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Comece o ano descansado e sem gastar muito: Pousadas de Juventude abertas na noite de 31

De norte a sul, há 27 pousadas prontas para receber jovens, famílias e amigos, oferecendo alojamento acessível e confortável para celebrar a Passagem de Ano sem preocupações.Pousadas de Juventude garantem oferta de alojamento na Passagem de Ano. Foto: UnsplashO Natal já passou, mas deixou contas para fazer à vida? Não se preocupe, vai poder aproveitar na mesma a noite de 31 de dezembro, sem se angustiar com o peso da carteira.Porquê? Porque as Pousadas de Juventude vão estar abertas um pouco por todo o país, prontas para receber quem prefere começar o ano sem stresses, preços inflacionados ou reservas feitas com meses de antecedência.As Pousadas de Juventude apresentam-se como uma proposta alternativa em diferentes pontos do país, com preços acessíveis e destinos diferentes dos habituais. Este ano, a rede garante alojamento em 27 Pousadas de Juventude na noite da Passagem de Ano, espalhadas entre cidades, zonas costeiras e regiões do interior. É uma solução prática para quem vai ver o fogo de artifício fora da sua área de residência, para grupos de amigos que fogem aos programas clássicos ou simplesmente para quem gosta de celebrar o fim do ano num ambiente descontraído.Onde pode ficar alojado?No Norte, há opções em Espinho, Ofir, Ovar, Porto, Vila do Conde, Alijó, Bragança, Gerês e Guimarães — desde pousadas perto do mar até refúgios mais tranquilos em zonas de natureza ou centros históricos.Já no Centro, pode contar com Alvados, Alfeizerão, Areia Branca, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Lousã e Santa Cruz. Artigo relacionadoO fim de ano mais inesperado do país acontece na Madeira — e é inspirado em “Wicked”Mais a sul, a oferta continua a ser variada, com pousadas abertas em Lisboa, Almada, Oeiras, Parque das Nações, Beja, Évora, Faro, Lagos, Portimão e Tavira. Seja para festejar junto ao Tejo, no coração do Alentejo ou com vista para o Atlântico, opções não faltam.Quem pode aproveitar?Apesar do nome, as Pousadas de Juventude não são exclusivas para jovens. Qualquer pessoa que queira passar a noite de 31 de dezembro num alojamento acessível, seguro e confortável pode aproveitar.“As Pousadas de Juventude continuam a afirmar-se como uma opção para quem procura celebrar a Passagem de Ano de forma acessível e em diferentes pontos do país. Mantemos a preocupação de responder à procura, assegurando simultaneamente o apoio a respostas públicas como o alojamento estudantil”, sublinha Bruno Martins, presidente da Movy. Uma alternativa mais económica. Foto: UnsplashSão ideais, por exemplo, para jovens, estudantes ou não, que procuram uma solução económica, mas também para grupos de amigos que querem festejar fora da sua cidade sem complicações. Casais podem optar por estas unidades como alternativa prática para a noite de Ano Novo, enquanto famílias encontram quartos privados e espaços adequados para todos. Artigo relacionadoPassagem de ano vai coincidir com mudanças na troposfera: últimas previsões de temperaturas e precipitação em PortugalAté os viajantes a solo, nacionais ou estrangeiros, e quem participa em eventos de Passagem de Ano, como concertos, festas municipais ou fogos de artifício, encontram aqui uma opção conveniente. E, não, não existe limite máximo de idade para ficar alojado. Mesmo quem não possui Cartão Jovem pode reservar, pagando apenas a tarifa standard, que continua bastante acessível.Uma alternativa que ganha cada vez mais adeptosNos últimos anos, a procura pelas Pousadas de Juventude na Passagem de Ano tem aumentado de forma consistente. Os motivos são simples: preços mais acessíveis, localizações estratégicas e um ambiente informal que agrada tanto a jovens como a famílias e pequenos grupos. Além disso, muitas destas unidades ficam perto dos principais eventos de Ano Novo, o que evita deslocações longas ou complicadas a meio da madrugada.A rede, gerida pela Movy, continua também a cumprir um papel importante no apoio a respostas públicas, como o alojamento estudantil, sem deixar de responder aos picos de procura em épocas festivas como esta.Uma nota extra para os mais novosSe tem entre 18 e 30 anos, vale ainda a pena estar atento a iniciativas como o programa Anda Conhecer Portugal. Apesar de os 30 mil vouchers disponibilizados em outubro terem esgotado numa semana, há agora mais uma oportunidade.Artigo relacionadoJovens até aos 30 anos podem viajar e dormir uma semana em Portugal (sem gastar um cêntimo)A Movy anunciou a 3 de dezembro o lançamento do “Anda Especial Natal”, com mais 7.500 vouchers disponíveis. No entanto, desta vez, a oferta inclui apenas a estadia, ficando de fora as viagens de comboio ilimitadas.Quem quiser garantir um destes vouchers tem até 31 de dezembro de 2025 para se registar no site oficial do programa. Depois de emitido, cada um tem validade de um ano.“Esta edição especial surge como resposta à elevada procura e ao forte entusiasmo dos jovens e das organizações de juventude por este programa, garantindo assim que mais jovens dos 18 aos 30 anos tenham a oportunidade de viver novas experiências e explorar o seu País de forma acessível e sustentável”, sublinha a Movy.

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Uma boa notícia: 2025 confirma tendência de recuperação a longo prazo da camada de ozono

O comportamento da camada de ozono na Antártida, durante este ano, leva os cientistas a aumentarem as esperanças de que se está a assistir a uma recuperação da camada de ozono.A camada de ozono protege o Globo dos raios UV prejudiciais ao ser humano.O Serviço de Monitorização da Atmosfera Copernicus (CAMS) é responsável por monitorizar a área do buraco na camada de ozono sobre a Antártida. Através de diferentes medições remotas, tais como a concentração mínima de ozono na coluna e do défice de massa de ozono, é possível compreender a evolução desta camada protetora vital.Um buraco na camada de ozono mais pequeno e de menor duração em 2025A camada de ozono é uma camada gasosa composta pelo gás ozono (O3) e localizada numa região da atmosfera, chamada estratosfera, a cerca de 15 a 35 km da superfície da Terra. Esta camada protege a Terra, uma vez que constitui uma barreira à passagem de 95% dos raios ultravioletas (UV), componentes da radiação solar com efeitos nocivos, que causam danos na pele e olhos, aumentando o risco de cancro da pele, além de problemas graves oculares.O processo de decomposição da camada de ozono na atmosfera foi causado pela ação do homem, com a emissão de gases clorofluorcarbonetos (CFC), usados em sprays e frigoríficos, que degradaram a camada de ozono durante muitos anos, provocando a sua decomposição. Artigo relacionadoCamada de ozono está em notável recuperação: buraco pode fechar em 40 anos!Este problema ambiental é observado em maior escala nos polos, sobretudo na Antártida, que são áreas em que a camada de ozono é menos espessa.No entanto, desenvolvimentos recentes indicam progressos globais nos esforços de recuperação da camada de ozono ao abrigo do Protocolo de Montreal e das suas alterações.Os esforços conjuntos a nível internacional têm dado frutos e têm confirmado a tendência a longo prazo de recuperação do escudo protetor da Terra contra o sol.Durante o pico da época de destruição da camada de ozono deste ano, de 7 de setembro a 13 de outubro, a extensão média do buraco na camada de ozono em 2025 na Antártida foi de cerca de 18,71 milhões de quilómetros quadrados. Isto representa uma redução de cerca de 30% em relação ao maior buraco alguma vez observado, em 2006.Este ano, dados do CAMS confirmaram o encerramento do buraco na camada de ozono sobre a Antártida a 1 de dezembro de 2025, marcando o buraco de ozono mais pequeno e de menor duração em cinco anos.Para além da área e duração reduzidas, as análises do CAMS mostram valores mínimos de ozono na coluna atmosférica superiores ao normal e valores de défice de massa de ozono mais baixos em comparação com os últimos anos.Em 2025 o buraco do ozono foi o mais pequeno e o mais precoce.Pelo segundo ano consecutivo, a extensão e a duração médias do buraco na camada de ozono foram notavelmente mais baixas em comparação com os buracos muito grandes e duradouros observados entre 2020 e 2023. Calcula-se que o buraco na camada de ozono de 2023 possa estar relacionado com condições atmosféricas excecionais, incluindo a erupção massiva do vulcão Hunga Tonga em 2022, que lançou grandes quantidades de cinzas e vapor de água para a estratosfera. As alterações climáticas também estão envolvidas, com o arrefecimento da estratosfera à medida que a troposfera aquece.De acordo com a NASA e a NOAA, o buraco na camada de ozono já está a fragmentar-se quase três semanas antes da média da última década.Um exemplo de colaboração ambiental a nível globalEm 1957, um número significativo de estações foi instalado na Antártida, permitindo observações a longo prazo. Estas observações sistemáticas levaram às primeiras detecções de uma redução significativa da camada de ozono na Antártida durante a Primavera, recolhidas por um grupo de cientistas britânicos em 1985 e confirmadas um ano depois com dados de satélite.O alerta emitido pelos cientistas sobre as consequências catastróficas do buraco na camada de ozono para a vida no planeta levou à assinatura do Protocolo de Montreal pouco tempo depois.O Protocolo de Montreal, um acordo internacional histórico para a eliminação gradual das substâncias químicas que destroem a camada de ozono, entrou em vigor em 1992 e levou à eliminação gradual de 99% das substâncias que destroem a camada de ozono.No entanto sabe-se que existem variações anuais no buraco na camada de ozono associadas à dinâmica atmosférica, designadamente na estratosfera.A emissão de gases clorofluorcarbonetos são prejudiciais à camada de ozonoMas a monitorização científica confirma as previsões de que a camada de ozono está no bom caminho para a recuperação, graças ao Protocolo de Montreal com a eliminação gradual da grande maioria dos produtos químicos que destroem a camada de ozono, anteriormente utilizados na refrigeração, no ar condicionado, na espuma de combate a incêndios e até em sprays de aerossol para o cabelo.O Protocolo de Montreal é amplamente considerado o tratado ambiental mais bem-sucedido de sempre das Nações Unidas e é um dos raros tratados a alcançar a ratificação universal.É sempre bom realçar que o declínio do ozono estratosférico global poderia ter atingido níveis catastróficos sem a ação concertada do Protocolo de Montreal e as suas alterações subsequentes.

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O clarão mais procurado pelos marinheiros que dura um segundo: o segredo meteorológico para “apanhar” o raio verde

Um clarão fugaz, quase mágico, surge por vezes quando o sol se põe abaixo do horizonte. O raio verde é um dos fenómenos atmosféricos mais breves e mais fascinantes do planeta.Um raio verde muito intrigante que tem sido avistado pelos marinheiros desde há séculos.Durante séculos, os marinheiros falaram de um clarão fugaz que aparecia no momento em que o sol desaparecia no horizonte, um segundo de luz esverdeada, quase irreal, que muitos consideravam um mito. Foi mesmo popularizado por escritores da estatura de Júlio Verne.Esta luz verde é conhecida como raio verde e é um dos fenómenos atmosféricos mais breves, esquivos e fascinantes que podem ser observados a olho nu. O que é um raio verde e porque é que ocorre?O raio verde é um fenómeno ótico que pode ser observado ao amanhecer ou, mais frequentemente, ao anoitecer, no momento em que o bordo superior do Sol se põe ou se eleva acima do horizonte, com uma duração de uma fração de segundo a um máximo de dois segundos. 1/2 Aunque unidos a la leyenda y el misticismo, los rayos verdes existen. Son un fenómeno óptico y atmosférico que ocurre, a veces, poco después de la puesta de Sol o poco antes de su salida. pic.twitter.com/FgdTN3z17n— FECYT (@FECYT_Ciencia) October 24, 2019A explicação para este fenómeno reside na refração e dispersão da luz solar na atmosfera. Por outras palavras, a luz branca do Sol é composta por diferentes cores, cada uma com um comprimento de onda diferente, e quando a luz passa pela atmosfera terrestre, esta atua como um prisma gigante.As cores de comprimento de onda longo (vermelhos e laranjas) são dispersas mais cedo.Os azuis e os violetas são tão dispersos que se perdem.O verde, que está mesmo no meio, pode separar-se brevemente e tornar-se visível quando as condições são perfeitas.É nesse instante final, quando o sol está quase escondido, que o verde consegue “espreitar” por uma réstia.A importância da atmosfera: ar limpo e estávelNem todos os pores-do-sol permitem ver o raio verde e, de facto, trata-se de um fenómeno relativamente raro porque exige uma atmosfera muito estável. Artigo relacionadoCéus cheios de arco-íris e “sundogs”: estudo revela que podem ser visíveis sinais ópticos nas atmosferas de exoplanetasAs melhores condições para um belo pôr do sol são um ar limpo, sem poluição ou poeiras e, por outro lado, com camadas de ar com temperaturas diferentes e bem definidas.Por esta razão, é mais frequente vê-lo no mar, onde o ar é normalmente mais homogéneo, ou a partir de locais altos com vistas distantes.Quando e onde tentar “apanhar” um raio verde?Embora possa aparecer ao amanhecer, a maioria dos observadores deteta-o ao anoitecer, porque o olho está menos ofuscado e há mais tempo para se preparar.Eis algumas dicas importantes:Observe apenas a última borda do Sol, não o disco inteiro.Não pestaneje nos últimos segundos. Evite olhar diretamente sem proteção durante muito tempo; o brilho é visto quando o Sol está quase escondido. Triple rayo verde con 2 testigos:️ Torre de Hércules a 18 kilómetros.️ Islas Sisargas a 53 kilómetros. Foto que intento desde hace 5 años cada otoño y cada primavera y que solo conseguí 2 veces . pic.twitter.com/y85mg7ykiN David Couce (@DavidCouce) October 9, 2025Conselhos fotográficos para o captarFotografar raios verdes é difícil, mas possível com a técnica correta.Utilize uma teleobjetiva longa (mínimo 300 mm).Fotografe em modo burst, uma vez que dura pouco tempo.Defina uma velocidade elevada para evitar a sobre-exposição.Utilize um filtro solar se o sol ainda estiver brilhante.Fotografe em RAW para recuperar os detalhes da cor.Muitas das melhores imagens do raio verde foram captadas quase por acidente, revendo a sequência de fotografias posteriormente.

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Porque é que os gatos detestam água? A resposta pode estar escondida no seu ADN

Porque é que a grande maioria dos gatos detesta água? A resposta pode muito bem estar nos seus genes, mas não é a única.É raro os donos de gatos poderem lavar o seu gato sem que o banho se transforme num verdadeiro campo de batalha.Será justo dizer que os gatos não gostam de água? Muitos donos destas bolinhas de pelo dir-lhe-ão que é de facto esse o caso, e é fácil perceber que eles não se sentem à vontade em ambientes aquáticos. Mas como é que isso se explica?Uma explicação genética? A explicação para o facto de a maioria dos gatos não gostar de água pode estar nos seus genes. A análise do ADN revelou que a maioria dos gatos domésticos descende de uma subespécie de gato selvagem chamada Felis silvestris lybica, uma espécie originária do Próximo Oriente. Esta espécie é também conhecida como “gato selvagem de África”, um nome que rapidamente nos leva a compreender que os antepassados dos nossos gatos domésticos eram mais aptos a viver em ambientes muito quentes, mas também muito secos. Assim, podemos imaginar porque é que o instinto dos nossos gatos é não se aproximarem da água, uma vez que os seus antepassados não precisavam de molhar as patas para sobreviver ou encontrar comida. No entanto, é importante qualificar esta observação, pois algumas espécies apreciam ambientes aquáticos.É o caso, por exemplo, do Bengal, do Abissínio e do Van Turco, raças originárias de regiões próximas de grandes charcos. Além disso, outras espécies de gatos também apreciam a água, como os tigres, que também são ótimos nadadores e pescadores! Outras explicações possíveis Pode haver outras razões pelas quais a maioria dos gatos não gosta do contacto com a água. Por exemplo, a água torna o seu pelo mais pesado, o que pode dificultar os seus movimentos, tornando-o menos rápido e ágil, o que nunca é bom para caçar ou fugir do perigo. Artigo relacionadoSerá que os gatos miam mais para o homem ou para a mulher? A ciência explica o comportamento felinoOs gatos também passam um terço das suas horas de vigília a lamberem-se e a arranjarem-se, e geralmente não param até que todo o seu corpo esteja completamente limpo. Mas o facto de se molharem obriga-os a recomeçar tudo de novo, o que nunca é muito agradável para os nossos pequenos gatos.Os veterinários aconselham a não lavar demasiado o seu gato. Isto porque a água pode perturbar o equilíbrio natural da sua pele e do seu pelo, e o banho ataca a película oleosa natural da sua pele se for feito com demasiada frequência. Por isso, é aconselhável lavar o seu gato apenas se ele estiver muito sujo, doente ou sofrer de artrite. Artigo relacionadoGatos, amigos dos humanos há apenas 4000 anos? Descubra este estudo surpreendente!Por último, a água pode também alterar as feromonas naturais dos gatos. Estas são essenciais para uma boa orientação e um bom comportamento social. Estar molhado torna-se assim um verdadeiro stress para este animal, que gosta de se controlar a si próprio e ao seu ambiente.Embora a maioria dos gatos deteste água, não é raro vê-los a brincar com ela.No entanto, como proprietário de um gato, terá certamente notado que o seu gato pode estar muito interessado na água, olhando para ela durante longos minutos de cada vez e, por vezes, até brincando com um fio de água da torneira ou do regador. O som e o movimento da água fascinam muitos gatos, mas eles só se atrevem a interagir com ela se se sentirem confiantes e no controlo da situação.Referência da notíciaMythe ou réalité : les chats détestent l'eau, Sciences & Vie (23/12/2025), Morgane Petit

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Previsão da Meteored para janeiro 2026 em Portugal: consulte as tendências atualizadas de frio, chuva e neve

Após um final de dezembro com temperaturas baixas, chuva e queda de neve em algumas zonas de Portugal, o modelo europeu acaba de atualizar a sua tendência para janeiro: analisamos as possibilidades de vagas de frio, chuva e neve.Mais informação: Chuva, vento e frio marcam o fim de dezembro em Portugal: saiba como estará o tempo na sua região antes do adeus a 2025Será que janeiro de 2026 vai ser um mês chuvoso e instável? Descubra na previsão abaixo.Dezembro vai despedir-se com um tempo frio para a época em quase toda a geografia de Portugal graças a um persistente bloqueio anticiclónico nas latitudes, que está a favorecer a chegada de massas de ar frio e de algumas baixas pressões à nossa geografia. Não obstante, o panorama anticiclónico no nosso país vai sendo dominante, apenas interrompido em algumas ocasiões por baixas pressões de trajetória errática, como a que está este sábado (27) a afetar o Centro e Sul da unidade territorial do Continente.Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações.Tudo indica que janeiro arrancará com um jato polar que continuará a apresentar ondulações pronunciadas, favorecendo a formação de novos bloqueios anticiclónicos no Atlântico Norte ou na Europa Central, o que poderia resultar na ocorrência de novos episódios de instabilidade em Portugal. Antes da análise às tendências, será feita uma revisão a alguns dados climatológicos de destaque do primeiro mês do ano.Janeiro, o mês mais frio do ano em Portugal continental. E nos Arquipélagos?Climatologicamente, janeiro é o mês mais frio do ano em Portugal, com uma temperatura média no conjunto do país de cerca de 8,8 ºC, embora com grandes diferenças: das temperaturas gélidas das terras altas e montanhosas do interior Norte e Centro passamos aos valores amenos, por vezes primaveris, de algumas zonas da faixa costeira ocidental, do Algarve, dos Açores e da Madeira.A combinação de muito frio com precipitação pode gerar queda de neve. O que podemos esperar das próximas semanas?Ao contrário do Continente, nos Arquipélagos o mês de fevereiro é ligeiramente mais frio do que o de janeiro. Em média, a temperatura do ar nos Açores em janeiro é de 15,1 ºC e na Madeira de 17,1 ºC. Embora na unidade territorial do Continente seja raro nevar com grande intensidade, por vezes ocorrem grandes nevões como o de 2006, ou o de 2021 (este último ficou restringido a algumas regiões).Em janeiro, os valores médios são geralmente um pouco inferiores aos de dezembro, diferença que é mais percetível no extremo meridional do país (Algarve). As geadas noturnas são comuns em várias zonas do interior e nas áreas de montanha. As temperaturas máximas mais amenas concentram-se no Algarve, nos Açores e na Madeira, com uma média de cerca de 16,3 ºC, 17,5 ºC e 20 ºC, respetivamente.Um dos meses mais chuvosos do ano, mas com uma distribuição regional bastante desigualO primeiro mês do ano é normalmente dominado por calmarias anticiclónicas ou pela circulação zonal, sendo que nos últimos anos têm surgido grandes temporais. É normalmente um dos períodos mais húmidos e instáveis do ano na maioria das regiões que constituem as três unidades territoriais portuguesas: Continente, Açores e Madeira.Artigo relacionadoVéspera e Dia de Ano Novo: passagem de ano marcada por tempo seco e frio, de acordo com a MeteoredA precipitação média mensal ultrapassa os 220 mm no Alto Minho, oscila entre os 130 e 180 mm no Baixo Minho e Região de Viseu e enquadra-se entre os 100 e 150 mm no Alto Tâmega e Barroso, Tâmega e Sousa, Área Metropolitana do Porto e Região de Aveiro. Por outro lado, em grande parte do Alentejo e no Algarve, a média de janeiro é inferior a 70 mm.Estará à vista alguma vaga de frio? Eis o que mostram as tendências das temperaturasSegundo as últimas atualizações do modelo Europeu, ao longo da primeira quinzena de janeiro, as temperaturas poderão estar entre 1 e 3 ºC abaixo da média para a época do ano em quase toda a geografia de Portugal, especialmente nos primeiros dias do mês. A anomalia térmica negativa será ligeiramente mais moderada (até 1 ºC abaixo do normal) no arquipélago da Madeira devido ao efeito termorregulador do mar.Já para o arquipélago dos Açores vislumbram-se temperaturas iguais ou ligeiramente superiores ao normal ao longo da primeira parte do mês de janeiro.Tudo indica que o Ano Novo entrará com temperaturas inferiores à média climatológica de referência, especialmente em Portugal continental.No entanto, perspetiva-se a possibilidade de uma mudança na situação para a segunda quinzena do mês: os mapas revelam uma gradual normalização das temperaturas em quase todo o território português (exceto nos Açores, onde se observam anomalias térmicas positivas consistentes ao longo de janeiro 2026). Não obstante, as tendências térmicas para a segunda metade de janeiro não são particularmente significativas neste momento, algo que é normal à medida que o horizonte temporal da previsão aumenta. Assim, para já, não existem sinais claros quanto a uma possível vaga de frio em janeiro.Eis o que revela o modelo europeu acerca da possibilidade de chuva e queda de neve em janeiroO que podemos esperar da chuva? Irá o tempo manter-se instável? A precipitação é a variável mais difícil de analisar a longo prazo, especialmente quando a atmosfera se revela muito dinâmica, como está a acontecer atualmente. De momento, o cenário mais provável desenhado pelos modelos aponta para a formação de um novo bloqueio a oeste das Ilhas Britânicas na primeira quinzena de janeiro. Para a segunda metade do mês não há perspetivas, por enquanto, de um padrão particularmente dominante.As primeiras tendências sugerem uma primeira quinzena de janeiro marcada por anomalias de precipitação negativas de norte a sul de Portugal continental e Açores. Deste modo, para a primeira metade de janeiro é expectável uma atmosfera predominantemente estável, bastante seca, com bons períodos de sol e formação de geadas e nevoeiros. Isto obviamente não exclui a hipótese de precipitação, apenas se espera que seja consideravelmente inferior ao normal e em quantidades residuais.As primeiras tendências apostam num cenário de tempo estável e maioritariamente seco, pelo que a precipitação deverá ser pouco frequente e em quantidades residuais.Quanto ao arquipélago da Madeira, o cenário previsto para a primeira metade de janeiro é completamente o oposto, com os mapas do modelo Europeu a estimarem que seja caracterizado por anomalias de precipitação positivas, isto é, um estado do tempo tendencialmente instável e bastante húmido, especialmente nos primeiros dias do mês.Como já foi mencionado anteriormente, para a segunda quinzena de janeiro não se perspetivam sinais claros quanto a qual dos padrões irá dominar, algo que se reflete nas tendências da precipitação, dado que não há nada definido neste momento.

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Chuva, vento e frio marcam o fim de dezembro em Portugal: saiba como estará o tempo na sua região antes do adeus a 2025

Portugal Continental enfrenta uma reta final de ano marcada por um contraste meteorológico acentuado, entre, o impacto de um sistema frontal vindo de sudeste e a estabilização atmosférica provocada por um centro de altas pressões.A tarde deste sábado, 27 de dezembro, ficou marcada pela entrada de um novo sistema frontal em Portugal continental, que avançou pelo sudeste durante a manhã, junto ao Cabo de São Vicente. O Algarve e o Alentejo foram as primeiras regiões a sentir os efeitos, com períodos de chuva por vezes moderada durante a manhã e início da tarde. Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações. Ao longo do dia, a precipitação irá estender-se às regiões de Lisboa, Setúbal, Santarém e, gradualmente, ao Centro do país. O Algarve destaca-se como a região mais afetada, com um acumulado diário que poderá ultrapassar os 27 mm, especialmente em locais como Faro e Tavira. Sistema depressionário a sudoeste de Portugal continental intensifica a precipitação até à noite de sábado, com acumulados mais elevados no Algarve e no litoral sul, onde localmente poderão ultrapassar os 30 mm em 24 horas.Durante a noite, à medida que a frente atinge a Serra da Estrela, a interação com o ar frio aumenta a probabilidade de queda de neve nas cotas mais elevadas.Este sábado fica ainda marcado pelo vento, com rajadas moderadamente fortes, sobretudo no litoral. Em locais como Caldas da Rainha, Leiria e Setúbal, as rajadas podem ultrapassar os 65 km/h.No domingo, 28 de dezembro, a precipitação não desaparece por completo. O Algarve e a faixa litoral do Alentejo deverão manter períodos de chuva ao longo de grande parte do dia, embora tendencialmente mais fraca e intermitente.Domingo começa frio em Portugal continental, com temperaturas baixas no interior e valores próximos de 0 °C no Norte e Centro, enquanto uma depressão a sul influencia o vento e mantém o ambiente invernal.No resto do território continental, o dia será maioritariamente seco, mas ainda bastante frio. As temperaturas mínimas deverão oscilar entre 0 °C e 5 °C, em zonas do interior, norte e centro. As temperaturas máximas situam-se, em geral, entre 8 °C e 15 °C, ligeiramente mais elevadas no litoral sul. Segunda (29) e terça-feira (30) com estabilidade e sol de inverno A partir de segunda-feira, um núcleo de altas pressões instala-se sobre a Península Ibérica, promovendo uma melhoria significativa do estado do tempo. Segunda e terça-feira serão dias estáveis em Portugal continental, com longos períodos de abertas e ausência de precipitação.Artigo relacionadoVéspera e Dia de Ano Novo: passagem de ano marcada por tempo seco e frio, de acordo com a MeteoredApesar do tempo seco, o frio mantém-se durante as madrugadas, com formação de geada em várias regiões do Interior. Durante o dia, o sol permitirá uma ligeira recuperação das temperaturas máximas, criando condições agradáveis para aproveitar o chamado sol de inverno. Passagem de ano sem chuva, mas com céu cinzento em vários locais Na quarta-feira, dia 31 de dezembro, não há previsão de chuva para a passagem de ano. No entanto, o céu não estará totalmente limpo. Em regiões como Torres Vedras, Lisboa, Setúbal, Bragança e Vila Real, bem como em todo o litoral alentejano e algarvio, a cobertura de nuvens poderá ultrapassar os 90% a partir das 16h, resultando num ambiente mais cinzento.Passagem de ano com céu maioritariamente nublado em várias regiões de Portugal continental, sobretudo no litoral e Centro, onde a nebulosidade poderá ultrapassar os 80–90%, mantendo um ambiente cinzento durante a tarde.Ainda assim, o tempo deverá manter-se seco, permitindo celebrações de fim de ano sem precipitação, embora com temperaturas baixas típicas desta época do ano.

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MIT descobre avanço quântico que pode mudar a forma como pensamos sobre tecnologia de energia limpa

Os supercondutores são o sonho de uma energia mais limpa, mas a maioria só funciona em condições de congelamento. Cientistas do MIT detetaram agora um sinal estranho no grafeno torcido.Investigadores descobriram evidências de que eletrões em grafeno torcido emparelharam-se de uma maneira incomum, oferecendo novas pistas sobre como as futuras tecnologias de baixo consumo de energia poderão funcionar.A tecnologia quântica é frequentemente discutida como se fosse algo saído de um filme de ficção científica, mas a ideia básica é mais simples do que imagina, especialmente quando se trata de semicondutores.Se a eletricidade puder fluir sem resistência, menos energia será desperdiçada na forma de calor. É isso que entusiasma as pessoas em relação às tecnologias de energia limpa, embora a realidade atual esteja longe de ser prática.O problema é que a maioria dos supercondutores só se comporta dessa maneira quando mantida a temperaturas extremamente baixas, sendo ótimos para dispositivos como aparelhos de ressonância magnética e aceleradores de partículas, mas não para serem simplesmente ligados à rede elétrica e esquecidos. É por isso que, naturalmente, os investigadores começaram a procurar materiais que apresentem supercondutividade de maneiras mais inusitadas, na esperança de que um dia funcionem em temperaturas mais altas.É aí que entra a mais recente descoberta quântica do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). E embora não pretenda resolver o problema, a investigação pode conter uma pista de como a supercondutividade pode funcionar quando as regras habituais são invertidas.Uma curva em forma de V pode ser a razãoO relatório apresenta resultados que mostram como a equipa do MIT tem trabalhado num material chamado grafeno trilaminar com torção em ângulo mágico. Composto por três folhas de grafeno com a espessura de um átomo, o grafeno é empilhado com uma torção muito precisa que altera o comportamento dos eletrões. Como resultado, ele pode desencadear todos os tipos de estados quânticos incomuns.Já se suspeitava que essa pilha de grafeno pudesse ser um supercondutor não convencional, mas provar isso corretamente é difícil. A principal conquista do MIT é uma medição precisa do gap supercondutor, que é essencialmente uma impressão digital do estado supercondutor e de como os pares de eletrões são mantidos unidos. Cientistas do MIT demonstraram que uma forma cuidadosamente empilhada de grafeno se comporta de maneira diferente dos supercondutores convencionais, abrindo novas possibilidades para sistemas de energia mais limpos e eficientes.E a marca que eles viram era estranha. Em vez do formato mais suave observado em supercondutores convencionais, a lacuna apareceu como uma curva acentuada em forma de V.“Existem muitos mecanismos diferentes que podem levar à supercondutividade em materiais”, disse Shuwen Sun, estudante de pós-graduação do MIT e coautor do estudo. “A lacuna supercondutora dá-nos uma pista sobre que tipo de mecanismo pode levar a coisas como supercondutores à temperatura ambiente, que eventualmente beneficiarão a sociedade humana”, disse ele.Para obter este resultado, a equipa construiu uma plataforma que combina espectroscopia de tunelamento por varredura com medições de transporte elétrico, para que pudessem correlacionar diretamente a “lacuna” com o momento em que o material realmente atingiu resistência zero.Por que isto é importante para a energia?Em supercondutores convencionais, os eletrões emparelham-se devido a pequenas vibrações na rede atómica. Nesse sistema de grafeno, o MIT afirma que as evidências apontam para algo diferente, onde os próprios eletrões realizam o trabalho pesado através de fortes interações."Nesse sistema de grafeno com ângulo mágico, existem teorias que explicam que o emparelhamento provavelmente surge de fortes interações eletrónicas, e não de vibrações da rede", disse Jeong Min Park, coautor do estudo.Artigo relacionadoConsciência após a morte existe de facto? Primeiros estudos com a ajuda da física quântica revelam que é possívelSegundo o MIT, esta descoberta é fundamental porque sugere um caminho diferente para a supercondutividade, o que é importante para o desenvolvimento a longo prazo de eletrónicos com menores perdas e sistemas de energia mais eficientes. Também é útil para a tecnologia quântica, onde o controlo de fases eletrónicas incomuns é crucial.“Uma boa compreensão de um supercondutor não convencional pode impulsionar a nossa compreensão dos demais”, disse Pablo Jarillo-Herrero, coautor do artigo. “Este conhecimento pode orientar o projeto de supercondutores que operam em temperatura ambiente, por exemplo, o que é uma espécie de Santo Graal em toda a área”, disse.Referência da notíciaExperimental evidence for nodal superconducting gap in moiré graphene. 06 de novembro, 2025. Park, et al.

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Adeus, 2025. Olá, 2026. Descubra como entrar no novo ano na capital

Da música eletrónica aos grandes espetáculos na rua, passando por rooftops, festas temáticas e muita dança, Lisboa oferece opções para todos os gostos na última noite do ano.Conheça algumas das festas de passagem de ano em Lisboa. Foto: UnsplashEspumante, roupa interior azul e passas. Os preparativos para o final do ano já se começam a fazer, só falta mesmo escolher onde celebrar. Se ainda não sabe onde vai celebrar a Passagem do Ano, deixamos aqui uma ajuda. Afinal, há uma cidade portuguesa que já é o destino óbvio nesta altura do ano: Lisboa.A capital tem um talento especial para dizer adeus ao ano velho e receber o novo de braços abertos. Quando chega a noite de 31 de dezembro, a cidade transforma-se num enorme palco onde cabem todos os estilos, idades e vontades. Quer prefira uma pista de dança até de madrugada, um brinde com vista para o Tejo ou simplesmente sentir a vida da cidade na rua, não faltam opções.Mas, atenção, porque a reta final de 2025 deverá ser marcada por uma viragem no padrão atmosférico que afeta Portugal Continental. “De acordo com a Meteored Portugal, entre 29 e 31 de dezembro há indícios consistentes de uma intrusão de ar muito frio, com potencial prolongamento para os primeiros dias de janeiro”, avisa Hélder Lopes.Últimas previsões de temperaturas para a Passagem do Ano“Apesar de a incerteza continuar elevada, os principais modelos meteorológicos, nomeadamente o europeu, ECMWF, usados pela equipa da Meteored, começam a convergir para um cenário de frio intenso e tempo predominantemente seco durante a transição de ano.”“Os dias que antecedem a passagem de ano deverão ser muito frios, com temperaturas abaixo dos 0 ºC em várias localidades do interior Norte, reforçando-se este padrão atmosférico na aproximação à data da mudança de ano”, escreve.Artigo relacionadoPassagem de ano vai coincidir com mudanças na troposfera: últimas previsões de temperaturas e precipitação em Portugal“Assim, a passagem de ano deverá ser dominada por frio intenso, noites muito frias e grande amplitude térmica. O cenário mais provável aponta para máximas entre 6 e 16 ºC e mínimas entre -2 e 10 ºC, com destaque para o interior Norte e Centro, onde o frio será mais intenso.”Opções para todos os gostosSeja dentro de quatro paredes para se proteger do frio, ou na rua, Lisboa garante música, animação e uma passagem de ano memorável. Há eventos pensados para quem vive a música eletrónica intensamente, outros com uma forte inspiração brasileira, noites nostálgicas que viajam pelos anos 80, 90 e 2000 e até festas ao ar livre que juntam milhares de pessoas à meia-noite.Para quem gosta de dançar, coletivos como a House of Underground apostam numa entrada em 2026 dedicada à eletrónica, com sistemas de som de alta qualidade, ambientes imersivos e DJs que sabem manter a energia até de manhã. Já espaços como o Rive Rouge, no Cais do Sodré, combinam vista para o rio, ambiente festivo e uma seleção musical mais eclética, ideal para quem quer celebrar com amigos sem perder o glamour.Uma noite, vários ritmosSe a ideia é não ficar preso a um só género musical, há festas que resolvem o assunto numa só noite. O ReveillonFest, por exemplo, volta a apostar em vários ambientes dentro do mesmo espaço, com salas dedicadas a hits internacionais, música brasileira, clássicos portugueses e ritmos de carnaval. É daquelas escolhas seguras para grupos grandes, onde cada pessoa tem um gosto diferente.Os bilhetes custam a partir de 25€, variando conforme a modalidade.A festa oferece quatro áreas musicais. Foto: DR | Music StationOutra opção descontraída e bastante popular entre turistas e lisboetas mais aventureiros é o Pub Crawl de Passagem de Ano (entre 80€ e 100€). A noite começa cedo, na Praça Camões, com kit de boas-vindas, shots e guia animado. Ao longo da noite, a festa passa por vários bares da cidade, inclui bebidas, animação constante e termina numa discoteca já depois da meia-noite. Pelo meio, há ainda tempo para ver o fogo de artifício num dos miradouros mais bonitos de Lisboa.Nostalgia, rooftops e fatos de galaPara quem prefere dançar ao som de músicas que já sabe cantar de cor, festas temáticas como o Remember 80’s vs 90’s vs 00’s, no Estúdio Time Out, são um verdadeiro convite à nostalgia. Aqui, o objetivo é simples: entrar em 2026 a dançar como se fosse 1999 (ou 1989, ou 2005). A entrada custa entre 20€ a 50€.Artigo relacionadoO fim de ano mais inesperado do país acontece na Madeira — e é inspirado em “Wicked”Já os rooftops continuam a ser muito procurados nesta noite especial. O Carmo Rooftop, por exemplo, alia música house e deep house a uma vista privilegiada sobre a cidade, com direito a buffet, open bar em parte da noite e um ambiente mais exclusivo.É uma escolha popular para quem quer começar o ano novo com alguma elegância, sem abdicar da pista de dança.A festa começa às 18:00 horas e custa 22,60€.A grande festa é na ruaApesar de todas estas opções pagas, há algo que continua a unir lisboetas e visitantes: a festa gratuita no Terreiro do Paço. À medida que a noite avança, a praça enche-se de gente, música e expectativa. Novo ano vai ser celebrado com milhares de pessoas no Terreiro do Paço. Foto: CM LisboaAntes da meia-noite, DJs aquecem o ambiente e artistas convidados sobem ao palco. Mas é, quando o relógio bate as doze badaladas, que o céu se ilumina com um espetáculo de fogo de artifício sobre o Tejo, acompanhado por um impressionante jogo de drones. Este, sim, é um dos momentos mais marcantes da noite.Depois do brinde coletivo, a música continua e a festa prolonga-se, com muitos a seguirem depois para bares e discotecas pela cidade.

