regiões portuguesas.Sob o solo silencioso, as trufas desenvolvem-se em harmonia com as árvores, fruto de anos de espera e cuidado, transformando-se num dos tesouros mais raros e aromáticos do mundo.A plantação deve ser feita em terrenos limpos e sem vegetação competitiva, com espaçamento adequado entre as árvores (geralmente 4 a 5 metros). É também essencial garantir que nas proximidades não existam árvores com fungos concorrentes, que possam interferir no desenvolvimento das trufas.Antes da plantação, o solo deve ser analisado e corrigido se necessário, por exemplo, adicionando calcário agrícola para aumentar o pH. Uma preparação cuidada nesta fase é determinante para o sucesso a longo prazo.Manutenção e paciênciaO cultivo de trufas é um verdadeiro investimento a longo prazo. Após a plantação, pode ser necessário esperar entre 4 e 8 anos até se colherem as primeiras trufas.Durante esse tempo, o produtor deve manter o terreno limpo de ervas daninhas, controlar pragas e doenças, e monitorizar regularmente o pH e a estrutura do solo. As trufas formam-se durante o outono e são geralmente colhidas entre novembro e março.Artigo relacionadoCalendário de plantações: eis o que cultivar este mês de outubroComo crescem debaixo da terra, a sua localização é feita tradicionalmente com cães treinados, capazes de detetar o seu aroma característico.Uma vez iniciada a produção, uma plantação saudável pode continuar a dar trufas durante várias décadas, até 30 ou 40 anos em alguns casos.Viabilidade em PortugalPortugal reúne condições interessantes para o cultivo de trufas, sobretudo nas regiões do Alentejo, Trás-os-Montes e Beira Interior, onde o solo tende a ser calcário e o clima seco e quente no verão. Já existem produtores nacionais com plantações bem-sucedidas, e algumas empresas especializadas fornecem árvores micorrizadas adaptadas ao nosso clima.No entanto, trata-se de um projeto que requer investimento, paciência e acompanhamento técnico. Mesmo com todos os cuidados, não há garantias absolutas de sucesso, o fungo é exigente e sensível a variações ambientais.Cultivar trufas é uma arte que combina ciência, paciência e respeito pela natureza.Não é uma aventura para quem procura resultados rápidos, mas sim para quem valoriza o desafio e a recompensa de produzir um dos alimentos mais raros e apreciados do mundo.Para os agricultores portugueses com solo e clima adequados, pode representar uma oportunidade única de diversificação agrícola e valorização da terra, transformando paciência e dedicação em verdadeiro ouro negro.

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A tabela de eclipses: de calendário lunar a instrumento de previsão maia

A tabela de eclipses maia: revisitando a sua origem lunar e o sofisticado sistema de reajustes. Saiba mais aqui!O famoso eclipse solar de 1919 ajudou a provar a Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein.Este artigo propõe uma revisão fundamental da forma como os antigos astrónomos e especialistas em calendário da civilização Maia conceberam e utilizaram a tabela de eclipses preditiva contida no Códice de Dresden. O estudo desafia a interpretação tradicional ao postular que a tabela, com um comprimento de 405 meses sinódicos (cerca de 32 anos e meio), terá sido originalmente concebida como um calendário lunar geral de 405 meses sucessivos. A sua adaptação para a previsão de eclipses terá sido um desenvolvimento posterior.As origens e a estrutura da tabela O ponto de partida para o design da tabela reside na comuneração entre o ciclo lunar e o calendário "divinatório" Maia de 260 dias, conhecido como Tzolkin. O intervalo de 405 meses é o primeiro período lunar a coincidir com um múltiplo inteiro do Tzolkin (11.960 dias) num modelo lunar específico utilizado pelos Maias. Esta coincidência sugere que o projeto inicial para o intervalo de 405 meses estava intrinsecamente ligado à sincronização dos ciclos lunar e do Tzolkin, e não primariamente aos ciclos de eclipses.Os eclipses não são exclusivos da Terra; eles ocorrem em todos os planetas que têm luas a orbitar ao seu redor.A tabela existente no Códice de Dresden regista 69 datas de lua nova. Destas, 55 foram especificamente designadas como "estações de eclipse", os momentos no calendário em que os especialistas Maian – os chamados "guardiões do dia" – poderiam esperar a ocorrência de um eclipse solar. Estas 55 estações de eclipse estão organizadas em sequências de seis ou (num caso) sete, separadas por intervalos sucessivos de seis lunações. O modelo de predição de eclipses O método de previsão dos guardiões do dia era sofisticado. Eles observaram que as datas dos eclipses caíam dentro de uma estreita margem em relação a múltiplos do ciclo de 520 dias (duas vezes o Tzolkin). O artigo revela que a precisão da tabela não dependia de começar a tabela sucessora logo a seguir ao fim da precedente, como se pensava anteriormente. Em vez disso, o estudo propõe um procedimento de sobreposição (overlap) para manter a precisão ao longo do tempo.O povo Maia eram grandes conhecedores de astronomia, mantendo registos detalhados das posições dos astros e dos planetas e eram capazes de prever fenómenos como eclipses.O procedimento ótimo sugerido por Justeson e Lowry envolvia a redefinição do início da nova tabela com base na 358ª estação da tabela atual. Esta estação foi escolhida por ser a que tem o menor desvio abnodal em 405 meses, garantindo que o novo ciclo estaria o mais próximo possível de um nó de eclipse. Contudo, para corrigir os desvios que se acumulavam gradualmente, os guardiões do dia tinham ocasionalmente de redefinir o início para a 223ª estação.Ao utilizar uma combinação de quatro reajustes em 358 meses por cada reajuste em 223 meses (totalizando 1655 lunações), o modelo Maia podia manter a precisão das previsões por milénios. Este ciclo de 1655 meses é um dos mais precisos para alinhar o tempo do calendário com o ciclo abnodal.Artigo relacionadoOs eclipses solares totais ajudam-nos a ter mais conhecimento acerca da história antiga: como?Em termos de datação, as evidências apontam para que o período de 405 meses da tabela existente terá começado em 1083 CE ou 1116 CE. A provável "sacralização" desta tabela específica no Códice de Dresden deve-se ao facto de, em ambos os casos, o período começar e terminar com um eclipse solar que teria sido visível no território Maia. O modelo subjacente a esta previsão de eclipses, contudo, é muito mais antigo, podendo ser rastreado até ao ano de 350.Referência da notíciaJohn Justeson, Justin Lowry ,The design and reconstructible history of the Mayan eclipse table of the Dresden Codex.Sci. Adv.11, eadt9039(2025). DOI: 10.1126/sciadv.adt9039