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O fim de uma era: a despedida dos carimbos no passaporte

O adeus aos carimbos: como a biometria e a segurança digital estão a substituir a mais icónica tradição dos viajantes. Saiba mais aqui!Para muitos viajantes, os carimbos funcionavam como um "diário de bordo" visual de todas as suas aventuras passadas.Durante décadas, para muitos viajantes, o som de um carimbo a bater numa folha de papel e o cheiro a tinta fresca eram os sinais definitivos de que uma nova aventura tinha começado. O artigo reflete sobre como esta tradição "consagrada pelo tempo" está a desaparecer rapidamente, substituída pela eficiência silenciosa e invisível da tecnologia biométrica.A mudança tecnológicaO ponto central desta mudança é a implementação de novos sistemas de controlo de fronteiras, com destaque para o Sistema de Entrada/Saída (EES) da União Europeia. Este sistema digital, que começou a ser implementado de forma faseada no final de 2025, visa substituir a verificação manual de passaportes por um registo eletrónico. Em vez de um carimbo com a data e o local de entrada, os viajantes de países terceiros (fora da UE/Schengen) passam a fornecer dados biométricos — como impressões digitais e digitalização facial — em quiosques automáticos.O objetivo é claro: aumentar a segurança e acelerar o fluxo de passageiros. O sistema permite um controlo muito mais rigoroso do cumprimento da regra dos "90 dias em 180", combatendo a imigração irregular e identificando documentos falsos com uma precisão que o olho humano não consegue igualar.Nostalgia vs. EficiênciaAssim há a dualidade de sentimentos entre os viajantes. Por um lado, há uma profunda nostalgia. Para muitos, o passaporte não é apenas um documento de identidade, mas um "diário de bordo" físico. Cada carimbo colorido representa uma memória: uma fronteira atravessada, um carimbo exótico de um país remoto ou o orgulho de ver as páginas preenchidas após anos de exploração. Especialistas entrevistados referem que perder o carimbo é como perder um troféu ou uma prova tangível de uma experiência de vida.A digitalização das fronteiras visa eliminar o erro humano no cálculo da regra de permanência de 90 dias.Por outro lado, existe o alívio de viajantes frequentes e profissionais do setor, como por exemplo, Jorge Salas-Guevara, que viaja quase 300 dias por ano e vê na digitalização um alívio logístico. Para quem viaja constantemente, a burocracia das filas de imigração e o receio de ficar sem páginas vazias no passaporte (o que obriga à renovação antecipada e dispendiosa do documento) tornam a digitalização uma evolução necessária e bem-vinda.Um fenómeno globalEmbora o sistema europeu seja o mais mediático no momento, a tendência é global. Países como a Austrália, o Canadá, Singapura e os Estados Unidos já utilizam sistemas semelhantes há algum tempo. Viajantes frequentes chegavam a ter de renovar o passaporte antes da validade terminar apenas por falta de espaço para carimbos.O mundo está a mover-se para uma experiência de viagem "sem contacto" e "sem papel". Desde os bilhetes de embarque nos smartphones até às chaves de hotel digitais, o carimbo no passaporte era um dos últimos vestígios físicos de uma era de viagens mais manual.Artigo relacionadoEsqueça o passaporte — este México fica no GerêsEm suma, conclui que, embora a transição para sistemas biométricos seja um passo inevitável em direção à modernidade e segurança, ela marca o fim de uma componente romântica da exploração mundial. O passaporte passará de um livro de memórias para um simples chip eletrónico. No futuro, a "prova" de que estivemos num local residirá apenas nas nossas fotografias digitais e memórias, à medida que a tinta e o papel dão lugar a bits e algoritmos nas fronteiras do mundo.Referência da notíciahttps://www.bbc.com/travel/article/20251218-the-end-of-a-time-honoured-travel-tradition - BBC

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“Grave ameaça à saúde pública”. ASAE e Polícia Marítima apreendem mais de 2,5 toneladas de moluscos bivalves vivos

A ASAE, em colaboração com a Polícia Marítima de Lisboa, realizaram uma ação de fiscalização conjunta num armazém de comercialização ilícita de moluscos bivalves não depurados. Estava em causa uma "grave ameaça à saúde pública”. A ASAE desmantelou um armazém ilegal de moluscos bivalves vivos. Entre a documentação em falta estava a licença de mariscador/apanhador, o que levou à identificação de vários indivíduos.Os moluscos bivalves (amêijoa, berbigão, conquilha, mexilhão, lingueirão, ostra, vieira e outros) são espécies com grande relevância e tradição na gastronomia portuguesa, nomeadamente na época de Natal.Apesar de a compra destes moluscos bivalves ser feita na sua grande parte no estado congelado, muitos consumidores preferem a compra dos bivalves ainda vivos, o que pode constituir um fator de risco para a saúde humana, devido à possível ingestão de microrganismos e substâncias tóxicas que, por vezes, se acumulam nas partes comestíveis destas espécies marinhas.A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) alerta que os moluscos bivalves respiram e alimentam-se filtrando a água onde vivem - uma ostra pode filtrar mais de 1000 litros de água por dia - e este facto determina que possamconcentrar no seu interior organismos e substâncias contaminantes, como vírus, bactérias, toxinas, chumbo, cádmio, hidrocarbonetos, entre outras.Moluscos bivalves: estarem vivos não dá garantiaAliás, o facto de os moluscos bivalves estarem vivos não implica que sejam alimentos seguros, avisa a DGAV.Artigo relacionadoNíveis preocupantes de fibra de vidro de barcos encontrados em ostras e mexilhõesOra, a ingestão, pelos consumidores, destas substâncias pode originar danos na saúde, tais como perturbações do sistema digestivo (diarreia e vómito) e do sistema nervoso (paralisia, amnésia, etc.), podendo mesmo, em casos extremos, provocar a morte.Por causa dos potenciais riscos para a saúde humana é que os moluscos bivalves vivos que se encontram à venda no circuito comercial, embalados e rotulados, dão garantias ao consumidor de terem sido apanhados em zonas que não estão interditas por alguma contaminação detetada e de terem sido manipulados, tratados e embalados em centros de depuração/expedição aprovados com número de controlo veterinário.É também por estas razões que as autoridades de segurança alimentar estão particularmente atentas à comercialização dos moluscos bivalves, cujas zonas de produção são controladas regularmente por organismos oficiais, através de diversos programas de análises laboratoriais.Os moluscos bivalves (amêijoa, berbigão, conquilha, mexilhão, lingueirão, ostra, vieira e outros) são espécies com grande relevância e tradição na gastronomia portuguesa na época de Natal.No âmbito dessas ações de fiscalização, no início desta semana a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), através da Unidade Regional do Sul, em colaboração com a Unidade Central de Investigação Criminal e com o Comando Local da Polícia Marítima de Lisboa, realizaram uma ação de fiscalização conjunta, dirigida a um armazém clandestino. O resultado da operação foi revelado pela ASAE na véspera de Natal. Durante esta ação, foram apreendidas cerca de 2,5 toneladas de amêijoa japónica, tendo sido ainda encerrada uma estrutura de apoio logístico, dedicada à comercialização ilícita de moluscos bivalves não depurados, onde se procedia à receção, preparação e acondicionamento de amêijoa japónica capturada ilegalmente no rio Tejo, com destino a mercados de exportação transfronteiriços.A ASAE fala de um tipo de infração que, além da vertente económica e fiscal, constitui “uma grave ameaça à saúde pública”, pelo facto de a aquisição destes produtos clandestinos não depurados poderem conter substâncias contaminantes potencialmente perigosas para a saúde humana.Falta de licença de mariscador/apanhador Foram instaurados dois processos de contraordenação, por falta de licenciamento das instalações (Número de Controlo Veterinário), incumprimento das regras de rotulagem em géneros alimentícios e falta de documentação obrigatória.Entre essa documentação em falta estava a licença de mariscador/apanhador, que é obrigatória, o que também levou à identificação de vários indivíduos com ligações a esta atividade ilegal.Artigo relacionadoRevolução na segurança alimentar: biossensor português deteta toxinas em peixes e mariscos ainda no alto-marA ASAE revelou que foi “recolhida diversa documentação e material associados à atividade ilegal” e, ainda, “selada uma câmara de frio, por constituir infração grave às normas de segurança alimentar e de conservação de produtos de origem animal”.De acordo com a ASAE, que é liderada pelo inspetor-geral Luís Lourenço, esta intervenção conjunta insere-se numa “estratégia alargada de combate à apanha e comércio ilegal de recursos marinhos”.Apesar de a compra dos moluscos bivalves ser feita na sua grande parte no estado congelado, muitos consumidores preferem os bivalves ainda vivos, o que pode constituir um fator de risco para a saúde.Estas operações envolvem “várias entidades de fiscalização e investigação criminal”, tendo como “principal objetivo desmantelar redes criminosas responsáveis pela recolha e escoamento sistemático de amêijoa japónica”, cujo destino frequente é “o mercado estrangeiro” e, pior, “à margem das condições sanitárias exigidas por lei”.Consumidores devem ler os rótulosJustamente para evitar problemas de saúde pública com o consumo destes moluscos bivalves vivos, a DGAV recomenda que eles “devem ser adquiridos em embalagem inviolável e inviolada (fechada de origem)”.No rótulo, devem constar as seguintes informações: a marca de identificação oval, a espécie, a data de embalagem (dia/mês) e a data limite de consumo ou a menção.A DGAV alerta ainda os moluscos bivalves vivos estão entre os bens alimentaresmuito perecíveis. Dependendo da espécie e das condições, podem ser conservados vivos alguns dias na zona menos fria do frigorífico. Devem ser mantidos embalados, tal como foram adquiridos e não devem ser colocados em recipientes fechados nem submersos em água.Antes da confeção dos moluscos bivalves vivos, deve ser avaliado o seu estado de frescura e eliminados os animais que entretanto morreram (que se encontrem abertos ou sem reação ao toque).

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A fórmula caseira mais simples e mais barata para afugentar os pombos das varandas, terraços e saliências

Sem venenos ou produtos agressivos, esta receita caseira simples é uma forma económica e sustentável de impedir que os pombos e outros visitantes se instalem nos seus espaços abertos.Os pombos escolhem frequentemente grades e parapeitos como poleiros comuns nas varandas urbanas.Há varandas que nunca conseguem ficar imaculadas, não por falta de cuidados, mas por causa das visitas constantes dos pássaros urbanos. O que pouca gente sabe é que existe um truque caseiro tão simples quanto económico: pulverizar as superfícies com uma mistura de água e pimenta.A ideia parte do básico: muitas aves urbanas e pequenos animais são muito sensíveis a cheiros fortes. A pimenta, com o seu aroma pungente e efeito ligeiramente irritante, cria um desconforto que não magoa, mas dissuade. Não atua como um veneno, nem causa danos físicos. Simplesmente faz com que o local deixe de ser “confortável” para ficar. A pimenta atua como um repelente natural devido ao seu aroma intenso, que é irritante para os pássaros.As aves guiam-se muito mais pelo olfato e pelas sensações ambientais do que normalmente imaginamos. Superfícies neutras, sem odores fortes e com restos de comida por perto são um convite aberto. Quando se aplica uma mistura de água e pimenta, esse cenário muda: o cheiro persiste e gera rejeição, o que fará com que as aves prefiram outro local para se empoleirar.Este tipo de repelente caseiro visa mais modificar os hábitos do que erradicar os animais. Esta é uma diferença fundamental. Não elimina as aves do ambiente nem altera o seu comportamento natural; apenas as faz perceber, de forma muito direta, que o local já não é o ideal. Como preparar a mistura sem complicaçõesNão precisa de nada de invulgar ou de produtos especiais. A receita é tão simples quanto possível: Água à temperatura ambiente Pimenta moída (preta ou branca) Um frasco de sprayMisture a água com uma quantidade generosa de pimenta moída, agite bem e deixe repousar durante alguns minutos. Antes de aplicar, é aconselhável limpar a superfície onde os pássaros costumam pousar: parapeitos de janelas, grades, parapeitos ou caixilhos de janelas. Pulverizar água com pimenta nas superfícies expostas ajuda a desencorajar os pombos.De seguida, pulveriza-se sem encharcar. A ideia não é inundar a varanda, mas deixar uma leve película que retém o cheiro. Depois de uma chuva ou de uma limpeza profunda, deve voltar a aplicá-lo, porque o efeito não é permanente. Que problemas ajuda a reduzirA presença constante de aves tem mais consequências do que apenas o ruído. Os excrementos acumulam-se rapidamente, mancham, geram odores e podem danificar as superfícies porque são bastante corrosivos. A longo prazo, isso significa mais limpezas e mais desgaste.Misturar água e pimenta não resolve tudo, mas pode reduzir a frequência com que eles voltam ao mesmo sítio. Menos visitas, menos sujidade. É tão simples quanto isso. Um recurso caseiro, económico e fácil de aplicar em varandas e terraços.É também uma alternativa económica com baixo impacto ambiental, especialmente em comparação com produtos químicos mais agressivos existentes no mercado.Limites e precauções a ter em contaNão é infalível nem universal. Algumas aves habituam-se a ele, outras ignoram-no. Funciona melhor quando combinado com outras medidas: não deixe restos de comida, mantenha as panelas limpas, evite pratos com água estagnada e reduza as superfícies de poleiro confortáveis. Artigo relacionadoTrês plantas que florescem à noite e dão charme ao seu jardim quando o sol se põeUm facto interessante: a pimenta não é prejudicial para as aves quando consumida em pequenas quantidades. De facto, noutros contextos, é mesmo utilizada como suplemento na alimentação das aves, uma vez que estas não percebem o picante como os mamíferos. Neste caso, o efeito é olfativo e ambiental, não alimentar.A receita não promete varandas livres de pássaros para sempre. O que oferece é algo mais modesto e, por isso mesmo, mais honesto: uma receita caseira, acessível e fácil de aplicar para reduzir os incómodos do dia a dia. Na coexistência urbana, isso é por vezes suficiente.

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O curioso motivo pelo qual as ondas da Nazaré são tão gigantes (podem ultrapassar os 30 metros!)

A Nazaré é uma vila piscatória situada no litoral centro-oeste de Portugal continental que se tornou famosa mundialmente devido ao surf e às suas fascinantes ondas gigantes nascidas no Atlântico. Porque são assim?O acidente geográfico conhecido como canhão da Nazaré é o que torna possível a formação de ondas gigantes numa das praias que banha a Nazaré (Praia do Norte).A Nazaré é um hotspot de big riders - surfistas de ondas gigantes - e quando há previsão de ondas gigantes (normalmente no outono e inverno), esta vila portuguesa atrai multidões que se reúnem em estado de excitação para assistir a um espetáculo que funde a coragem humana - só ao alcance de alguns predestinados - e a natureza deslumbrante e assustadora de ondas gigantes, como as que embatem neste local privilegiado no mundo.Todos os anos os melhores surfistas do mundo vêm à Praia do Norte para desafiar os limites do surf e arriscar a vida para apanhar uma das ondas épicas que rebentam todos os anos na Nazaré. A 29 de outubro de 2020, o alemão Sebastian Steudtner surfou uma onda de 26,21 metros, a maior alguma vez registada, ou pelo menos é o que afirmam a Liga Mundial de Surf e o Guinness World Records.Artigo relacionadoOnde ver ondas que brilham? As 7 praias mais deslumbrantes do mundo para ver a bioluminescênciaAgora, uma onda do brasileiro Rodrigo Koxa está na corrida para bater esse recorde e reabrir o debate sobre qual é a maior onda alguma vez surfada. A 19 de dezembro, Xoxa surfou na Nazaré uma onda que poderá ter cerca de 29,15 metros de altura. Esta medição foi realizada por Paulo Vinícius, surfista e designer gráfico brasileiro, que, utilizando as suas técnicas de medição e com base numa fotografia tirada pelo português Matias Hammer, estima que a onda de Koxa tinha cerca de 29,15 metros, com uma margem de erro de 5%.Quais são os fatores que explicam as ondas gigantes da Nazaré?A turbulência das tempestades estimula a superfície oceânica, dando origem a grandes ondulações que se propagam e viajam por longas distâncias e que aumentam em tamanho quando o mar fica mais raso. Deste modo, grandes ondas nascem - na Nazaré chegam a atingir 30 metros de altura - quando chega o momento de atingir a costa.Contudo, existem mais aspetos de natureza morfológica que tornam única a Nazaré. Por exemplo, o seu canhão. Este relevo submarino (canyon ou canhão) estende-se por 210 km a oeste da costa portuguesa, exibindo uma batimetria (profundidade) de 4300 metros.Normalmente, as ondas diminuem à medida que se aproximam da costa dado que o fundo do mar impulsiona-as contra o swell. Mas, quando o fundo do mar é mais amplo, é acrescentada energia adicional às ondas, com a água a galgar vários metros para preencher esse espaço. Explica-se de seguida as características geográficas, geológicas e oceanográficas que tornam a Nazaré um local tão único e o porquê das suas ondas gigantes.A ondulação chega do largo e termina na praia. Mas aproxima-se de dois fundos completamente distintos. A norte, uma praia normal; a sul, o canhão. A onda que se aproxima pela praia perde velocidade e aumenta em altura, mas a que se propaga sobre o canhão mantém a velocidade quase até chegar à praia, ultrapassando a onda que se aproximou pela praia e que vem pelo declive normal da plataforma.O processo de ondas gigantes é o produto de dois swells que culmina naquilo que é designado como interferência construtiva (ondas que se sobrepõem, têm a mesma fase e em que uma delas “reforça” a outra).Em suma, as ondas são enormes porque se empilham umas sobre as outras, sendo que a existência do canhão da Nazaré contribui para que haja uma maior altura das ondas e um menor comprimento das mesmas.Esta onda que se aproxima pelo canhão galga a vertente norte, rodando para cima da Praia do Norte. Quando a onda que galgou o degrau do canhão encontra a onda que se propagou pela plataforma e as suas amplitudes se somam, temos a onda gigante da Nazaré! Além do canyon, existe um pequeno canal que expele a água para fora da costa, o que provoca um aumento na, já de si impressionante, altura das ondas.Referência da notícia¿Es la ola de Rodrigo Koxa en Nazaré la más grande surfeada en la historia del surf? 3N. Guillermo F. Lascoiti. 24 de dezembro de 2025.

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Nevoeiro e geadas podem marcar a última semana do ano em Portugal Continental

A partir de 29 de dezembro, o anticiclone deverá impor um padrão seco e estável em Portugal Continental. O frio noturno e a formação de geadas no interior ganham destaque. O principal “fator de incómodo” poderá ser o nevoeiro, com baixa visibilidade em vales e planícies.Mais informação: Passagem de Ano pode ser marcada por frio intenso: eis o que indicam as tendências da Meteored. A reta final de 2025 deverá ser dominada por um padrão de bloqueio, com o anticiclone a ganhar influência sobre a Península Ibérica. Para Portugal Continental, o cenário mais provável entre 29 e 31 de dezembro aponta para tempo seco, céu pouco nublado e descida das temperaturas, sobretudo nas madrugadas.Não se antecipa um episódio “adverso” no sentido clássico (chuva intensa, vento forte ou neve). Ainda assim, há dois fatores com potencial de impacto no quotidiano: noites frias com geada no interior e períodos de nevoeiro capazes de reduzir significativamente a visibilidade, em especial em vales e planícies abrigadas (um sinal que tende a surgir com nitidez nos mapas da variável “visibilidade”).Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações.As previsões sugerem contrastes marcados entre o litoral e o interior. No final de dezembro, as máximas deverão situar-se, em geral, entre 6 e 15 °C: mais baixas no interior Norte e Centro e mais elevadas junto ao litoral e no Algarve. As mínimas serão o principal indicador de desconforto, com valores perto de 0 °C em várias regiões interiores e possibilidade de valores negativos nas áreas mais elevadas e em vales encaixados.Frio, amplitude térmica e geadas com o anticiclone instaladoA estabilização da troposfera sobre o território, típica quando a alta pressão se impõe, reduz a passagem de frentes atlânticas e favorece noites de arrefecimento rápido. Com menos nebulosidade e vento geralmente fraco, aumenta a perda de calor por arrefecimento radiativo, ampliando-se a diferença entre mínimas da madrugada e máximas da tarde.Artigo relacionadoPassagem de ano vai coincidir com mudanças na troposfera: últimas previsões de temperaturas e precipitação em PortugalA partir de 29 de dezembro, o interior deverá concentrar o frio mais relevante. Trás-os-Montes e a Beira Alta tendem a apresentar máximas relativamente elevadas e mínimas mais baixas. Em distritos como Bragança e Guarda, é plausível que as madrugadas e início da manhã se aproximem ou desçam abaixo de 0 °C, enquanto o litoral ocidental deverá manter noites menos frias, ainda que com condições de sensação térmica de frio extremo em alguns locais. Às 7 da manhã, registar-se-ão, por exemplo, 3 ºC em Braga e 4 ºC em Aveiro.Início da próxima semana com temperaturas baixas. Mínimas podem situar-se abaixo dos 0 ºC em algumas áreas territoriais.Na terça-feira, 30, este padrão deverá manter-se, com geadas mais prováveis em vários vales do Norte e do Centro. Na véspera de Ano Novo, se persistir céu pouco nublado e vento fraco, o ar frio poderá acumular-se nas depressões e fundos de vale, levando a mínimas inferiores às observadas em áreas vizinhas mais elevadas.Quanto à precipitação, a tendência continua a ser de escassez. A crista anticiclónica deverá desviar as depressões atlânticas para latitudes mais altas, mantendo Portugal num regime de estabilidade. Mesmo com ar frio em altitude, falta o ingrediente essencial para um cenário invernal mais marcado: precipitação organizada. Por isso, a probabilidade de neve permanece baixa.Nevoeiro e baixa visibilidade podem marcar a semanaEm contexto anticiclónico, o fenómeno mais provável pode ser o nevoeiro, associado à humidade nas camadas baixas e ao arrefecimento noturno. É frequente formar-se durante a madrugada e início da manhã, dissipando-se depois com a subida da temperatura.Os vales do Douro e o Sul do país parecem reunir por esta altura condições para esta situação. A persistência do nevoeiro traduz-se em redução acentuada da visibilidade em troços rodoviários, com maior risco nas primeiras horas da manhã e ao final do dia, quando a luz é menor e pode existir piso com gelo.A este propósito, espera-se que a terça-feira, dia 30, seja um dos dias de menor visibilidade ao início da manhã, com uma grande proporção do território, com visibilidade igual ou inferior a 0,5 km.O nevoeiro deve marcar a próxima semana, sobretudo durante a madrugada e início da manhã. O interior Norte e o Alentejo serão as áreas mais afetadas.Para os primeiros dias de janeiro, a tendência mantém-se com tempo estável, frio noturno e possibilidade de nevoeiros, com incerteza maior sobre o momento em que o padrão poderá enfraquecer e permitir o regresso de alguma instabilidade atlântica. Até lá, a passagem de ano deverá ser marcada por frio intenso, geadas e baixa visibilidade, ao invés de condições meteorológicas com chuva ou vento forte.

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O Hubble deteta o maior “ninho de planetas” alguma vez visto: conheça o caótico Dracula's Chivito

O telescópio espacial captou o maior disco protoplanetário conhecido em luz visível. Turbulento, assimétrico e com filamentos extremos, o sistema desafia as teorias sobre como os planetas se formam em ambientes extremos.Esta imagem do Telescópio Espacial Hubble mostra o maior disco de formação de planetas alguma vez observado em torno de uma estrela jovem. Crédito: NASA, ESA, STScI, Kristina Monsch (CfA); processamento: STScI/ Joseph DePasqualeOs astrónomos que utilizam o Telescópio Espacial Hubble da NASA produziram uma imagem histórica: o maior disco protoplanetário alguma vez observado em torno de uma estrela jovem. Pela primeira vez em luz visível, o Hubble revelou que esta estrutura gigantesca não é ordenada nem simétrica, mas surpreendentemente caótica, com turbulência e filamentos de poeira e gás que se estendem muito para além de tudo o que se vê em sistemas semelhantes.A descoberta, publicada no The Astrophysical Journal, constitui um novo marco para o observatório espacial e fornece pistas fundamentais sobre a forma como os planetas se podem formar em ambientes extremos. Como parte das missões da NASA, a descoberta expande a compreensão da origem dos sistemas planetários e do lugar da humanidade no universo. “Dracula's Chivito”, um gigante a mil anos-luzO objeto em estudo encontra-se a cerca de 1000 anos-luz da Terra e tem o nome técnico IRAS 23077+6707, embora os cientistas o apelidem informalmente de “Dracula's Chivito”.O disco estende-se por cerca de 400 mil milhões de milhas, o que corresponde a cerca de 40 vezes o diâmetro do nosso sistema solar, até ao limite da Cintura de Kuiper, a região onde orbitam cometas e corpos gelados.O disco é tão grande e denso que obscurece completamente a jovem estrela que o alimenta, que pode ser uma estrela quente e maciça ou mesmo um sistema binário. Esta característica, associada ao seu enorme tamanho, faz do IRAS 23077+6707 não só o maior disco formador de planetas conhecido, mas também um dos mais estranhos alguma vez estudados. Um laboratório caótico para estudar o nascimento dos planetas“O nível de detalhe que estamos a ver é raro em imagens de discos protoplanetários”, explicou Kristina Monsch, autora principal do estudo e investigadora do Centro de Astrofísica de Harvard e do Smithsonian. De acordo com Monsch, as novas imagens do Hubble mostram que os “berçários” planetários podem ser muito mais ativos e confusos do que se pensava anteriormente. Artigo relacionadoRestos de protoplaneta podem estar enterrados nas profundezas da TerraO disco é visto quase de perfil, permitindo-nos distinguir claramente as suas camadas superiores de gás e poeira e uma faixa central escura. Tanto o Hubble como o Telescópio Espacial James Webb já detetaram estruturas semelhantes noutros discos, mas este sistema oferece uma perspetiva excecional. A observação em luz visível permite-nos traçar subestruturas com um detalhe sem precedentes, transformando o "Dracula's Chivito" num laboratório natural único para o estudo da formação planetária.Uma assimetria que intriga os cientistasUm dos aspetos mais intrigantes da descoberta é a sua marcada assimetria. As imagens revelam enormes filamentos verticais que emergem apenas de um lado do disco, enquanto o lado oposto tem uma borda distinta e não tem estas estruturas alargadas.“Ficámos espantados ao ver como este disco é assimétrico”, disse Joshua Bennett Lovell, coautor do estudo. Esta configuração irregular sugere que processos dinâmicos intensos, tais como a recente queda de grandes quantidades de gás e poeira ou interações com o ambiente próximo, estão a moldar a sua forma. Um possível espelho do passado do sistema solarTodos os sistemas planetários se formam a partir de discos de gás e poeira que rodeiam estrelas jovens. Com o tempo, o gás afasta-se da estrela e os planetas emergem do material remanescente. Neste caso, estima-se que o disco tenha uma massa entre 10 e 30 vezes superior à de Júpiter, o suficiente para dar origem a múltiplos gigantes gasosos. Artigo relacionadoAs estrelas jovens podem ter afetado a química atmosférica: expelem plasma quente e frio simultaneamenteDevido à sua escala e complexidade, o IRAS 23077+6707 pode representar uma versão ampliada do nosso próprio sistema solar primitivo. “Teoricamente, este sistema poderia albergar um vasto conjunto de planetas”, disse Monsch. Embora a formação de planetas num ambiente tão maciço possa diferir em pormenor, é provável que os processos fundamentais sejam semelhantes.Para já, a descoberta levanta mais perguntas do que respostas. No entanto, as novas imagens do Hubble oferecem um ponto de partida inestimável para compreender como nascem os planetas ao longo do tempo e em condições muito diferentes das que conhecemos. Referência da notíciaMonsch et al, Hubble Reveals Complex Multi-scale Structure in the Edge-on Protoplanetary Disk IRAS 23077+6707, The Astrophysical Journal, DOI: 10.3847/1538-4357/ae247f

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Véspera e Dia de Ano Novo: passagem de ano marcada por tempo seco e frio, de acordo com a Meteored

A influência de uma alta pressão poderá contribuir para uma maior estabilidade atmosférica sobre Portugal Continental, na passagem de ano. As temperaturas podem diminuir na madrugada do dia 1.Mais informações: A localidade no distrito de Castelo Branco onde fez mais frio nesta manhã de Natal: até -3 °CParece haver boas notícias para quem gosta de passar o ano na rua e a ver o fogo de artifício. A mais recente atualização do nosso modelo de confiança, ECMWF, mostra-nos um cenário atmosférico estável para a noite do dia 31 de dezembro, ainda que frio. Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações. As temperaturas poderão diminuir entre a madrugada do dia 31 de dezembro de 2025 e a madrugada do dia 1 de janeiro de 2026, dando lugar a uma transição de ano bastante fria em todo o país, sendo que os nossos mapas de anomalia térmica mostram valores de temperatura abaixo da normal climatológica para esse período.A chuva regressa ao continente entre o Natal e o Ano NovoMas antes da passagem de ano, importa referir que uma depressão irá afetar a nossa geografia continental já a partir da madrugada de amanhã, sábado. Esta poderá ser mais expressiva no Sul do país, podendo originar períodos de chuva moderada a forte.Uma depressão irá afetar o estado de tempo em Portugal Continental já amanhã, sábado (26). Ainda assim, com o passar das horas, esta instabilidade poderá estender-se à região Centro. Caso se verifique, e as previsões se mantenham, isto poderá resultar também em queda de neve na Serra da Estrela, durante a madrugada de domingo, dia 28. No entanto, é expectável que este episódio seja de curta duração, contando com uma dissipação total nas primeiras horas da manhã de domingo, dando lugar a um resto de fim de semana seco.Tendência de tempo seco poderá manter-se até à passagem de anoO arranque da próxima semana contará com tempo seco e parcialmente nublado em todo o território continental, dando o mote para o último dia do ano que deverá manter as mesmas condições.Neste mapa, podemos observar a alta pressão que estará sobre a Península Ibérica à meia-noite do dia 1 de janeiro de 2026.Como podemos ver no mapa acima, a chuva manter-se-á afastada do continente, principalmente na noite de réveillon, o que permitirá os festejos ao ar livre, que por norma acontecem de Norte a Sul do país. No entanto, com maior incerteza, o nosso modelo de confiança, mostra a possibilidade de alguma chuva no Norte do país, entre o final do dia 1 e o início do dia 2 de janeiro. Ainda assim, e com vista aos festejos na rua, tenha atenção às temperaturas.Apesar da ausência de chuva, o frio marcará presençaComo avançamos anteriormente, a madrugada de hoje foi bastante fria, tendo o IPMA emitido vários avisos de tempo frio para vários distritos de Norte a Sul. Estes estarão em vigor até às 6h de amanhã, onde também se esperam valores negativos em vários locais do interior Norte e Centro. Todavia, é esperado um aumento das temperaturas, sendo que os valores negativos registados na madrugada de domingo poderão restringir-se apenas aos locais mais habituais, como a Serra da Estrela e as regiões montanhosas do Norte. A noite de passagem de ano registará uma descida das temperaturas, resultando numa anomalia térmica negativa em todo o país. Estes valores deverão permanecer sem oscilações significativas até à madrugada do dia 31 de dezembro. No entanto, adivinha-se uma descida das temperaturas mais acentuada para a noite desse dia e a madrugada do dia 1. Os nossos mapas mostram diversos locais com valores negativos entre as 21h e a meia-noite do primeiro dia do ano, o que faz prever uma madrugada ainda mais fria.Artigo relacionadoRisco de temperaturas negativas: a manhã após o Natal será gelada; podendo atingir os -5 ºC nas cidades do interiorOs locais onde os valores poderão ser mais baixos, coincidem com o interior Norte e Centro (onde os termómetros poderão baixar até -4 ºC), mas mesmo o interior dos distritos do litoral destas regiões (entre Viana do Castelo e Coimbra) poderão registar valores abaixo de 0 ºC. Esta descida levará a anomalias térmicas negativas bem pronunciadas, especialmente na Beira Interior, como podemos ver no mapa acima, ainda que todo o país registe estas anomalias.

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A bicicleta mais inteligente do mundo é portuguesa

A inovação é o ADN da indústria nacional de duas rodas. Não se estranhe, por isso, que a bicicleta da Universidade de Aveiro esteja entre as mais avançadas. Descubra aqui o futuro da mobilidade suave.A indústria de bicicletas portuguesa lidera o mercado europeu há seis anos consecutivos. Foto: Duyệt Trần Văn via PixabayCom pouco mais de 2% da população da União Europeia, Portugal é o primeiro produtor de bicicletas do bloco comunitário. Com 1,8 milhões de unidades produzidas em 2023, segundo os dados mais recentes do Eurostat, o país mantém-se na liderança há seis anos consecutivos, vendendo principalmente para Espanha, França e Alemanha.Sem fazer grande alarido, a indústria de duas rodas portuguesa está a usar a inovação tecnológica para se destacar no mercado internacional. No Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes (Centi), em Vila Nova de Famalicão, estão a ser desenvolvidos, por exemplo, casacos refletores, com fios eletroluminescentes, mochilas feitas com materiais reciclados que sinalizam mudanças de direção e alertam para travagens bruscas ou ainda punhos ergonómicos com sensores e atuadores, que vibram com a proximidade de veículos, travagens e perigo de quedas.Um novo paradigma da mobilidade suave É neste ambiente de pura criatividade e inovação que surge agora a Bicicleta Inteligente Conectada desenvolvida pela Universidade de Aveiro. Não se trata somente de um clássico veículo com duas rodas, um quadro e uma dúzia de peças. Comunicando através de WiFi, ITS-G5 e 5G, o novo modelo é capaz de detetar obstáculos, enviar alertas ou monitorizar as condições do ciclista e do meio envolvente.Para melhorar a segurança dos utilizadores, a bicicleta está apetrechada com sensores biométricos nos punhos do guiador. Os dipositivos medem a pulsação cardíaca do ciclista, aumentando a potência elétrica sempre que for preciso compensar o esforço do condutor.As inovações da bicicleta inteligente incluem capacete que projeta hologramas, deteção de obstáculos, alertas para perigos ou medidores de pulsação cardíaca. Foto: David via Adobe StockA bicicleta está também equipada com um capacete que projeta um holograma na viseira com informações sobre segurança. Com o apoio da inteligência artificial e sensor LiDAR, o ciclista saberá com antecedência que obstáculos irá encontrar na via ou os veículos que se se estão a aproximar da sua traseira.Artigo relacionadoIr de bicicleta e a pé para o trabalho reduz os riscos de problemas de saúde física e mentalA bicicleta também envia mensagens de alerta a utilizadores que estão vulneráveis na estrada, permitindo adotar uma condução defensiva. Entre outras tecnologias, o veículo possui também uma gestão térmica adaptativa da bateria, que permite aumentar a sua durabilidade e segurança.Pedalar no mercado nacional e além-fronteirasOs projetos da Universidade de Aveiro estão a ser desenvolvidos em parceria com a fabricante portuguesa LightMobie, no âmbito de um programa financiado pelo PRR para incentivar a mobilidade suave. O que se espera é que as inovações possam ser integradas nas bicicletas da construtora até meados de 2027. O objetivo é não só conquistar o mercado nacional, como pedalar além-fronteiras, chegando ao resto da Europa e aos Estados Unidos. Esse é aliás o caminho que que o setor tem percorrido nos últimos anos. Nove em cada 10 bicicletas em Portugal vão para o estrangeiro, segundo os dados da Associação Nacional da Indústria de Duas Rodas (ABIMOTA).Com pouco mais de meia centena de fabricantes, maioritariamente concentradas no Norte e Centro, o setor é atualmente um dos principais produtores no mercado global. A maior montadora da Europa está, por exemplo, em Vila Nova de Gaia com a RTE a produzir mais de um milhão de unidades em exclusivo para a Decathlon. Vale “florescente” do ciclismo portuguêsMas o concelho de Águeda é que é um autêntico berçário de bicicletas, concentrando alguns dos complexos industriais mais importantes - motivo aliás para o diário francês “Le Monde” já ter batizado o município de “florescente vale do ciclismo português”. O Norte e Centro concentram a maioria da produção de bicicletas, com destaque para o município de Águeda, com fábricas que exportam para vários pontos do mundo. Foto: Chainarong via adobe stockÉ neste concelho – onde nasceu a histórica motorizada Famel - que está a LightMobie a única empresa portuguesa que produz todos os componentes das bicicletas e docas de bike sharing para cerca de 50 municípios portugueses. Artigo relacionadoPara reduzir a pegada de carbono basta andar de bicicletaÉ aqui também que se encontra a A.J. Maias a produzir também em exclusivo para cadeia francesa Decathlon, a FJ Bikes Europe, do grupo Fritz Jou Manufacturing (Taiwan), o maior fabricante de bicicletas asiático, a Miranda & Irmão, uma das primeiras a chegar ao concelho há 70 anos ou a InCycles, que exporta para a União Europeia, Reino Unido, Estados Unidos, Norte de África e América Latina. É caso para concluir que as bicicletas portuguesas já estão a pedalar pelo mundo.Referências da notíciaUA apresenta protótipo de bicicleta inteligente para aumentar segurança dos ciclistas – Universidade de AveiroCentro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes (Centi)EU production of bicycles down to 9.7 million in 2023 - Eurostat

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Alfredo Graça avisa sobre o que chegará do Atlântico este sábado 27: Faro e 8 outros distritos expostos

Este sábado 27 uma pequena depressão deslocar-se-á para oes-sudoeste de Portugal continental, trazendo aguaceiros, por vezes localmente fortes e sob a forma de granizo, não se excluindo a possibilidade de trovoada e fortes rajadas de vento.Mais informação: Passagem de ano vai coincidir com mudanças na troposfera: últimas previsões de temperaturas e precipitação em PortugalNesta sexta-feira (26) pós-natalícia mantém-se um estado do tempo anticiclónico em Portugal continental, com céu geralmente pouco nublado ou limpo, embora com períodos de maior nebulosidade durante a tarde no Centro e Sul e à noite no Norte.No vídeoO tempo vai mudar temporariamente nalgumas regiões neste sábado (27). Estão prestes a confirmar-se as previsões avançadas pela Meteored no início da presente semana acerca da chegada de uma pequena depressão fria isolada, que ladeará a ‘ponte’ anticiclónica Açores-Escandinávia.O aviso amarelo por tempo frio mantém-se ativo (até às 09:00 da manhã de sábado, 27 de dezembro) devido à persistência de valores baixos da temperatura mínima em 11 distritos: Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Vila Real, Viseu, Coimbra, Bragança, Guarda, Castelo Branco e Portalegre. O vento do quadrante Leste vai soprando fraco, mas terá tendência a intensificar nas últimas horas do dia de hoje, agravando a sensação de frio.Este sábado 27 uma pequena depressão fria isolada afetará algumas regiões de Portugal altitudeOs nossos mapas de referência revelam que, apesar do fim de semana predominantemente estável, seco e soalheiro, algumas regiões do país irão sofrer este sábado (27) uma mudança drástica do estado do tempo devido à aproximação de uma pequena depressão fria isolada, que deslizará ao longo da costa ocidental do Continente, (bolsa de ar frio em altitude e baixa pressão com reflexo à superfície), até que ao posicionar-se a sudoeste do Algarve, começará a produzir efeitos à superfície nalgumas regiões do nosso país.Além da precipitação, outro dos elementos climáticos a ter em conta durante este curto episódio de instabilidade meteorológica será o vento Leste, que soprará por vezes forte, com rajadas até 70 ou 90 km/h.Deste modo, prevê-se que o céu, inicialmente limpo ou pouco nublado, se torne gradualmente nublado (apesar de algumas boas abertas). A partir do fim da madrugada ou início da manhã de sábado (27) são esperados períodos de chuva ou aguaceiros no Algarve (distrito de Faro) e Baixo Alentejo (distrito de Beja), por vezes localmente fortes, podendo assumir a forma de granizo e sendo potencialmente acompanhados de trovoada.Nas horas seguintes - desde o meio da manhã até à noite de sábado (27) - prevê-se que a precipitação, mais fraca, intermitente e dispersa, se estenda gradualmente de sul para norte para as regiões situadas entre os rios Mondego e Guadiana (grosso modo, região Centro) abrangendo várias zonas de 7 outros distritos do Continente, entre os quais: Setúbal, Lisboa, Santarém, Leiria, Évora, Portalegre e Castelo Branco. De forma isolada, poderá surgir algum aguaceiro em pontos dos distritos de Coimbra e Guarda.A típica trajetória errática deste tipo de baixas pressões (depressão fria isolada) acrescenta uma grande incerteza às previsões, inclusive em prazos inferiores a 24 horas. Porém, tudo indica que este sábado (27) o Algarve e algumas zonas do Baixo Alentejo serão as mais atingidas por este curto episódio de instabilidade meteorológica.Além disto, vislumbra-se que a conjugação do ar frio em altitude com a precipitação dê origem a queda de neve acima dos 1100 metros de altitude na serra da Estrela. Destaque ainda para outro elemento climático: o vento, que terá tendência a intensificar também nas regiões mais meridionais, em particular na faixa costeira a sul do Cabo Mondego, onde as rajadas poderão alcançar 70 km/h e nas terras altas, onde as rajadas poderão atingir 90 km/h.De acordo com o modelo Europeu, apenas o Norte de Portugal continental escapará a esta pequena depressão fria isolada. Assim, para a Região Norte é esperado um dia de sábado (27) tranquilo, de céu pouco nublado ou limpo, com um aumento temporário da nebulosidade apenas durante a tarde.Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações.De um modo geral, apesar da ligeira subida das temperaturas mínimas em Portugal continental, ainda haverá formação de nevoeiro matinal, gelo e geada no interior da Região Centro e também no distrito de Portalegre. As temperaturas diurnas deverão baixar ligeiramente no Sul do país.No domingo o tempo será anticiclónico, com instabilidade residual apenas nalgumas áreasPrevê-se um domingo (28) predominantemente seco, estável e soalheiro em Portugal continental, com o céu a apresentar-se pouco nublado ou limpo a partir do meio da manhã. Haverá formação de geada no interior Norte e Centro e possibilidade de nevoeiro matinal nalguns locais. As temperaturas terão tendência a recuperar ligeiramente, pelo que os termómetros assinalarão uma pequena subida.Este episódio instável será de curta duração, afetará o país de forma parcial (a região mais exposta será o Algarve - distrito de Faro) e não se prevê uma precipitação particularmente abundante. Porém, por vezes, haverá aguaceiros localmente fortes.Porém, segundo as atuais previsões dos mapas da Meteored, a deslocação do centro de baixas pressões rumo a Marrocos no domingo (28) fará com que alguns ‘vestígios’ de instabilidade permaneçam sobre o nosso país: são expectáveis aguaceiros geralmente fracos e dispersos até ao início da manhã em algumas zonas do Centro e do Sul, especialmente em redor dos distritos de Coimbra, Guarda e Castelo Branco e em particular na área da Serra da Estrela, onde serão de neve nos pontos de maior altitude.Nota ainda para o vento Leste: manterá uma intensidade geralmente fraca a moderado, podendo surgir pontualmente forte na faixa costeira e terras altas do Centro e do Sul, onde estão previstas rajadas até 70 km/h.Artigo relacionadoRisco de temperaturas negativas: a manhã após o Natal será gelada; podendo atingir os -5 ºC nas cidades do interiorQuanto à precipitação, não se exclui a possibilidade de que persista até ao início da tarde nalgumas zonas do distrito de Faro e nalguns locais do interior do distrito de Beja. Para as restantes horas de domingo (28), o estado do tempo apresentar-se-á estável e sem precipitação, de norte a sul de Portugal continental.