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Férias curtas para o feriado: destinos portugueses fora do comum

O feriado de novembro é o pretexto ideal para uma escapadinha diferente. De norte a sul, descubra os destinos perfeitos para uma pausa curta, mas memorável.Nem sempre é preciso ir longe para desligar. Foto: UnsplashO 1 de novembro traz uma oportunidade perfeita para uma pausa a meio do outono. Sim, é num sábado, sabemos, mas, às vezes, só precisamos de sentir que é feriado. E, não, nem sempre é preciso atravessar o país ou passar fronteiras para sair da rotina. Esqueça a correria para apanhar um avião ao fim de semana. Portugal está cheio de lugares inesperados, onde o tempo parece correr mais devagar e o cenário muda completamente a disposição. Do litoral às serras, há destinos fora do radar que merecem uma visita, especialmente quando o tempo pede um casaco quente, algum descanso e uma boa dose de aventura.Pronto para fazer a mala e partir à descoberta? As nossas sugestões são perfeitas para serem exploradas num fim de semana, e o que aí vem pode ser a desculpa perfeita. MértolaNo Alentejo profundo, Mértola é uma viagem pela história, mas sem a multidão dos destinos mais óbvios. As ruas estreitas, as casas caiadas e o castelo no alto da vila formam uma paisagem que parece saída de outro tempo. O Museu de Mértola espalha-se por vários edifícios e revela as marcas deixadas por romanos, visigodos e árabes. É, diríamos, um retrato fascinante do passado multicultural do país.Artigo relacionadoO maior festival de balões de ar quente regressa ao Alentejo em novembroNesta época, especialmente, o Guadiana ganha um brilho diferente, e os trilhos junto ao rio convidam a caminhadas lentas. A gastronomia é outro ponto alto: migas com carne de porco, ensopado de borrego e o pão alentejano acabado de sair do forno fazem esquecer qualquer pressa. Com alguma sorte, o tempo ajuda. As previsões apontam para dias amenos e céu parcialmente nublado, perfeitos para explorar sem calor nem chuva intensa. Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações. Aldeia da LuzNo concelho de Mourão, há uma aldeia que renasceu das águas. A antiga Aldeia da Luz foi submersa pela barragem do Alqueva, mas ganhou nova vida num local vizinho, reconstruída pedra por pedra, casa por casa. A nova povoação foi edificada em 2002 em local muito próximo da antiga Luz. Foto: Museu da LuzEste é um daqueles destinos que surpreende pela serenidade e pela história recente. O Museu da Luz conta o processo de mudança da população e mostra como uma comunidade conseguiu preservar a sua identidade apesar da deslocação.Ao fim da tarde, a paisagem do Alqueva é arrebatadora. O espelho de água estende-se até perder de vista, refletindo o céu alentejano com cores que variam entre o cobre e o lilás. À noite, o céu transforma-se num espetáculo — esta é uma das zonas com menor poluição luminosa da Europa, ideal para observar estrelas. E, mesmo que o tempo traga alguma nebulosidade, vale a pena esperar uma aberta: é uma experiência difícil de esquecer.Serra da FreitaEntre Arouca, Vale de Cambra e São Pedro do Sul, a Serra da Freita é um destino que impressiona quem procura natureza autêntica e pouca confusão. Aqui, o outono pinta as encostas de tons quentes e o som da água corre em cada vale. O destaque vai para a Frecha da Mizarela, uma das maiores quedas de água de Portugal, especialmente imponente após dias de chuva.Artigo relacionadoO que parece uma simples capela é, afinal, um dos lugares mais antigos de PortugalNas aldeias de xisto, como Candal e Regoufe, a hospitalidade é simples e genuína. Muitos visitantes chegam por causa dos Passadiços do Paiva, mas acabam por descobrir muito mais: miradouros com vistas amplas, geossítios únicos e uma gastronomia robusta, feita de vitela arouquesa e broa de milho. SortelhaNo distrito da Guarda, Sortelha é uma das aldeias históricas mais bem preservadas de Portugal — e, curiosamente, uma das menos visitadas. As muralhas medievais, as casas em granito e as ruas estreitas formam um cenário que parece intocado pelo tempo. Caminhar por Sortelha é percorrer um pequeno labirinto de pedra, onde cada esquina revela um detalhe surpreendente.O castelo oferece uma vista ampla sobre a paisagem beirã, e o silêncio é quase absoluto. Agora, com as temperaturas a descer gradualmente, a atmosfera torna-se ainda mais envolvente. E, sim, os alojamentos locais são acolhedores, com lareiras acesas e cheiro a lenha no ar — o tipo de conforto que combina com dias frios e tranquilos.Peneda-GerêsO Gerês é um destino conhecido, é verdade, mas aqui o segredo está em visitá-lo fora da época alta. No outono, as folhas ganham tons dourados, o nevoeiro cobre os vales e o ritmo abranda. As aldeias de montanha, como Soajo ou Lindoso, mantêm tradições antigas e são pontos de partida ideais para explorar a serra. "Soajo mantem orgulho na sua História e na sua identidade" Foto: CM Arcos de ValdevezOs trilhos que serpenteiam entre rios e cascatas estão mais vazios nesta altura, o que permite apreciar o parque natural com outra calma. Mesmo que a previsão aponte para chuva intermitente, isso não é obstáculo: o Gerês tem um encanto especial nesses dias, quando o vapor sobe dos vales e o verde parece ainda mais intenso. Para quem procura uma escapadinha curta, é o tipo de lugar que recarrega energias em poucas horas.Um feriado, muitos mundos por descobrirPortugal está cheio de recantos fora do mapa turístico habitual — e o feriado é a desculpa perfeita para sair da rotina. Do Alentejo ao Minho, há aldeias, serras e vilas que mostram um país diferente, autêntico e surpreendente. Artigo relacionadoRios atmosféricos e mudança térmica: fim de semana marcado por chuva intensa e descida da temperatura em PortugalCom o tempo a mudar e as temperaturas a descer, estas pequenas viagens tornam-se ainda mais agradáveis: o nevoeiro, o frio e até a chuva ajudam a criar o cenário perfeito para um descanso merecido, longe das multidões.

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Tendência preocupante: Melissa junta-se ao clube de furacões cujos ventos se intensificaram mais de 110 km/h em 24 horas