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Quer mais sorte para o Ano Novo? Estas 4 plantas ajudam a atrair boas energias e ainda embelezam o ambiente

Algumas plantas ornamentais tem significado simbólico de sorte e prosperidade, e ganham mais destaque ainda no Ano Novo por representarem novos começos e intenções positivas. Veja aqui 4 espécies que ajudam a atrair boas energias para o lar.Associada à proteção e à força espiritual, a Espada-de-São-Jorge é uma das plantas de Ano Novo mais populares.Com a chegada do final de ano, é hora também de renovarmos as energias para atrair sorte e prosperidade para o novo ano que vai começar. Para isso, muitas pessoas fazem várias simpatias já conhecidas; mas sabia que simbolicamente há plantas associadas à harmonia, sorte e proteção, muito usadas no Ano Novo para decorar a casa e renovar as energias?Trazemos aqui quatro opções que, além de exuberantes, são fáceis de cuidar e vão ajudar a trazer sorte e prosperidade para este ano novo que se inicia. Acompanhe abaixo.4 plantas que embelezam e trazem sorteEstas plantas carregam simbologias que reforçam a ideia de que a natureza pode ajudar a orientar novos começos, trazendo muita sorte e prosperidade para o lar. Veja as nossas 4 dicas abaixo:ZamioculcaTambém presente no Feng Shui, a planta zamioculca (Zamioculcas zamiifolia) é considerada poderosa para filtrar energias negativas e atrair proteção e sorte. Pode ser encontrada em diferentes tamanhos.A zamioculca também é conhecida como a “planta da fortuna”, pois acredita-se que ela atraia dinheiro.De fácil manutenção, ela adapta-se bem a ambientes internos e com pouca luz. Priorize luz indireta ou sombra, evite regar demais (deixe o solo secar entre as regas) e use um substrato bem drenado com vaso furado. É uma planta resistente à seca, mas não tolera solo encharcado, o que apodrece as raízes. Lírio-da-pazCom as suas flores brancas e textura delicada, o lírio-da-paz (Spathiphyllum wallisii) representa harmonia, purificação e novos começos. Esta planta é conhecida por ajudar a harmonizar e purificar o ambiente.O Lírio-da-Paz é uma planta popular para atrair boas energias, purificar o ar e trazer otimismo para o lar.Prefere luz indireta ou meia-sombra e calor, com solo húmido mas sem encharcar (regar quando o topo secar). Adube mensalmente com um fertilizante líquido diluído, podando flores murchas e folhas secas para estimular o crescimento. Esta planta funciona bem em interiores, especialmente próximo a áreas de descanso.Bambu-da-sorteO bambu-da-sorte (Dracaena sanderiana) é um clássico do Ano Novo, que simboliza prosperidade, crescimento e sorte, e é muito usado em arranjos decorativos.O bambu da sorte é muito popular na cultura chinesa. Segundo as tradições e lendas, a planta atrai sorte, fortunas, prosperidades e ainda energiza os ambientes.Pode ser cultivado tanto em água quanto em vasos com substrato leve, adaptando-se bem a ambientes internos e exigindo poucos cuidados. Mantenha-o em luz indireta (sombra/meia-sombra), com solo levemente húmido e evite sol direto e mudanças bruscas de temperatura. A rega deve ser feita quando a camada superior do solo estiver seca. Espada-de-São-JorgeA espada-de-são-jorge (Dracaena trifasciata) é uma das plantas mais populares quando o assunto é proteção e abertura de caminhos. É uma planta extremamente resistente, que cresce bem tanto no sol como na sombra.Artigo relacionadoPlantas pioneiras: como o verde regressa à terra após uma erupçãoAs suas folhas rígidas e verticais simbolizam força, resistência e defesa contra energias negativas. É uma planta ótima para entradas, varandas e cantos que pedem imponência. Tem baixa manutenção; a rega deve ser espaçada, só quando o solo estiver bem seco, com luz indireta e solo leve e bem drenado.Referências da notíciaAs 3 plantas ornamentais que trazem beleza e sorte para o Ano Novo. 17 de dezembro, 2025. Redação Oeste.Conheça 7 plantas de Ano Novo para atrair prosperidade em 2026. 12 de dezembro, 2025. CASACOR Publisher.

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Onde os livros cheiram a café: as mais belas livrarias com cafetaria do mundo

As livrarias com cafetaria são lugares onde o tempo abranda, o café aquece as mãos e os livros convidam a ficar. Fique aqui a saber quais são as librarias café mais bonitas do mundo!Livrarias com a Minoa Pera, em Istambul, é um refúgio elegante onde os livros e o café convivem em perfeita harmonia, convidando a ler devagar no coração da cidade. Fonte: Time outHá lugares onde o tempo abranda, onde o silêncio é confortável, as páginas viram devagar e o aroma do café se mistura com o papel impresso. As livrarias com cafetaria, ou cafés-livraria, vão mais além do que espaços comerciais, são refúgios urbanos, pontos de encontro culturais e, para muitos viajantes, destinos por si só.Espalhadas pelos quatro cantos do mundo, estas livrarias reinventaram a forma como lemos, convivemos e viajamos. Segundo a Condé Nast Traveler, entrar num destes espaços é aceitar o convite para ficar mais tempo do que o planeado. Venha conhecê-los!Minoa Pera, Istambul: o equilíbrio perfeitoConsiderada uma das melhores livrarias com cafetaria do mundo, a Minoa Pera, em Istambul, é um exemplo de elegância contemporânea.Artigo relacionadoMergulhe em viagens literárias: os 5 melhores festivais do livro para se ligar a autores e amantes da leituraDistribuída por vários pisos, combina uma vasta seleção de livros em várias línguas com um espaço iluminado onde o café é tratado com o mesmo respeito que a literatura.É um lugar onde se pode ler durante horas, observar a cidade através das janelas e esquecer o ruído do mundo exterior.Paris: livros com história e chávenas com memóriaNo Used Book Café at Merci, os livros usados ganham uma nova vida entre mesas discretas e um ambiente intimista. Já na Halle Saint-Pierre, a experiência é ampliada: livraria, museu e cafetaria coexistem num edifício histórico, criando um diálogo permanente entre arte e palavra escrita.Ainda mais singular é a Péniche L’Eau et les Rêves, uma livraria-cafeteria instalada numa barca.Ler sobre natureza enquanto se flutua num canal parisiense é, por si só, um pequeno luxo poético.Cafebrería El Péndulo, Cidade do México: um templo culturalMais do que uma livraria, El Péndulo é um verdadeiro centro cultural. Com espaços amplos, jardins interiores e prateleiras que sobem até ao teto, esta cafebrería mexicana convida à contemplação e à conversa.Concertos, apresentações de livros e exposições fazem parte da programação, provando que os livros continuam vivos quando partilhados.Ampersand, Sydney: livros usados, ideias novasEm Sydney, a Ampersand Café & Bookstore aposta nos livros em segunda mão e num ambiente descontraído.A Ampersand, em Sydney, une livros em segunda mão e café num ambiente descontraído, perfeito para ler, trabalhar ou simplesmente ficar. Fonte: Sydney restaurantsAqui, tanto se vem para trabalhar com um portátil como para almoçar rodeado de estantes. É um espaço democrático, onde a literatura se cruza com a vida quotidiana, sem formalismos.Ler Devagar, Lisboa: uma livraria que respiraEm Lisboa, a Ler Devagar tornou-se um ícone. Instalado na antiga zona industrial da LX Factory, este espaço une livros, arte, exposições e uma cafetaria integrada num cenário industrial que conserva a memória do lugar.Na Ler Devagar, em Lisboa, os livros ocupam o espaço como se sempre lá tivessem estado. Fonte: Lisboa CoolA famosa bicicleta suspensa no ar simboliza bem o espírito da casa: criativo, livre e profundamente literário. Aqui, lê-se devagar porque o espaço assim o pede.Londres e Nova Iorque: elegância e vanguardaNa Maison Assouline, em Londres, os livros são objetos de luxo e o café é servido num ambiente sofisticado, quase doméstico.Já em Nova Iorque, a Bibliotheque NYC representa a nova geração de cafés-livraria: moderna, cosmopolita e orientada para eventos culturais que aproximam leitores, autores e criadores.Rio de Janeiro: intimidade e paixão pelos livrosA Livraria Funambule, no Rio de Janeiro, prova que não é preciso ser grande para ser memorável.Com uma curadoria cuidada e uma cafetaria acolhedora, é o tipo de lugar onde o leitor se sente em casa e onde cada visita se transforma numa conversa.Artigo relacionadoO café e a nicotina reduzem realmente o apetite?Estas livrarias com cafetaria mostram que, mesmo num mundo dominado pelo digital, o prazer de folhear um livro acompanhado por um café continua insubstituível.São espaços onde se viaja sem sair da cadeira, onde se criam comunidades e onde a leitura volta a ser um ato partilhado.

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A verdadeira origem da data do Natal, entre a astronomia e a história

Hoje, dia 25 de dezembro, celebra-se o Natal. É uma data que nos fala não só de um acontecimento importante para o Cristianismo, mas também da interessante história dos calendários e do esforço ao longo dos séculos para medir o tempo com cada vez mais precisão.A data de 25 de dezembro para celebrar o nascimento de Jesus está ligada à história dos calendários e ao evento astronómico do solstício de inverno.Ninguém sabe o dia ou o mês em que Jesus nasceu. Não há qualquer menção a isso nos Evangelhos. Então, porquê 25 de dezembro? Existem várias hipóteses sobre a escolha desta data. A que apresentamos abaixo está entre as mais aceites e gira em torno do evento astronómico do solstício de inverno.No Hemisfério Norte, o solstício de inverno marca a data a partir da qual a luz do dia começa novamente a aumentar. Esta é uma data importante do ponto de vista prático para as civilizações e culturas antigas, mas é também rica em simbolismo, com a "luz" a prevalecer mais uma vez sobre a "escuridão".Para compreendermos a origem da escolha desta data para celebrar o nascimento de Jesus, precisamos de recuar no tempo até antes do seu nascimento.Natal no calendário julianoFoi a 1 de janeiro de 45 a.C. que, por ordem de Júlio César, o calendário juliano entrou oficialmente em vigor. Este consistia num ano de 365 dias, com um ano bissexto de 366 dias a cada quatro anos. Isto resultou num ano solar com uma duração média de 365,25 dias.Artigo relacionadoUm guia prático para cuidar do heléboro, a rosa de Natal que floresce durante todo o invernoA necessidade da reforma desejada por Júlio César surgiu da imprecisão do calendário anterior, baseado nas fases da lua, tão impreciso que as estações do ano estavam agora meses desfasadas em relação ao seu ritmo natural real.Para sincronizar o novo calendário com as estações do ano, precisamente com a data dos solstícios, foi necessário alargar o ano anterior (46 a.C.) para 445 dias, o que ficou conhecido na história como o “annus confusionis”, ou seja, o ano da confusão.Após atingir o seu ponto mais baixo de culminação, a partir de 21 de dezembro, o Sol começa a culminar cada vez mais alto acima do horizonte. Nota: A culminação é o ponto mais alto que o Sol atinge acima do horizonte durante o dia.No calendário juliano, o solstício de inverno ocorria a 25 de dezembro (um evento astronómico que podia ser medido com uma precisão de aproximadamente 1 dia). A importância simbólica deste acontecimento, a partir do qual o Sol começa a subir cada vez mais alto no céu, prolongando assim as horas de luz do dia, era celebrada com o festival de Dies Natalis Solis Invicti, o “aniversário do Sol Inconquistável”, que seria oficializado pelo Imperador Augusto mais tarde, em 274 d.C.Artigo relacionadoO Natal “mais autêntico de Portugal” acontece numa aldeia da Serra da EstrelaO calendário juliano, no entanto, era impreciso. Sobrestimava a duração do ano solar em cerca de 11 minutos e 14 segundos, o que não corresponde a 365,25 dias (ou seja, 365 dias e 12 horas), mas sim a 365,2422 dias (ou seja, 365 dias, 11 horas e 49 minutos). Esta imprecisão significava que, todos os anos, o solstício de inverno (bem como os outros três solstícios) ocorria 11 minutos e 14 segundos mais cedo do que o registado nesse calendário.Por volta do ano zero, ano do nascimento de Jesus, este erro cumulativo atingia cerca de 8 horas e meia, um intervalo de tempo ainda muito aquém da precisão com que era possível medir a data do solstício.Portanto, no nascimento de Jesus, o dia 25 de dezembro continuou a ser a data oficial do solstício de inverno e a data da festa, ainda não oficial, de Dies Natalis Solis Invicti.Natal no calendário gregorianoForam necessários mais 1.582 anos para que este erro (que tinha acumulado até atingir os 10 dias) na duração média do ano solar fosse corrigido. E foi o Papa Gregório XIII (graças ao trabalho dos irmãos Lilio) que reformou o calendário juliano, encurtando a duração média do ano, mantendo o ano bissexto, mas considerando os anos seculares divisíveis por 100 como anos não bissextos, exceto os divisíveis por 400. Com esta correção, obteve-se um ano solar médio de 365,2422 dias.Introduzido em 1582 para corrigir o atraso acumulado pelo calendário juliano anterior, foram retirados 10 dias do período de 5 a 14 de outubro desse ano.Embora no novo calendário gregoriano o solstício de inverno ocorra entre 20 e 21 de dezembro, a data do Natal, inicialmente definida para 25 de dezembro, manteve-se e mantém-se inalterada.A origem da data do NatalNão há qualquer referência nos Evangelhos ao dia ou mês do nascimento de Jesus. A hipótese mais aceite para a escolha desta data, a partir de 380 d.C., quando o cristianismo se tornou a religião oficial do Império Romano, é a de que se tratava de uma reinterpretação de uma festa pagã já existente, o já referido Dies Natalis Solis Invicti. Artigo relacionadoCompreender os anos bissextos: acrescentar um dia extra ao nosso calendárioCoincidindo com a data do solstício de inverno, o Natal deixou de celebrar o nascimento do Sol e a sua vitória sobre as trevas, passando a celebrar o nascimento de Cristo como a “luz do mundo”.

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SábadoSábado
IPMA coloca 11 distritos de Portugal continental em aviso amarelo por tempo frio
Correio da ManhãCorreio da Manhã
Tempo frio vai manter-se: IPMA coloca 11 distritos de Portugal continental sob aviso amarelo
CNN PortugalCNN Portugal
Prepare-se para um pós-Natal frio até ao osso
ObservadorObservador
Onze distritos com aviso amarelo por tempo frio
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Porque é que em breve não poderemos comer mais ostras e mexilhões do Mediterrâneo?

Muitos alimentos deixarão de poder ser cultivados devido às alterações climáticas. As ostras e os mexilhões estão entre eles.Os mexilhões do Mediterrâneo e as ostras do Pacífico são as duas espécies de moluscos mais cultivadas na região do Mediterrâneo.2050 parece distante, mas ao mesmo tempo tão próximo. Até lá, aproveite os mexilhões do Mediterrâneo enquanto pode, porque talvez já não os consiga comer depois... De facto, um estudo científico simulou as condições climáticas previstas para daqui a 24 anos. Os investigadores observaram o impacto devastador nas explorações de mexilhão. Chegam a falar em "colapso total" no seu relatório.Este estudo foi conduzido por uma equipa de investigadores afiliados ao CNRS, Ifremer e à Universidade Sorbonne. O foco foi a taxa de sobrevivência e as consequências das alterações climáticas em dois moluscos: a ostra do Pacífico e o mexilhão do Mediterrâneo, as duas espécies mais cultivadas no Mediterrâneo. A experiência que levou a estas conclusões teve a duração de 14 meses, entre 2022 e 2023. Os especialistas colocaram mexilhões e ostras do Pacífico (amplamente cultivados na região) num recipiente com água não filtrada. Esta água era proveniente da Lagoa de Thau (região de Occitânia), conhecida pelas suas culturas de moluscos. Os investigadores simularam as condições meteorológicas de 2050, 2075 e 2100, aumentando a temperatura da água em 1 a 3 °C. Enriqueceram também a água com CO2 (para simular a acidificação dos oceanos). Os especialistas tentavam aproximar-se "o mais possível da verdade sobre o futuro", explica Fabrice Pernet, investigador do Instituto Francês de Investigação para a Exploração do Mar (Ifremer) e principal autor do estudo. Além disso, os moluscos foram imersos na salinidade, oxigénio, fitoplâncton, vírus e bactérias da lagoa. Artigo relacionadoO mar tornou-se museu e revelou um Mediterrâneo como nunca viuOs resultados? "Preocupantes", "alarmantes", escreve a equipa. A mortalidade dos mexilhões foi "quase total em todas as condições futuras de temperatura e acidificação". No cenário de 2050, com um aumento de 1°C, a mortalidade dos mexilhões foi total durante o verão.Trata-se de uma experiência cujos resultados são corroborados por observações no Mediterrâneo oriental, onde já foram observados episódios de mortalidade em massa em explorações de mexilhão em Itália e na Grécia.Quanto às ostras, mostraram-se mais resistentes. Na simulação de 2100, a sua taxa de mortalidade é 1,5 vezes superior (uma redução de 7% na taxa de sobrevivência). Embora a sua taxa de sobrevivência global (77%) permaneça aceitável, o seu crescimento é reduzido. Assim sendo, para manter o seu tamanho atual, os produtores de ostras terão de as expor por períodos mais longos, o que acarretará um aumento dos custos e dos riscos ambientais (algas tóxicas, poluentes, etc.)."Estamos muito perto do ponto de inflexão", alerta o investigador francês. "Este artigo é um apelo à adaptação às alterações climáticas", uma vez que estes moluscos são essenciais para as economias costeiras e para a segurança alimentar. Para os autores, é urgente encontrar estratégias de adaptação às consequências das alterações climáticas. Estão a considerar, em particular, a seleção de espécies mais resistentes, a utilização de algas em técnicas silvícolas ou mesmo a transferência das actividades de cultivo de moluscos para o mar alto, uma vez que as temperaturas e a acidez da água são aí menos significativas...Referências do artigo:LeMonde avec AFP, (18/12/2025), Le réchauffement climatique menace la production de moules et d’huîtres en Méditerranée dès 2050Reporterre, (19/12/2025), Fini la culture de moules en Méditerranée dès 2050, selon une étudeFabrice Pernet, Earth's Future, (13/12/2025), Long-Term Exposure of Bivalves to Ocean Acidification and Warming Under Ecologically-Realistic Conditions Reveals Risks for Aquaculture by 2050 in the Mediterranean

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Do apagão ao Mundial de Clubes: tudo o que os portugueses pesquisaram no Google em 2025

Entre surpresas e temas inevitáveis, o "Ano em Pesquisa da Google" revela o que levou os portugueses a recorrer ao motor de busca em 2025.O que Portugal googlou em 2025? Foto: UnsplashNo final de 2025, o estudo “Ano em Pesquisa” da Google volta a traçar um retrato da curiosidade dos portugueses. Do apagão de abril às eleições, passando pelo futebol e pelo novo Papa, houve temas inevitáveis — e algumas surpresas.O ranking é elaborado tendo em conta uma compilação de pesquisas e informações de várias fontes. É depois feita uma filtragem aos dados brutos (para eliminar spam e repetições, por exemplo) para obter a lista mais fidedigna possível.Afinal, o que levou os portugueses a recorrer ao Google em 2025? Descubra que outros acontecimentos despertaram a atenção do país e puseram os cidadãos a pesquisar na barra de pesquisa.GeralNo geral, os assuntos mais pesquisados foram: Mundial de Clubes, em primeiro lugar, seguido de apagão, de resultados das autárquicas, Eleições Legislativas e Papa Leão XIV. A tragédia com o elevador da Glória, em Lisboa, foi também motivo de interesse.Artigo relacionadoElevador da Glória: descubra a história e o legado deste ícone de LisboaOs fenómenos meteorológicos e naturais voltaram a marcar presença nas pesquisas, refletindo a crescente atenção dos portugueses aos eventos extremos. O sismo registado em fevereiro, o ciclone pós-tropical Gabrielle e os avisos de evento costeiro da Proteção Civil aparecem na lista. E, não, os famosos bonecos Labubu não puderam ficar de fora.Inteligência ArtificialA IA não passou despercebida aos portugueses. Afinal, este é um dos temas mais emergentes do momento.É um dos temas mais pesquisados pelos portugueses. Foto: UnsplashSegundo o estudo, houve muitas pessoas a pesquisar termos como “IA para criar imagens”, “IA para fazer trabalhos académicos grátis”, “IA para PME” e “IA para programar”. Para contornar estas pesquisas, contudo, outros procuraram ainda textos produzidos através de inteligência artificial que se parecessem mais humanos.CulturaEm cultura e entretenimento, a palavra mais pesquisada foi “Anora”, que venceu o Oscar de Melhor Filme de 2025. Outras produções que também geraram grande interesse foram “Big Brother”, “Squid Game”, “Adolescência” e “Rabo de Peixe”. “Ed Gein” e “Secret Story” também entraram para o top.Futebol e mortesE, claro, que o futebol também foi um dos temas mais pesquisados — não fosse este um dos assuntos que mais entusiasmo e polémica gera a nível nacional. Entre os jogadores mais procurados pelos portugueses, estão os nomes de Richard Ríos, Luuk de Jong, Bruma, Sudakov e Viktor Gyökeres.Artigo relacionadoSerá este o estádio de futebol com a melhor vista do mundo?Diogo Jota, por sua vez, foi o nome mais pesquisado na categoria “Falecidos”. Seguiram-se Jorge Costa, Nuno Guerreiro, Papa Francisco e Charlie Kirk.“Como…?”Entre os pedidos de ajuda mais frequentes feitos pelos portugueses ao Google, houve quem quisesse saber “Como saber onde votar?”, outros procuraram compreender melhor a cidade e os serviços públicos, com pesquisas como “Como funciona o Elevador da Glória?”. Os portugueses também mostraram interesse em questões financeiras e tecnológicas, perguntando “Como funciona o IRS Jovem?”, além de curiosidades sobre o OnlyFans.Termos e conceitosQuanto aos temas que mais perguntas suscitaram, temos, no topo, “O que é turbossexual?”, “O que é uma flotilha?”, “O que é bebé reborn?” e “O que é moção de censura?”. A pneumonia por aspiração também aparece nos conceitos mais pesquisados.Além disso, os portugueses procuraram saber como fazer print screen no computador, a trend do anime, morango do amor e a trend do Studio Ghibli. Por fim, as pesquisas ficaram completas com a categoria “Como cuidar de…?”, com temas como orquídea, kalanchoe, bonsai, bromélia, manjerico e pachira aquática. Tudo indica que são poucas as casas portuguesas que não têm uma planta.

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Após uma década de abandono, o Mochão da Póvoa vai acolher turismo de natureza

A ilhota entre Alverca e Loures esteve quase a ser engolida pelo Tejo, mas agora vai ser recuperada para um projeto que inclui observação de aves e alojamentos temporários para grupos de universitários.O Mouchão da Póvoa, a maior ilha do Estuário do Tejo, esteve quase dez anos submersa devido à rutura de um dique que nunca foi reparado. Foto: Vitor Oliveira, de Torres Vedras, PORTUGAL - Mouchão da Póvoa de Santa Iria - Portugal, CC BY-SA 2.0, via Wikimedia CommonsLocalizada a pouco mais de 10 quilómetros de Lisboa, o Mouchão da Póvoa é o maior do Estuário do Tejo. Com cerca de 810 hectares, esteve em vias de desaparecer, quando, em abril de 2016, a rutura de um dique deixou esta ilhota fluvial, entre Alverca e Loures, parcialmente alagada durante quase uma década.Embora seja reserva natural do Estuário do Tejo, o Mouchão da Póvoa esteve em risco de desaparecer, engolido pelas marés-cheias, que o deixaram altamente salinizado e impróprio para a atividade agrícola.Mas, depois de muitas soluções e projetos públicos fracassados, esta ilhota do Tejo vai ser finalmente resgatada para um projeto de ecoturismo, revelou recentemente ao jornal Público, a imobiliária Alvoradas e Savanas, sediada no concelho de Loures.A empresa adquiriu o que resta do mouchão por 5,21 milhões de euros, pretendendo recuperá-lo através de um empreendimento turístico ecológico que inclui a valorização ambiental de todo este território.Um lugar carregado de história e vida selvagemDurante séculos, o Mouchão da Póvoa foi usado como um extenso campo para a agricultura, tendo até já sido considerado um dos maiores parques agrícolas da Europa. Os diques protegeram-no contra as cheias, permitindo o cultivo intensivo e criando ainda condições para que um rico ecossistema estuarino pudesse prosperar, abrigando mamíferos, como como javalis, gamos e veados, em áreas adjacentes, e colónias de aves, muitas delas migratórias.No Mochão da Póvoa, habitam aves aquáticas e ribeirinhas, como o pato-real, garças, flamingos e espécies limícolas, como o borrelho-grande-coleira e a tarambola-dourada.Com as águas a inundarem o mochão, após o dique se romper, a agricultura tornou-se impraticável, ficando este lugar ao abandono. Celeiros, casas, anexos e até uma famosa fonte de água mineral acabaram degradados e em ruínas.O Mouchão da Póvoa é parte da Reserva Natural do Estuário do Tejo, albergando colónias de flamingos no outono e inverno. Foto: Tagus MarinaO que se seguiu depois foi um longo processo, marcado pela insolvência dos seus proprietários, impasses administrativos, anúncios de intervenção pública nunca concretizados e disputas judiciais pela posse da ilha.A renaturalização da ilhota do TejoEste longo e atribulado caminho culminou este ano com a venda do mouchão em hasta pública, vencida pela Alvorada e Savanas. Ao jornal Público, o administrador da empresa, Rui Barros, contou que a compra da ilhota já vinha a ser planeada há mais de uma década.Artigo relacionadoWWF vai arrancar com operações de restauro no Gerês, Serra do Caldeirão e Estuário do TejoReconhecendo o seu potencial único - próximo de Lisboa e imerso em história e paisagens naturais - a empresa admite ter de vir a investir mais alguns milhões de euros para reabilitar o encanto deste lugar esquecido ao longo dos últimos anos.Por enquanto, o uso agrícola da ilha está afastado pelo menos durante as próximas três décadas. A elevada salinização dos solos não permitirá o cultivo sem antes ser sujeito a um demorado processo de regeneração das terras. O que, no entanto, poderá avançar já no curto prazo é a renaturalização de toda esta área com um grande projeto de desassoreamento do Tejo a ser conduzido pela Administração do Porto de Lisboa. Os trabalhos irão implicar a utilização das terras e lodos do leito do rio na recuperação dos solos do mouchão.O renascer de um santuário para avesEste será o primeiro passo para se poder desenvolver o projeto de ecoturismo no Mouchão da Póvoa. O plano vai estar centrado na observação da natureza e nas atividades de birdwatching, com percursos pedonais, centro histórico e interpretativo, espaços de apoio a visitantes e alojamentos de pequena dimensão destinados sobretudo a grupos de estudantes universitários.Abandonado durante quase uma década, o Mochão da Póvoa vai ser agora recuperado para um projeto de ecoturismo. Foto: Município de Vila Franca de Xira.A estratégia, segundo a nova proprietária, passa por adaptar a estruturas já existentes, evitando assim, novas construções. Uma das atrações será também uma pequena área de restauração vocacionada para a gastronomia tradicional do Tejo e ainda instalações para eventos pontuais que promovam somente visitas de curta duração.Referência do artigoJorge Talixa. Maior ilha do Tejo, inundada há nove anos, foi comprada por 5 milhões para turismo ecológico. Jornal Público

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As 7 rotas mais belas do mundo que valem a pena serem exploradas: paisagens de tirar o fôlego

Da costa atlântica da Madeira à lendária Rota 40, sete rotas panorâmicas revelam algumas das paisagens mais incríveis do mundo, ideais para explorar e conectar-se com a natureza.As 7 rotas mais belas do mundo que valem a pena explorar: paisagens de tirar o fôlego. Foto: Estrada dos Sete Lagos, Rodovia Nacional 40 (RN 40), Patagónia, Argentina.Algumas experiências de viagem não se resumem a chegar a um destino, mas sim a deixar-se levar por um percurso que transforma a paisagem a cada instante. São estradas que atravessam penhascos vulcânicos, lagos glaciares, florestas nubladas e estepes infinitas — verdadeiros "laboratórios" a céu aberto para observar como a geologia, o clima e a vida selvagem se combinam para criar cenas inesquecíveis.Com base na nossa própria seleção de rotas, inspirada por recomendações da National Geographic Traveller (Reino Unido), Lonely Planet e Travel + Leisure, compilamos sete rotas naturais deslumbrantes, espalhadas por diferentes continentes, de acordo com a Meteored Argentina.A viagem termina com um clássico argentino que atravessa o país de norte a sul e que muitos consideram, com razão, uma das maiores jornadas do mundo. Já adivinhou qual é o percurso pela descrição? Vamos começar esta incrível viagem.1- Vereda do Larano, falésias verdes da Madeira (Portugal)Na ilha da Madeira, em pleno Atlântico, a Vereda do Larano é uma saliência verdejante suspensa entre a montanha vulcânica e o oceano. A trilha liga Porto da Cruz à vila histórica de Machico ao longo de cerca de 14 quilómetros, combinando troços de levadas, os antigos canais de irrigação da ilha, com um caminho que literalmente paira sobre o vazio acima do mar. A National Geographic destaca-o como um dos percursos mais impressionantes da Europa pelas suas falésias e pela constante sensação de caminhar no limite do mundo.Grande parte do percurso atravessa a laurissilva, uma floresta subtropical húmida da era Terciária que hoje se preserva em poucas regiões do planeta e é protegida como Património Mundial.Vereda do Larano, ("Penhascas Verdes"), Madeira, Portugal.A cobertura frequente de nuvens, os ventos alísios e o terreno acidentado criam um microclima ideal para fetos gigantes, louros e musgos que cobrem cada rocha. À medida que se ganha altitude, a trilha oferece uma verdadeira aula de geologia: fluxos de lava solidificada, antigos deslizamentos de terra e paredes quase verticais revelam as origens vulcânicas da ilha.Para quem se atreve a percorrer o caminho a pé ou a correr, a recompensa são miradouros naturais com vistas panorâmicas de 180 graus para o Atlântico, enquanto o som das ondas ecoa lá de baixo. Não é um percurso para quem tem pressa; os melhores momentos surgem quando se para para ouvir os pássaros, sentir a diferença de temperatura entre a floresta e a beira do penhasco, ou simplesmente acompanhar o voo de uma gaivota até que ela desapareça no horizonte azul.2- Sentiero degli Dei, o “Caminho dos Deuses” na Costa Amalfitana (Itália)Na Costa Amalfitana, onde cada curva parece saída de um filme, o Sentiero degli Dei (“Caminho dos Deuses”) faz jus ao seu nome com os seus panoramas quase surreais. Esta antiga trilha de mulas percorre o topo dos penhascos entre Bomerano e Nocelle, suspensa sobre o Mar Tirreno por cerca de 6 quilómetros. Desde os primeiros passos, o caminho agarra-se à rocha enquanto as vilas costeiras cintilam lá embaixo, e ao longe, a silhueta de Capri se destaca no horizonte.Sentiero degli Dei, “Caminho dos Deuses”. Costa Amalfitana, ItáliaO percurso é um excelente exemplo de como a atividade humana pode adaptar-se à paisagem sem apagá-la. Entre degraus de pedra e trechos mais suaves, surgem antigos terraços onde ainda se cultivam vinhas e limoeiros, sustentados por muros de arrimo que resistiram à erosão durante séculos. O clima mediterrâneo, com seus invernos amenos e verões secos, é responsável por este mosaico de mato alto, arbustos aromáticos e pequenas flores que perfumam o ar com tomilho e lavanda selvagem.Costa Amalfitana, Itália.Caminhar ou correr pela Sentiero degli Dei é, de certa forma, como ler a história da costa de um ponto de vista privilegiado: vê as cicatrizes de antigos deslizamentos de terra, as dobras do calcário esculpidas pelo mar e pelo vento, e a faixa azul que reflete a posição mutável do sol. O final, em Nocelle, uma vila que parece suspensa sobre Positano, convida a ficar um pouco mais, simplesmente a observar o pôr do sol a pintar os penhascos de ouro.3- Um percurso circular em torno do Lago Bled, um conto alpino na EslovéniaO Lago Bled, nos Alpes Julianos, parece saído de um conto de fadas: uma extensão de água glacial, uma pequena ilha com uma igreja e um castelo medieval empoleirado no penhasco. Pode percorrer os seus 6 quilómetros de perímetro por uma trilha praticamente plana que acompanha a margem, ideal para caminhadas tranquilas ou corridas leves com uma vista constante do espelho turquesa.Lago Bled, Eslovénia.Este lago glacial formou-se no final da última Era Glaciar, quando o gelo esculpiu uma depressão que mais tarde foi preenchida com água de degelo. Hoje, permanece um excelente exemplo de ecossistema lacustre alpino: água fria e cristalina, florestas de faias e coníferas nas encostas e variações sazonais notáveis. Na primavera, as cerejeiras florescem; no verão, o lago fica repleto de nadadores e barcos tradicionais (chamados pletna); no outono, a floresta se incendeia em tons de vermelho e dourado; e em alguns invernos, uma fina camada de gelo cobre a superfície da água.Para quem busca uma perspetiva diferente, o desvio até o miradouro de Ojstrica acrescenta um trecho curto, porém íngreme, pela floresta. De lá, encontrará a clássica vista de cartão-postal: lago, ilha e castelo, tudo numa única cena, com os Alpes como um cenário deslumbrante. Retornar à margem do lago e finalizar o passeio com um café e uma fatia do famoso creme de Bled é praticamente obrigatório depois de circundar um dos lagos mais fotogénicos do planeta.4- De Zermatt a Gornergrat, varandas do Matterhorn (Suíça)No coração dos Alpes Suíços, a clássica vila de Zermatt vive à sombra do Matterhorn, aquela pirâmide rochosa que se tornou um ícone mundial das montanhas. Mas a vista mais deslumbrante deste colosso vem de cima: o percurso de 10 quilómetros que sobe dos prados de Zermatt até a crista de Gornergrat é altamente recomendado, com um ganho de altitude de quase 900 metros e revelando, curva após curva, um dos panoramas mais amplos da cordilheira.Varandas do Matterhorn, SuíçaO percurso começa no meio de pastagens salpicadas de flores alpinas, onde se ouve ao fundo o clangor dos sinos das vacas. A uma altitude média, perto do planalto de Riffelalp, a paisagem torna-se mais austera: surge o glaciar Gorner, uma língua de gelo e detritos que desce como uma onda congelada entre picos com mais de 4.000 metros de altura. De uma perspetiva geológica, oferece uma oportunidade única para observar como estes glaciares esculpem vales em forma de U, transportam blocos gigantescos e deixam para trás moreias que contam histórias de séculos de avanços e recuos.Nos metros finais, já acima da linha das árvores, a trilha transforma-se quase numa escadaria rochosa. A recompensa, na crista de Gornergrat, é um anfiteatro de 29 picos com mais de 4.000 metros, com o Matterhorn a dominar um lado do horizonte e o Monte Rosa a fechar o outro. A maioria dos viajantes desce então pelo histórico comboio, mas aqueles que regressam a pé completam um daqueles dias na montanha que ficam gravados para sempre na memória.5- A Trilha Inca, Machu Picchu, rota andina clássica entre as nuvens (Peru)Nos Andes peruanos, a Trilha Inca para Machu Picchu é muito mais do que um caminho de montanha: é um corredor histórico que liga sítios arqueológicos, florestas nubladas e altas passagens de montanha, culminando numa das cidades pré-hispânicas mais famosas do mundo. Revistas como a Travel + Leisure citam-na entre as melhores trilhas do mundo pela sua combinação única de paisagens e património histórico em apenas 42 quilómetros, um percurso que a maioria dos viajantes completa em quatro dias.Machu Picchu, na Trilha Inca, Peru.A trilha sobe a mais de 4.000 metros em alguns trechos e depois mergulha em florestas nubladas, onde a humidade da Amazónia se mistura com o ar fresco dos picos. Do ponto de vista ambiental, é uma jornada rápida da puna andina, com suas gramíneas resistentes e vegetação esparsa, para florestas perenes repletas de bromélias, orquídeas e pássaros de cores vibrantes. Ao longo do caminho, surgem terraços, escadarias e miradouros construídos pelos incas há mais de 500 anos, meticulosamente adaptados ao terreno.Chegar ao Portão do Sol ao amanhecer, quando a primeira luz revela Machu Picchu a emergir das nuvens baixas, é um momento que muitos descrevem como quase surreal. Além da foto icónica, o percurso serve como um lembrete de que grande parte do encanto reside na própria jornada: ouvir o eco dos passos nos degraus de pedra, sentir o ar mudar a cada metro de altitude e perceber como o corpo se adapta à altitude e ao esforço constante.6- Norte da Espanha: a rota verde pelo País Basco, Cantábria, Astúrias e GalíciaA Rota 8 nos leva ao que muitos simplesmente chamam de Espanha Verde: um corredor costeiro que liga o País Basco, a Cantábria, as Astúrias e a Galiza, sempre com o Mar Cantábrico de um lado e a Serra Cantábrica do outro. O escritório oficial de turismo da Espanha recomenda esta rota leste-oeste como a melhor maneira de vivenciar este trecho único do país: falésias, estuários, vales verdejantes e vilas de pescadores interligados por mais de mil quilómetros.Vales de Pasiegos, Cantábria, EspanhaO segredo desta paisagem reside na física da atmosfera: o ar húmido proveniente do Mar Cantábrico colide com as montanhas, sobe e frequentemente provoca chuva. É por isso que, ao contrário da imagem clássica de uma Espanha seca, predominam aqui prados de um verde intenso, florestas mistas e pequenos rios que correm caudalosos em direção ao oceano. Ao longo do caminho, surgem marcos como as formações de flysch da costa basca, as falésias e praias da Cantábria, os Picos da Europa que se elevam perto ao nível do mar nas Astúrias, e os estuários e faróis do Atlântico na Galiza, todos interligados por estradas panorâmicas e, em muitos trechos, pelo histórico Caminho do Norte para Santiago.Para além do mapa, este percurso é vivido a um ritmo tranquilo: manhãs enevoadas a dissipar-se sobre pastagens e falésias, tardes passadas a caminhar entre aldeias piscatórias e trilhos costeiros, e noites em que a estrela do espetáculo é o que acaba no seu prato, desde pintxos bascos a marisco galego e sidra asturiana. É uma viagem que combina uma natureza exuberante, um clima atlântico variável e um rico património cultural em quatro regiões distintas, todas unidas pela sensação partilhada de estarem sempre à beira-mar e ao pé das montanhas.7- Rodovia Nacional 40, a espinha dorsal cénica da ArgentinaPor fim, nenhuma lista de rotas lendárias estaria completa sem a Rodovia Nacional 40, na Argentina. Segundo fontes como o Lonely Planet e guias especializados, essa estrada estende-se por aproximadamente 5.200 quilómetros de norte a sul, desde as proximidades da fronteira com a Bolívia, em Jujuy, até as imediações do Estreito de Magalhães, no extremo sul da província de Santa Cruz. Ao longo deste percurso, esta acompanha a Cordilheira dos Andes e conecta algumas das paisagens mais variadas e fotogénicas do país.Rodovia 40, noroeste da ArgentinaA Rodovia Nacional 40 atravessa onze províncias e liga pelo menos vinte áreas protegidas e parques nacionais, desde os vales áridos e coloridos do Noroeste até as florestas e lagos da Patagónia Andina, passando pelas regiões vinícolas de Mendoza e Neuquén. No norte, trechos de cascalho serpenteiam por ravinas avermelhadas e formações rochosas onde milhões de anos de história geológica são revelados; mais a sul, a rota estende-se quase em linha reta pela estepe, com o vento patagónico como companheiro constante e picos como o Fitz Roy a surgir no horizonte.O Monte Fitz Roy visto de El Chaltén, na Rodovia 40, Patagónia, Argentina.Mais do que uma simples estrada, a Rota 40 serve como a espinha dorsal de uma jornada que cada viajante personaliza de acordo com as suas preferências. Alguns concentram-se no trecho da Patagónia, enquanto outros exploram partes do norte, combinando vilarejos andinos, sítios arqueológicos como a Gruta das Mãos e vinícolas de altitude. O que quase todos compartilham é aquela sensação de imensidão, difícil de encontrar em qualquer outro lugar do planeta: longos dias ao volante sob vastos céus, mudanças de clima e ecossistemas em apenas algumas centenas de quilómetros e, acima de tudo, a certeza de percorrer uma das rotas mais belas do mundo sem sair da Argentina.Referências da notícia“Grandes viajes: la RN 40 por la Patagonia argentina” . Lonely Planet."Runs worth travelling for 7 scenic routes to try”. National Geographic Traveller (UK). Diciembre 2025. “Discover 25 of the Best Hiking Trails Worldwide”. Travel + Leisure. Octubre 2025.