Um marco digno de toda a atenção por parte dos especialistas em meteorologia e climatologia! O furacão Melissa surge agora entre os 3 furacões que neste ano de 2025 se intensificaram mais de 110 km/h em 24 horas.Neste ano de 2025 o furacão Melissa juntou-se ao clube de furacões (Erin e Humberto) cujos ventos se intensificaram mais de 110 km/h em 24 horas. O furacão Melissa, de categoria 5, atingiu a ilha da Jamaica furiosamente na passada terça-feira, 28 de outubro, apresentando uma pressão central mínima de 892 hPa e ventos sustentados de 295 km/h.O vento, a precipitação e as marés de tempestade, fortíssimas e perigosas, causaram uma enorme destruição na passagem do furacão pela Jamaica. O Melissa conquistou o primeiro lugar entre os furacões mais intensos do Atlântico que fizeram landfall entre 1851 e 2025.Partilha este incrível recorde com o furacão do "Dia do Trabalho”, que também registou uma pressão mínima de 892 hPa e ocorreu em 1935. Mas agora, há um outro dado impressionante que se tornou digno da atenção de vários especialistas em meteorologia e climatologia.A intensificação extremamente rápida de tempestades tropicais para furacões é “um tema de 2025”De acordo com Kieran Bhatia, um especialista em ciclones tropicais e alterações climáticas e associado pós-doutorado da Universidade de Princeton, “devido aos furacões Gabrielle, Humberto, Erin e agora Melissa, este ano de 2025 está empatado com os anos de 2020, 2005 e 2008 no que diz respeito ao maior número de eventos de intensificação rápida de mais de 93 km/h num ano, ou seja, 4”.No sábado, 25 de outubro, Melissa ainda era uma tempestade tropical e no domingo, 26 de outubro, em somente 24 horas, transformou-se num poderoso furacão de categoria 4, com os seus ventos máximos sustentados a aumentarem de 115 km/h para 227 km/h.Esto es digno de atención:el Huracán Melissa entra en el contexto de los 3 huracanes ya, de este año, que se intensificaron >110 km/h en 24 horas.Y es que esto entra en el contexto de un aumento de este tipo de huracanes de rápida intensificación con los años. https://t.co/qMZYUuZLBc— Dr JJ González Alemán (@glezjuanje) October 30, 2025Recorrendo aos dados do NHC (Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos), Bhatia conclui que a trajetória descrita pelo furacão Melissa tornou-o na "terceira tempestade de 2025 a aumentar cerca de 112 km/h em 24 horas, juntando-se a Erin e Humberto. No Atlântico, 2020 foi o único outro ano em que 3 tempestades conseguiram este feito (Eta, Delta, Iota). A intensificação extremamente rápida é um tema de 2025".No século XXI multiplicou-se por 6 o número de furacões cujos ventos se intensificaram mais de 110 km/h em 24 horasTendo como referência os últimos 46 anos de dados do IBTrACS (International Best Track Archive for Climate Stewardship), observa-se uma alteração extremamente relevante na intensificação de tempestades (nesta designação de tempestade também se incluem obviamente os furacões) de mais de 110 km/h em 24 horas. Comparando dois períodos de 23 anos - o primeiro 1980-2002 e o segundo 2003-2025 - , verifica-se que no período mais antigo apenas 3 tempestades atingiram este marco de intensificação, ao passo que já em pleno século XXI, esse número multiplicou-se por 6, tendo sido registadas 18 tempestades, entre as quais Melissa, que alcançaram e superaram este patamar. Artigo relacionadoO histórico furacão Melissa, de categoria 5, deixou uma grande devastação na Jamaica. Agora, irá avançar pelas CaraíbasNesta temporada de furacões do Atlântico de 2025 já foram alcançados registos semelhantes a outras temporadas num menor espaço de tempo, tanto quanto ao número de eventos de intensificação rápida (4), como ao número de furacões cujos ventos intensificaram mais de 110 km/h em 24 horas (3).Logo, tendo em conta o facto de que a temporada só terminará a 30 de novembro deste ano, não se exclui a possibilidade de que eventuais recordes venham a ser batidos a nível oficial, o que tornaria o ano de 2025 o possível precursor de uma tendência preocupante no que toca à intensificação rápida dos furacões, especialmente quanto ao elemento climático do vento.

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A que horas vai chover na cidade de Aveiro esta sexta-feira?