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O luto no reino animal: como reagem os animais à morte?

A reação de alguns animais à morte surpreende a área científica e desafia a fronteira entre instinto biológico e a emoção. Fique aqui a saber mais sobre este tema!Alguns animais sociais demonstram comportamentos complexos perante a morte, desafiando a ciência a distinguir entre instinto, emoção e projeção humana.A forma como os seres humanos lidam com a morte envolve rituais, cerimónias e práticas simbólicas que variam entre culturas, mas que partilham a função de dar significado à perda e reforçar os laços sociais.Quando observamos certos comportamentos animais perante a morte de um membro do grupo, é quase inevitável perguntar se algo semelhante acontece fora da espécie humana.Desta forma a ideia de funeral no reino animal tem sido alvo de atenção por parte dos cientistas levantando uma questão: será que os animais expressam luto de forma consciente ou estaremos nós a interpretar as suas ações através de uma lente excessivamente humana?Comportamentos que sugerem despedidaEm espécies altamente sociais, como elefantes, cetáceos e primatas, existem numerosos relatos de comportamentos consistentes após a morte de um indivíduo.Elefantes aproximam-se das ossadas, tocam-nas com a tromba e permanecem longos períodos em silêncio, enquanto algumas mães carregam os corpos dos filhos mortos durante dias.Artigo relacionadoVida após a morte? Biobots podem ter a respostaEm baleias e golfinhos, observam-se comportamentos semelhantes, com fêmeas a empurrar ou transportar crias sem vida à superfície da água.Estes episódios, descritos pela Discover Magazine, parecem demonstrar uma ligação emocional profunda e uma resposta prolongada à perda, indo além de uma reação momentânea ou um estímulo inesperado.O papel das ligações sociaisUma característica comum nestes exemplos é o facto de ocorrerem em espécies com estruturas sociais complexas e relações duradouras entre indivíduos.Nos primatas, por exemplo, a morte de um membro do grupo pode provocar alterações visíveis no comportamento dos restantes, incluindo menor atividade, proximidade física e mudanças nos padrões de interação.Entre silêncio, proximidade e cuidado, as reações de alguns animais à morte desafiam a ideia de que o luto pertence apenas aos humanos.Estes sinais sugerem que a ausência de um indivíduo afeta o equilíbrio social do grupo, o que pode explicar parte das respostas observadas. No entanto, reconhecer a importância das relações sociais não implica necessariamente que os animais compreendam a morte de forma abstrata, como os humanos.Apesar de estas observações serem emocionalmente impactantes, muitos cientistas alertam para o risco do antropomorfismo, ou seja, a tendência para atribuir intenções e emoções humanas a animais."Comportamentos fúnebres podem ser, na realidade, extensões de cuidados sociais normais que persistem mesmo quando o outro indivíduo já não responde." De acordo com a Discover Magazine.A permanência junto do corpo ou o transporte de um cadáver pode refletir confusão, apego ou dificuldade em processar a ausência de estímulos habituais, sem implicar uma compreensão consciente da morte como um estado permanente.Evidência científica De acordo com um artigo publicado na revista Applied Animal Behaviour Science, um grupo de cientistas da Universidade da Califórnia e da Universidade de Oxford, analisou o comportamento de ratos perante corpos de congéneres mortos.Os resultados mostraram que os ratos tendem a enterrar corpos que já se encontram em decomposição avançada, mas não aqueles que morreram recentemente.Este comportamento revelou-se dependente de sinais químicos libertados durante a decomposição, como a cadaverina e a putrescina, que atuam como estímulos olfativos específicos.O estudo demonstrou ainda que a simples aplicação destes compostos químicos em objetos inanimados era suficiente para desencadear este comportamento, enquanto ratos privados do olfato não apresentavam essa reação.Estes dados indicam que, pelo menos neste caso, o comportamento não corresponde a um ritual simbólico ou emocional, mas sim a uma resposta instintiva destinada a remover potenciais fontes de doença do ambiente.A semelhança superficial com um “enterro” humano esconde, assim, um mecanismo biológico funcional e adaptativo.Entre emoção e sobrevivênciaA comparação entre estes dois tipos de evidência revela a complexidade do tema.Em algumas espécies, especialmente as mais cognitivamente desenvolvidas, as respostas à morte parecem envolver emoções e vínculos sociais reais, ainda que diferentes dos humanos.Noutras, o comportamento é claramente explicado por estímulos sensoriais e instintos de sobrevivência.Artigo relacionadoAnimal raro: este mamífero não sente dor, não tem sangue quente e envelhece poucoA dificuldade está em determinar onde termina a resposta automática e onde começa a experiência emocional subjetiva.Assim, a ciência atual sugere que os animais não realizam funerais no sentido humano do termo, com intenção simbólica e consciência da morte, mas isso não significa que sejam indiferentes à perda.Muitos demonstram comportamentos consistentes com apego, stress e alteração social após a morte de um companheiro.Reconhecer estas respostas sem as romantizar permite uma compreensão mais rigorosa e respeitosa do mundo animal, mostrando que, embora diferentes de nós, os outros animais também vivem a morte de formas que refletem a complexidade das suas vidas sociais.Referência do artigo:Iain Douglas-Hamilton, Shivani Bhalla, George Wittemyer, Fritz Vollrath, "Behavioural reactions of elephants towards a dying and deceased matriarch.", Applied Animal Behaviour Science, Volume 100, 2006.

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A história da Antártida revela um padrão geológico que pode levar a alterações drásticas na crosta terrestre

Afetada pelo aquecimento dos oceanos e da atmosfera terrestre, a camada de gelo que cobre a Antártida Ocidental está a derreter, a fluir para fora e a diminuir de tamanho, tudo a um ritmo surpreendente.O degelo significativo dos glaciares Thwaites e Pine Island, no setor do Mar de Amundsen da Calota de Gelo da Antártida Ocidental (WAIS), ameaça a sua estabilidade.Devido à sua espessa e vasta camada de gelo, a Antártida parece ser uma única massa de terra contínua centrada sobre o Polo Sul e abrangendo ambos os hemisférios do globo. O setor do Hemisfério Ocidental da camada de gelo tem a forma do polegar de um caroneiro - uma metáfora apropriada, uma vez que a camada de gelo da Antártida Ocidental está em constante movimento. Grande parte da discussão sobre o degelo durante um período de alterações climáticas aborda os seus efeitos nas pessoas. Isto faz sentido: milhões verão as suas casas danificadas ou destruídas pela subida do nível do mar e pelas tempestades.(...) os investigadores estão a encontrar provas de que, quando a Antártida Ocidental derreteu, houve um rápido aumento da atividade geológica (...). Mas o que acontecerá à própria Antártida à medida que as camadas de gelo derretem? Em camadas de sedimentos acumulados no fundo do mar ao longo de milhões de anos, os investigadores estão a encontrar provas de que, quando a Antártida Ocidental derreteu, houve um rápido aumento da atividade geológica em terra na área. As evidências prenunciam o que o futuro nos reserva. Uma viagem de descoberta Há cerca de 30 milhões de anos, uma camada de gelo cobria grande parte do que hoje chamamos Antártida. Mas durante o Plioceno, entre 5,3 milhões e 2,6 milhões de anos atrás, a camada de gelo da Antártida Ocidental recuou drasticamente. Em vez de uma camada de gelo contínua, tudo o que restava eram altas calotas polares e glaciares no topo ou perto de montanhas. Há cerca de 5 milhões de anos, as condições em redor da Antártida começaram a aquecer e o gelo da Antártida Ocidental diminuiu. Há cerca de 3 milhões de anos, toda a Terra entrou numa fase climática quente, semelhante ao que está a acontecer hoje.Para delimitar o estado da WAIS no Plioceno, os investigadores analisaram os dados geoquímicos de proveniência de um testemunho de sedimento localizado junto à Baía do Mar de Amundsen. Os glaciares não são estacionários. Estas grandes massas de gelo formam-se em terra e fluem em direção ao mar, movendo-se sobre o leito rochoso e raspando material da paisagem que cobrem, transportando estes detritos à medida que o gelo se move, quase como um tapete rolante. Este processo acelera quando o clima aquece, assim como o desprendimento de icebergs no mar. Os icebergs carregados de detritos podem então transportar este material rochoso continental para o mar, depositando-o no fundo do mar à medida que derretem. Na Expedição 379 do Programa Internacional de Descoberta dos Oceanos, ao Mar de Amundsen, os trabalhadores baixaram uma broca a quase 3.962 metros até ao fundo do mar e, em seguida, perfuraram 794 metros no fundo do oceano, diretamente ao largo da parte mais vulnerável da camada de gelo da Antártida Ocidental. A broca trouxe à superfície longos tubos denominados "núcleos", que continham camadas de sedimentos depositados entre há 6 milhões de anos e a atualidade. Esta investigação centrou-se em secções de sedimentos da época do Plioceno, quando a Antártida não estava totalmente coberta de gelo. Uma descoberta inesperada A bordo, Christine Siddoway, ficou surpreendida ao descobrir um seixo de arenito invulgar numa secção perturbada do núcleo. Os fragmentos de arenito eram raros no núcleo, pelo que a origem do seixo era de grande interesse. Os testes mostraram que o seixo tinha vindo de montanhas no interior da Antártida, a aproximadamente 1.300 quilómetros do local da perfuração. Os resultados destacam o risco de colapso parcial ou mesmo completo da WAIS sob o actual aquecimento global, o que provocaria uma subida global do nível do mar na ordem dos metros. (Imagem criada por IA)Para que tal acontecesse, os icebergs teriam de se ter desprendido de glaciares que fluíam das montanhas do interior e depois flutuado em direção ao Oceano Pacífico. O seixo forneceu provas de que uma passagem oceânica de águas profundas, em vez da espessa camada de gelo atual, existia no interior do que é hoje a Antártida. Recuo dinâmico da camada de geloA análise da composição química das rochas feita por esta equipa de investigadores deixa claro que a Antártida Ocidental não passa necessariamente por uma mudança gradual e massiva de coberta de gelo para livre de gelo, mas antes oscila entre estados muito diferentes. Cada vez que a camada de gelo desapareceu no passado, levou a um caos geológico. A implicação futura para a Antártida Ocidental é que, quando a sua camada de gelo voltar a colapsar, os eventos catastróficos repetir-se-ão. Isto acontecerá repetidamente, à medida que a camada de gelo recua e avança, abrindo e fechando as ligações entre diferentes áreas dos oceanos do mundo. Este futuro dinâmico poderá trazer respostas igualmente rápidas na biosfera, como florações de algas em torno de icebergs no oceano, levando a um influxo de espécies marinhas em vias marítimas recém-abertas. Artigo relacionadoAntártida: surpreendente descoberta de gelo fossilizado com bolhas de ar de 6 milhões de anosVastos trechos de terra nas ilhas da Antártida Ocidental abrir-se-iam então ao crescimento de cobertura vegetal musgosa e vegetação costeira que tornariam a Antártida mais verde do que o seu atual branco gelado. Estes dados sobre o passado do Mar de Amundsen e a previsão resultante indicam que as mudanças em terra na Antártida Ocidental não serão lentas, graduais ou impercetíveis do ponto de vista humano. Em vez disso, é provável que o que aconteceu no passado se repita: mudanças geológicas rápidas que são sentidas localmente como eventos apocalípticos, como sismos, erupções vulcânicas, deslizamentos de terra e tsunamis - com efeitos em todo o mundo. Referência da notíciaKeiji Horikawa, Masao Iwai, Claus-Dieter Hillenbrand e Expedition 379 Science Party. Repeated major inland retreat of Thwaites and Pine Island glaciers (West Antarctica) during the Pliocene. PNAS (2025).

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Equipa de investigação descobre nova atmosfera num exoplaneta rochoso

Uma equipa internacional de cientistas, que tem acesso ao Telescópio Espacial James Webb da NASA, encontrou as provas mais fortes até ao momento da existência de uma atmosfera num planeta rochoso.Graças ao telescópio James Webb, os exoplanetas podem ser descobertos com mais frequência.Observações feitas fora do nosso sistema solar revelam a existência da super-Terra ultraquente TOI-561 b. Sugerem que o exoplaneta está rodeado por uma espessa camada de gás sobre um oceano global de magma.Até mesmo os planetas pequenos podem desenvolver uma atmosferaAs novas descobertas desta equipa ajudam a explicar a densidade excecionalmente baixa do planeta. Também desafiam a opinião predominante de que planetas relativamente pequenos localizados tão perto das suas estrelas não conseguem manter uma atmosfera. O exoplaneta tem um raio aproximadamente 1,4 vezes maior que o da Terra. Tem um período orbital de apenas 11 horas, o que o torna um tipo raro de objeto conhecido como exoplaneta de período ultracurto.Uma raridade absolutaEmbora a sua estrela-mãe seja apenas ligeiramente mais pequena e mais fria do que o Sol, a TOI-561 b orbita esta estrela muito de perto, a cerca de 1.5 milhões de km.“Precisamos mesmo de uma atmosfera densa e instável para explicar todas as observações. Os ventos fortes arrefeceriam o lado diurno, transportando o calor para o lado noturno”, disse a coautora Dra. Anjali Piette, da Universidade de Birmingham.Observações adicionais mostram que os gases como o vapor de água absorvem alguns comprimentos de onda da luz infravermelha próxima emitida pela superfície antes de penetrarem completamente na atmosfera. Artigo relacionadoOs sinais mais claros até agora de possível vida extraterrestre foram detetados num exoplanetaTambém pode ser que o planeta pareça mais frio porque o telescópio está a captar menos luz. Muitas vezes, são necessárias mais investigações para se obter uma visão clara da situação.Além disso, as nuvens brilhantes de silicato também podem arrefecer a atmosfera ao refletir a luz das estrelas.“O que realmente distingue este planeta é a sua densidade invulgarmente baixa. É menos denso do que seria de esperar se tivesse uma composição semelhante à da Terra”, afirmou a autora principal, Johanna Teske, cientista do Laboratório de Ciências da Terra e dos Planetas da Carnegie Science.A equipa de investigação suspeita que a baixa densidade do planeta seja possível devido a um núcleo de ferro relativamente pequeno e a um manto rochoso, que, por isso, não é tão denso como as rochas da Terra.Referências da notícia:Eurek Alert. (2025). Scientists detect atmosphere on molten rocky exoplanet – study. News. Releases.Teske, J. K., Wallack, N. L., Piette, A. a. A., Dang, L., Lichtenberg, T., Plotnykov, M., Pierrehumbert, R., Postolec, E., Boucher, S., McGinty, A., Peng, B., Valencia, D., & Hammond, M. (2025). A Thick Volatile Atmosphere on the Ultrahot Super-Earth TOI-561 b. The Astrophysical Journal Letters, 995(2), L39

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Frio intenso em Portugal: IPMA emite aviso amarelo devido ao tempo frio para 11 distritos

O IPMA emitiu aviso amarelo para 11 distritos do Norte e Centro de Portugal, devido ao frio intenso que se adivinha. Saiba se o seu distrito está nesta lista.Mais informações: Tempo até domingo 28: frio intenso antecede o regresso da chuva, neve, granizo e trovoada a estas regiões de PortugalComo temos vindo a avançar, o Natal em Portugal espera-se seco, soalheiro e frio. No entanto, é esperado que o frio mais intenso chegue na sexta-feira, dia 26, com a chegada de uma massa de ar frio siberiana. Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações.Com esta chegada iminente, o IPMA já emitiu aviso amarelo de tempo frio para 11 distritos: Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Bragança, Porto, Viseu, Guarda, Aveiro, Coimbra, Castelo Branco e Portalegre. Este aviso estará em vigor entre a meia-noite do dia 26 e as 6h do dia 27, sábado.Natal antecede episódio de frio intensoEsta véspera de Natal, 24 de dezembro, contará com um dia de céu geralmente limpo, podendo contar com alguma nebulosidade, especialmente durante a tarde, mas com tendência a perder a intensidade até ao final do dia. As temperaturas máximas esperadas para hoje poderão oscilar entre os 8 ºC na Guarda e os 15 ºC em Lisboa e Aveiro.A madrugada de sexta-feira poderá ser a mais fria da semana, com os termómetros a descerem até aos -7 ºC.A madrugada de Natal, dia 25, poderá já ser mais fria que a anterior, sendo esperados valores até -6 ºC na Serra da Estrela. No Nordeste Transmontano, podem registar-se até -4 ºC, especialmente na região que faz fronteira com Espanha, a norte. No Alvão, os termómetros poderão registar até -3 ºC. As máximas esperadas poderão variar entre os 4 ºC na Guarda e os 15 ºC em Faro.Este dia, à semelhança do dia de hoje, espera-se seco e soalheiro, podendo contar com algumas nuvens. No entanto, não se descarta a possibilidade de ocorrência de neve no norte do distrito de Bragança durante a tarde, ainda que possa ser bastante localizada.Madrugadas de sexta-feira (26) e sábado (27) esperam-se muito friasA madrugada de sexta-feira, poderá contar com o regresso da chuva ao noroeste do país. Tendo em conta as temperaturas baixas, esta poderá resultar na queda de neve nos distritos de Viana do Castelo e Braga, até às primeiras horas da manhã.A madrugada e início da manhã de sexta-feira, dia 26, poderão contar com queda de neve no noroeste do país. A mais recente atualização dos nossos mapas apontam para temperaturas mínimas locais até -7 ºC na Serra da Estrela, -5 ºC nas regiões montanhosas do Norte e Nordeste Transmontano, -2 ºC no interior do distrito de Braga e até -1º C no interior do distrito do Porto. O distrito de Portalegre poderá contar com valores até -2 ºC e alguns locais do distrito de Évora poderão registar até -1 ºC. Em relação às temperaturas máximas, estas poderão oscilar entre os 4 ºC na Guarda e os 14 ºC em Lisboa.Artigo relacionadoNatal congelante: frio siberiano com temperaturas de -3 °C em Portugal. Estes serão os 3 distritos mais friosJá a madrugada de sábado, dia 27, poderá registar temperaturas mínimas de até -5 ºC no Norte do país, devendo esta ser a mais fria deste dia. O interior do distrito da Guarda poderá registar até -4 ºC. As temperaturas mais baixas deverão registar-se, portanto, nestas duas regiões. Quanto aos valores de temperatura máxima, esperam-se entre 6 ºC na Guarda e os 15 ºC em Lisboa.Depois deste dia, e ainda que as madrugadas possam continuar a registar valores abaixo de 0 ºC em locais mais habituais, as temperaturas deverão aumentar ligeiramente, especialmente as mínimas.

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As Maldivas já não são um luxo: descubra por que pode custar muito menos do que imagina

Aqui contamos-lhe por que é que as Maldivas se tornaram mais acessíveis. O que antes era um sonho distante agora pode tornar-se uma escapada real, próxima e surpreendentemente acessível.Esta imagem icónica do turismo de luxo nas Maldivas está a começar a desaparecer diante da abertura das ilhas locais.Durante anos, pensar nas Maldivas evocava imagens de um destino inatingível: bungalows suspensos sobre um oceano turquesa, cafés da manhã flutuantes e diárias proibitivamente caras para a maioria dos viajantes.Mas esse clichê está a desaparecer. Nos últimos anos, uma mudança profunda e pouco conhecida transformou o arquipélago, abrindo as portas para um turismo muito mais acessível e autêntico, profundamente conectado à vida local.Maldivas abrem as suas ilhas ao turismo local e quebram o mito de serem um destino exclusivoAo longo da última década, uma verdadeira revolução ocorreu nos atóis das Maldivas. Graças a uma série de reformas lideradas pelo governo, os residentes locais receberam permissão para abrir e administrar os seus próprios estabelecimentos de hospedagem nas ilhas habitadas.Este simples movimento desmantelou uma norma histórica que reservava o turismo a ilhas desertas dedicadas exclusivamente a resorts de luxo.O impacto foi imediato. Hoje, mais de 1.200 pousadas estão espalhadas por cerca de 90 ilhas locais, multiplicando as opções e reduzindo os preços. O que antes era um destino exclusivo se transformou num mosaico vibrante de acomodações familiares, pequenas pousadas, cafés administrados por moradores locais e uma atmosfera onde os viajantes deixam de ser meros espetadores e se tornam parte do quotidiano do país.O novo turismo que está a impulsionar os vizinhos da ilhaO novo modelo de turismo não beneficia apenas os viajantes. Pela primeira vez, as famílias maldivas podem receber renda direta do setor que impulsiona a economia do país.Em ilhas como Thoddoo, conhecidas pelos seus pomares e atmosfera tranquila, pousadas como a Serene Sky oferecem acomodação aos turistas, enquanto os moradores aproveitam a oportunidade para vender artesanato, organizar excursões de mergulho com snorkel ou fornecer serviços de transporte entre as ilhas.Um passeio por esta praia já não precisa de ser um grande investimento para os turistas, e a população local beneficia-se disso.Este crescimento económico distribuído ajuda a fortalecer as comunidades, evita a dependência exclusiva de grandes resorts e permite um desenvolvimento mais equilibrado. Jovens locais que antes tinham poucas oportunidades de emprego agora podem abrir os seus próprios negócios, de cafés a centros de mergulho, tornando-se participantes ativos no setor de turismo que está transformando o seu ambiente.Diante desta nova realidade, isto significa que os resorts de luxo estão a desaparecer? Não. De todo. Estes continuam a ser uma opção fantástica para quem busca a experiência clássica das Maldivas. Mas hoje, pela primeira vez, o viajante comum pode descobrir este paraíso sem gastar uma fortuna e sem abdicar de praias paradisíacas.

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Acordo UE-Mercosul está prometido para janeiro. Comissão Europeia garante apoio aos agricultores e aos Estados-membros

“A Comissão Europeia está pronta para apoiar os Estados-membros com vista a assinar o acordo com o Mercosul o mais rapidamente possível”, disse esta segunda-feira, 22 de dezembro, em Bruxelas, um porta-voz aos jornalistas.No dia 6 de dezembro de 2024, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e os presidentes de quatro países do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai), concluíram o acordo UE-Mercosul, que tem ainda de ser ratificado por todos os Estados-membros.No dia 6 de dezembro de 2024, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e os presidentes de quatro países do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai), concluíram, durante uma cimeira em Montevideu (Uruguai), as negociações sobre um acordo de parceria inovador entre a UE e o Mercosul.A assinatura desse acordo, que não está ainda ratificado por todos os 27 Estados-membros da UE, foi o culminar de 26 anos de negociações e que a líder da Comissão qualificou, à data, como “mutuamente vantajoso e que trará benefícios significativos para os consumidores e as empresas de ambas as partes”.UE-Mercosul: 25% da economia global E estas duas partes são um autêntico colosso económico. Abrangem os 27 Estados-membros da UE, mais o Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, ou seja, o equivalente a 25% da economia global e 780 milhões de pessoas, quase 10% da população mundial.“Este acordo entre a UE e o Mercosul é o mais abrangente de sempre no que respeita à proteção de produtos alimentares e bebidas da UE: mais de 350 produtos da UE estão protegidos por uma indicação geográfica. Além disso, as normas sanitárias e alimentares europeias continuam a ser intocáveis. Os exportadores do Mercosul terão de respeitar rigorosamente estas normas para aceder ao mercado da UE. Esta é a realidade de um acordo que permitirá às empresas da UE poupar quatro mil milhões de euros em direitos de exportação por ano”, afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a 6 de dezembro de 2024, no Uruguai.Volvido um ano, estava prestes a ratificação final do acordo. No dia 20 de dezembro de 2025, sábado, depois de terminada a reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, planeou fazer uma deslocação ao Brasil para a assinatura oficial do acordo UE-Mercosul.França e Itália divergem da UEO problema é que nem todos os Estados-membros da UE alinharam nesse entendimento, com a França e a Itália à cabeça, e o momento da oficialização do acordo com os quatro países do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai acabou adiado para janeiro de 2026, à espera da aprovação, por maioria qualificada, do Conselho da União Europeia.Artigo relacionadoAcordo comercial UE-Mercosul pode arruinar a competitividade da produção de milho na EuropaO Parlamento Europeu aprovou na passada terça-feira, 16 de dezembro, algumas salvaguardas relativas ao acordo. Nas últimas horas, foi a vez do Conselho da UE chegar a acordo sobre as cláusulas de salvaguarda do acordo comercial para proteger os agricultores europeus do potencial impacto negativo de um aumento das importações latino-americanas.O acordo UE-Mercosul é o mais abrangente no que respeita à proteção de produtos alimentares e bebidas da UE: mais de 350 produtos da UE estão protegidos por uma indicação geográfica.A Comissão Europeia já veio garantir que “está pronta para apoiar os Estados-membros”, de modo a ultrapassar divergências e a selar o acordo com o Mercosul com a maior celeridade.Artigo relacionadoParlamento Europeu debate as relações comerciais entre a União Europeia e os países do Mercosul“Tomámos nota do plano do Conselho de tomar uma decisão no início do próximo ano e tomámos igualmente nota do apoio de uma clara maioria dos Estados-membros a este acordo”, afirmou um porta-voz do executivo comunitário, numa informação divulgada à imprensa em Bruxelas.“Este acordo consolidará a nossa presença comercial e política na América Latina, impulsionará a nossa competitividade global e reforçará a nossa resiliência, abrindo oportunidades de exportação no valor de milhares de milhões de euros e apoiando centenas de milhares de postos de trabalho na Europa”, assegurou a mesma fonte.Hesitações da UE geram "desapontamento"Esta hesitação da União Europeia gerou, ainda assim, reações de "desapontamento" do lado dos países sul-americanos. A Cúpula de Líderes do Mercosul, que reuniu a 20 de dezembro na Foz do Iguaçu (Brasil), expressou "desapontamento" dos países sul-americanos com a União Europeia, pela não assinatura do acordo de livre comércio entre os blocos.Ainda assim, continuam firmes a intenção de firmarem o acordo comercial com a União Europeia. Numa carta dirigida a Ursula von der Leyen, os líderes sul-americanos declararam: “Embora não seja possível, lamentavelmente, proceder com a assinatura dos acordos em 20 de dezembro, já que os procedimentos internos do Conselho requeridos para autorizar a assinatura ainda estão sendo finalizados, estamos trabalhando ativamente para completar esses passos prontamente. Nesse contexto, gostaríamos de transmitir nosso firme compromisso em proceder com a assinatura do Acordo de Parceria e do Acordo Provisório de Comércio no início de janeiro, em um momento a ser acordado entre ambas as partes”.Recorde-se que Bruxelas presenciou, no final da última semana, manifestações violentas de milhares de agricultores contra este acordo de livre comércio UE-Mercosul.A Comissão Europeia garante: “Para os agricultores da UE, o acordo UE-Mercosul apresenta novas oportunidades, com um potencial aumento de 50% nas exportações".Inicialmente, os protestos dos agricultores começaram em França, em discordância com a cerca sanitária ao gado bovino por causa da dermatose nodular contagiosa (lumpy skin disease), mas rapidamente chegaram à fonteira com a Bélgica.Centenas de tratores e milhares de agricultores, também espanhóis, mobilizaram-se e acabariam por chegar a Bruxelas, cidade belga onde estão baseadas as principais instituições europeias e onde se viriam a concentrar ruidosamente na passada quinta-feira, 18 de dezembro.A Comissão Europeia deixa, porém, uma garantia: “Para os agricultores da UE, o acordo apresenta novas oportunidades, com um potencial aumento de 50% nas exportações agroalimentares da UE para a região e a proteção contra imitações de produtos alimentares e bebidas tradicionais de alta qualidade da UE”.A ser efetivamente ratificado e selado, será o maior acordo comercial e de investimento do mundo, que servirá um mercado de 700 milhões de consumidores, no âmbito do reforço da cooperação geopolítica, económica, de sustentabilidade e de segurança.

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Dos mais icónicos aos mais surpreendentes: os melhores teleféricos para conhecer Portugal

Da Madeira ao continente, estes teleféricos combinam paisagens impressionantes, utilidade e lazer — e prometem uma nova forma de ver Portugal.Conheça a lista. Foto: Unsplash“Quase um milhão e meio de pessoas viajaram nos teleféricos da Madeira no último ano”; “Teleféricos geram receita de 18,1 milhões de euros para a Madeira”. As últimas notícias não deixam dúvidas: apesar de tudo, ainda há quem ande nos teleféricos — e a Madeira é prova disso. Seja para descer encostas, atravessar vales, ou, simplesmente, aproveitar a vista a muitos metros de altura, não há quem deixe a experiência passar ao lado (muito menos nesta região autónoma portuguesa). Sim, porque esta é a região da Europa com o maior número de teleféricos por habitante, sendo este transporte um negócio regional em crescimento.Mas, será que, fora da ilha, há teleféricos que merecem uma visita? A revista MAGG diz que sim, e até fez uma lista com alguns dos mais cénicos do país. Curioso?Artigo relacionadoPrimeiro teleférico para o transporte de maçãs: inovação e sustentabilidade nos Alpes italianos“Portugal pode não ter os Alpes, mas tem falésias, vales e montes que justificam uma volta de teleférico com vista privilegiada. De norte a sul e nas ilhas, estas viagens em altura são cada vez mais procuradas tanto por turistas como por locais. Algumas ligam a cidade à natureza, outras à praia ou a uma plantação agrícola — todas com paisagens que valem o bilhete”, começam por escrever.Dos mais bonitos aos mais úteis ou curiosos, aqui está a lista reunida na publicação. O melhor é que inclui também os preços atualizados para este ano.Uma menção honrosaEmbora tecnicamente não seja um teleférico, há um funicular que merece destaque para a revista. Porquê? Porque, garantem, é um dos “mais icónicos meios de transporte do género em Portugal” e aquele que oferece a “melhor vista”. Estamos a falar do Funicular de Santa Luzia, em Viana do Castelo, através do qual se vê o Atlântico e o rio Lima. “A subida até ao santuário compensa — e muito”, lê-se. Vencendo um desnível de 160 metros, em seis a sete minutos, a viagem no Elevador de Santa Luzia é a mais longa de todos os funiculares do país, com os seus 650 metros. Foto: CM Viana do CasteloMas, atenção, porque este transporte encerra de novembro a fevereiro. Quanto a horários de funcionamento nos restantes meses, em março, abril, maio e outubro, pode viajar nele todos os dias das 9:00 h às 18:00 horas. De junho a setembro só encerra às 20h. Uma viagem simples, só de ida custa 2€; ida e volta custa 3€. Crianças até aos 2 anos não pagam e até aos 10 anos pagam 50%. E para os utilizadores regulares, existe um passe mensal com o custo de 30€.Os três destaques da listaE, claro, que a lista não fica por aqui. No top 3 aparece também o teleférico de Gaia, que liga o Jardim do Morro ao Cais de Gaia. Com vista para o Douro, para as caves e até para o centro do Porto, é uma experiência que merece ser explorada.Em 2025, os bilhetes custam 7€ (ida) ou 10€ (ida e volta). Crianças dos 5 aos 12 anos pagam entre 3,5€ e 5€. Há ainda a opção de comprar bilhete família, que inclui 2 adultos e 2 crianças, por 22,50€. Até aos 4 anos é gratuito.Artigo relacionadoEste comboio histórico está de regresso aos carris — e mesmo a tempo do Natal Logo a seguir aparece o teleférico da Penha, em Guimarães. Este “une o centro da cidade ao Monte da Penha, numa viagem de 8 minutos por cima da floresta e rochedos”.O preço para turistas é de 5€ (ida) ou 10€ (ida e volta). Crianças dos 6 aos 11 anos pagam 5€ (ida e volta). Já os residentes em Guimarães beneficiam de um desconto especial: 1€ (ida) ou 1,50€ (ida e volta).A fechar o top 3, está a telecabine do Parque das Nações, em Lisboa, ao percorrer o Tejo entre o Oceanário e a Torre Vasco da Gama. “As cabines têm vista de 360º e são fechadas, ideais para dias de vento”, afirmam os responsáveis pela publicação.Enquanto a viagem de ida custa 7,50€, a de ida e volta custa 9,50€. Crianças até aos 2 anos não pagam e entre os 3 e os 12 pagam 5,50€ (ida) e 6,60€ (ida e volta).Não sobram dúvidasA revista inclui ainda vários outros teleféricos que reforçam a diversidade da seleção. Ainda assim, todos eles ficam concentrados na Madeira, região que continua a destacar-se pela forte aposta neste tipo de transporte. Entre os exemplos está o teleférico do Garajau, que desce até à praia com o mesmo nome, junto à estátua do Cristo Rei, numa curta viagem sobre o mar. Funciona diariamente entre as 10:00 e as 18:00 horas, com bilhetes de ida e volta a custarem 3€ por adulto.Este meio de transporte possibilita o acesso à praia do Garajau. Foto: Visit MadeiraA lista contempla também o teleférico da Fajã dos Padres, o das Achadas da Cruz e o do Rancho, no Cabo Girão, todos conhecidos pelas paisagens íngremes e pela ligação a zonas de difícil acesso, muitas vezes junto ao mar ou a áreas agrícolas. Estes equipamentos são usados tanto por visitantes como por residentes, servindo não só como atração turística, mas também como meio de transporte essencial.Já no Funchal, surgem ainda os teleféricos do Jardim Botânico e do Monte, dois dos mais procurados da ilha, sobretudo pela vista panorâmica sobre a cidade e o oceano Atlântico.