O Dia das Bruxas ficará marcado pela chuva, resultante da chegada de uma frente fria. Esta deverá persistir ao longo de todo o dia e na madrugada seguinte. O IPMA já elevou alguns distritos a aviso laranja. Mais informações: A previsão do tempo em Portugal até domingo é de: chuva intensa, vento forte e descida da temperaturaO dia de hoje ficará marcado pela chegada de uma frente fria, esperada para as últimas horas do dia. Esta irá resultar em períodos de chuva forte, especialmente durante a madrugada e na faixa litoral Norte e Centro. Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações. O IPMA elevou os distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Vila Real, Bragança, Aveiro, Viseu, Guarda, Coimbra e Leiria a aviso laranja de precipitação. Este entrará em vigor a partir da meia-noite do dia 31 na maioria dos distritos listados, à exceção de Bragança, Guarda e Leiria, cujo aviso entra em vigor às 3h do mesmo dia.O mesmo permanecerá em vigor até à meia-noite do dia 1 de novembro, à exceção de Viana do Castelo e Braga, cujo aviso será levantado às 6h do dia 31, passando a amarelo, em vigor até à meia-noite de sábado, dia 1.Ainda que o dia de hoje conte com alguma chuva, sexta-feira contará com maior abundânciaAntes da chegada da frente fria, poderemos registar ocorrência de chuva fraca a moderada em alguns pontos do Norte e Centro, a oeste da Barreira de Condensação, durante a tarde. No entanto, nas últimas horas do dia, é expectável que a chuva se intensifique no noroeste do país, com tendência a alastrar-se.A cidade de Aveiro será das primeiras a registar chuva intensa na próxima madrugada.O distrito de Viana do Castelo poderá ser o primeiro afetado pelos períodos de chuva forte, sendo que depressa os mesmos afetarão os distritos adjacentes, como Braga, Porto, Aveiro e Vila Real. (...) a cidade de Aveiro poderá registar uma maior intensidade de chuva, a partir da 1h da manhã, ainda que entre as 3h e as 4h esta chuva possa ser mais expressiva (...).Ainda assim, a cidade de Aveiro poderá registar uma maior intensidade de chuva, a partir da 1h da manhã, ainda que entre as 3h e as 4h esta chuva possa ser mais expressiva, com valores próximos a 10 mm por hora, podendo ultrapassar os 12 mm noutros locais do distrito, como São João da Madeira ou Oliveira de Azeméis. É importante lembrar que o intervalo horário pode variar, mas tudo aponta para que este período da madrugada seja o mais crítico, pelo menos no litoral.Ao final do dia de sexta-feira, esperam-se acumulações superiores a 100 mmCom a influência desta frente fria e com a chuva a persistir durante boa parte do dia, a acumulação de precipitação poderá ultrapassar os 100 mm em vários locais do norte do distrito de Aveiro. A região da Serra da Estrela também poderá ultrapassar os 90 mm de acumulação de chuva ao longo do dia.Artigo relacionadoRios atmosféricos e mudança térmica: fim de semana marcado por chuva intensa e descida da temperatura em PortugalEstes valores de acumulação ainda poderão ser mais elevados na reta final do dia seguinte, sábado, dia 1 de novembro. Neste dia, a chuva também poderá ser forte em vários pontos do Norte e Centro do país ao longo da madrugada e durante o dia, esperando-se que a mesma se comece a dissipar, apenas, nas últimas horas do mesmo.

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Amanhã, entre as 03:00 e as 12:00, a chuva mais forte será registada no distrito de Aveiro e nestas outras 6 regiões

Esta sexta-feira, 31 de outubro, prevê-se a aproximação e passagem de uma frente fria que provocará chuva abundante nas Regiões Norte e Centro. Saiba o período mais crítico e os distritos mais afetados.Mais informação: A que horas vai chover na cidade de Aveiro esta sexta-feira?Amanhã - sexta-feira, 31 de outubro - prevê-se a chegada de uma frente fria muito ativa a Portugal continental, associada a uma depressão muito cavada (957 hPa pressão mínima central), centrada sobre o Atlântico Norte e que estará posicionada a noroeste das Ilhas Britânicas.Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações.Esta frente fria será alimentada por um longo rio atmosférico carregado de humidade e canalizado pelos ventos de Sul/Sudoeste até ao nosso país, sendo expectável que provoque períodos de chuva forte e persistente nas regiões Norte e Centro. Horas mais críticas do episódio de chuva desta sexta-feira, 31 e os 7 distritos mais afetados, segundo os mapasVai chover com abundância ao longo das 24 horas de sexta-feira (31), porém, segundo a nova atualização do modelo Europeu, o período mais crítico deste episódio de chuva ocorrerá entre as 03:00 da manhã e as 12:00, sobretudo nos distritos de Aveiro (e em particular nas suas zonas montanhosas), Viseu, Coimbra, Viana do Castelo, Vila Real, Bragança e na zona da Serra da Estrela correspondente ao distrito da Guarda. Os nossos mapas sugerem que as 7 regiões mais afetadas serão os distritos de Aveiro, Viseu, Coimbra, Viana do Castelo, Vila Real, Bragança e Guarda (área correspondente à Serra da Estrela), apesar de também estar prevista chuva abundante e potenciais riscos para outros distritos do Norte e do Centro.Só nas primeiras 12 horas do dia, a zona montanhosa entre os distritos de Aveiro e Viseu - aquela que se prevê ser a mais afetada do país - poderá acumular 75 mm, sendo que ao fim de 24 horas, esse valor já poderia superar ligeiramente os 100 mm. Nos 10 distritos que estão sob sob aviso laranja (Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Bragança, Viseu, Porto, Aveiro, Viseu e Guarda) preveem-se acumulados a variar entre um mínimo de 40 mm e um máximo de 100 mm durante o dia de sexta-feira, 31 de outubro. Os potenciais impactos da chuva nas Regiões Norte e Centro são inundações rápidas em meio urbano e bacias hidrográficas ou deslizamentos de terras em zonas vulneráveis. Mais a sul, os distritos de Castelo Branco, Portalegre, Santarém, Lisboa e Setúbal estão sob aviso amarelo de precipitação devido à previsão de chuva pontualmente forte.Outros fenómenos meteorológicos adversos à vistaO vento soprará fraco a moderado proveniente de Sul/Sudoeste, surgindo por vezes forte no litoral Norte e Centro, com rajadas até 60 ou 70 km/h, e nas terras altas, com rajadas até 80 ou 90 km/h.Artigo relacionadoRios atmosféricos e mudança térmica: fim de semana marcado por chuva intensa e descida da temperatura em PortugalO mar surgirá agreste de oeste e de norte, produzindo ondulação significativa de 2,5 a 3,5 metros na costa ocidental e máxima de até 6,5 ou 7 metros. Espera-se ainda agitação marítima proveniente de sudoeste na costa sul do Algarve, com 1 a 1,5 metros de altura significativa e uma altura máxima entre 2 e 4 metros.