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Nova previsão revela as décadas em que milhares de glaciares do mundo vão desaparecer

Uma nova previsão global indica quando o degelo dos glaciares aumentará drasticamente em todo o mundo, revelando um pico em meados do século que poderá eliminar milhares de glaciares todos os anos, à medida que as temperaturas continuam a subir.Novas projeções mostram que a perda global de glaciares atingirá o seu pico em meados do século, com até 4000 glaciares a desaparecerem em todo o mundo num único ano, sob cenários de elevado aquecimento.Os glaciares de todo o mundo estão a recuar a velocidades diferentes, influenciadas pelo clima local, altitude e tamanho. Até agora, a maioria das projeções centrava-se na quantidade de gelo perdida, e não em quando os glaciares individuais desaparecem completamente. Uma nova análise global muda este foco, colocando a perda de gelo numa linha temporal que revela quando o desaparecimento se acelera mais drasticamente.Uma nova forma de contabilizar a perda de glaciaresO estudo, publicado na revista Nature Climate Change, foi liderado por investigadores da ETH Zurique em parceria com organizações internacionais, incluindo cientistas da Suíça, Bélgica, Áustria, Reino Unido e Estados Unidos."Pela primeira vez, estimámos em anos o momento em que todos os glaciares da Terra desaparecerão", disse Lander Van Tricht, autor principal do estudo. Em vez de se concentrar apenas no volume ou na área da superfície do gelo, a equipa monitorizou quando se espera que os glaciares individuais desapareçam completamente. Esta abordagem destaca o momento em que um glaciar ultrapassa um limite físico, e não apenas quando encolhe.The number of glaciers disappearing worldwide each year is projected to sharply increase, peaking at 2,0004,000 per year around the middle of the century, depending on the level of warming, according to a study in Nature Climate Change. https://t.co/NxZWCTbyDE pic.twitter.com/pMXbqY0vEQ— Nature Portfolio (@NaturePortfolio) December 16, 2025Para elaborar as projeções, os investigadores analisaram mais de 200.000 glaciares utilizando três modelos globais independentes. Estes modelos combinaram projeções de temperatura e precipitação de neve em diversos cenários de aquecimento, de forma semelhante à forma como os meteorologistas realizam múltiplas simulações para estimar os resultados climáticos futuros.O pico da extinção dos glaciares ganha destaque.A análise introduz um conceito surpreendente chamado "Pico de Extinção dos Glaciares", o ponto em que o número de glaciares que desaparecem a cada ano atinge o seu máximo. Num cenário de aquecimento mais baixo, de 1,5°C, este pico ocorre por volta do início da década de 2040, com aproximadamente 2.000 glaciares a desaparecerem num único ano.Se o aquecimento atingir os 4,0°C, o pico será deslocado para meados da década de 2050, com as perdas anuais a atingirem quase 4.000 glaciares em todo o mundo.A new study warns that thousands of glaciers could disappear every year by mid-century due to climate change.~Peak loss: Up to 4,000 glaciers vanishing annually in worst cases.~Strong action now can cut this to around 2,000 per year.{Published in Nature Climate Change}. pic.twitter.com/XuDZ0p6GMI— Prime Vertex (@primevertex_123) December 18, 2025Após este pico, o número anual de glaciares que desaparecem diminui lentamente — não porque as condições melhorem, mas porque muitos dos glaciares mais pequenos já desapareceram. Os glaciares maiores persistem durante mais tempo, mas continuam a perder massa e estabilidade bem depois de meados do século.Porque é que as pequenas diferenças no aquecimento são importantes?A previsão mostra fortes contrastes entre os níveis de aquecimento. Limitar o aumento da temperatura global poderia preservar quase metade dos glaciares actuais até 2100, enquanto cenários de aquecimento mais acelerado deixariam apenas uma pequena fração para trás.As regiões dominadas por pequenos glaciares, como os Alpes europeus, o Cáucaso e partes dos Andes, enfrentam as perdas mais precoces e rápidas.Ao atribuir datas de desaparecimento a glaciares individuais, o estudo transforma as projeções climáticas abstratas numa linha temporal mais clara. Mostra que até mesmo pequenas alterações na temperatura global podem determinar se dezenas de milhares de glaciares sobreviverão — ou desaparecerão silenciosamente da paisagem numa única geração.Referências da notíciaETH Zurich. "A stunning new forecast shows when thousands of glaciers will vanish." ScienceDaily. ScienceDaily, 19 December 2025.

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A Península Ibérica está a girar no sentido dos ponteiros do relógio

O movimento foi detetado e medido pela primeira vez, podendo mudar a forma como são avaliados os riscos sísmicos no sudoeste da Europa e Norte de África.Dados de sismógrafos e imagens de satélite mostram que a Península ibérica está a girar no sentido dos ponteiros do relógio. Imagem: NASA, MODIS / LANCEA Península Ibérica, afinal, não é uma superfície imóvel. É sim uma massa de terra a girar lentamente no sentido os ponteiros do relógio. Embora a velocidade seja impercetível, é suficientemente importante para mudar a perceção que os geólogos tinham até agora sobre os riscos de sismos no sudoeste da Europa e no Norte de África.A rotação subtil da Península Ibérica resulta de uma intensa e desordenada colisão entre as placas tectónicas africana e euro-asiática. Nesta região, a crosta terrestre não apresenta um limite claro e uniforme; pelo contrário, ela se dobra, dissipa a tensão em certos pontos e a transmite em outros, levando à torção de toda a península durante este processo.O movimento é surpreendente e foi medido pela primeira vez por uma equipa de investigadores da Universidade do País Basco (EHU).O estudo, publicado na edição de janeiro de 2026 da revista Gondwana Research, combina duas formas diferentes de observar o movimento da Terra: os tremores de pequenos sismos e o desvio quase indetetável da crosta terrestre captado pelos satélites.Movimentos milimétricos, mas contínuosOs diagramas convencionais mostram frequentemente as placas tectónicas a encontrarem-se ao longo de linhas bem delimitadas. Mas, a sul da Península Ibérica, o fenómeno revela-se mais complexo. Aqui, as placas africana e euro-asiática avançam uma na direção da outra a uma velocidade aproximada de quatro a seis milímetros por ano – uma taxa comparável ao crescimento das unhas humanas.Na Península Ibérica, as placas africana e euro-asiática avançam a uma velocidade de quatro a seis milímetros por ano. Imagem: Asier Madarieta-Txurruka et al (2025) Gondwana ResearchNo Oceano Atlântico e ao longo da costa argelina, o limite entre as placas é relativamente nítido. Mas, próximo do sul de Espanha e do norte de Marrocos, esta fronteira dissipa-se numa ampla zona de blocos em interação, cadeias de montanhas dobradas e falhas ocultas. Segundo os autores do estudo, esta dinâmica geológica está fortemente influenciada por um fragmento da crosta terrestre no mar de Alborão, sob o Mediterrâneo ocidental. Este bloco está a deslizar para oeste e a moldar a cadeia montanhosa curva conhecida como Arco de Gibraltar e que liga a Cordilheira Bética de Espanha às Montanhas Rif de Marrocos. Esta indefinição tem sido o principal obstáculo para se determinar com precisão como a tensão se move nesta região.Artigo relacionadoPara onde vai a energia libertada num terramoto?O estudo liderado por Asier Madarieta, da Universidade do País Basco, analisou os registos sísmicos e dados de centenas de estações de GPS para entender as tensões na crosta terrestre. Os resultados mostram que o sul e sudoeste da Península Ibérica se movem em frações de milímetro a cada ano em relação ao norte.Asier Madarieta, investigador da Universidade do País Basco, a instalar uma estação de navegação por satélite (GNSS) na Cordilheira Bética, em Espanha. Foto: EHUDados de sismógrafos e de satélites mostram que o limite da placa no Estreito de Gibraltar se comporta de maneiras distintas: a leste, o Arco de Gibraltar amortece a tensão entre África e Eurásia; a oeste, esse amortecedor desaparece e a Península Ibérica colide diretamente com a África. A península está, portanto, a deformar-se e a rodar no sentido dos ponteiros do relógio, impulsionada por baixo e lateralmente por uma colisão assimétrica.Localizar falhas invisíveisO movimento é impercetível, mas relevante para estudar a atividade sísmica. Os campos de tensão que fazem girar a Península Ibérica também influenciam a localização das falhas. Algumas áreas da região mostram deformações ou sismos frequentes, mas as falhas causadoras não são visíveis à superfície. Identificar esses campos de tensão é essencial para estudar as estruturas sísmicas, especialmente no sudoeste da Península Ibérica, onde o risco sísmico é pouco conhecido.O lembrete mais famoso, relembram os investigadores, é o Grande Terramoto de Lisboa, em 1755, que devastou a cidade. Sismos mais pequenos, mas também relevantes, ocorreram desde então, espalhados por uma fronteira que se “recusa a comportar de forma organizada”, escrevem os autores, acrescentando que os novos mapas podem ajudar a restringir a área de pesquisa.Com este estudo, os cientistas esperam identificar falhas impercetíveis à superfície, melhorando a avaliação do risco sísmico, sobretudo no sudoeste da Península Ibérica. Imagem gerada por IA: Anat art/Adobe StockAo identificar onde a tensão está a ser transferida em vez de absorvida, o estudo direciona os investigadores para falhas ocultas que podem vir a gerar futuros sismos. Estes dados poderão agora complementar a informação na Base de Dados de Falhas Ativas do Quaternário da Península Ibérica, que visa catalogar estruturas capazes de deslizar atualmente. Os investigadores são, no entanto, cautelosos diante das descobertas. Os registos sísmicos têm apenas algumas décadas e as medições de satélite de alta resolução tiveram início somente em 1999. O solo sob a Península Ibérica está sempre a rodar, numa rotação muito lenta, mas que os investigadores conseguiram medir. Imagem: Asier Madarieta-Txurruka et al (2025) Gondwana ResearchEstes novos dados mostram unicamente uma fração do processo geológico das placas tectónicas, que ocorre ao longo de milhões de anos. O que os cientistas observam hoje é, portanto, só um fragmento de uma história muitíssimo mais vasta.Referência do artigoAsier Madarieta-Txurruka, Juan F. Prieto, Joaquín Escayo, Federico Pietrolungo, José A. Peláez, Jesús Galindo-Zaldívar, Jesús Henares, Federica Sparacino, Gemma Ercilla, José Fernández, Mimmo Palano (2025) New insights on active geodynamics of Iberia and Northwestern Africa from seismic stress and geodetic strain-rate fields. Gondwana Research

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Entre o calor e a presença humana: o futuro incerto de um mamífero de montanha na Califórnia

Alterações climáticas causam declínio do esquilo de Belding, mas áreas modificadas por humanos funcionam como refúgios vitais contra o aquecimento. Saiba mais aqui!O esquilo-terrestre de Belding alimenta-se principalmente de ervas e gramíneas. Vive em prados de média a alta altitude.Este estudo apresenta uma análise profunda sobre como as alterações climáticas estão a transformar a biodiversidade de montanha, focando-se no esquilo-terrestre de Belding (Urocitellus beldingi). Através da comparação de registos históricos do início do século XX com vistorias contemporâneas, os investigadores revelam um cenário de declínio acentuado desta espécie no limite sul e nas altitudes mais baixas da sua área de distribuição na Califórnia.O declínio silencioso nos prados de montanhaA investigação começou com o levantamento de 74 locais onde a espécie tinha sido documentada entre 1902 e 1966. Os resultados modernos são preocupantes: em menos de um século, o esquilo desapareceu de 42% desses locais. O dado mais alarmante é a ausência total de novas colonizações; a espécie não está a conseguir mudar-se para novas áreas, mas está a desaparecer das antigas. Sem a influência de áreas modificadas por humanos, a espécie recuou, em média, 255 metros para altitudes superiores, procurando climas mais frios que já não encontra nos seus habitats originais.O impacto do clima: calor e humidadeO estudo identifica dois grandes vilões climáticos: o aumento da temperatura de inverno e as alterações na precipitação. Descobriu-se que locais com temperaturas médias de inverno superiores a -4,4°C são extremamente vulneráveis à extinção da espécie.É um mamífero social que vive em comunidades. Utiliza chamadas de alarme para avisar o grupo sobre predadores.Este fenómeno deve-se, em grande parte, à perda da cobertura de neve. Para um animal hibernante como este esquilo, a neve funciona como um cobertor térmico essencial. Sem ela, o solo congela mais profundamente, obrigando os animais a gastar reservas de energia vitais para se manterem quentes, o que leva à morte por exaustão ou fome. Além disso, o aumento da chuva em vez de neve pode inundar as tocas e causar stress metabólico severo, já que manter o corpo seco em ambientes frios exige um esforço energético que estes pequenos mamíferos muitas vezes não conseguem suportar.Refúgios antropogénicos: um equilíbrio inesperadoUma das conclusões mais intrigantes da investigação é o papel das atividades humanas. Contrariando a ideia de que a intervenção humana é sempre prejudicial, o estudo descobriu que locais modificados — como parques de campismo, jardins e campos agrícolas — funcionaram como "refúgios". É considerado uma praga agrícola em certas áreas. Consegue prosperar em locais modificados por humanos, como parques de campismo.Nestas áreas, a disponibilidade artificial de comida e água permitiu que o esquilo de Belding persistisse e até prosperasse, mesmo em altitudes mais baixas onde o clima já se tornou hostil. Estes animais apresentaram maior densidade populacional nestes locais do que nos prados naturais, sugerindo que o apoio humano direto ou indireto pode amortecer temporariamente o impacto do aquecimento global.Um futuro de incertezaAs projeções para o futuro são sombrias. Utilizando modelos matemáticos para antecipar o cenário em 2080, os investigadores preveem que a espécie poderá perder entre 72% e 99% do seu habitat adequado na Califórnia. Sendo o esquilo de Belding uma peça fundamental na cadeia alimentar, servindo de presa para aves de rapina e carnívoros, o seu desaparecimento poderá desencadear um efeito dominó que comprometerá a saúde de todo o ecossistema montano.Artigo relacionadoMais de metade dos habitats fluviais globais afetados pelo HomemEm suma, o estudo sublinha que a sobrevivência das espécies de montanha depende não só da sua capacidade de subir em altitude, mas também da existência de refúgios — naturais ou artificiais — que as protejam dos extremos de um clima em rápida mudança.Referência da notícia: Toni Lyn Morelli, Adam B. Smith, Christina R. Kastely, Ilaria Mastroserio, Craig Moritz, Steven R. Beissinger; Anthropogenic refugia ameliorate the severe climate-related decline of a montane mammal along its trailing edge. Proc Biol Sci 1 October 2012; 279 (1745): 4279–4286. https://doi.org/10.1098/rspb.2012.1301

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Arábia Saudita registou o primeiro nevão em 30 anos: porque é que nevou no deserto?

Pela primeira vez em 30 anos a neve tingiu de branco a Arábia Saudita, deixando incrédulos os habitantes de várias regiões do país, incluindo na província de Tabuk, situada no norte deste país desértico.Os canais de televisão locais consideraram este nevão um evento histórico. As fotografias das redes sociais mostram as montanhas ‘pintadas’ de branco pela neve. Crédito da Imagem: X/GlobeEyeNewsA Arábia Saudita é um país habitualmente conhecido pelo seu calor abrasador e vastas paisagens desérticas. Porém, nos últimos dias, a neve tingiu de branco várias regiões deste país pela primeira vez em 30 anos, transformando as montanhas desérticas numa impressionante paisagem gélida de inverno à medida que as condições meteorológicas adversas se instalavam. Este evento meteorológico raro provocou entusiasmo e incredulidade entre os residentes, que partilharam fotografias e vídeos (como o que pode ser visto abaixo) do reino saudita coberto de branco.De acordo com meios de comunicação como o Gulf Today, a chegada de uma massa de ar frio trouxe precipitação e ventos fortes, transformando as maiores elevações do norte da Arábia Saudita numa paisagem de neve. Perto de Tabuk, em zonas como Jabal Al Lawz e as terras altas de Trojena, as temperaturas baixaram até aos -4 ºC, o que fez com que a conjugação do ar muito frio com a precipitação gerasse neve em altitudes próximas dos 2600 metros.Neve transforma partes da Arábia Saudita num inesperado “parque de diversões” de invernoHá um vídeo partilhado no X que se tornou viral ao mostrar um cenário super invulgar: um conjunto de camelos exposto ao frio numa zona de deserto completamente coberta de neve e com nuvens negras a pairar sobre as suas cabeças. Há também outros registos que mostram adultos a esquiar na neve, celebrando e desfrutando de uma paisagem gelada e raramente vista no Reino da Arábia Saudita, em zonas como Tabuk e Hail.Snow blanketed Saudi Arabia this week, transforming the usually rugged, desert-framed mountains into a winter landscape.pic.twitter.com/0lMIazJe9b— Massimo (@Rainmaker1973) December 19, 2025A súbita vaga de frio foi também acompanhada de chuva generalizada em várias regiões, tais como Bir Bin Hermas, Al-Ayinah, Ammar, Al-Ula, Shaqra e os seus subúrbios, Riade, Qassim e algumas partes da região oriental.Porque é que nevou no deserto?De acordo com Hussein Al-Qahtani, porta-voz oficial do Centro Nacional de Meteorologia da Arábia Saudita (NCM), este súbito episódio de vaga de frio (ocorreu desde a reta final da última semana) foi provocado pela chegada de uma massa de ar frio que se deslocou para as regiões centro e norte do país, interagindo com nuvens de precipitação. Ainda segundo o Centro Nacional de Meteorologia da Arábia Saudita (NCM), também houve queda de neve em zonas abertas e terrenos elevados de Al-Majmaah e Al-Ghat.Evento histórico levanta questões acerca da variabilidade climática mundialOs meteorologistas atribuem este evento a condições atmosféricas específicas. Porém, a frequência e intensidade crescentes deste tipo de anomalias começa a levantar questões sobre como as alterações climáticas estão a remodelar padrões meteorológicos clássicos, inclusive nas regiões tipicamente definidas pelo calor e pela seca desde há muito tempo.A rara queda de neve na Arábia Saudita reavivou as conversas sobre a crescente variabilidade climática, algo que se verificou várias vezes em várias regiões nos últimos meses. Créditos da Imagem: X/GlobeEyeNewsA inesperada chuva de inverno nos Emirados Árabes Unidos (EAU), as ondas de calor recorde no Sul da Ásia, as cheias repentinas em regiões tipicamente secas do Médio Oriente e a queda de neve invulgar em partes da Europa e do Norte de África têm mostrado como o tempo e o clima em todo o mundo estão a tornar-se irreconhecíveis devido às alterações climáticas.Referências da notíciaSaudi Arabia witnesses rare snowfall for first time in 30 years. Gulf Today. 22 de dezembro de 2025.Saudi Arabia sees first snowfall in 30 years: Why is it snowing in the desert? India Today. Aryan Rai. 23 de dezembro de 2025.

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As supernovas podem ter semeado novas galáxias com planetas semelhantes à Terra

Investigações recentes sugerem que as poderosas explosões estelares banham os sistemas estelares em blocos de construção radioativos, permitindo que planetas secos e rochosos como a Terra sejam hoje extremamente comuns.Há muito tempo que se sabe que as explosões de supernovas permeiam o meio interestelar.Durante anos, os astrónomos têm-se interrogado sobre a frequência de um planeta semelhante à Terra na galáxia, não só devido ao seu tamanho, mas também devido ao seu delicado equilíbrio entre rocha e água, um fator essencial para a habitabilidade a longo prazo.Nos primórdios do sistema solar, a protoestrela que viria a ser o Sol estava rodeada por um disco de gás e poeira onde pequenos corpos, conhecidos como planetesimais, começaram lentamente a juntar-se como peças de um lego cósmico ainda instável e em mudança.Para se tornarem planetas sólidos e relativamente secos, estes corpos primitivos necessitavam de uma fonte intensa de calor interno, capaz de evaporar grande parte da água aprisionada durante a sua formação inicial nas regiões frias do sistema solar.Esse calor não poderia ter vindo do Sol recém-nascido, mas de elementos radioativos de vida curta, substâncias instáveis que libertavam energia quando se desintegravam e que hoje só podemos localizar através das suas impressões digitais químicas preservadas em meteoritos antigos. Quando uma estrela nasce, é criado um disco de acreção devido à conservação do momento angular.Entre todos eles, o alumínio-26 desempenhou um papel crucial, uma vez que a sua decomposição precoce, de acordo com uma nova investigação, pode explicar por que razão a Terra acabou por ser um mundo rochoso com oceanos moderados, em vez de um planeta coberto por mares profundos e permanentes.Um problema por resolver: as supernovas vêm em socorro!Durante décadas, a explicação mais aceite foi a de que uma supernova próxima tinha injetado diretamente elementos radioativos de vida curta no disco protoplanetário que rodeava o Sol durante os seus primeiros milhões de anos de existência.No entanto, esta ideia enfrentava um sério problema, porque para fornecer alumínio-26 suficiente, a explosão teria de ter ocorrido tão perto que teria destruído completamente e evaporado o delicado disco onde os planetas se estavam a formar. Artigo relacionadoDa poeira cósmica à explosão de uma supernova: a vida e a morte de uma estrelaAs simulações revelaram uma contradição incómoda: ou a supernova estava suficientemente longe para não obliterar o sistema solar nascente, ou suficientemente perto para fornecer os elementos necessários, mas não as duas condições ao mesmo tempo.Os modelos tradicionais não conseguiram explicar como é que o sistema solar obteve a sua carga radioativa inicial sem ser devastado, deixando em aberto uma questão fundamental sobre a origem térmica dos planetas rochosos.Uma nova forma de semear planetasPara resolver este dilema, o astrofísico Ryo Sawada e a sua equipa propuseram um mecanismo inovador chamado “mergulho cósmico”, que repensa fundamentalmente a forma como as supernovas interagem com sistemas planetários jovens.Neste cenário, a supernova ocorre a uma distância segura de cerca de três anos-luz, suficientemente perto para não destruir o disco protoplanetário, mas suficientemente perto para o envolver numa intensa onda de raios cósmicos energéticos.Uma supernova próxima inundou o disco solar nascente com material radioativo e radiação energética, gerando novos elementos diretamente no sistema em formação. Crédito: Sawada, R.Estas partículas, apanhadas na onda de choque da explosão estelar, bombardearam o disco durante um período breve mas crucial, desencadeando reações nucleares diretamente no seu interior e alterando a sua composição química original.Os radionuclídeos são elementos radioativos de vida curta do sistema solar primitivo, cujo calor deixou vestígios, embora já não existam hoje.Os modelos informáticos mostram que este processo reproduz com uma precisão notável as abundâncias de radionuclídeos medidas em meteoritos reais, resolvendo finalmente um enigma científico que tinha permanecido em aberto durante décadas. Um universo, infinitas possibilidadesEste mecanismo tem implicações profundas, uma vez que o alumínio-26 regula a quantidade de água que os planetas rochosos retêm, determinando se acabam por ser mundos secos e habitáveis ou planetas oceânicos sem continentes emergentes, como o que é retratado no filme Interstellar.Com isto em mente, podemos extrapolar que a imersão cósmica é um fenómeno comum em aglomerados de estrelas, pelo que muitos planetas terão perdido o seu excesso de água em fases iniciais, desenvolvendo superfícies sólidas onde podem ocorrer ciclos geológicos complexos e estáveis. Artigo relacionadoAs estrelas jovens podem ter afetado a química atmosférica: expelem plasma quente e frio simultaneamenteE é exatamente isso que os autores do estudo fazem, estimando que entre dez a cinquenta por cento das estrelas semelhantes ao Sol podem ter sofrido uma supernova durante a sua formação em ambientes estelares densos.Assim, a Terra deixaria de ser uma estranheza cósmica e passaria a ser o resultado natural de processos físicos frequentes, em que estrelas moribundas fornecem o calor necessário para que existam mundos firmes e habitáveis e, porque não, também a tão procurada vida fora do nosso planeta. Referência da notíciaCosmic-ray bath in a past supernova gives birth to Earth-like planets. Ryo Sawada, Hiroyuki Kurokawa, Yudai Suwa, Tetsuo Taki , Shiu-Hang Lee, and Ataru Tanikawa. Science Advances 10 Dec 2025 Vol 11.

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O “ouro púrpura” da Patagónia: como identificar e colher o maqui, o fruto com maior poder antioxidante do mundo

O maqui, uma joia selvagem do sul do Chile, guarda o segredo de um poder antioxidante inigualável. Aprenda a reconhecê-lo, a colhê-lo e a tirar partido do seu sabor e dos seus benefícios.Durante séculos, foi um fruto comum nas estradas rurais, até que a ciência revelou o seu extraordinário valor nutricional.Se cresceu no sul do Chile, provavelmente lembra-se daquele arbusto de verão com pequenos frutos preto-púrpura que mancham os dedos e a língua assim que lhes toca. É o maqui (Aristotelia chilensis), uma espécie nativa das nossas florestas temperadas e uma das joias silvestres mais representativas da paisagem chilena.Durante décadas, fez parte do quotidiano rural, mas passou despercebido fora das zonas onde crescia. Só na última década, quando começaram a aparecer estudos nacionais em revistas científicas e nos meios de comunicação internacionais, é que se soube que este fruto quotidiano escondia algo excecional: uma das maiores concentrações de antioxidantes do mundo. Assim, o maqui deixou de ser “apenas mais uma baga do sul” para se tornar num superfruto mundial, com um poder biológico que a ciência só agora começa a apreciar. O que torna o maqui tão antioxidanteA cor escura do maqui não é apenas uma característica estética: revela a sua riqueza química. Esta tonalidade violeta profunda provém das antocianinas, pigmentos naturais que protegem as células dos danos causados pelos radicais livres, moléculas que aceleram o envelhecimento e promovem as doenças degenerativas.A investigação chilena e internacional posicionou o maqui como um dos frutos com maior poder antioxidante do planeta.Ao contrário de outros frutos, o maqui contém uma quantidade extraordinária destes compostos, especialmente a delfinidina e a cianidina, que têm efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios comprovados. Estes contribuem para melhorar a circulação, reforçar o sistema imunitário e proteger o coração.Estudos comparativos com mirtilos, amoras, morangos e uvas mostram que o maqui apresenta os valores mais elevados de atividade antioxidante segundo os métodos FRAP e DPPH. Ou seja, o que antes era considerado um fruto comum das estradas do sul é, em termos científicos, um dos alimentos mais potentes no combate ao stress oxidativo natural do organismo. Como identificar o maqui e evitar confusões O maqui cresce em estado selvagem desde a zona central até à Patagónia. Prefere as zonas húmidas, as bermas das estradas e as clareiras das florestas onde o sol brilha.Entre os arbustos do sul, o maqui é imediatamente reconhecível pela sua folhagem brilhante e pelos cachos de pequenos frutos pretos.Para o reconhecer com certeza, é útil compará-lo com outras espécies nativas relativamente semelhantes:Murta (Ugni molinae): arbusto mais baixo, com folhas pequenas, arredondadas e muito brilhantes; os seus frutos são cor-de-rosa ou vermelhos e mais doces.Calafate (Berberis microphylla): tem espinhos nos ramos e folhas muito pequenas; os seus frutos são mais azuis e têm um sabor forte.Arrayán (Luma apiculata): é uma árvore e não um arbusto; tem um tronco cor de canela e folhas duras e aromáticas.O maqui, por outro lado, não tem espinhos nem aroma, a sua casca é cinzenta escura e os seus frutos crescem em cachos, de cor negro-violeta e textura sumarenta. Quando estão completamente maduros, escuros, firmes e com um sabor agridoce, atingem o seu teor máximo de antocianinas.No extremo sul do país, as plantas tendem a ser mais curtas e com frutos ligeiramente mais pequenos, mas igualmente ricos em pigmentos. Colheita de forma responsável: cuidados a ter enquanto colhe Colher maqui é um costume familiar em muitas regiões do sul, mas fazê-lo bem também significa cuidar do meio ambiente. Este arbusto é fundamental para o ecossistema: alimenta as aves, dispersa as sementes e contribui para a regeneração da floresta nativa. O maqui prospera quando o seu ambiente é respeitado: cada planta faz parte do equilíbrio da floresta nativa.Conselhos para uma colheita sustentável:Não corte os ramos nem danifique a planta.Colha apenas os frutos maduros. Deixe alguns para os pássaros e outros animais.Utilize cestos ou recipientes arejados para evitar o esmagamento e a fermentação.Evite uma colheita excessiva ou a colheita em zonas onde o maqui é escasso.Desta forma, para além de colher um fruto valioso, está a ajudar a manter viva uma espécie que prospera precisamente devido ao seu equilíbrio com o ambiente. Como consumir maqui de acordo com os seus objetivos O maqui pode ser utilizado de várias formas, mas cada método de consumo influencia a quantidade de nutrientes que obtém.Fresco ou congelado: mantém intactas as fibras, os açúcares naturais e a maioria dos seus antioxidantes.Sumo ou batido: refrescante e fácil de preparar, embora se perca alguma da fibra se o filtrar.Infusão ou chá: ferver o fruto liberta polifenóis, embora algumas antocianinas se degradem com o calor. É ideal para quem procura uma bebida antioxidante suave.Compotas: o calor e o açúcar reduzem parte do poder antioxidante, mas retêm o sabor e a cor, continuando a proporcionar benefícios moderados.Pó ou cápsulas liofilizadas: uma alternativa prática quando não se dispõe de fruta fresca; os produtos de boa qualidade retêm uma elevada concentração de antocianinas e podem ser adicionados a batidos ou iogurtes.Em suma, a melhor forma de consumir o maqui é o mais próximo do seu estado natural, mas todas as versões conservam algum do seu valor. Se procura nutrição e sabor, qualquer formato pode ser uma boa forma de o incluir na sua dieta. Um fruto com raízes e um futuro O que antes era um fruto silvestre colhido nos verões do sul, hoje leva o nome do Chile para o mundo como um símbolo de saúde e biodiversidade. Do conhecimento mapuche, que o utilizava como alimento e medicamento, à investigação contemporânea, o maqui prova que o natural e o científico podem ser encontrados no mesmo fruto. Artigo relacionadoJardinagem sem complicações: sementes que germinam em dias e produzem frutos facilmenteE se alguma vez tiver a oportunidade de o colher, seja à beira de uma estrada ou num campo do sul, experimente: coma um fruto maduro, sinta a ligeira doçura e a acidez que permanece na sua língua. O seu corpo vai agradecer-lhe... mas, claro, evite cruzar-se com alguém logo a seguir, ou o seu sorriso púrpura poderá denunciar que esteve a desfrutar de um dos melhores presentes da natureza chilena.

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Tempo até domingo 28: frio intenso antecede o regresso da chuva, neve, granizo e trovoada a estas regiões de Portugal

Após o tempo maioritariamente seco e soalheiro do Natal, uma pequena baixa pressão que contornará a ‘ponte’ anticiclónica Açores-Escandinávia poderá gerar chuva, neve, granizo e trovoada nalgumas regiões de Portugal continental. Veja a previsão completa!Nas restantes horas desta terça-feira (23) o estado do tempo em Portugal continental terá tendência a estabilizar, com os últimos aguaceiros a dissiparem-se pelas regiões do Interior durante a tarde.No vídeoApós o tempo anticiclónico do Natal, uma pequena baixa pressão que contornará a ‘ponte’ anticiclónica Açores-Escandinávia, poderá gerar ocorrência de chuva, neve, granizo e trovoada nalgumas regiões de Portugal continental.Nos dias de Natal - quarta, 24 e quinta, 25 - o tempo no nosso país será predominantemente seco e com céu pouco nublado ou limpo, estando assegurada uma estabilidade atmosférica quase total, apenas interrompida por alguns chuviscos (serão de neve nas cotas mais elevadas) na madrugada de quarta (24) em alguns locais do interior Norte e da Beira Interior.Tempo em Portugal continental entre a Véspera de Natal e sexta-feira, 26Deste modo, para os dias de Natal, o grande protagonista do tempo será mesmo o frio devido à aproximação e instalação de uma massa de ar polar continental, proveniente da Sibéria (Rússia). Por ser de origem continental, o ar será mais seco mas também mais frio, resultando, na combinação com o anticiclone (vasta região de altas pressões que ligará os Açores à Escandinávia) e com os ventos de Es-Nordeste, numa descida significativa das temperaturas. Sexta-feira (26) será, de acordo com os mapas de referência da Meteored, o dia mais frio da semana do Natal. A madrugada e início da manhã de sexta-feira (26) será o período mais frio da semana. Os mapas preveem temperaturas mínimas negativas em vastas zonas do interior Norte e Centro, e inclusive alastrando-se ao Alto Alentejo.As mínimas esperadas para sexta-feira (26) poderão variar entre os -3 ºC em Bragança, Guarda e Viseu e os 10 ºC em Lisboa, sendo este o único distrito a registar valores acima dos 7 ºC (que poderão verificar-se em Faro). No Norte, a mínima mais elevada poderá ser registada no Porto, com 3 ºC. No Alentejo, este valor não deverá ultrapassar os 2 ºC, esperados para Beja e Évora. Além disso, deverá formar-se gelo e geada em vastas zonas do interior Norte e Centro.Chuva e neve regressam a estas regiões do país após o Natal. Também há risco de granizo e trovoadaNos dias de Natal, o bloqueio anticiclónico, formado pela vasta região de altas pressões que ligará os Açores à Escandinávia, condicionará brutalmente o estado do tempo em Portugal continental, fazendo com que praticamente não ocorra precipitação. Porém, nos dias que se seguem (sexta, 26 a domingo, 28), várias pequenas baixas pressões, isoladas em altitude e que se desprenderão da corrente de jato, ladearão o flanco oriental-meridional da gigantesca ‘ponte’ anticiclónica Açores-Escandinávia.Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações.Uma dessas baixas formar-se-á nas últimas horas do dia de Natal sobre o Golfo da Biscaia, rumando a sul nas horas seguintes. Já na sexta-feira (26), prevê-se que se desloque de norte para sul ao longo da costa ocidental de Portugal continental, o que resultaria em céu muito nublado e na possibilidade de ocorrência de aguaceiros no litoral Norte, Centro e Grande Lisboa, sendo mais frequentes nesta última região.A atual previsão sugere que a trajetória da baixa pressão resultará na ocorrência de períodos de chuva entre o Mondego e Algarve, com maior frequência e intensidade no Baixo Alentejo e distrito de Faro.Como o ar estará muito frio e algo mais húmido devido ao facto de a baixa pressão ter percorrido o Golfo da Biscaia e parte da costa atlântica, a pouca precipitação prevista acima dos 400 metros poderá ser sob a forma de neve (possivelmente zona da Peneda-Gerês e alguns outros pontos do extremo norte montanhoso), mas a incerteza mantém-se elevada devido à trajetória tipicamente errática deste tipo de baixas, o que acaba por interferir decisivamente na distribuição da precipitação prevista (seja chuva ou neve).Último fim de semana de 2025 será de contrastes. Saiba o que revelam os nossos mapasPara sábado, 27 de dezembro, a mesma baixa pressão do dia anterior já terá o seu centro muito mais a sul, posicionado a sudoeste do Algarve e a noroeste de Marrocos.Artigo relacionadoNatal congelante: frio siberiano com temperaturas de -3 °C em Portugal. Estes serão os 3 distritos mais friosO reflexo à superfície deste centro de baixas pressões traduzir-se-á na ocorrência de períodos de chuva ou aguaceiros, ocasionalmente sob a forma de granizo e potencialmente acompanhados de trovoada, sendo mais frequentes, fortes e prováveis no Algarve e em zonas do distrito de Beja, mas podendo ocasionalmente surgir noutras zonas mais a norte, entre os rios Mondego e Guadiana.Neste mapa da temperatura a 5500 metros de altitude observa-se a pequena baixa pressão - situada a sudoeste do Algarve - que resultará no regresso de períodos de chuva ou aguaceiros, por vezes fortes e sob a forma de granizo, e potencialmente acompanhados de trovoada no Centro e Sul de Portugal continental no sábado (27). Com o vento de Leste, alguma humidade marítima recolhida na sua trajetória e contendo ar polar continental na sua estrutura, esta baixa pressão também resultará na potencial queda de neve a cotas médias/baixas nas zonas montanhosas do Centro.Prevê-se ainda a possibilidade de queda de neve acima dos 600/800 metros de altitude, especialmente nas zonas montanhosas da Região Centro (Serra da Estrela, entre outras). O vento soprará fraco a moderado do quadrante Leste, com rajadas até 65 km/h na faixa costeira a sul do Cabo da Roca, contribuindo para um ambiente mais agreste e gélido.O mapa acima revela a posição da pequena baixa pressão que afetará de forma intermitente o Centro e Sul de Portugal continental entre sexta e sábado, dias 26 e 27 de dezembro. Trará chuva ou aguaceiros, por vezes fortes e sob a forma de granizo, potencialmente acompanhados de trovoada. Com o fluxo de Leste, alguma humidade marítima recolhida na sua trajetória e contendo ar polar continental na sua estrutura, esta baixa pressão também resultará na potencial ocorrência de neve em zonas montanhosas do Centro. Apenas a Região Norte ficará totalmente ‘livre’ da precipitação no sábado (27), com céu parcialmente nublado (ou limpo, no caso do Nordeste Transmontano). Ao amanhecer de sábado (27) as temperaturas mínimas continuarão bastante frias e negativas em diversas zonas do interior Norte e Centro, apesar de já estar prevista uma ligeira recuperação térmica neste dia. As temperaturas máximas também deverão registar uma pequena subida. Previsão da chuva acumulada até domingo (28) em Portugal continental. O Algarve será a região potencialmente mais exposta.Quanto a domingo (28) prevê-se um dia completamente anticiclónico em Portugal continental, condicionado por uma vasta região de altas pressões, o que resultará num estado do tempo seco, soalheiro e apenas com alguma nebulosidade ou nevoeiro matinal em alguns locais do interior Norte e Centro. Manter-se-á o ambiente frio e com formação de geada nalgumas zonas, com o sol a voltar a brilhar no nosso país.

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Natal congelante: frio siberiano com temperaturas de -3 °C em Portugal. Estes serão os 3 distritos mais frios

Portugal prepara-se para um Natal muito frio: após chuva fraca hoje, o tempo estabiliza, mas as temperaturas caem a pique. Bragança, Vila Real e Guarda poderão registar mínimas até -3 °C, com geadas generalizadas.Os próximos dias serão marcados por uma mudança significativa no padrão atmosférico em Portugal continental. Após um início de semana ainda instável, o frio de origem continental irá impor-se progressivamente, culminando num Natal marcado por temperaturas muito baixas, geadas generalizadas e até queda de neve pontual no Norte do país. Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações. O dia de hoje, terça-feira (23), ainda decorre sob a influência de ar húmido associado aos últimos restos de sistemas frontais atlânticos. A precipitação será, no geral, fraca e dispersa, mas abrangerá grande parte do território continental.Durante a tarde, o distrito de Évora será o mais afetado, com a passagem de um núcleo de chuva moderada a partir das 16:00, capaz de gerar acumulados horários superiores a 5,5 mm. Esta precipitação tenderá a enfraquecer ao final do dia, dissipando-se gradualmente durante a noite, altura em que Portugal continental ficará praticamente livre de chuva.Terça-feira, 23 (16h) — Aguaceiros fracos e dispersos afetam grande parte do território, com maior incidência no Alentejo.Com o afastamento da instabilidade, começa a entrar ar mais frio e seco, preparando o cenário para uma descida acentuada das temperaturas nos dias seguintes.A véspera de Natal irá trazer frio matinal, possibilidade de neve e abertas de sol A quarta-feira, dia 24, será já marcada por um ambiente tipicamente invernal. Durante a madrugada e início da manhã, existe a possibilidade de ocorrência de neve fraca nos distritos de Braga e Vila Real, sobretudo em cotas mais elevadas, por volta das 08:00. Trata-se de um episódio pontual, associado ao ar frio em altitude e à humidade residual. Quarta-feira, 24 (08h) — Precipitação fraca e dispersa no norte e interior centro, com ocorrência de neve nas cotas mais altas do Minho e de Trás-os-Montes. No restante território predominam nuvens e ausência de chuva significativa.No litoral norte, nomeadamente no Porto e em Aveiro, poderá ocorrer chuva muito fraca e passageira durante a manhã, sem expressão significativa. A partir do final da manhã, o céu irá abrir progressivamente em todo o país, com períodos de sol dominantes durante a tarde.As temperaturas mínimas serão baixas, especialmente no interior norte e centro, onde os valores poderão descer até 0 °C ou ligeiramente abaixo. No litoral, as mínimas oscilarão entre 4 e 7 °C. As máximas situar-se-ão entre 8 e 12 °C no Interior e entre 12 e 15 °C no litoral, com sensação térmica inferior devido ao vento frio.O dia de Natal será um feriado marcado pelo frio, céu limpo e geada generalizada O dia de Natal será ainda mais frio do que a véspera. A presença de ar continental seco favorecerá noites muito frias e formação de geada em vastas regiões do Interior Norte e Centro.As temperaturas mínimas poderão atingir valores negativos, com destaque para Bragança, Vila Real e Guarda, onde os termómetros poderão descer até −3 °C. Mesmo em zonas tradicionalmente mais amenas, como o litoral Centro, os valores mínimos rondarão os 3 a 5 °C.Quinta-feira, 25 (08h) — Manhã de Natal marcada por frio intenso, com temperaturas negativas no interior Norte e Centro, chegando aos -3 °C em zonas de maior altitude, enquanto o litoral regista valores mais amenos.Durante o dia, o tempo será seco e estável em todo o território, com céu pouco nublado ou limpo. As temperaturas máximas manter-se-ão contidas, raramente ultrapassando os 10 a 14 °C, reforçando a sensação de um Natal frio.Artigo relacionadoIPMA confirma previsão para a véspera de Natal que tranquiliza os condutores portugueses: não haverá chuva, nem neveSerá na quinta-feira, dia 26, que o frio atingirá o seu pico. A madrugada promete ser muito gelada, com geadas generalizadas e temperaturas mínimas ainda mais baixas no interior, podendo localmente descer abaixo dos −6 °C.

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IPMA confirma previsão para a véspera de Natal que tranquiliza os condutores portugueses: não haverá chuva, nem neve

Portugal Continental poderá contar com um Natal seco e soalheiro. Contudo, a chegada de uma massa de ar frio poderá resultar em temperaturas pouco agradáveis e abaixo do normal para a época.Mais informações: Bloqueio escandinavo condiciona o tempo em Portugal na semana do Natal: chuva, neve e muito frio nestas zonasO dia de hoje, antevéspera de Natal, amanheceu chuvoso em vários pontos de Norte a Sul, sendo expectável que, com o passar das horas, a chuva se comece a dissipar também de Norte para Sul. Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações. Desta forma, nas últimas horas da noite, Portugal Continental contará com um estado de tempo geralmente estável, sem ocorrência de precipitação. Natal trará estabilidade atmosférica, mas muito frioAo longo da madrugada da véspera de Natal, os nossos mapas não descartam a possibilidade de ocorrência de precipitação e até alguma neve em alguns locais do Norte, especialmente nas cotas mais elevadas. Estes aguaceiros poderão também registar-se na Beira Interior, mas sem previsão de queda de neve.No entanto, este pequeno episódio de instabilidade atmosférica deverá dissipar-se totalmente a partir das últimas horas da manhã, dando lugar a um dia seco e soalheiro, com céu parcialmente limpo. As temperaturas deverão descer, sendo que para amanhã esperam-se mínimas entre 2 ºC na Guarda e os 12 ºC em Lisboa. Localmente, e principalmente no interior Norte e Centro e nas terras altas, estes valores poderão ser próximos de 0 ºC ou abaixo, como no caso da Serra da Estrela, onde os termómetros poderão registar -4 ºC. Em relação às máximas, os valores poderão oscilar entre os 7 ºC na Guarda e os 15 ºC em Lisboa. No dia de Natal as anomalias térmicas serão negativas em boa parte do país. O que indica temperaturas abaixo da normal climatológica.No dia de Natal é esperado um cenário idêntico ao do dia anterior, com a estabilidade atmosférica a dominar o cenário meteorológico, resultando num dia igualmente seco e soalheiro, com a presença de algumas nuvens de Norte a Sul, não se descartando a possibilidade de alguma chuva fraca na região lisboeta, entre as últimas horas da manhã e as primeiras da tarde. Neste dia, espera-se uma nova descida das temperaturas, devido à aproximação de uma massa de ar frio proveniente da Sibéria, que deverá chegar "em pleno" no dia seguinte, 26 de dezembro. Assim, para o dia 25, esperam-se valores mínimos entre -1 ºC em Bragança e os 11 ºC em Lisboa. Localmente, na região Transmontana, os termómetros poderão descer até aos -4 ºC e na Serra da Estrela, assim como nas serras que compõem a Barreira de Condensação, os valores poderão descer até aos -2 ºC. Neste dia (25), espera-se uma nova descida das temperaturas, devido à aproximação de uma massa de ar frio proveniente da Sibéria.Quanto às máximas, são esperados valores entre os 5 ºC na Guarda e os 14 ºC em Lisboa. Ainda neste dia, a partir das últimas horas da tarde, as temperaturas negativas deverão começar a "ganhar terreno" especialmente no Norte do país, dando o mote para a madrugada seguinte, onde se espera o pico do frio intenso desta semana, com a chegada da massa de ar frio siberiana. As mínimas esperadas para o dia 26 poderão variar entre os -3 ºC em Bragança, Guarda e Viseu e os 10 ºC em Lisboa, sendo este o único distrito a registar valores acima dos 7 ºC (que poderão verificar-se em Faro). No Norte, a mínima mais elevada poderá ser registada no Porto, com 3 ºC. No Alentejo, este valor não deverá ultrapassar os 2 ºC, esperados para Beja e Évora.E nos arquipélagos? Para o arquipélago dos Açores, espera-se a chegada da chuva a partir das primeiras horas da tarde ao Grupo Ocidental. Entre as últimas horas do dia e as primeiras da madrugada do dia de Natal, esta instabilidade poderá chegar ao Grupo Central, podendo chegar ao Grupo Oriental, com menos intensidade, ainda que este episódio possa contar maioritariamente com chuva fraca a moderada.Artigo relacionadoOs mapas avisam: a massa de ar frio siberiana passará sobre Portugal no dia 26; neve e -6 ºC são esperadosEm relação ao arquipélago da Madeira, espera-se a ocorrência de precipitação fraca ao longo de praticamente todo o dia de amanhã, com maior expressão na Costa Norte. O dia de Natal poderá contar com um intervalo na instabilidade durante boa parte do dia, sendo expectável que a mesma regresse ao final do dia.

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Astrónomos alertam: uma falha no controlo orbital pode causar caos no espaço em menos de três dias

Uma análise recente alerta para a real fragilidade da órbita terrestre baixa e como uma tempestade solar pode desencadear colisões massivas em questão de dias.Megaconstelações preenchem a órbita terrestre baixa com quilómetros de satélites em constante movimento. A sua densidade crescente aumenta o risco de colisões e pressiona o controlo do espaço próximo.A expressão "castelo de cartas" é frequentemente associada à cultura popular atual, mas o seu significado original descreve sistemas que se encontram em equilíbrio precário. Esta imagem ajuda a compreender a situação atual na órbita terrestre baixa, onde milhares de satélites dependem de um equilíbrio extremamente delicado.O que são megaconstelações de satélites? São grupos de um número enorme de satélites a orbitar a Terra em baixas altitudes. O seu principal objetivo é fornecer acesso à internet e serviços de comunicação em escala planetária, como é o caso de redes como Starlink ou OneWeb. A sua presença massiva causa reflexos visíveis no céu, interfere em observações científicas e gera interferência em sinais de rádio, dificultando o trabalho astronómico e prejudicando a experiência de observar o céu noturno.Um artigo de autoria de Sarah Thiele, originalmente doutoranda na Universidade da Colúmbia Britânica e agora em Princeton, e outros investigadores, ilustra este cenário com números. O estudo retrata um ambiente altamente saturado, onde a acumulação de megaconstelações aumenta o risco de falhas em cascata.Órbita terrestre baixa saturada: encontros a cada poucos segundosOs autores analisam a frequência de uma "aproximação próxima", definida como o cruzamento de dois satélites a menos de um quilómetro de distância. Coletivamente, todas as megaconstelações registam um desses eventos a cada 22 segundos, um número que reflete com precisão a congestão orbital.Megaconstelaciones de satélites en el cielo: todo ok, circulen. https://t.co/Lbg9k2SjQT— Daniel Marín (@Eurekablog) October 29, 2025No caso específico do Starlink, o intervalo médio entre estes eventos é de cerca de um minuto. Cada satélite precisa de realizar dezenas de correções por ano para evitar objetos próximos. A média é de cerca de 41 manobras por ano por unidade, uma taxa muito alta para um sistema que depende de combustível limitado.Essa operação contínua pode dar uma sensação de controlo. No entanto, sistemas complexos frequentemente falham em situações incomuns. O estudo aponta que esses cenários extremos são os mais preocupantes ao avaliar a estabilidade da órbita terrestre baixa.Tempestades solares e megaconstelações: uma combinação instávelTempestades solares parecem ser um dos fatores mais críticos. Quando ocorrem, aquecem a atmosfera superior e aumentam o arrasto aerodinâmico. Esta mudança altera as trajetórias planeadas dos satélites e complica a precisão dos cálculos orbitais.Este era o estado dos satélites Starlink em fevereiro de 2024. Imagem: Crédito - NASA Scientific Visualization Studio.Durante a chamada "Tempestade de Gannon" de maio de 2024, mais da metade dos satélites em órbita baixa da Terra utilizaram combustível extra para reajustar as suas posições. Esse consumo de combustível reduz a capacidade de manobra futura e aumenta a dependência de sistemas automatizados.O maior problema surge quando essas tempestades afetam a navegação e as comunicações. Se os satélites perderem a capacidade de receber comandos, não poderão evitar colisões. Num ambiente com maior resistência e mais incerteza, o risco aumenta drasticamente.O Relógio CRASH e o risco de um colapso em poucos diasPara medir essa ameaça, os investigadores propõem o CRASH Clock, acrónimo para "Collision Realization and Significant Harm" (Realização de Colisão e Dano Significativo). Esta métrica estima quanto tempo levaria para uma colisão grave ocorrer caso o controlo das manobras fosse perdido. Segundo os cálculos, até junho de 2025, uma colisão catastrófica levaria apenas 2,8 dias sem resposta. Em 2018, antes da implantação em larga escala de megaconstelações, esse prazo era de 121 dias.¡TERRIBLE! Estamos cerca de que se desencadene el Síndrome de Kessler, el Apocalipsis de la Era de los Satélites.La órbita de la Tierra está tan congestionada que los controladores del tráfico espacial emiten más de 1.000 avisos de colisión al día. Abro Hilo pic.twitter.com/merAcl7atI— EXOPLANETAS Noticias de Ciencia y Tecnología (@ExoPlanetascom) December 27, 2024O estudo acrescenta outro facto preocupante: uma interrupção de apenas 24 horas acarreta uma probabilidade de 30% de uma colisão capaz de desencadear a Síndrome de Kessler. Embora este processo normalmente se desenrole ao longo de décadas, neste caso o gatilho pode ocorrer quase imediatamente. Tempestades solares oferecem pouca margem de reação. Às vezes, elas são detetadas com apenas um ou dois dias de antecedência. Mesmo com aviso prévio, as opções limitam-se a proteger os sistemas e torcer para que o controlo não seja perdido. Se isso acontecer, a janela de recuperação reduzir-se-á a apenas alguns dias.O precedente histórico existe. O Evento Carrington de 1859 foi a tempestade solar mais intensa já registada. Um fenómeno semelhante hoje poderia desativar os sistemas de controlo por mais de três dias, tempo suficiente para o Relógio CRASH chegar a zero. A análise não questiona os benefícios técnicos das megaconstelações, mas destaca os seus riscos. A possibilidade de perder o acesso ao espaço por gerações devido a um único evento extremo exige uma avaliação cuidadosa de cada decisão.Referência da notíciaThiele, Sarah & Heiland, Skye & Boley, Aaron & Lawler, Samantha. (2025). An Orbital House of Cards: Frequent Megaconstellation Close Conjunctions. 10.48550/arXiv.2512.09643.

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MIT e Oxford alertam: a utilização excessiva da IA pode causar “atrofia cognitiva” nos estudantes

Estudo publicado no início deste ano pelo MIT revelou que as pessoas que recorriam ao ChatGPT para realizar uma determinada tarefa mostravam uma menor atividade associada ao processamento cognitivo.Os 54 participantes foram recrutados no MIT e em universidades próximas. A sua atividade cerebral foi registada através de eletroencefalografia (EEG), que envolve a colocação de elétrodos no couro cabeludo.Recorda-se da última ocasião em que pediu a um chatbot de IA para fazer algo por si? Pois bem, alguns especialistas consideram preocupante a externalização deste tipo de tarefas, uma vez que pode significar que o seu cérebro está a trabalhar menos, estando mesmo potencialmente a prejudicar o seu pensamento crítico e as suas capacidades de resolução de problemas.Em estudo publicado no início deste ano, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) publicou um estudo que mostrava que as pessoas que utilizavam o ChatGPT para escrever ensaios mostraram menos atividade nas redes cerebrais associadas ao processamento cognitivo enquanto faziam a tarefa. Tampouco conseguiam fazer citações dos seus trabalhos tão facilmente como as pessoas do estudo que não utilizaram um chatbot com IA.Para os investigadores este estudo demonstrou “a necessidade urgente de explorar uma possível diminuição das capacidades de aprendizagem”.Algumas das instruções utilizadas pelos participantes incluíam pedir à IA para resumir questões de ensaio, localizar fontes, bem como aperfeiçoar a gramática e o estilo. A IA também foi utilizada para gerar e articular ideias, mas alguns utilizadores sentiram que nesse campo a IA não era tão boa.Com a IA tornou-se “demasiado fácil encontrar respostas”Separadamente, a Universidade Carnegie Mellon e a Microsoft, que opera o Copilot, descobriram que as capacidades de resolução de problemas das pessoas podem diminuir se ficarem demasiado dependentes da IA. Foram inquiridos 319 trabalhadores de colarinho branco que utilizavam ferramentas de IA no seu trabalho pelo menos uma vez por semana sobre a forma como aplicam o pensamento crítico quando as utilizam.Analisaram 900 exemplos de tarefas atribuídas à IA, que vão desde a análise de dados para obter novos conhecimentos até à verificação da conformidade de um trabalho com determinadas regras. O estudo concluiu que uma maior confiança na capacidade da ferramenta para realizar uma tarefa estava relacionada com “um menor esforço de pensamento crítico e diminuição da capacidade de resolução independente de problemas”, apesar da “melhoria da eficiência do trabalhador”.Será que as nossas capacidades cognitivas estão em risco de declínio com a explosão maciça da utilização da IA?Estarão as nossas capacidades cognitivas estão em risco de declínio com a explosão maciça da utilização da IA? Não necessariamente, segundo a Dra. Alexandra Tomescu, especialista em IA generativa que trabalhou num inquérito às escolas, conduzido pela Oxford University Press (OUP). No estudo publicado em outubro pela OUP foi revelado que 6 em cada 10 crianças em idade escolar no Reino Unido sentiam que a IA tinha tido um impacto negativo nas suas capacidades em relação aos trabalhos escolares."A nossa investigação diz-nos que nove em cada 10 estudantes afirmam que a IA os ajudou a desenvolver pelo menos uma competência relacionada com os trabalhos escolares, seja ela a resolução de problemas, a criatividade ou a revisão. Mas, ao mesmo tempo, cerca de um quarto afirma que a utilização da IA tornou demasiado fácil fazer o trabalho por eles... Portanto, é um quadro bastante matizado”, afirmou Tomescu, que acrescenta ainda que muitos alunos querem mais orientação sobre como utilizar a IA.Melhores resultados, mas uma pior aprendizagem? Eis o que consideram os especialistasO ChatGPT publicou um conjunto de 100 sugestões para os estudantes, concebidas para os ajudar a tirar o máximo partido da tecnologia.Professor Doutor Wayne Holmes, imvestigador e especialista em inteligência artificial e educação na University College London (UCL). Créditos da Imagem: Nesta UKMas o Prof. Wayne Holmes, que investiga estudos críticos sobre inteligência artificial e educação na University College London (UCL), afirmou, em entrevista à BBC, que isto não é suficiente e que é necessário fazer muito mais investigação académica sobre os efeitos das ferramentas de IA na aprendizagem antes de os alunos e estudantes serem encorajados a utilizá-las.“Atualmente, não existem provas independentes à escala da eficácia destas ferramentas na educação, nem da sua segurança, nem mesmo da ideia de que têm um impacto positivo”.Prof. Dr. Wayne Homes, investigador e especialista em inteligência artificial e educação na University College London (UCL).O Prof. Holmes refere a investigação sobre atrofia cognitiva, em que as capacidades e competências de uma pessoa pioram após a utilização da IA, referindo o exemplo do problema que isto tem sido para os radiologistas que utilizam ferramentas de IA para os ajudar a interpretar as radiografias antes de diagnosticarem os doentes.Quanto aos estudantes universitários ou escolares, Holmes receia que possam ficar demasiado dependentes da IA para fazer o seu trabalho por eles, falhando o desenvolvimento adequado proveniente da educação. A redação de um aluno pode receber melhores notas graças à ajuda da IA, mas a questão é se o aluno acaba por compreender menos. Segundo Holmes, “os seus resultados são melhores, mas na realidade a sua aprendizagem é pior”.Jayna Devani, responsável pela educação internacional na OpenAI, a empresa que detém o ChatGPT, e que ajudou a garantir um acordo com a Universidade de Oxford, diz que a empresa está “muito consciente deste debate neste momento”.Em declarações à BBC afirma que “não achamos que os estudantes devam utilizar o ChatGPT para fazer trabalhos externos”. O seu ponto de vista é que os estudantes devem utilizá-lo mais como um tutor do que como um fornecedor de respostas.Artigo relacionadoInteligência artificial ajuda a prever sismos do supervulcão mais perigoso da EuropaPor outro lado, o Prof. Holmes insiste que qualquer estudante que utilize ferramentas de IA deve estar ciente de como funciona o seu raciocínio e de como as empresas que as fornecem tratam os dados. Salienta que os resultados devem ser sempre verificados. “Nunca digo aos meus alunos que não devem utilizar a IA... Mas o que tento dizer é que temos de compreender todas estas coisas diferentes para podermos tomar decisões informadas”.Referências da notíciaYour Brain on ChatGPT: Accumulation of Cognitive Debt when Using an AI Assistant for Essay Writing Task. Kosmyna et. al, MIT Media Lab. arXiv:2506.08872.Are these AI prompts damaging your thinking skills? BBC. George Sandeman. 19 de dezembro de 2025.

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Programa de 30 milhões de euros vai incentivar novos pastores a combater incêndios rurais em Portugal

A verba do Fundo Ambiental para os próximos cinco anos irá apoiar a criação de pastagens em áreas vulneráveis a fogos rurais. Novos incentivos financeiros destinam-se a atrair mais gente para a pastorícia em Portugal. Foto: Klaus Dieter vom Wangenheim/PixabayNum território em que 92% das terras estão ocupadas por superfícies agrícolas, florestais ou agroflorestais, segundo o Ministério da Agricultura, a profissão de pastor estará, naturalmente, entre as mais importantes para ajudar a evitar os fogos rurais.Mas, a tendência tem sido precisamente a inversa. Embora a área florestal tenha aumentado significativamente nos últimos anos, a desertificação e o abandono das terras são os principais obstáculos à prevenção dos incêndios que, com as alterações climáticas, estão mais intensos e frequentes.De acordo com os dados do Ministério da Agricultura, a superfície agrícola decaiu 22,4% entre 1989 e 2023, e o efetivo animal decresceu 43% durante esse mesmo período. Os pastores, esses, são também cada vez menos, tendo diminuído cerca de 40% desde 2007.Mais apoios para a pastoríciaEste é o diagnóstico que levou o Fundo Ambiental a atribuir uma verba de 30 milhões de euros para apoiar a gestão das áreas de baldio, incentivar mais gente a vir para a pastorícia e criar áreas de pastagens, especialmente em zonas vulneráveis a incêndios. O pastoreio por parte de rebanhos de ovelhas e cabras é considerado vital para a prevenção dos fogos rurais. Foto: Ulrike Mai/PixabayO Programa Apoio à Redução da Carga Combustível Através do Pastoreio destina-se precisamente a aumentar o número de rebanhos ou gado no território continental. A iniciativa contempla apoios às áreas de baldio, atribuindo 120 euros por hectare, podendo atingir os 135 mil hectares ocupados por pastagens.A medida poderá ser substituída, em alternativa, pelo pagamento complementar anual até 30 euros por ovelha ou cabra. Outra possibilidade passa por atribuir 150 euros por cada bovino. O plano contempla também apoios ao investimento na criação de pastagens, e auxílio na instalação de novos produtores, com um prémio de 30 mil euros, repartidos em cinco anos.Do valor total, - 30 milhões de euros anuais até 2031 - cerca de metade será destinado a apoiar os encargos com os animais. Reconhecendo os serviços prestados pelo gado ruminante para o ecossistema, especialmente para eliminar a carga combustível, o incentivo para novos pastores poderá chegar aos 700 euros por mês durante três anos.O renascer de uma profissão esquecidaDepois de décadas negligenciada, a profissão de pastor tem vindo a ser valorizada um pouco por toda a Europa, principalmente nas regiões mediterrânicas. Com a intensificação dos fogos florestais, a pastorícia está a assumir uma importância vital como um método sustentável para reduzir a carga combustível das florestas e aumentar a resiliência da paisagem.Artigo relacionadoInstituto de Conservação da Natureza lança novo incentivo para apoiar o uso de cabras na prevenção de fogos ruraisÉ hoje consensual entre os especialistas que integrar o pastoreio, especialmente o caprino, em áreas mais suscetíveis a fogos rurais é uma estratégia eficaz para limpar os terrenos e criar barreiras naturais de contenção do fogo. A profissão de pastor, em Portugal, caiu cerca de 40% na última década e meia. Foto: Lutz/PixabayA valorização social e económica da profissão tem assumido, por isso, uma importância crescente no combate aos fogos e para promover a ocupação de territórios abandonados.Referência da notíciaApresentação do Programa de Apoio à Redução da Carga Combustível Através do Pastoreio. Ministério da Agricultura e Mar

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Bloqueio escandinavo condiciona o tempo em Portugal na semana do Natal: chuva, neve e muito frio nestas zonas

Durante a semana do Natal o tempo será condicionado pela formação de um bloqueio na Escandinávia. Isto resultará na chegada de ar frio a Portugal, bem como na formação de várias baixas pressões que trarão chuva e neve.Mais informação: Os mapas avisam: a massa de ar frio siberiana passará sobre Portugal no dia 26; neve e -6 ºC são esperadosA situação sinóptica vai sofrer uma mudança radical a partir de terça-feira, dia 23, com o estabelecimento de um poderoso bloqueio escandinavo (uma vasta região de altas pressões que se unirá ao anticiclone dos Açores), condicionando o tempo nesta semana do Natal em grande parte do continente europeu, incluindo Portugal.No vídeoO bloqueio escandinavo vai permitir o isolamento de uma bolsa de ar frio em altitude nas imediações da geografia da Península Ibérica, o que favorecerá a formação de várias baixas pressões sobre o Mediterrâneo Ocidental. Isto resultará em tempo frio em Portugal continental, mas também na ocorrência de chuva e, por vezes, neve.Isto fará com que se forme uma vasta região depressionária situada sobre o Mediterrâneo ocidental, o que provocará um ambiente invernal e ocorrência de precipitação em várias regiões portuguesas em plena semana do Natal.Segunda e terça-feira com chuva, neve e possibilidade de granizo e trovoadaA primeira metade desta segunda-feira (22) foi nublada e marcada pela ocorrência de chuva, principalmente no litoral Norte e Centro. Entretanto o céu abriu, mas apenas temporariamente. A partir do final da tarde de hoje, o estado do tempo em Portugal continental voltará a ficar mais instável, estando prevista a ocorrência de períodos de chuva ou aguaceiros, provocados pela passagem de uma bolsa de ar frio em altitude.Na madrugada desta terça-feira, 23 de dezembro, prevê-se uma elevada probabilidade de ocorrência de chuva no litoral Norte e Centro de Portugal continental (acima de 85%).Na madrugada e manhã de terça (23) a precipitação intensificará sobre o nosso país, podendo ocasionalmente ser de granizo e acompanhada de trovoada. Começará pelo Norte e depois estender-se-á pelo Centro e Grande Lisboa, até alcançar algumas zonas do Alentejo e até mesmo o Barlavento Algarvio, onde será mais dispersa.Na tarde e noite de amanhã o céu perderá nebulosidade gradualmente, com os aguaceiros a tornarem-se pouco frequentes de norte para sul. Prevê-se ainda uma subida das temperaturas, sobretudo das mínimas, o que explica a subida da cota de neve. Só deverá nevar acima dos 1100 metros de altitude nas zonas montanhosas do Norte e Centro.Portugal estará exposto ao ar frio em altitude e à chegada de pequenas depressões na semana do NatalDurante o resto da semana, tal como já explicamos no início desta previsão, a ‘ponte’ anticiclónica entre os Açores e a Escandinávia deverá manter-se, isolando uma região de baixas pressões e ar frio em altitude sobre a Península Ibérica. A entrada de ar polar continental canalizada pelo bloqueio irá afetar especialmente a Europa Central, mas na quinta (25) e dia de Natal, os seus efeitos começarão a sentir-se em grande parte da Região Norte e no interior Centro de Portugal continental (a isoterma poderá ser de até -4 ºC a 1500 metros de altitude).Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações.Portugal continental estará sob a influência desta zona de instabilidade a grande altitude, com o provável desenvolvimento de vórtices em altitude e pequenos centros de baixas pressões à superfície, que é o que gera mais incerteza nas previsões para o Natal e para o fim de semana. Dependendo da localização e trajetória destes centros de baixas pressões, choverá e nevará mais em certas zonas.O arrefecimento provocado pela chegada do ar polar continental começará a fazer-se sentir no interior Norte e Centro de Portugal continental no dia de Natal (quinta-feira, 25), mas é na sexta-feira 26 de dezembro que o frio se intensificará e espalhará por quase toda a geografia. Neste mapa da temperatura a 850 hPa (cerca de 1500 metros de altitude) preveem-se -4 ºC em zonas da Região Centro.O modelo Europeu (ECMWF) prevê que Portugal continental fique rodeado por estas pequenas baixas pressões entre quarta-feira (24) e domingo (28): a chuva concentrar-se-á tendencialmente no litoral Norte, na Região Centro e em algumas zonas do Alentejo.É possível que ocorram alguns aguaceiros de chuva e de neve mais isolados até quinta-feira (25), dia de Natal, algo que estará em análise nos parágrafos abaixo. Estes aguaceiros poderão ser localmente fortes, ocasionalmente sob a forma de granizo e potencialmente acompanhados de trovoada.Dias de Natal serão tendencialmente estáveis mas… poderá nevar nestes locaisNa quarta-feira (24), dia da Véspera de Natal, prevê-se um dia de céu geralmente pouco nublado, embora com aguaceiros isolados em pontos do interior Norte e Centro nas primeiras horas da madrugada. Na quinta-feira (25), dia de Natal, o céu alternará períodos de nebulosidade com boas abertas, não se descartando a possibilidade de ocorrência de aguaceiros fracos entre o início e fim da tarde em zonas da Área Metropolitana de Lisboa, Baixo Alentejo e Barlavento Algarvio. Como já foi acima referido, apesar da estabilidade atmosférica predominante prevista para os dias de Natal (quarta, 24 e quinta, 25), não se exclui a ocorrência de aguaceiros, que poderão ser de neve nalgumas zonas. Assim, embora não seja esperado um nevão tão forte e espalhado por várias regiões como aquele que marcou o arranque do inverno astronómico no domingo (21), existe a possibilidade de queda de neve nalguns locais na quinta (25), dia de Natal. Previsão de possível ocorrência de queda de neve em locais montanhosos do Nordeste Transmontano nas últimas horas do dia de Natal.Persiste alguma incerteza quanto à cota e em que zonas poderá nevar devido à típica trajetória errática deste tipo de baixas pressões, porém, de momento, os mapas vislumbram essa possibilidade a partir do final da tarde de quinta (25) acima dos 800 metros de altitude nas zonas montanhosas do Nordeste Transmontano, mesmo junto à fronteira com Espanha.Artigo relacionadoPassagem de Ano pode ser marcada por frio intenso: eis o que indicam as tendências da MeteoredPor último, é para sexta-feira, 26 de dezembro, que se prevê o dia mais frio da semana. A referida bolsa de ar frio em altitude (contendo ar polar continental) já estará plenamente isolada da circulação geral e, além disso, instalada precisamente sobre a geografia de Portugal continental. Obviamente que chegará muito mais temperada ao nosso território do que noutros países europeus, mas não é por isso que deixará de gerar um ambiente invernal.Há incerteza quanto à distribuição de chuva ao longo da semana do Natal devido à típica trajetória errática deste tipo de baixas pressões. Mesmo assim, os mapas vislumbram a possibilidade de acumulações significativas em algumas zonas do litoral Norte e Centro.Deste modo, além da provável ocorrência de chuva gerada pela pequena depressão em altitude, as temperaturas mínimas baixarão acentuadamente (-6 ºC à superfície em pontos da Região Centro) na madrugada de sexta (26) e haverá queda de neve, possivelmente mesmo em cidades ou localidades situadas em cotas médias/altas (a partir dos 800 metros de altitude).

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Os mapas avisam: a massa de ar frio siberiana passará sobre Portugal no dia 26; neve e -6 ºC são esperados

Uma massa de ar siberiana está a dirigir-se em direção a Portugal, podendo chegar cá no dia de Natal. No entanto, será na madrugada seguinte que os termómetros vão gelar. Saiba onde!Mais informações: Semana do Natal arranca com chuva e neve, seguida de uma breve trégua; temperaturas podem descer significativamenteEsta semana arrancou um pouco mais estável face aos últimos dias, ainda que seja esperado o regresso da chuva dentro de algumas horas. Esta deverá incidir sobre a faixa litoral entre Viana do Castelo e Lisboa, devendo estender-se para o interior nas horas seguintes, fazendo com que a ocorrência de neve possa também acontecer, especialmente nas cotas mais elevadas do Norte e Centro. Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações. Esta instabilidade poderá manter-se durante o dia de amanhã, terça-feira, onde se esperam períodos de chuva moderada a forte em vários pontos do Norte e Centro do país, devendo a mesma afetar também o Sul. Ainda assim, a partir das últimas horas da tarde o tempo poderá mostrar sinais de melhoria. Contudo, não se descarta a possibilidade de ocorrência de alguns aguaceiros dispersos na madrugada de quarta-feira, dia 24.Natal seco e soalheiro antecede frio intensoAssim, espera-se uma véspera e um dia de Natal sem previsão de chuva e com vários períodos de sol por todo o país. Para além disso, as temperaturas máximas poderão variar entre os 6 ºC na Guarda e os 15 ºC em Aveiro e Lisboa na véspera, e entre os 5 ºC em Bragança e Guarda e os 15 ºC em Lisboa no dia de Natal.A madrugada de sexta-feira, dia 26, poderá ser a mais fria da semana, devido à chegada desta massa de ar siberiana.No entanto, estes valores de temperatura deverão diminuir de forma acentuada a partir de quinta-feira, dia 25, com a chegada de uma massa de ar frio, proveniente da Sibéria, que deverá fazer-se sentir com maior intensidade no dia 26. A influência desta massa de ar deverá ser de curta duração e afetar mais o interior do território, pois à medida que se aproxima da nossa geografia torna-se mais temperada.Madrugada do dia 26 com valores até -6 ºCDesta forma, esperam-se valores negativos em boa parte do interior Norte e Centro nesse dia. Os locais mais frios poderão ser a Serra da Estrela e a Serra da Freita com os termómetros a baixarem até aos -6 ºC. No Nordeste Transmontano, na Serra do Caramulo e nas regiões montanhosas que compõem a Barreira de Condensação os valores podem descer até aos -4 ºC. Artigo relacionadoPassagem de Ano pode ser marcada por frio intenso: eis o que indicam as tendências da MeteoredEstes valores com a possibilidade de chuva existente, poderão originar queda de neve nestes mesmos locais. Segundo a mais recente atualização dos nossos mapas, a acumulação de neve prevista para dia 26 poderá exceder os 6 cm na Barreira de Condensação.

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O projeto para “ressuscitar” Marte: o guia científico para transformar um deserto gelado numa nova Terra

A ideia de colonizar Marte sempre foi particularmente intrigante, mas talvez nem todos saibam que existe um processo hipotético para o tornar possível: a terraformação do Planeta Vermelho.Há já algum tempo que os cientistas trabalham no projeto futurista de tornar Marte habitável. Quantas vezes já pensou: “Basta, vou-me embora”? Talvez não apenas mudando de cidade ou país, mas literalmente mudando-se para outro planeta. Se isto alguma vez lhe passou pela cabeça, saiba que não está sozinho. De facto, existe todo um ramo de investigação que estuda possíveis métodos para tornar Marte habitável. Neste artigo, discutimos o hipotético processo de terraformação de Marte, através do qual as características atuais do planeta, como o clima e a superfície, poderiam ser modificadas para que os humanos e outras formas de vida terrestres pudessem um dia colonizar o nosso “primo” Marte. Terraformar e colonizar o Planeta VermelhoO verbo terraformar significa literalmente tornar um mundo ou planeta habitável. Por conseguinte, este processo pode ser aplicado a qualquer planeta, embora os investigadores tenham escolhido Marte como alvo principal.Já estamos a ver como é possível modificar o ambiente e o clima de um planeta, basta olhar para o que se passa na Terra. Então, porque não utilizar esta experiência para tornar um planeta atualmente inabitável num planeta adequado à vida? É claro que ainda estamos longe de desenvolver um processo que possa criar uma verdadeira biosfera planetária, mas o trabalho está a decorrer. O projeto visa tornar todo o planeta habitável, ou pelo menos grandes áreas do mesmo.Para além da curiosidade humana, há também razões práticas e convincentes para considerar este processo.Sabemos que a população da Terra está a aumentar continuamente, o que exige cada vez mais recursos, que são cada vez mais escassos. Colonizar um novo planeta permitiria o acesso aos recursos de outro mundo. Artigo relacionadoZonas proibidas em Marte: cientistas tentam proteger possíveis ecossistemas alienígenasAlém disso, num futuro distante, o Sol tornar-se-á demasiado quente para que a vida possa sobreviver na Terra. A mudança para um planeta mais afastado da nossa estrela poderia comprar milhões de anos para desenvolvimentos tecnológicos capazes de preservar a existência humana no espaço ou noutros mundos.Em suma, estamos a planear com antecedência, e é melhor agir cedo. Entre os métodos propostos está o aquecimento de Marte através de um efeito de estufa artificial. No passado, os cientistas consideraram a possibilidade de libertar gases com efeito de estufa ou de cobrir o planeta com aerogel, mas estes métodos teriam uma eficácia limitada. Ainda há muito trabalho a fazer para o tornar viávelPor esta razão, os investigadores consideraram recentemente a possibilidade de reter o calor utilizando nanopartículas artificiais desenvolvidas a partir de materiais já presentes em Marte.Artigo relacionadoMissão Europa Clipper da NASA arrancou finalmente: porque é que os cientistas querem estudar este satélite de Júpiter?Estas nanopartículas seriam feitas de ferro e alumínio, elementos abundantes na poeira marciana, mas requerem uma engenharia sofisticada para servirem o seu propósito: reter o calor infravermelho que sai do planeta enquanto reflete a luz solar para a superfície, aumentando assim o efeito de estufa naturalmente fraco de Marte.No entanto, mesmo esta técnica ainda não cria condições adequadas para a sobrevivência humana no Planeta Vermelho. No entanto, os cientistas que trabalham neste domínio não tencionam desistir. Certamente que, no futuro, ouviremos falar mais sobre a terraformação de outros mundos.