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Rios atmosféricos e mudança térmica: fim de semana marcado por chuva intensa e descida da temperatura em Portugal

Portugal enfrentará um fim de semana completo de eventos meteorológicos: um rio atmosférico trará chuva intensa e vento forte até sábado, seguido de uma descida das temperaturas, marcando o regresso do verdadeiro tempo outonal.Após vários dias de instabilidade marcada por frentes atlânticas sucessivas, hoje, quinta-feira (30), deverá proporcionar uma breve trégua na precipitação em Portugal Continental. O céu apresentará muitas nuvens, com abertas mais frequentes no Sul e interior Centro. A chuva será, em geral, residual e dispersa, limitando-se a alguns aguaceiros fracos no litoral Norte e Centro. Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações. As temperaturas mantêm-se amenas, com máximas entre 14 °C no Norte e 22 °C no Sul. O vento soprará fraco a moderado de sudoeste, tornando-se mais intenso ao final do dia no litoral e terras altas do Norte, à medida que uma nova massa de ar húmido começa a aproximar-se do Minho e Douro Litoral. Risco de chuva forte e vento entre sexta e sábado, saiba as regiões afetadasEntre sexta-feira, 31 de outubro, e sábado, 1 de novembro, Portugal Continental será atravessado por um rio atmosférico de média intensidade, transportando grandes quantidades de vapor de água a partir do Atlântico subtropical em direção ao território. Entre sexta-feira e sábado, um rio atmosférico de origem subtropical deverá atingir Portugal Continental, transportando abundância de vapor de água do Atlântico. O fenómeno afetará sobretudo o Norte e Centro, incluindo a região de Lisboa e Península de Setúbal, com chuva intensa e persistente e elevada percentagem de humidade relativa.Segundo o modelo ECMWF, esta faixa de humidade concentrada atingirá com maior impacto as regiões do Norte e Centro, incluindo o litoral minhoto, Douro Litoral, Beiras e região de Lisboa e Península de Setúbal. Espera-se chuva persistente e por vezes intensa, sobretudo nas regiões a norte do Tejo, podendo somar acumulados superiores a 80 mm em 24 horas em algumas áreas do Minho e Douro Litoral. No Sul, a chuva será mais irregular, alternando com períodos de abertas e humidade elevada. Os rios atmosféricos são faixas estreitas e alongadas na atmosfera que funcionam como verdadeiros “corredores de transporte de vapor de água”, deslocando grandes quantidades de humidade desde as zonas tropicais até às latitudes médias. Quando interagem com frentes frias ou massas de ar instáveis, podem gerar precipitação intensa e persistente. Neste caso, o episódio previsto deverá manter chuva contínua e localmente forte durante várias horas, acompanhada por vento moderado a forte de sudoeste. Entre a madrugada de sexta-feira e o final do dia de sábado (1 de novembro), Portugal Continental será atravessado por uma frente fria associada a um rio atmosférico, trazendo precipitação intensa e persistente, sobretudo nas regiões do litoral Centro e Norte onde os acumulados poderão ultrapassar os 20 a 40 mm em poucas horas.Ao longo do sábado, o corredor de humidade deslocar-se-á progressivamente para sul, alcançando o Alentejo e Algarve, embora com perda gradual de intensidade a partir da madrugada de domingo. Mudança no padrão térmico: de anomalias positivas para negativas Nas últimas semanas, Portugal Continental manteve-se maioritariamente sob anomalias térmicas positivas, com temperaturas acima da média para esta época do ano, impulsionadas pela persistência de massas de ar subtropicais e uma circulação atmosférica de sudoeste.No entanto, a partir de domingo, 2 de novembro, este cenário altera-se. A entrada de ar marítimo mais fresco, associada ao regime pós-frontal e ao enfraquecimento da corrente subtropical, trará anomalias térmicas negativas entre −2 °C e −4 °C, particularmente nas regiões do Norte e Centro. As anomalias de temperatura representam a diferença entre os valores observados e a média climatológica de referência (geralmente calculada com base em 30 anos). Valores positivos indicam temperaturas acima do normal, enquanto valores negativos sinalizam um arrefecimento anómalo.Artigo relacionadoA previsão do tempo em Portugal até domingo é de: chuva intensa, vento forte e descida da temperatura Com esta mudança nas temperaturas e a progressiva estabilização da atmosfera após a passagem das frentes, os primeiros dias da próxima semana deverão apresentar um ambiente mais fresco, húmido e sazonal, com temperaturas mais próximas dos valores médios para o início de novembro.