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‘Amizade improvável’: orcas e golfinhos revelam cooperação inédita em caçadas no Pacífico

Estudo mostra que interação antes interpretada como disputa por alimento é, na verdade, uma parceria funcional durante a busca pelo salmão Chinook.Orcas, golfinhos e toninhas-de-Dall a interagir na superfície entre mergulhos à procura de alimento. Crédito: Universidade da Colúmbia Britânica (A. Trites)Um estudo recém-publicado trouxe novas evidências sobre a complexidade das relações entre grandes predadores marinhos no Oceano Pacífico. Investigadores identificaram que orcas residentes e golfinhos-de-laterais-brancas do Pacífico, espécies que partilham as águas da Colúmbia Britânica, no Canadá, cooperam ativamente durante a caça ao salmão Chinook.A interação observada contraria hipóteses anteriores que descreviam estes encontros como episódios de competição ou simples interferência dos golfinhos nas caçadas das orcas. Segundo os cientistas, os dados indicam um comportamento coordenado, no qual ambas as espécies investem energia e obtêm benefícios claros.Para a autora principal do estudo, Sarah Fortune, a descoberta ajuda a redefinir a forma como essas relações são interpretadas. “Às vezes pode ter um amigo improvável que ajuda a guiá-lo a um banquete”, comparou a investigadora, ao explicar a lógica da parceria observada.Sincronia sob a superfícieÀ primeira vista, as interações registadas a partir da superfície do mar pareciam caóticas. No entanto, imagens subaquáticas revelaram um elevado grau de sincronia entre orcas e golfinhos. Os investigadores observaram que ambas as espécies mergulham lado a lado e que os movimentos das orcas frequentemente seguem os dos golfinhos.Em maiores profundidades, os golfinhos nadam próximos às orcas e emitem cliques de ecolocalização que parecem facilitar a localização dos cardumes de salmão. Em algumas ocasiões, orcas foram vistas a partilhar presas entre si enquanto os golfinhos permaneciam nas proximidades.Estes registos também mostraram golfinhos a alimentarem-se de restos de peixe após a captura, o que reforça a ideia de troca mútua. Para os cientistas, isto afasta a noção de que os golfinhos estariam apenas a “roubar comida” ou a aproveitar-se do esforço das orcas.Tecnologia para desvendar a cooperaçãoPara analisar a dinâmica da caça, a equipa utilizou etiquetas com ventosas instaladas em orcas residentes, equipadas com câmeras e gravadores acústicos. Drones complementaram a monitorização, oferecendo imagens aéreas sincronizadas com os registos submersos.Orcas e golfinhos revelam cooperação inédita em caçadas no Oceano Pacífico. Crédito: Universidade da Colúmbia BritânicaAo todo, foram catalogados 25 eventos de perseguição conjunta. Em oito deles, houve partilha de salmão Chinook entre orcas, com a presença de golfinhos em quatro ocasiões. A análise acústica revelou ainda alternância nos períodos de ecolocalização entre as espécies.Com base nestes dados, Fortune sugere que orcas e golfinhos possam “espiar” os sinais sonoros uns dos outros, usando os ecos produzidos para localizar as presas de forma mais eficiente durante a caça.Impacto científico e ecológicoEspecialistas independentes destacaram a relevância do estudo. Michael Weiss, diretor de investigação do Center for Whale Research, classificou o conjunto de dados como impressionante, embora realce que mais evidências são necessárias para confirmar cooperação plena.Artigo relacionadoAmeaça à viabilidade: taxa de crescimento populacional de golfinhos cai no golfo da BiscaiaA cientista Erin Ashe, da Oceans Initiative, afirmou que o trabalho amplia a compreensão sobre ecossistemas marinhos complexos. Segundo ela, a associação também pode oferecer aos golfinhos um tipo de refúgio junto às orcas que se alimentam de peixes, permitindo que avaliem riscos e evitem predadores mais perigosos na região.Referências da notíciaCNN Brasil. Estudo revela orcas e golfinhos caçando juntos no Pacífico; veja vídeo. 2025

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Postal do AlgarvePostal do Algarve
Frio de ‘rachar’ em Portugal: estas regiões vão enfrentar temperaturas negativas até este dia
Diário de Notícias MadeiraDiário de Notícias Madeira
Porto Moniz regista nove dias com mais de 25°C em Novembro
AWAYAWAY
Tempo muda na Madeira a partir de terça-feira à tarde, prevê IPMA
Jornal O EriceiraJornal O Ericeira
Meteorologia: Veja as previsões para esta segunda-feira
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A Roménia está a construir o parque temático mais ambicioso da Europa — e não é a Disneyland

O Dracula Land promete ser um dos maiores parques temáticos do continente. O projeto, inspirado na figura de Drácula, vai nascer perto de Bucareste e representa um investimento de mil milhões de euros.Dracula Land: a nova mega-atração turística que vai nascer na Roménia. Foto: Dracula LandPara muitas pessoas, nunca é demais existir mais um parque temático na Europa. Disneyland Paris? ‘Vamos!’; Parque Warner? ‘Nunca uma viagem até Madrid soube tão bem’; Europa Park? ‘Quem vai a Espanha, também vai a Alemanha’. E é precisamente para esse tipo de entusiastas que chega agora esta novidade: a Europa prepara-se para receber uma nova mega-atração turística, pronta para rivalizar com as mais icónicas.Esta vai nascer na Roménia, e trata-se de um projeto inteiramente inspirado no vampiro mais conhecido do mundo, o Drácula. Anunciada no início de dezembro, a Dracula Land será construída a 20 minutos do centro de Bucareste e a 15 do aeroporto. O projeto megalómano promete combinar entretenimento, turismo, comércio, tecnologia, cultura e lifestyle num só sítio. Um projeto megalómanoO objetivo é simples: criar um polo turístico de dimensão internacional, que se prevê estar pronto para abrir portas em 2027.Artigo relacionadoEntre as Dolomitas e o Rio de Janeiro, há uma cidade portuguesa que conquistou a ‘National Geographic’“A Dracula Land reúne tudo o que aprendi no mercado imobiliário: disciplina, rigor, visão e a capacidade de manter unidas equipas complexas com especializações muito diferentes”, referiu Dragoș Dobrescu, fundador do parque. “Para mim, a Dracula Land é um projeto nacional, um símbolo de que a Roménia pode e deve construir marcos, e não apenas edifícios ou simples empreendimentos imobiliários.”Com um investimento de mil milhões de euros, o projeto vai contar com um parque temático, uma arena multifuncional, um outlet de luxo de moda, de decoração e de artigos para a casa, e até hotéis. Além disso, contará com um parque aquático e spa termal, uma pista de corridas, um parque motorizado e um polo tecnológico.Não quer ser cópia de nada“Quando pensámos em criar este projeto, sabíamos que não podíamos copiar nada. A Roménia não precisava de uma cópia da Disneyland, precisava de uma história própria e foi assim que nasceu o Dracula Land”, lê-se na apresentação do parque, que ainda não tem uma data oficial para abrir.Assim, terá como principal foco a cultura romena, o folclore europeu e todo o imaginário associado ao vampiro mais famoso de sempre. Feitas as contas, o complexo temático contará com seis zonas distintas, pensadas para uma experiência imersiva que cruza terror, fantasia e entretenimento apropriados para diferentes públicos.Entre elas estão a Transilvânia, que combina montanhas-russas, aldeias tradicionais e florestas, e o Castelo de Drácula, que será apresentado como a residência do vampiro, com ruínas, labirintos, lago e uma montanha-russa inspirada em morcegos. No Reino da Família, o destaque será dado a criaturas sobrenaturais de várias culturas do mundo.Muito para descobrir. Foto: Dracula LandO parque terá ainda zonas como a Londres vitoriana, dedicada à caça de vampiros, e o Porto de Nova Orleães, onde está prevista uma montanha-russa com lobisomens e jogos inspirados no carnaval de Mardi Gras.O projeto inclui ainda um parque aquático e um spa termal, com cerca de 30 atrações aquáticas e uma das maiores piscinas de ondas da Europa. Nos planos está também uma arena multifuncional para concertos, festivais e grandes eventos, com capacidade para cerca de 22.500 pessoas. Além disso, prevê-se um outlet dedicado à moda e à decoração para a casa, com mais de 70 marcas, distribuídas por nove mil metros quadrados. E, claro que haverá um espaço reservado para restauração e bebidas — e este vai contar com mais de três mil metros quadrados.Artigo relacionadoEsta é a maior capital fantasma do mundo: inaugurada em 2005 mas ninguém quer morar lá“O Dracula Outlet Mall foi concebido como um catalisador social, ativo durante todo o dia — um lugar não apenas para compras, mas para viver, encontrar-se e partilhar experiências”, apontou Gino Garbellini, fundador do gabinete de arquitetura Piuarch Milano, responsável por este projeto.No que diz respeito ao alojamento, os visitantes poderão escolher um dos 1200 quartos distribuídos entre três unidades hoteleiras temáticas, todas inspiradas no universo criado por Bram Stoker. Por fim, o polo tecnológico promete um espaço de 15 mil metros quadrados, com mais de mil postos de trabalho para startups nas áreas de jogos, Inteligência Artificial e indústrias digitais criativas. Um investimento de mil milhões de euros. Foto: Dracula Land“O Dracula Land será um dos raríssimos projetos na Roménia, construído com uma estratégia clara, disciplina e execução rigorosa, desde as discussões iniciais até à operação. Reunirá retalho, entretenimento, hotelaria, infraestruturas culturais e tecnologia de uma forma que raramente vemos na Europa”, acrescentou Andreea Mihai, responsável pelo marketing.“O objetivo do projeto é também construir o próprio metaverso, que contará com sistemas do tipo NFT para propriedade digital, recompensas, a DraculaCoin, personalização baseada em Inteligência Artificial e ligação em tempo real com eventos físicos no parque, como concertos, competições, festivais e experiências”, avança ainda a revista ‘NiT’.Quanto a preços, estes ainda não foram divulgados, mas é certo que o DraculaLand promete afirmar-se como um dos maiores projetos turísticos da Europa.

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Notícias do SorraiaNotícias do Sorraia
Tempo instável marca a semana de Natal em Portugal Continental
Notícias ao MinutoNotícias ao Minuto
IPMA prevê chuva ou aguaceiros a partir de terça-feira na Madeira
Notícias ao MinutoNotícias ao Minuto
Vem aí semana de chuva e aguaceiros (mas há aberta na véspera de Natal)
Diário de Notícias MadeiraDiário de Notícias Madeira
Portugal continental com semana de chuva e aguaceiros, interrompidos só na véspera de Natal
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Passagem de Ano pode ser marcada por frio intenso: eis o que indicam as tendências da Meteored

As previsões para o fim de dezembro continuam marcadas por incerteza, mas alguns cenários começam a sugerir uma entrada de ar muito frio na passagem de ano, com possível prolongamento para o início de janeiro.Mais informações: Semana do Natal arranca com chuva e neve, seguida de uma breve trégua; temperaturas podem descer significativamenteA transição de 31 de dezembro para 1 de janeiro pode trazer temperaturas muito baixas em Portugal continental, embora os modelos ainda mostrem elevada incerteza.Não é, de todo, um cenário garantido. Contudo, começam a surgir alguns sinais de entrada de ar frio realmente notável entre 29 e 31 de dezembro, com possível prolongamento para o início de janeiro. Estes indícios surgem sobretudo em saídas de modelos considerados fiáveis, com destaque para o modelo europeu ECMWF, usado pela nossa equipa da Meteored. Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações. Para já, a mensagem principal mantém-se. Uma incerteza elevada para Portugal Continental, com um cenário mais provável dominado por tempo seco e frio, e apenas uma probabilidade distante de um episódio com características mais “invernais”.Passagem de Ano com frio: sol a norte, geadas e mínimas negativas no interiorAs previsões da Meteored Portugal apontam para um regresso (ou reforço) de tempo frio e seco na véspera de Ano Novo e durante a primeira semana de 2026, devido à influência do anticiclone sobre a Península Ibérica.A previsão para 31 de dezembro sugere um dia maioritariamente estável, com máximas entre os 6 e os 16 ºC e mínimas entre -2 e 10 ºC, destacando-se o nordeste e interior mais frios. As temperaturas máximas devem cifrar-se em 6 ºC em Bragança e na Guarda e Vila Real com 8 ºC.As temperaturas na transição de ano devem ser muito baixas, não ultrapassando os 4 ºC em grande parte do território nacional.Para 1 de janeiro, mantém-se a tendência de tempo predominantemente seco, mais certo no Norte e Centro de Portugal, mas com madrugadas mais frias em várias áreas do interior, nomeadamente no Nordeste. As mínimas devem descer aos -3 ºC em Bragança e -2 ºC na Guarda. Uma possível “janela” de transição para janeiro. Muito frio em altitude, mas cenário ainda distanteA partir dos últimos dias de dezembro, o frio continua a ser, para já, a peça dominante, com algumas atualizações do principal modelo associado ao Centro Europeu a sugerir temperaturas a 1500 metros (nível aproximado de 850 hPa) entre -2 e -4 ºC sobre Portugal em torno de 29 - 31 de dezembro.Este tipo de valores, a confirmarem-se, pode traduzir-se em frio muito significativo à superfície (com geadas mais intensas e mínimas localmente perto ou abaixo de 0 ºC, sobretudo em vales e áreas abrigadas do interior). E, se existisse precipitação em simultâneo, não se poderia excluir neve a cotas muito baixas, potencialmente até próximas do nível do mar em episódios mais favoráveis.Artigo relacionadoPrevisão do tempo para a véspera e o dia de Natal: depois de chuva e neve, chega um Natal soalheiro; últimas notíciasAinda assim, importa sublinhar que o cenário com neve é, nesta fase, apenas uma probabilidade distante. O quadro mais consistente, para já, continua a ser o de fim de ano seco, mas frio, com grande amplitude térmica diária e probabilidade de geadas.Neste momento, as previsões sugerem pequenas alterações na posição do anticiclone, na entrada de ar frio e na humidade relativa, que serão decisivas para perceber se teremos apenas “frio de geada” ou um episódio mais excecional para a época.Modelos sugerem alteração do regime meteorológico, passando a dominar o regime ATR (Atlantic Ridge), com instalação de uma crista anticiclónica no Atlântico Norte.A entrada do regime ATR (Atlantic Ridge) apresenta uma elevada probabilidade de domínio nos primeiros dias de janeiro de 2026. Após um período de instabilidade no final de dezembro, é provável a instalação de uma crista anticiclónica (alta pressão) no Atlântico Norte.Espera-se uma descida das temperaturas, com noites muito frias e possibilidade de geadas frequentes no interior, devido à entrada de ar polar marítimo ou continental. As tempestades atlânticas devem deslocar-se também para latitudes mais altas (Reino Unido ou Escandinávia).

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O AmarenseO Amarense
Semana arranca sob frio intenso, chuva e possibilidade de neve nas zonas altas
O VilaverdenseO Vilaverdense
Semana começa gélida, com chuva e ameaça de queda de neve nas terras altas
O VilaverdenseO Vilaverdense
Minho sob aviso amarelo devido à queda de neve até ao meio-dia de segunda-feira
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Açores com precipitação nos grupos Ocidental e Central na noite de Natal
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Mercado de Natal flutuante: a magia sobre as águas do Danúbio

Na Alemanha existe um mercado de Natal que desafia a tradição, pois a magia natalícia flutua sobre as águas do Danúbio. Fique aqui a saber mais!Em Vilshofen, na Baviera, luzes cintilantes, aromas de especiarias e tradição transformam o rio num cenário mágico de inverno. Fonte: TripAdvisor Quando o Inverno se instala no coração da Europa e as primeiras geadas cobrem os telhados, os campos e as margens dos rios, a Alemanha transforma-se num vasto palco de tradições natalícias.Entre os inúmeros mercados de Natal que iluminam cidades e aldeias, há um que se destaca pela sua originalidade poética e pela forma singular como se funde com a paisagem natural, o mercado de Natal flutuante de Vilshofen an der Donau, onde o espírito natalício navega suavemente sobre as águas do Danúbio.Vilshofen: uma cidade moldada pelo rioVilshofen não é uma metrópole nem um destino de turismo massificado. É uma pequena cidade tranquila e histórica, cuja identidade sempre esteve profundamente ligada ao Danúbio.Durante séculos, o rio foi fonte de comércio, comunicação e subsistência. Hoje, é também palco de uma das mais singulares celebrações natalícias da Alemanha, onde a tradição se reinventa sem perder autenticidade.No coração do Schwimmender Christkindlmarkt encontra-se num antigo navio de passageiros, o Stadt Linz, ancorado junto à margem do rio.Transformado num espaço acolhedor e iluminado, o navio alberga várias bancas de artesanato tradicional.Ao subir a bordo, o visitante sente como se estivesse a entrar noutro tempo, pois o ranger da madeira, o reflexo das luzes nas janelas e o murmúrio constante da água criam uma atmosfera íntima e envolvente.No interior, artesãos trabalham ao vivo, dando forma a esculturas em madeira, presépios, velas artesanais e peças têxteis.Cada objeto conta uma história e revela uma herança cultural transmitida ao longo de gerações, num diálogo silencioso entre passado e presente.Luzes, aromas e sabores do adventoFora do navio, o mercado estende-se pela margem do Danúbio, com pequenas cabanas de madeira cuidadosamente decoradas.À noite, milhares de luzes quentes desenham caminhos luminosos que convidam ao passeio lento.Artigo relacionadoNo mercado de Natal mais alto da Europa, ainda se contam histórias de dragõesO ar enche-se de aromas reconfortantes como Lebkuchen acabados de sair do forno, salsichas grelhadas, castanhas quentes e o inconfundível perfume do Glühwein, vinho quente aromatizado com especiarias que aquece mãos e corações. No mercado flutuante de Vilshofen, a madeira ganha forma, as velas contam histórias e o Glühwein aquece as mãos e o coração. Fonte: Europa.TripsEntre os elementos mais marcantes do mercado destaca-se a imponente pirâmide de Glühwein, com cerca de nove metros de altura. Iluminada e majestosa, tornou-se um símbolo do evento e um ponto de encontro natural, onde brindes espontâneos e conversas descontraídas fazem parte do ritual.Outro destaque é o monumental presépio de madeira, considerado um dos maiores do mundo. As figuras, minuciosamente esculpidas, representam cenas do nascimento de Jesus com uma expressividade tocante.O Danúbio como espelho de luzAo cair da noite, o mercado revela a sua faceta mais mágica. As luzes refletem-se na superfície escura do Danúbio, criando um jogo de brilhos que transforma o rio num espelho cintilante.O som distante de coros natalícios mistura-se com o deslizar da água, compondo uma melodia serena que envolve quem ali passa. O mercado flutuante de Vilshofen distingue-se pela sua autenticidade e pela ausência de excessos.Longe do consumismo intenso dos grandes centros urbanos, aqui privilegia-se o convívio, a tradição local e a celebração comunitária. Famílias, habitantes locais e visitantes partilham o espaço num ambiente acolhedor e genuíno.Visitar este mercado é mais do que uma experiência turística, é uma imersão num modo de viver o Natal que valoriza a simplicidade, a memória e a ligação à natureza.

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Nem tudo são vulcões e gelo: a cultura termal da Islândia foi finalmente declarada Património Mundial da UNESCO

Mergulhe na água: a UNESCO declarou as tradições balneares da Islândia como património cultural imaterial da humanidade. Estas tradições não só estimulam a circulação sanguínea, como também desempenham importantes funções sociais e fortalecem a ligação com a natureza.Na água, todas as pessoas são iguais: uma cultura que foi hoje reconhecida pela UNESCO.Não há nenhuma piscina interior por perto, ou se houver, o horário de funcionamento é invulgar? Nesta bela ilha do Atlântico Norte, ninguém pode usar desculpas como estas para evitar treinar na água. A Islândia possui uma extensa rede de instalações aquáticas públicas: existem cerca de 120 piscinas espalhadas por todo o país.No entanto, aqui dificilmente alguém ponderaria evitar ir à piscina. Nadar e tomar banho são partes integrantes da vida diária, em qualquer altura do ano. Aquecimento geotérmico, rodeado pela natureza e sempre abertoEm quase todas as cidades e vilas da Islândia, existe um "sundlaug" que os islandeses frequentam diariamente. Para além de grandes piscinas, geralmente têm piscinas de água fria, saunas e jacuzzis. Melhor ainda, a maioria é aquecida com energia geotérmica, está ao ar livre e está aberta durante todo o ano.Por conseguinte, a UNESCO concedeu agora o reconhecimento, declarando a cultura das piscinas islandesas como património cultural imaterial da humanidade.E isto reflete muitos dos valores fundamentais do país: a comunidade e a igualdade entre as pessoas, uma estreita ligação à natureza e aos recursos sustentáveis, e a importância do bem-estar, da saúde mental e das relações sociais para toda a sociedade.Banho nas águas termais de Hveragerði, no sul da ilha.Esta cultura promove o bem-estar físico, mental e social de todos e contribui para o facto de, apesar dos invernos longos e escuros, os habitantes deste país se considerarem, segundo as pesquisas, um dos mais felizes do mundo. Ponto de encontro na piscina: a natação como experiência comunitária Além disso, a natação funciona como um ponto de encontro social. A UNESCO reconhece expressamente a importância das piscinas como espaços públicos onde pessoas de todas as idades e origens se reúnem não só para nadar, mas também para socializar e trocar ideias.Artigo relacionadoGelo e fogo: prepare-se para uma jornada inesquecível pela nova rota da IslândiaEm trajes de banho, pessoas de todas as classes sociais reúnem-se como iguais. Como parte integrante da comunidade, as piscinas são um ponto de encontro diário onde se pode conversar com o presidente da câmara (ou, como na capital, Reykjavik, com a primeira-dama) com a mesma facilidade com que se pode falar com o padeiro ou o banqueiro.A Islândia apresentou a sua primeira candidatura independente à lista, destacando a sua cultura de piscinas. Em 2021, o artesanato de barcos nórdicos cozidos em forno foi incluído numa candidatura conjunta de todos os países nórdicos. As Ilhas Faroé e Åland também participaram.Cerveja belga, baguete francesa, saunas finlandesas...A lista do património cultural imaterial da UNESCO é frequentemente chamada de "irmã mais pequena" da Lista do Património Mundial. Inclui mais de 800 itens de mais de 150 países e destaca a riqueza das tradições culturais do mundo. Sunset at the Blue Lagoon, Iceland pic.twitter.com/RcQMyy6Zyr— Amazing Pictures (@amazings_pic) October 30, 2025Isto inclui, por exemplo, o teatro de sombras, a cultura da cerveja belga, a baguete francesa e a cultura da sauna finlandesa.

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Boletim Ártico da NOAA 2025: aquecimento acelerado, rios a oxidar e recuo recorde do gelo!

O boletim do Ártico da NOAA mostra uma região em situação crítica, que está a aquecer rapidamente. Este relatório destaca ameaças como a "atlantificação" e a oxidação dos rios, ressaltando a forma como o aquecimento na região está a superar o do resto do mundo e a levar a consequências cada vez mais graves.O rápido aquecimento da região ártica está a causar grandes impactos. Imagem: NOAA.As temperaturas da superfície do Ártico, que remontam pelo menos a 1900, durante o período abrangido por este boletim (entre outubro de 2024 a setembro de 2025), foram as mais altas já registadas.A região experimentou o seu outono mais quente, o segundo inverno mais quente e o terceiro verão mais quente. Nas últimas duas décadas, as temperaturas do ar no Ártico durante o outono e o inverno aumentaram mais do que o dobro da taxa observada globalmente.Today, the 2025 #ArcticReportCard was released, marking 20 years of tracking rapid Arctic warming and change. Find the full 2025 Arctic Report Card here: https://t.co/UNfmyUvYiK#AGU25 @NOAA @theAGU pic.twitter.com/7D5YPpJVpU— NOAA Research (@NOAAResearch) December 16, 2025As principais conclusões do Boletim Ártico 2025 da NOAA destacam que os últimos dez anos foram os dez mais quentes já registados na região. A precipitação no Ártico atingiu um novo recorde no período compreendido entre outubro do ano passado e setembro deste ano, o período anual correspondente ao ciclo natural da água. Os totais de precipitação no inverno, primavera e outono para este período estão entre os cinco maiores desde 1950.Ameaças da oxidação dos rios e da 'Atlantificação'Um número crescente de rios e córregos, antes com águas cristalinas e imaculadas, agora apresentam uma tonalidade alaranjada. O Boletim Ártico deste ano destaca inúmeros sinais de "rios enferrujados", com observações por satélite de mais de 200 cursos d'água descoloridos, mostrando aumento da acidez e da presença de metais tóxicos, o que sinaliza riscos crescentes para a qualidade da água, os ecossistemas e os recursos das comunidades rurais.Weird effect of warming in Alaska: rivers in the North Slope turning rust-red as minerals leach from melting permafrost @AGU2025 @NOAA https://t.co/zReUICHWX7— Eric Niiler (@eniiler) December 16, 2025“Na escala das bacias hidrográficas do Ártico, as mudanças biogeoquímicas também estão a tornar-se cada vez mais visíveis, influenciadas pelo aquecimento do permafrost ao longo de várias décadas”, diz o boletim.“Em 2024, os locais de monitorização do permafrost na América do Norte e em Svalbard registaram as temperaturas mais altas já observadas (Smith et al., 2025). Um dos impactos é o fenómeno da ferrugem nos rios, em que os cursos d'água adquirem uma tonalidade alaranjada quando o ferro oxidado do degelo do permafrost entra na água”, afirma o boletim da NOAA.The 2025 #ArcticReportCard takes a look at the air: Surface air temperatures across the Arctic from October 2024 through September 2025 were the warmest recorded since 1900. The last 10 years are the 10 warmest on record in the Arctic. Full report: https://t.co/vC3REnDwGt pic.twitter.com/L5X8219q6j— NOAA Research (@NOAAResearch) December 16, 2025A 'Atlantificação' — a crescente invasão de águas atlânticas mais quentes e salgadas no Oceano Ártico, que está a remodelar tanto a sua estrutura física quanto os seus ecossistemas — atingiu agora o centro do Oceano Ártico, centenas de quilómetros além do antigo limite da influência atlântica.À medida que a atlantificação se intensifica, o Oceano Ártico torna-se menos estratificado, aumentando a transferência de calor, promovendo o derretimento do gelo marinho e perturbando os padrões de circulação que influenciam o clima e o tempo a longo prazo.Impactos em indicadores vitais do ÁrticoO boletim destaca diversas mudanças importantes em indicadores-chave do Ártico, incluindo "uma tendência de aumento na precipitação no Ártico em todas as estações desde 1950, com o aumento mais significativo no inverno". A mudança no indicador relacionado à cobertura de neve em terra reflete-se numa redução de 50% na extensão da cobertura de neve em junho desde 1967.The 2025 #ArcticReportCard on land: Ongoing glacier loss contributes to steadily rising global sea levels, threatening Arctic communities water supplies, driving floods & increasing landslide & tsunami hazards endangering people, infrastructure & coasts. https://t.co/UNfmyUvYiK pic.twitter.com/xxGUqY6XKa— NOAA Research (@NOAAResearch) December 16, 2025A "tundra verde", correspondente ao máximo anual de vegetação na tundra, aumentou em quase toda a região desde 1982. Em relação ao gelo marinho, as 19 menores extensões de gelo marinho observadas em setembro, em levantamentos por satélite, ocorreram nos últimos 19 anos. Quanto à camada de gelo da Gronelândia, o impacto destacado é uma perda líquida anual de gelo desde o final da década de 1990.“Após 20 anos de publicação contínua, o Boletim consolidou-se como uma crónica das mudanças em curso e como um alerta sobre o que o futuro reserva”, afirmam os autores do relatório.30 000 fósseis descobertos num antigo ecossistema de répteis marinhos numa ilha do Ártico“As transformações dos próximos 20 anos irão remodelar os ambientes e os ecossistemas do Ártico, afetar o bem-estar das populações árticas e influenciar a trajetória do próprio sistema climático global, do qual todos dependemos”, dizem.

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Cultivar frutas em climas frios: as melhores escolhas e cuidados

10 árvores de fruto que suportam o inverno de Portugal e garantem uma colheita de sucesso. Saiba mais aqui!Um pomar em Portugal Continental exige uma compreensão refinada da nossa geografia.Este artigo destaca as árvores de fruto que têm sucesso em "climas frios", esta vai depender da escolha de variedades "resistentes ao frio" (cold-hardy), neste sentido, foram selecionadas algumas das espécies que não apenas sobrevivem ao gelo, mas prosperam nele. Ter em atenção que em Portugal Continental dependerá sempre da localização da mesma, por exemplo em Trás-os-Montes, Norte Interior (geadas tardias na primavera e verões muito secos), grande parte sentir-se-á em casa.Cultivar um pomar em Portugal Continental exige uma compreensão refinada da nossa geografia, especialmente quando nos deslocamos para o Interior Norte e para as Beiras. Nessas regiões, o desafio não é apenas a sobrevivência ao inverno, mas sim a gestão das "horas de frio" — aquele período essencial abaixo dos 7°C que permite à árvore descansar para depois florescer com vigor. 1. O Castanheiro (Castanea sativa)O Castanheiro, exige altitude e solos ácidos para prosperar. Variedades como a Judia ou a Longal não só suportam temperaturas negativas extremas, como dependem desse rigor para produzir frutos com a textura e o sabor que as tornam célebres. O Castanheiro, exige altitude e solos ácidos para prosperar.É fundamental garantir que o solo tenha uma excelente drenagem, uma vez que esta espécie é particularmente sensível à "doença da tinta", um fungo que ataca as raízes em terrenos onde a água fica estagnada. No momento da plantação, deve-se prever um espaço generoso, com cerca de 8 a 10 metros entre árvores, pois a sua copa monumental desenvolver-se-á ao longo de décadas, culminando numa colheita farta entre outubro e novembro.2. A Nogueira (Juglans regia)A Nogueira surge como uma escolha estratégica para o interior, pois a sua floração tardia protege-a das traiçoeiras geadas de abril que frequentemente assolam a região. Esta árvore exige solos profundos para acomodar a sua raiz pivotante e possui uma particularidade química: produz juglona, uma substância que pode inibir o crescimento de outras plantas vizinhas. Por isso, o planeamento do espaço é vital para que a colheita, realizada entre setembro e outubro, seja o culminar de um ciclo de crescimento sem competição externa.3. A Cerejeira (Prunus avium)As cerejeiras, especialmente as linhagens adaptadas ao ecossistema do Fundão, são autênticas máquinas de frio que transmutam o gelo na doçura de frutos como a Saco de Cova da Beira. Para o sucesso deste cultivo, o solo deve ser leve e nunca "encharcado", prevenindo a asfixia radicular e doenças fúngicas como a moniliose, que apodrece os ramos. A cerejeira floresce com o vigor acumulado no inverno, oferecendo os seus frutos entre maio e julho, dependendo da altitude da plantação.4. A Macieira Bravo de EsmolfeNo campo das maçãs, nenhuma árvore representa melhor a resiliência nacional do que a Macieira Bravo de Esmolfe. Esta variedade DOP, originária da Beira Alta, utiliza o frio intenso para concentrar os seus açúcares e desenvolver o seu aroma inconfundível, florescendo onde muitas variedades comerciais falham. A macieira bravo esmolfe utiliza o frio intenso para concentrar os seus açúcares e desenvolver o seu aroma inconfundível.Embora seja uma árvore de crescimento mais lento e que demore alguns anos a entrar em plena produção, a sua longevidade e a resistência dos frutos compensam a espera. As maçãs colhidas em setembro têm a capacidade única de serem armazenadas durante meses em locais frescos, onde o seu perfume se intensifica gradualmente.5. A Pereira Parda (Pyrus communis)A Pereira Parda é uma sobrevivente nata, caracterizada pela sua pele rugosa e castanha que funciona como um escudo natural contra o frio e pequenos insetos. Ao contrário das variedades mais sensíveis, esta pereira adapta-se magnificamente aos climas de montanha do Norte de Portugal, onde a geada matinal é uma constante. A pereira é caraterizada pela sua pele rugosa e castanha que funciona como um escudo natural contra o frio e pequenos insetos.Os seus frutos, colhidos em outubro, são valorizados pela sua polpa firme, sendo a escolha ideal para a gastronomia regional, especialmente para serem assados ou cozinhados em vinho tinto, mantendo a sua estrutura e sabor mesmo após longas cozeduras.6. O Marmeleiro (Cydonia oblonga)Para quem procura um pomar que exija menos mimos, o Marmeleiro é um aliado indispensável. Esta árvore quase indestrutível tolera solos pesados e argilosos que seriam fatais para outras espécies, suportando o gelo persistente com uma facilidade admirável. Na primavera, oferece uma das florações mais belas de Portugal, mas o cultivador deve ter atenção à poda: os marmelos surgem nas pontas dos ramos novos, pelo que uma poda excessiva pode comprometer a colheita. Os frutos, colhidos entre outubro e novembro, são o epítome da resistência, transformando-se em conservas que atravessam todo o inverno.7. A Ameixeira Rainha Cláudia VerdeA Ameixeira Rainha Cláudia Verde prova que a elegância e a força podem coexistir. Esta variedade exige um período de frio significativo para produzir os seus frutos que parecem mel condensado, tornando-se uma escolha de eleição para as Beiras e o Alto Alentejo. O principal desafio técnico prende-se com a colheita em agosto; chuvas fortes e repentinas nesta fase podem fazer o fruto "rachar" devido ao excesso de humidade. Para mitigar este risco, o uso de uma cobertura de palha (mulching) na base da árvore ajuda a manter a humidade do solo constante, protegendo a árvore do calor abrasador que muitas vezes sucede ao frio rigoroso.8. O Pessegueiro de VinhaO Pessegueiro de Vinha mantém uma rusticidade ancestral que o distingue dos seus primos comerciais mais sensíveis. Crescendo frequentemente de forma espontânea junto às vinhas do Douro e do Dão, esta árvore resiste bravamente às oscilações térmicas da primavera e apresenta uma resistência natural à "lepra do pessegueiro", uma doença fúngica comum em zonas húmidas. Esta árvore resiste bravamente às oscilações térmicas da primavera e apresenta uma resistência natural.Uma vantagem notável para o produtor amador é a sua facilidade de propagação: um pessegueiro de vinha pode ser plantado a partir do caroço, mantendo com frequência a qualidade e a força da planta-mãe, resultando em frutos de polpa firme e sabor intenso colhidos entre agosto e setembro.9. A Avelaneira (Corylus avellana)A Avelaneira floresce corajosamente no pico do inverno, quando o resto do pomar ainda dorme profundamente. Por ser uma espécie cuja polinização depende do vento, é recomendável plantá-las em grupos ou sebes para garantir que o pólen circule eficazmente entre as flores. No interior de Portugal, a avelaneira aprecia a humidade das encostas e deve ser protegida de locais excessivamente secos; se o verão for muito rigoroso, uma localização em meia-sombra garantirá que a planta não sofra stress hídrico. A colheita das avelãs em setembro completa a diversidade de frutos secos essencial para qualquer despensa de clima frio.10. O Dióspiro de InvernoFinalmente, o Dióspiro de Inverno, especialmente em variedades como a Coroa de Rei, encerra o ciclo anual do pomar com um espetáculo visual único. Esta árvore é extremamente rústica e raramente necessita de tratamentos químicos, pois os seus frutos laranjas permanecem nos ramos mesmo após a queda total das folhas, muitas vezes cobertos pela primeira neve. O frio é, na verdade, um aliado, ajudando a eliminar a adstringência natural de algumas variedades. Colhidos entre novembro e janeiro, os dióspiros simbolizam a vitória da natureza sobre o inverno, oferecendo uma fonte de energia doce quando a maioria das outras árvores está em repouso absoluto.Artigo relacionadoEstas 5 árvores de fruto são ideais para os principiantes: fáceis de plantar, mesmo num vasoPlantar estas dez variedades entre novembro e fevereiro, enquanto o solo repousa, é garantir que o ciclo da vida se renovará com abundância, transformando o frio do interior numa colheita generosa e cheia de história.Referências da notícia:https://florestas.pt/descobrir/arvores-em-flor-no-inverno/ - Florestashttps://www.marthastewart.com/best-fruit-trees-to-grow-in-cold-climates-11863524 - Martha Stewarthttps://www.jagarquiteturapaisagista.com/single-post/%C3%A1rvores-aut%C3%B3ctones-em-portugal - Arquitetura Paisagistahttps://www.agroportal.pt/arvores-em-flor-no-inverno/ - Agroportal

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O clima fez com que crescessem apenas num lugar do mundo: estas especiarias valiam mais que ouro e desencadearam guerras

Durante séculos, um punhado de ilhas vulcânicas no Sudeste Asiático albergou riquezas inimagináveis. O seu clima singular permitia o cultivo de especiarias tão valiosas que desencadearam guerras entre impérios e uma das mais acesas disputas comerciais da história.As Ilhas Molucas, também conhecidas como Ilhas das Especiarias, são um arquipélago localizado na parte oriental da Indonésia.Na Europa do final da Idade Média, as especiarias não eram um luxo culinário: simbolizavam poder. Eram utilizadas para conservar alimentos, preparar medicamentos, fazer perfumes e demonstrar estatuto social. De entre todas, duas destacaram-se: a noz-moscada e o cravo-da-índia. O seu valor tornou-se tão elevado que, durante décadas, foram comercializadas a preços comparáveis — e até superiores — aos do ouro. O mais extraordinário era que cresciam naturalmente apenas num local do planeta: as ilhas Molucas, conhecidas desde então como Ilhas das Especiarias.Um microclima diferente de todos os outros no planetaEste arquipélago, localizado na atual Indonésia, possui um microclima tão singular que, durante séculos, foi impossível replicá-lo em qualquer outro território. Fruto vermelho e maduro da noz-moscada.A combinação de temperaturas estáveis, humidade elevada, chuvas regulares, solos vulcânicos ricos em minerais e uma geografia isolada criou as condições perfeitas para que as árvores de noz-moscada (Myristica fragrans) e cravo-da-índia (Syzygium aromaticum) prosperassem. Fora destas ilhas, as tentativas de cultivo falharam invariavelmente.Este monopólio natural transformou as Molucas no epicentro de uma luta global, mesmo antes de existir o conceito de "globalização". Brotos e flores de cravo-da-índia recém-colhidos da árvore do cravo. Durante séculos, as especiarias viajaram para a Europa através de complexas redes comerciais dominadas por mercadores árabes e venezianos, o que encareceu consideravelmente o seu preço. Mas, no final do século XV, as potências europeias decidiram ir diretamente à fonte.A luta entre impérios pelo controlo das especiariasPortugal foi o primeiro a chegar. Depois de circum-navegar África e abrir a rota marítima para a Ásia, os portugueses estabeleceram entrepostos comerciais nas Molucas no início do século XVI. O seu objetivo era claro: controlar o comércio das especiarias e eliminar os intermediários. No entanto, o seu domínio foi frágil e violento, sustentado por alianças forçadas com os líderes locais e pelo uso da força militar.Pouco tempo depois, Espanha entrou em cena. A expedição de Magalhães a Elcano, que completou a primeira circum-navegação do mundo, não foi apenas um feito náutico: foi também uma missão comercial. La idea de dar la vuelta al mundo fue tomada por Elcano y los suyos en las islas Molucas. Optaron por el camino difícil para entrar en la Historia. Los de la maltrecha nao Trinidad prefirieron buscar ayuda en el Darién, única costa española en el Pacífico por entonces conocida. pic.twitter.com/e1vGwFlsnY— RutaElcano (@Ruta_Elcano) June 9, 2019Espanha e Portugal chegaram mesmo a entrar em conflito diplomático pela posse das Molucas, disputando se estas pertenciam a um hemisfério ou ao outro, de acordo com o Tratado de Tordesilhas. Por fim, a Espanha renunciou às suas pretensões em troca de uma compensação financeira, deixando o caminho livre para Portugal.Um controlo violento e sangrentoA verdadeira mudança ocorreu no século XVII com a ascensão dos Países Baixos. A Companhia Holandesa das Índias Orientais (VOC) foi a primeira grande corporação multinacional da história e atuava como um verdadeiro Estado privado, com exército, marinha e poder para declarar guerra. Os holandeses expulsaram os portugueses e estabeleceram um monopólio brutal sobre a produção de noz-moscada e cravo-da-índia.O controlo da produção de especiarias colocou impérios uns contra os outros e levou a massacres.Para manter os preços elevados, a VOC destruiu culturas não autorizadas, proibiu o cultivo fora de certas ilhas e impôs punições extremas à população local. Nas ilhas Banda, o principal centro de produção de noz-moscada, esta política resultou num massacre que praticamente dizimou a população indígena. O controlo do microclima significava o controlo do mercado mundial.O conflito não terminou aí. A Inglaterra também entrou na disputa, e durante anos ambas as potências entraram em conflito por pequenas ilhas cujo valor residia unicamente na sua capacidade de produzir especiarias. O caso mais emblemático foi o da Ilha de Run, produtora de noz-moscada, que os britânicos trocaram com os holandeses por outra colónia distante e aparentemente insignificante: Nova Amesterdão, hoje conhecida por Nova Iorque.Quando as Molucas perderam a sua importância estratégicaCom o tempo, o monopólio ruiu. No final do século XVIII, franceses e britânicos já tinham estabelecido um comércio de especiarias, contrabandeando-as para outros territórios tropicais, como as Caraíbas e o Oceano Índico. Quando o segredo do microclima deixou de ser exclusivo, o preço das especiarias baixou e as Molucas perderam a sua importância estratégica.Vista atual da Ilha de Rhun, na Indonésia, que historicamente teve grande importância devido ao cultivo da noz-moscada.No entanto, o impacto histórico já tinha sido alcançado. A luta por plantas que só podiam crescer num canto específico do mundo impulsionou explorações, desencadeou guerras, moldou impérios coloniais e alterou o equilíbrio global de poder. A sua população foi também moldada por uma mistura de austronésios, indonésios, malaios e papuas, bem como por pessoas de origem portuguesa, como resultado da colonização. Tudo isto se deveu a um clima único e a especiarias que, durante algum tempo, valeram mais do que ouro.