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A Cintura de Kuiper: a fronteira gelada do sistema solar

A Cintura de Kuiper, para lá de Neptuno, está cheia de pequenos corpos. Estes objetos primitivos são um registo fóssil dos primórdios do Sistema Solar e a principal fonte de cometas de curto período.Ilustração artística do equivalente à Cintura de Kuiper no sistema Epsilon Eridani.Existe uma região do espaço para além de Neptuno repleta de pequenos corpos gelados: é a Cintura de Kuiper. Esta região contém alguns dos materiais mais antigos e menos alterados do Sistema Solar, que atuam como vestígios fósseis, revelando como era a nossa vizinhança cósmica nos seus primórdios.A ideia de que existia matéria para além de Plutão surgiu em 1943, quando Kenneth Essex Edgeworth propôs que a família solar se estendia muito para além do que era então considerado o limite do sistema, sugerindo que esta região era a origem dos cometas que ocasionalmente visitam as zonas interiores.Kuiper revisitou esta ideia em 1951, procurando corrigir a hipótese de Oort sobre o nascimento de cometas perto de Júpiter e, embora fossem teorias sem provas diretas, o conceito de um anel trans-Neptuniano já estava presente na ciência antes de meados do século XX.Após várias tentativas falhadas na década de 1980, a descoberta do objeto 1992 QB1 marcou um ponto de viragem. Desde então, foram identificadas centenas de corpos trans-Neptunianos (KBOs), dando origem a uma intensa atividade científica à sua volta. Plutão fotografado pela sonda New Horizons. Crédito: NASA.Hoje sabemos que até Plutão faz parte desta cintura, onde os KBO são extremamente ténues e movem-se muito lentamente no céu, confirmando a sua grande distância do Sol devido à sua baixa velocidade aparente na abóbada celeste.Diferentes classes de objetos Os objetos da Cintura de Kuiper não formam um grupo homogéneo. Surpreendentemente, estão divididos em três classes distintas com base nas suas órbitas, como se vivessem em bairros com regras gravitacionais diferentes - uma divisão que captou a atenção dos teóricos planetários. Artigo relacionadoJames Webb descobre um novo e arrepiante clima em Plutão, impulsionado por uma misteriosa neblina a grande altitudeA maior parte deles - cerca de dois terços - são os chamados “Clássicos”. Orbitam entre 42 e 47 unidades astronómicas (UA) do Sol e permanecem longe de Neptuno, mesmo na sua maior aproximação. As suas trajectórias são estáveis e apresentam uma grande variedade de inclinações. Uma unidade astronómica (UA) é a distância média entre a Terra e o Sol, aproximadamente 150 milhões de quilómetros. Um terço dos KBOs são “Plutinos”, que partilham uma ressonância orbital de 3:2 com Neptuno, a cerca de 39,4 UA - uma sincronia que lhes permite evitar perturbações gravitacionais, uma vez que alguns se aproximam mais do Sol do que Neptuno, mas permanecem protegidos por esta ressonância.A terceira classe é a dos objetos dispersos, como o 1996 TL66, que têm órbitas muito alongadas e cujo ponto mais próximo do Sol se situa perto de Neptuno. Esta proximidade sugere que não estão sob forte controlo gravitacional e podem ser a fonte de cometas de curto período. Formação e Migração PlanetáriaAs simulações indicam que, com a massa atual da Cintura de Kuiper, os objetos não poderiam ter crescido até ao seu tamanho atual. Atualmente, esta região contém apenas cerca de 0,1% da massa da Terra, o que sugere que perdeu quase todo o seu material original.Para formar corpos do tamanho de Plutão em menos de 100 milhões de anos, teriam sido necessárias entre 10 e 30 massas terrestres na área entre 30 e 50 UA. Isto significa que 99% do material foi disperso ou removido, embora ainda não se saiba exatamente como isso aconteceu. Os cometas de curto período provêm da Cintura de Kuiper.Uma pista reside na abundância de Plutinos, pois acredita-se que quando Neptuno migrou para o exterior, arrastou consigo ressonâncias orbitais, capturando objectos como berlindes guiados por uma ranhura em movimento - um processo conhecido como varrimento por ressonância.Outro mistério é a elevada velocidade relativa entre os objectos, próxima de 1 km/s, o que significa que as colisões atuais são mais destrutivas do que construtivas. Tal agitação orbital sugere que houve grandes perturbações, talvez causadas por objetos maciços expulsos por Neptuno durante os seus primeiros movimentos.Superfícies, cometas e poeiraOs KBOs são feitos de uma mistura de gelo e materiais rochosos e, ao longo do tempo, as suas superfícies foram bombardeadas por partículas energéticas, formando uma camada escura, rica em carbono, conhecida como “manto de radiação”, que tem baixa volatilidade.No entanto, as cores observadas nas suas superfícies variam muito, desde tons acinzentados a vermelhos profundos, sugerindo que não são todas iguais. Uma explicação possível é que as colisões ocasionais expõem material fresco dos seus interiores, alterando a sua cor visível.A comunidade científica concorda que a Cintura de Kuiper é essencialmente a principal fonte de cometas de curto período, como o famoso Halley. Estes objetos têm uma vida dinâmica curta - entre 100.000 e um milhão de anos - pelo que têm de ser constantemente reabastecidos.Além disso, as colisões entre os KBO e o impacto de partículas interestelares geram continuamente poeira, estimada entre 400 e 10 milhões de quilogramas por segundo - poeira que pode mesmo chegar à Terra e ser detetada na estratosfera. Referência da notíciaKUIPER BELT OBJECTS. David Jewitt. Annual Reviews 27:287-312 (Volume publication date May 1999)

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Acelerar a seleção natural no laboratório: ensinar novos truques aos genes das plantas

Os cientistas dizem que os genes das plantas podem agora evoluir onde vivem - dentro da folha.Os cientistas criaram uma plataforma de evolução nas plantas que acelerou a procura de genes mais fortes para as culturas.Há anos que os cientistas afirmam que a evolução dirigida é uma das formas mais poderosas de melhorar as proteínas.O processo envolve a produção de muitas versões ligeiramente diferentes de genes, testando quais as que funcionam melhor, mantendo as vencedoras e repetindo tudo de novo - um pouco como acelerar a seleção natural no laboratório.No entanto, só vimos isto ser aplicado a micróbios, células animais ou tubos de ensaio, o que deixou as culturas de fora durante muito tempo. Até agora.Investigadores chineses afirmam ter encontrado uma forma de acelerar esse mesmo processo no interior das folhas - algo que normalmente demora muito tempo, uma vez que as células vegetais se dividem lentamente. Uma folha em quatro diasA equipa responsável pelas descobertas associou a atividade útil de um gene à rápida cópia de ADN no interior de uma folha, de modo a que as melhores variantes se multipliquem e as mais fracas desapareçam.Sob a direção do Professor Gao Caixia do Instituto de Genética e Biologia do Desenvolvimento do CAS e do Professor Qiu Jinlong do Instituto de Microbiologia, a investigação é apresentada sob a forma de uma plataforma denominada Geminivirus Replicon-Assisted in Planta Direted Evolution, ou “GRAPE”.De acordo com a investigação, a abordagem baseia-se nos geminivírus - vírus de ADN de plantas conhecidos pela replicação em círculo rolante, que produz muitas cópias de ADN circular. Funciona através da mutação de um gene de interesse no laboratório e da inserção das variantes em “réplicas” de ADN circular modificado.A abordagem alargou o reconhecimento imunitário das plantas e apontou para vias mais rápidas de obtenção de culturas resistentes a doenças.Essas bibliotecas são depois entregues nas folhas de Nicotiana benthamiana, disseram os cientistas, explicando que se uma variante fizer o trabalho que os investigadores pretendem, desencadeia mais cópias de réplicas, pelo que essa variante se torna mais comum. Isto faz com que as variantes que não fazem nada fiquem para trás, com o ciclo a terminar numa folha em cerca de quatro dias, o que é rápido para os padrões das plantas, disseram os investigadores.Uma agricultura mais resiliente?A equipa de investigação argumenta que o GRAPE se adapta melhor a problemas específicos das plantas do que os sistemas que desenvolvem genes em micróbios, porque a seleção ocorre no interior das células vegetais e o método pode visar características que dependem da regulação das plantas. Artigo relacionadoAs melhores plantas purificadoras de ar segundo a ciênciaAcrescentam ainda que qualquer função que possa ser associada à replicação em círculo rolante é candidata, o que pode significar boas notícias para além da imunidade, desde proteases para investigação a futuras características relevantes para a reprodução.O que os cientistas afirmam ser uma grande vantagem neste caso é a velocidade, a escalabilidade e menos becos sem saída quando se passa do laboratório para o terreno. Se assim for, o GRAPE pode muito bem tornar-se noutra ferramenta para uma engenharia de culturas mais rápida e, a seu tempo, para uma agricultura mais resiliente. Referência da notíciaEngineered geminivirus replicons enable rapid in planta directed evolution, published in Science, 2025.

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