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Construir a partir de fungos? Científicos propõem material que pode substituir o cimento

Os blocos “cultivados” a partir de micélio (a rede vegetativa dos fungos) estão a ganhar atenção como alternativa de baixo carbono para isolamento e revestimentos. Os investigadores alertam, porém, que a tecnologia ainda precisa de ganhar durabilidade, uniformidade e enquadramento regulamentar.Blocos de micélio podem ser duráveis e contribuir para a redução do carbono e resíduos nas construções contemporâneas.Quando se fala de cogumelos, o imaginário vai quase sempre para a alimentação. Mas o “cogumelo” é apenas o corpo frutífero de um organismo maior. A estrutura principal chama-se micélio: uma teia de filamentos que se espalha no solo e na madeira morta, procurando alimento e decompondo a biomassa. É este mecanismo natural de reciclagem que está a inspirar novos materiais.A ideia é aproveitar a forma como o micélio se fixa e se entrelaça com aquilo de que se alimenta. Num ambiente controlado, pode crescer sobre resíduos de biomassa, designadamente a serradura, a palha, o bagaço, as aparas de madeira ou as fibras vegetais. Misturados com micélio e colocados num molde, estes resíduos são colonizados em poucos dias.Artigo relacionado“Plastisfera": fungos comedores de plástico podem ser solução para o combate ao desperdício globalDeste modo, os filamentos envolvem as partículas e criam uma matriz coesa. Depois, a atividade biológica é interrompida, por exemplo com tratamento térmico, e a peça mantém a forma.O resultado é um compósito à base de micélio (Mycelium-Based Composite, MBC). Para designers, arquitetos e engenheiros, o interesse está em três aspetos, desginadamente a possibilidade de “cultivar” peças com geometria definida, o baixo consumo energético do processo (que ocorre à temperatura ambiente) e a valorização de resíduos. Modelos de construção alternativos, assentes na aplicação do micélioAs aplicações mais avançadas hoje estão fora do domínio estrutural. Por exemplo, os blocos tendem a ser porosos, respiráveis e biodegradáveis e, em muitos ensaios, apresentam boa resistência ao fogo, característica valorizada em interiores modernos.Na construção, o micélio tem aparecido, sobretudo, em protótipos e estruturas temporárias, montadas com blocos produzidos a partir de resíduos vegetais. Estes ajudam a testar a montagem, a estabilidade e o desempenho térmico, mas também evidenciam limites. Artigo relacionadoBactérias e fungos são o trunfo mais recente para combater a degradação das nossas construçõesA resistência mecânica ainda não permite competir com o tijolo, o betão ou o aço em edifícios convencionais. Além disso, a humidade é outro obstáculo. O facto de não ter qualquer proteção, os compósitos absorvem água e degradam-se mais depressa, sobretudo no exterior.Há ainda o desafio da uniformidade. Ao contrário de um polímero industrial, o micélio é um organismo vivo. As variações de temperatura, de humidade, de nutrientes, da espécie e do tipo de substrato podem alterar a densidade, a porosidade e o desempenho final. Para entrar em cadeias industriais e cumprir normas de construção, é necessária repetibilidade entre lotes, com propriedades bem caracterizadas e previsíveis.Avanços ainda são fundamentais, designadamente ao nível do arrefecimento passivoNum artigo publicado a 16 de dezembro de 2025 na The Conversation, o investigador Kumar Biswajit Debnath, da School of Architecture da University of Technology Sydney (UTS), descreve linhas de trabalho para superar estes constrangimentos. A sua investigação procura melhorar a durabilidade de compósitos à base de micélio para o uso em edifícios, mantendo os benefícios ambientais.Uma via é o reforço natural. Ao misturar fibras como cânhamo ou linho, e outros subprodutos agrícolas e industriais, é possível tentar aumentar resistência e estabilidade dimensional sem tornar o material não biodegradável. Outra forma é a aplicação de camadas protetoras assentes em ceras, óleos naturais ou soluções minerais, que podem reduzir a absorção da água. O desafio é evitar efeitos indesejados, como revestimentos que aprisionam humidade e enfraquecem a estrutura, ou tratamentos que comprometam a compostagem no fim de vida.Painéis compostos à base de micélio com perfuração circular, feitos com fungos. Fonte: K. Debnath, UTS, em The Conversation.A equipa avalia também o uso de inteligência artificial para ajustar condições de crescimento, designadamente a temperatura, a humidade e os nutrientes, na procura de blocos mais homogéneos, com densidade mais uniforme e melhor desempenho térmico. O objetivo é controlar um processo biológico com a precisão exigida pela indústria, sem perder a lógica de baixo carbono.O esforço liga-se a uma aplicação concreta – a do arrefecimento passivo. Debnath lidera o projeto BioCOOL (Data-driven Bio-fabricated Carbon-Negative Building Skin for Passive Cooling), financiado pela UTS e com duração prevista de quatro anos (2024–2028). Parte desta investigação, que pode ter um papel muito relevante no setor da construção, visa desenvolver uma “pele” de edifícios resistente às condições meteorológicas, feita com resíduos agrícolas e compósitos de micélio, capaz de ajudar a arrefecer através de evaporação e reduzir a necessidade de energia para climatização.Referência da notíciaDebnath, K. (2025). We think of mushrooms as food. But mycelium-based blocks could be the future of construction. The Conversation. Disponível em: https://theconversation.com/we-think-of-mushrooms-as-food-but-mycelium-based-blocks-could-be-the-future-of-construction-269273 (consultado em 17 de dezembro de 2025.

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Como é que uma simples colisão de satélites nos poderia fazer perder o acesso ao espaço?

O número de satélites em órbita baixa da Terra está a tornar-se muito grande, ao ponto de uma única colisão entre estes objetos poder desencadear uma reação em cadeia incontrolável.O risco de colisões entre satélites em órbita terrestre baixa aumentou significativamente nos últimos anos e prevê-se que continue a aumentar no futuro. A órbita terrestre baixa está cada vez mais saturada por megaconstelações de satélites, que se têm multiplicado exponencialmente nos últimos anos. Esta situação cria novos riscos que precisam de ser enfrentados antes que seja tarde demais.Milhares de satélites em órbitaHoje em dia, são tão numerosos que podem ser facilmente observados a olho nu a partir da superfície da Terra. De facto, a órbita baixa da Terra é atualmente frequentada por aproximadamente 15.000 satélites, mais de 8.000 dos quais compõem a megaconstelação Starlink de Elon Musk. NEWS : SpaceX is on track to surpass 10,000 satellites in orbit by February 2026Each is about the size of a car pic.twitter.com/XtvigB5XAn— Latest in space (@latestinspace) December 16, 2025Para além deste número já impressionante, o aumento exponencial destes satélites nos últimos anos é o que mais preocupa os cientistas. De facto, um estudo recente destacou que a quantidade de satélites em órbita baixa da Terra aumentou de aproximadamente 2.000 em 2019 para 10.000 em 2024 e agora a projeção é de que chegue aos 15.000 em 2025. Assim, a órbita terrestre baixa está a tornar-se cada vez mais congestionada, o que aumenta o risco de colisões entre estes satélites — colisões que devem ser evitadas através de determinadas manobras. Por exemplo, a constelação SpaceW necessita de realizar 41 correções de trajetória por ano por nave espacial para evitar que um satélite colida com outro. No entanto, os investigadores estão agora a soar o alarme. De facto, se o número de satélites em órbita terrestre baixa continuar a aumentar, as colisões tornar-se-ão inevitáveis num futuro não muito distante. Há poucos dias, um conjunto de satélites chineses chegou a estar a uns meros 200 metros de um satélite Starlink, sem qualquer coordenação entre os operadores envolvidos — um acontecimento que poderia ter tido consequências graves. Risco de reação em cadeia Os encontros próximos, definidos como a passagem de um satélite a menos de 1 km de outro, são os mais problemáticos atualmente, exigindo uma maior vigilância por parte dos operadores e correções de trajetória mais ou menos regulares. No caso do Starlink, por exemplo, que representa 80% das trajetórias em órbita terrestre baixa atualmente, um encontro próximo ocorre apenas a cada 11 minutos. Artigo relacionadoMissão conjunta NASA-ESA: 6 aplicações a saber do satélite que vai estudar os oceanos a partir do espaçoQuanto mais congestionada estiver a órbita, mais frequentes serão os encontros próximos e, por conseguinte, mais frequentes serão as correções de trajetória. No entanto, o que aconteceria se um dos satélites falhasse, por exemplo, após uma grande erupção solar? De acordo com um estudo recentemente publicado no arXiv, em 2018, em caso de perda de controlo por parte dos operadores, era provável que ocorresse uma colisão a cada 121 dias. A previsão é que, até 2025, esta frequência desça para 2,8 dias, representando um aumento de 43 vezes no risco atual! No entanto, estas potenciais colisões poderão ter consequências graves para a órbita terrestre baixa. De facto, uma única colisão é suficiente para desencadear uma reação em cadeia, a primeira gerando uma grande quantidade de detritos, que rapidamente provocarão novas colisões, e assim sucessivamente. Diagrama da síndrome de Kessler - NASA.Este ciclo vicioso, conhecido como síndrome de Kessler, pode acabar por ameaçar a nossa capacidade de aceder ao espaço, uma vez que a órbita baixa da Terra se torna demasiado perigosa para ser atravessada por uma nave espacial. Além disso, tantas colisões poderiam provocar a queda de uma quantidade significativa de detritos de volta para a Terra, representando um risco real não só para a aviação, mas também para as populações à superfície. Artigo relacionadoOs desafios do clima espacial para satélites de observação da TerraÉ crucial, por isso, encontrar soluções para evitar que este tipo de eventos potencialmente catastróficos ocorram. A sobre-exploração da órbita terrestre baixa por megaconstelações de satélites torna-nos cada vez mais dependentes de eventos incontroláveis, como o clima espacial ou um simples problema técnico.Referência da notícia: 2,8 jours avant la collision qui pourrait saturer l'orbite basse de débris et bloquer l'accès à l'espace, Les Numériques (16/12/2025), Brice Haziza

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Neve. Seis distritos em aviso laranja e quatro em amarelo
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Seis distritos em aviso laranja e quatro em amarelo para queda de neve hoje e domingo
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Atenção: fim de semana muito frio traz temperaturas abaixo do zero
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Inverno começa com chuva este domingo, mas o Natal deverá trazer sol
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Inverno começa no domingo com chuva e temperaturas baixas
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Inverno começa no domingo com frio, chuva e temperaturas baixas
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O ADN dos nossos ancestrais pode explicar por que é que alguns vivem até aos 100 anos de idade

Estudo genético revelou que os centenários compartilham uma ancestralidade maior com os antigos caçadores-coletores europeus. Este ADN ancestral, formado em condições extremas, poderia ser uma das chaves biológicas da longevidade.O estudo afirma que a longevidade depende não apenas do estilo de vida ou do ambiente, mas também de uma herança genética profundamente ancestral.Os nossos ancestrais caçadores-coletores deixaram-nos um legado muito maior do que o domínio do fogo ou as primeiras ferramentas de pedra. De acordo com uma nova investigação científica, podem nos ter transmitido também um dos segredos mais bem guardados da biologia humana: a capacidade de viver mais de um século.Um estudo recente publicado na revista GeroScience descobriu que os centenários italianos têm uma proporção maior de DNA dos chamados caçadores-coletores ocidentais (Western Hunter-Gatherers-WHG) em comparação com o resto da população.Esta descoberta reforça a ideia de que a longevidade não depende apenas do estilo de vida ou do ambiente, mas também de uma herança genética ancestral.Há décadas que os cientistas sabem que atingir idades extremas pode ser explicado por uma combinação de genes "bons", hábitos saudáveis e fatores ambientais. Enquanto alguns estudos se concentraram em genes individuais associados a uma vida mais longa, outros começaram a olhar ainda mais para trás no tempo, para o ADN ancestral que compõe as populações modernas.Itália, um laboratório natural da longevidadeA Itália é um dos países com a maior concentração de centenários. Para melhor compreender as razões dessa longevidade notável, uma equipa internacional de investigadores analisou os genomas de 333 centenários e comparou-os com os de 690 adultos saudáveis com cerca de 50 anos de idade.Como é que os nossos antepassados se alimentavam? Uma descoberta recente em Granada questiona-oOs investigadores cruzaram esses dados com 103 genomas antigos, representativos dos quatro principais grupos que compõem a estrutura genética da atual população italiana. Esses grupos são: caçadores-coletores ocidentais, agricultores neolíticos da Anatólia, povos nómadas da Idade do Bronze e populações antigas das regiões do Irão e do Cáucaso.O resultado foi claro: as pessoas que chegaram aos 100 anos de idade tinham, em média, uma proporção maior de ADN de caçadores-coletores europeus. Embora todos os participantes tivessem uma mistura genética dos quatro grupos, apenas o componente de caçadores-coletores ocidentais mostrou uma associação direta com a longevidade.Mais ADN ancestral, mais hipóteses de atingir os 100 anosO impacto desta herança genética foi notável. De acordo com o estudo, para cada pequeno aumento na proporção de ADN de caçadores-coletores, as hipóteses de se tornar centenário aumentavam em 38%. O efeito foi ainda mais pronunciado em mulheres: aquelas com uma proporção maior de genes WHG tinham mais que o dobro de probabilidade de chegar aos 100 anos de idade.Itália é um dos países com a maior concentração de pessoas com mais de 100 anos de idade.Para os investigadores, estes dados sugerem que as variantes genéticas ligadas à longevidade entraram no património genético italiano num passado muito remoto. "Propomos que os genes associados a esta característica possam ter sido incorporados há milhares de anos", observaram os autores do estudo.Genes formados na Idade do GeloA investigação também oferece uma hipótese sobre como esse ADN ancestral pode proteger o organismo. Os cientistas acreditam que estas variantes genéticas foram selecionadas durante a última Era Glaciar, quando os humanos enfrentaram condições extremas, escassez de alimentos e climas rigorosos.Neste contexto, a sobrevivência exigia um metabolismo mais eficiente e um sistema imunológico robusto. De acordo com o estudo, os genes WHG teriam ajudado a processar melhor os nutrientes disponíveis e a fortalecer as defesas do organismo contra o stress e o envelhecimento.Milhares de anos depois, esta adaptação primitiva pode ainda estar a atuar silenciosamente em alguns organismos modernos, oferecendo uma vantagem biológica para uma vida mais longa. Assim, a chave para a longevidade extrema não está apenas no presente, mas também num passado que remonta aos primeiros habitantes da Europa.Referência da notíciaWestern Hunter-Gatherer genetic ancestry contributes to human longevity in the Italian population. 13 de dezembro, 2025. Sarno, et al.

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O Natal “mais autêntico de Portugal” acontece numa aldeia da Serra da Estrela

Sem plástico nem artifícios, uma pequena aldeia da Serra da Estrela celebra o Natal com luzes artesanais, tradição comunitária e um espírito que parece saído de um filme. Já a conhece?O Natal mais genuíno do país. Foto: Cabeça Aldeia Natal//Ricardo MendesEsqueça as grandes instalações de luzes, as árvores falsas e o Natal artificial. Há uma aldeia Natal onde tudo é feito à mão, luz a luz, decoração a decoração. Tudo é pensado e produzido em comunidade, sempre em harmonia com a natureza.O Natal mais autêntico é em Cabeça, no concelho de Seia, com luzes artesanais, tradição serrana e um ambiente que parece saído de um filme. Já ouviu falar sobre o Natal de Cabeça? Aqui os cerca de 200 moradores metem mãos à obra para iluminar e decorar todas as ruas, utilizando materiais provenientes de desbastes e limpezas florestais do Parque Natural da Serra da Estrela e terrenos vizinhos. Sim, giestas, videiras, pinheiros, folhas, canas de milho, e outros materiais reciclados, são transformados em decorações de Natal. Até a própria lã da serra da Estrela.A aldeia Natal mais ecológica do país“Tudo é feito para que esteja em harmonia com o verdadeiro espírito de Natal de comunhão e partilha”, lê-se no site. Não é por acaso, afinal, que a Aldeia de Natal é conhecida como a mais ecológica do país. "Tão genuíno e puro como o ar que aqui se respira."A edição deste ano começou a 6 de dezembro de 2025 e dura até 1 de janeiro de 2026. Todos os anos é um sucesso — e a 13.ª edição não será exceção.O melhor é que não são só as decorações que merecem ser vistas. É que o ambiente que ali se sente é realmente especial — e único. Aliás, a comunidade recebe os visitantes tão bem que lhes abre as portas e os portões das suas casas e garagens para venderem vários produtos, como comida, bebida, decoração e artesanato. É o verdadeiro significado da expressão “fazer sentir em casa”."Quem visita Cabeça nesta altura do ano pode vivenciar o verdadeiro Natal das gentes mais genuínas da montanha. As portas de casa dos habitantes abrem-se para dar vida ao pequeno Mercado de Natal, e as tasquinhas e as ruas são espaços em que a comunidade se funde com os visitantes.”Artigo relacionado7 ideias para aproveitar Lisboa no fim de semana antes do NatalPode contar com oficinas de brinquedos, concertos, atuações de rancho, oficinas de doces, e muito mais. Pode consultar o programa completo online.Ainda assim, é ao entardecer que a magia acontece. É que é nessa altura em que os milhares de luzes de tecnologia led iluminam as ruelas e as casas típicas em xisto. “Recorde-se que Cabeça foi a primeira aldeia LED do país, um contributo real para eficiência energética e promoção de economia de baixo carbono", avançam os responsáveis. Além disso, esta é uma das primeiras freguesias nacionais com cobertura wi-fi gratuita.Os preparativosE, claro que tudo tem de ser feito com alguma antecedência. “Natal é quando um homem quiser e, para as gentes de Cabeça, os preparativos das festividades começam aos primeiros dias de outono”, lê-se no site Aldeias de Montanha. “Na aldeia montanhosa, situada num morro (ou cabeço) da encosta norte da Serra da Estrela, todos os habitantes ajudam a erguer uma das mais genuínas e sustentáveis festas natalícias do território nacional.” Tudo é pensado ao pormenor. Foto: Cabeça Aldeia Natal//Pedro Ribeiro Até ao dia da abertura oficial da Aldeia Natal, os habitantes de Cabeça reúnem-se no final de um dia de trabalho para a confeção das decorações de Natal. "Tudo é feito ao mais ínfimo pormenor por mãos sábias e jovens que querem fazer perdurar esta festa de montanha."Mesmo fora época festiva, há motivos para visitar Cabeça. “A descoberta do património cultural e de natureza da aldeia, com destaque para os socalcos que os agricultores locais moldaram ao longo de séculos e que agora se materializam em duas rotas das mais atrativas da serra da Estrela (a Rota dos Socalcos e a Rota da Ribeira de Loriga).” Parece que as gentes de Cabeça honram as tradições todos os dias do ano.

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Microalgas e copolímeros de resíduos: o futuro da biorremediação industrial

Adsorvente sustentável de microalgas nórdicas imobilizadas num copolímero de resíduos para a remoção e recuperação eficiente de metais pesados. Saiba mais aqui!As microalgas utilizadas são nativas da Escandinávia e estão naturalmente adaptadas a climas extremos e condições de stress.O estudo apresenta o desenvolvimento de um adsorvente sustentável e de elevada eficiência, composto por microalgas nórdicas imobilizadas num copolímero inovador produzido a partir de enxofre e óleo de cozinha usado. A poluição por metais pesados, como o cobre, o cádmio e o chumbo, constitui uma ameaça persistente aos ecossistemas aquáticos devido à sua toxicidade e capacidade de bioacumulação.O trabalho propõe uma solução baseada na economia circular, transformando subprodutos industriais e domésticos num material capaz de purificar águas contaminadas em concentrações onde os métodos tradicionais são frequentemente ineficazes. É possível recuperar até 98% dos metais pesados retidos no filtro para que possam ser valorizados ou descartados em segurança.O suporte deste material foi sintetizado através de vulcanização inversa, unindo enxofre recuperado do setor petroquímico e óleo de cozinha residual, resultando num copolímero biobaseado, de baixo custo e totalmente compostável.As microalgas nórdicasAs microalgas selecionadas para este processo pertencem a estirpes nativas da região nórdica, que estão naturalmente adaptadas a climas rigorosos e apresentam uma resistência superior a condições de stress ambiental. A investigação demonstrou que a imobilização destas microalgas no suporte de enxofre e óleo aumentou drasticamente a sua performance de limpeza em comparação com o uso de microalgas livres ou do copolímero isolado. Um dos resultados mais significativos foi obtido com a estirpe Chlorella vulgaris (13-1), que, após ser imobilizada, conseguiu remover mais de 95% do cobre e do cádmio, além de aproximadamente 50% do chumbo, num intervalo de apenas oito horas. Notavelmente, a capacidade de adsorção desta estirpe para o cádmio foi multiplicada por 25 após o processo de imobilização.A eficiência e viabilidade industrialPara além da eficiência na remoção, a viabilidade industrial deste sistema é sustentada pela sua excelente capacidade de regeneração e reutilização. O estudo validou um protocolo de recuperação de metais utilizando uma solução de EDTA (0,1 M), que permitiu recuperar até 98% dos metais pesados concentrados no material. Enquanto outros agentes, como o ácido nítrico, prejudicaram a estrutura do adsorvente e a sua capacidade de reutilização, o tratamento com EDTA preservou a funcionalidade do sistema. Em testes de utilização subsequente, o material regenerado manteve uma eficiência entre 75% e 99% face ao desempenho inicial, confirmando a sua robustez para múltiplos ciclos de purificação.O adsorvente mantém quase toda a sua eficácia original mesmo após ser limpo e reutilizado num segundo ciclo de purificação.Em termos de análise técnica, os dados de equilíbrio foram descritos com maior precisão pelo modelo de isoterma de Sips, que explica eficazmente as interações numa superfície heterogénea como a das microalgas. A abundância e o baixo custo das matérias-primas utilizadas no suporte tornam este método altamente escalável para aplicações em efluentes industriais reais. Artigo relacionadoAnálise da água da chuva revela que esta contém os compostos “químicos eternos” ou “químicos para sempre”, os PFASConclui-se que esta tecnologia não só oferece uma via eficiente para a biorremediação de metais pesados, como também promove a sustentabilidade ao integrar resíduos no ciclo produtivo e permitir a recuperação de recursos valiosos de águas residuais.Referência da notícia:Leon-Vaz, A., Plöhn, M., Cubero-Cardoso, J., Urbano, J., & Funk, C. (2025). Nordic microalgae immobilized to a sulfur-cooking oil copolymer form a highly efficient, sustainable and reusable sorbent to remove heavy metals from complex mixtures. Green Chemistry, 27(45), 14658-14671. https://doi.org/10.1039/D5GC03769G

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Natal: o que oferecer para limitar a sua pegada de carbono?

Oferecer presentes de forma diferente é possível: aqui estão algumas ideias de presentes que respeitam tanto o planeta como a magia das festas de fim de ano.O Natal não deve ser sinónimo de consumo excessivo!Com o Natal a aproximar-se, a procura por presentes pode rapidamente transformar-se numa compra compulsiva de artigos cada vez mais inúteis. No entanto, agora é possível aliar a alegria de oferecer presentes ao respeito pelo ambiente. Reduzir a sua pegada de carbono não significa abdicar da magia das festas, mas sim repensar a forma como escolhe e oferece presentes.A opção mais simples e sustentável é oferecer presentes intangíveis. As experiências (uma massagem, um workshop criativo, um passeio cultural ou uma escapadela de fim de semana) têm uma pegada de carbono muito menor do que a maioria dos objetos materiais.Offrir un atelier dans les Jardins Renoir du Musée de Montmartre avec Au Four & Au Moulin, c'est la bonne idée écolo de dernière minute à glisser sous le sapin #montmartre #cadeau #viedequartier https://t.co/FbJ7Nn5ZCX pic.twitter.com/zBKqqj9azN— Montmartre Addict (@MontmartrAddict) December 23, 2020Criam também memórias inesquecíveis, muitas vezes mais preciosas do que qualquer bem material. É uma forma ideal de reduzir o desperdício, oferecendo ao mesmo tempo algo memorável. E não é o melhor presente de todos dar o seu tempo?Considere também presentes em segunda mão, que se tornaram perfeitamente aceitáveis e até mesmo apreciados. Livros, roupa, brinquedos, videojogos e artigos vintage estão a encontrar uma segunda vida graças às plataformas online e às lojas especializadas.Oferecer um presente em segunda mão evita a produção de um novo artigo, a etapa mais poluente do ciclo de vida de um produto. Além de ser amigo do ambiente, é também económico. No entanto, certifique-se de que o destinatário se sente confortável com presentes em segunda mão, pois nem todos os apreciam."Feito em casa" é uma forma aconchegante e acolhedora de reduzir a sua pegada de carbono. Coza bolachas, use cosméticos naturais, acenda uma vela, monte um álbum de fotografias, tricote um cachecol...regardez, mon chéri ma fabriqué une bague pour mon anniversaire, il a prit un cours pendant 6h quand jétais au travail pour apprendre à la faire ️ pic.twitter.com/HuxsxGlY4c— Loïs (@lo_jaass) December 6, 2024Um artigo feito à mão permite personalizar um presente e minimizar o seu impacto ambiental. Os materiais utilizados podem ser criteriosamente selecionados, reutilizados ou adquiridos em grandes quantidades. É também uma oportunidade para oferecer um presente repleto de significado e emoção.Considere presentes úteis e duradouros que possam ser apreciados durante muitos anos. Os artigos reutilizáveis (frascos de água em aço inoxidável, frascos, sacos a granel, champôs sólidos, acessórios sustentáveis) ajudam a reduzir o desperdício diário. Escolha marcas locais ou socialmente responsáveis que priorizem materiais reciclados, cadeias de abastecimento curtas e produção responsável.Os presentes relacionados com uma vida ecológica podem ser tanto agradáveis como inspiradores. Por exemplo, oferecer um kit de jardinagem urbana, uma planta, uma árvore para plantar ou uma assinatura para uma atividade ecologicamente consciente, incentiva um estilo de vida mais sustentável. Embelezam o dia a dia e ajudam a integrar a natureza na rotina diária.Artigo relacionado7 ideias para aproveitar Lisboa no fim de semana antes do NatalOs produtos culturais continuam a ser uma aposta segura, mas mesmo aqui podemos reduzir a nossa pegada de carbono. Opte por livros impressos localmente ou compre-os em segunda mão. As assinaturas digitais também são uma boa opção: para ouvir música, audiolivros ou aceder a plataformas de streaming, por exemplo. Para as crianças, escolha brinquedos sem pilhas, feitos de madeira sustentável ou de fabricantes éticos.Ya llega la #Navidad y aquí unas ideas Reduce el consumismo excesivo. Prioriza experiencias, tiempo de calidad y regalos hechos a mano, si puedes.Reutiliza y sé creativo con los envoltorios. telas, papel reciclado ️ o reutilizado en lugar... pic.twitter.com/QIjnhqYAuL— Natura M. Ambiental (@naturaambiental) November 26, 2025E, por fim, uma parte essencial do presente, mas que gera muito desperdício: a embalagem. Entre papel descartável, rolos de fita adesiva, fitas, etc., a embalagem também é importante. Opte por embalagens de tecido reutilizáveis (denominadas furoshiki); um lenço funciona muito bem.Hoje em dia, encontra até embalagens de presentes em tecido prontas a usar em vários tamanhos para todos os tipos de presentes. Em alternativa, há sempre a opção do jornal (que dá um charme vintage). E se não conseguir evitar rasgar o papel de embrulho, escolha papel reciclado.Artigo relacionadoSabia que a Árvore de Natal pode ser uma tradição amiga do ambiente? Ao adotarmos estas alternativas, contribuímos para a preservação do ambiente, oferecendo presentes de qualidade, úteis e que respeitam os nossos valores. O Natal pode ainda ser uma época de partilha e generosidade, sem excessos ou impactos desnecessários.

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"A reciclagem de metais deixou de ser uma opção: passou a ser uma prioridade global", alertam os cientistas

O acesso às matérias-primas sempre foi de enorme importância ao longo da história, provocando mesmo a ascensão e a queda de impérios. Isso continua a ser verdade hoje. Saiba mais aqui!O objetivo deste estudo é comparar o desempenho ambiental do atual sistema de embalagens de bebidas descartáveis na Noruega com um potencial sistema de reutilização. (Imagem criada por IA)A implementação de uma verdadeira economia circular para os metais é uma prioridade. Estes materiais mantêm as suas propriedades físico-químicas durante a reciclagem.A vantajosa reciclagem do alumínioUm exemplo deste tipo de material é o alumínio. A obtenção de alumínio primário (a partir de matérias-primas virgens) requer três etapas principais: extração da rocha mineral, bauxite, através de mineração a céu aberto nas regiões tropicais. O processo Bayer, que envolve o aquecimento da bauxite com carbonato de sódio a altas temperaturas, origina a alumina (óxido de alumínio). O alumínio elementar é então separado do óxido utilizando células eletrolíticas com criolite fundida. A produção de uma tonelada de alumínio primário requer 15 megawatts de energia (...) e resulta na emissão direta e indireta de 15 toneladas de dióxido de carbono. A produção de uma tonelada de alumínio primário requer 15 megawatts de energia (equivalente ao consumo diário de aproximadamente 5 mil habitações) e resulta na emissão direta e indireta de 15 toneladas de dióxido de carbono (equivalente às emissões de cerca de 15 mil automóveis que percorrem 10 quilómetros). O alumínio reciclado poupa energia e diminui as emissões, face à criação de material novo. A mesma quantidade de alumínio obtida a partir do alumínio reciclado reduz drasticamente o consumo de energia e as emissões de gases com efeito de estufa. Reciclar apenas 10 latas de alumínio evita a emissão de 1,5 kg de dióxido de carbono equivalente. A monetização destes processos realça a significativa vantagem económica da reciclagem. Com uma tonelada de alumínio a ser vendida por cerca de 2.200€, a margem de lucro para o alumínio reciclado pode ser 3 a 5 vezes superior. Terras Raras, 15 elementos muito cobiçadosO termo terras raras refere-se aos 15 elementos químicos do grupo dos lantanídeos, juntamente com o escândio e o ítrio, que têm amplas aplicações nos setores industrial, médico e de defesa. São utilizados, por exemplo, no fabrico de tecnologia laser, lentes de telescópios, bicicletas e carros elétricos, fibras óticas, televisores, mísseis e equipamentos de ressonância magnética nuclear. O seu nome deriva do facto de terem sido inicialmente encontrados em minerais raros no subsolo, e o seu "problema" não reside na escassez, mas no acesso, uma vez que alguns países acumulam a maior parte das suas reservas. A China detém o monopólio de 37% das reservas mundiais de terras raras.O uso de embalagens reutilizáveis para bebidas na Europa diminuiu nas últimas décadas.A reciclagem destes elementos químicos é uma questão que transcende as esferas ambiental e económica, entrando na arena geopolítica, como demonstra a dependência da Europa no acesso a estes recursos. Apenas 1% dos elementos de terras raras utilizados em componentes eletrónicos são atualmente reciclados. Enfrentamos um enorme desafio de inovação para conseguir, por um lado, a reutilização de produtos e, por outro, a extração e reciclagem desses materiais após o fim da vida útil dos produtos. Não há alternativa. Continuar com a mineração em massa de elementos de terras raras tem inúmeros impactos ambientais.Artigo relacionadoTerras raras: o maior depósito da Europa é detetado na Noruega. Será o início do fim da dependência externa?Compreender a composição dos produtos que utilizamos para consumir de forma responsável é uma poderosa força para as empresas prolongarem o ciclo de vida dos produtos, reparando, reutilizando e, por fim, reciclando componentes básicos para os reintroduzir no ciclo de produção. Referência da notíciaHanne Lerche Raadal, Simon A. Saxegård, Ingunn Saur Modahl, Pieter Callewaert. Comparison of single-use and reuse beverage containers in Norway using different recycling modelling approaches. Journal of Cleaner Production (2025).

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As abelhas fizeram dos ossos a sua casa: estes são os ninhos encontrados em fósseis de animais na República Dominicana

Os cientistas fizeram uma descoberta inédita numa gruta na ilha caribenha de Hispaniola: dezenas de ninhos de abelhas fossilizados dentro de ossos de roedores que foram depositados por corujas há uns 20 mil anos.As abelhas escavadoras já são conhecidas por ocupar vários espaços: buracos em madeira, no solo ou até em conchas vazias. Contudo, esta é a primeira vez que cientistas observaram o uso de cavidades pré-existentes em fósseis como um local seguro para proteger as suas crias de predadores, segundo o estudo publicado recentemente na revista Royal Society Open Science.Os cientistas descobriram que as abelhas recorreram a cavidades de dentes em fósseis com 20 mil anos, usando-os como locais perfeitos para colocar ovos. Esta inédita descoberta mostra um comportamento totalmente novo da espécie de abelha escavadora ou solitária. Estas abelhas encontraram os ossos ao escavarem até à sua profundidade preferida no solo. Quando pararam, construíram ninhos no interior das cavidades dos dentes e das vértebras, que, segundo os cientistas, possuíam o tamanho perfeito para a nidificação das abelhas.A maioria dos ossos recuperados pelos cientistas pertenciam a cutias - roedores volumosos que se assemelham ao cruzamento entre esquilos e castores - mas alguns vestígios de fósseis pertenciam a preguiças, macacos, tartarugas, crocodilos e várias espécies novas de aves, mamíferos e lagartos.Um novo estudo de fósseis sugere que há 20 mil anos as abelhas escavadoras instalaram-se no interior das cavidades dentárias de roedores fossilizados e enterrados numa gruta em Hispaniola (Cueva de Mono), a ilha das Caraíbas que inclui atualmente a República Dominicana e o Haiti.Os cientistas afirmam que é a primeira vez que são descobertos ninhos de abelhas no interior de cavidades pré-existentes em fósseis, sendo apenas a segunda prova de abelhas escavadoras a nidificar numa gruta.Corujas transportavam cutias inteiros para as grutas, abelhas aproveitaram mais tarde para nidificarAs abelhas encontraram os ossos de cutias muito tempo após os mesmos terem sido depositados na gruta pelas corujas da espécie Tyto ostologa, dizem os investigadores.A descoberta começou com a análise de pelotas de coruja, que continham mandíbulas de mamíferos. A análise revelou que estas corujas transportavam por vezes as cutias inteiras para a gruta, deitando fora os ossos enquanto devoravam os roedores, e por vezes regurgitavam pelotas que continham os restos das cutias que tinham comido enquanto caçavam. Os ossos de coruja encontrados na gruta indicam que a espécie vivia ali, observaram os investigadores.A descoberta de antigos ninhos de abelhas em fósseis de mandíbulas aponta para um comportamento surpreendente e nunca antes visto. Crédito da imagem: ilustração de Jorge MachukyOs ossos ficaram soterrados com o passar do tempo, à medida que os sedimentos do exterior iam entrando na gruta. Apesar de estas abelhas fazerem normalmente os seus ninhos ao ar livre, várias gerações de abelhas escavadoras aproveitaram este facto muito mais tarde, segundo o estudo, algo que é comprovado pela descoberta de seis ninhos de abelhas numa cavidade dentária por parte dos investigadores, que indica que gerações sucessivas fizeram as suas casas no mesmo local, depois de os ninhos anteriores terem sido abandonados.“As células de Osnidum almontei parecem ser altamente oportunistas, preenchendo todas as câmaras ósseas disponíveis no depósito de sedimentos”, escreveram os investigadores no estudo. O nome dado aos ninhos fossilizados foi atribuído como homenagem ao descobridor da gruta: Juan Almonte Milan.Artigo relacionadoFósseis de tubarão gigante de 115 milhões de anos podem reescrever a evolução da espécieAlém dos ninhos fossilizados de abelhas, os investigadores também encontraram estruturas semelhantes a ninhos contemporâneos, bem como a presença de pólen em algumas das cavidades, usado como alimento pelas larvas. O que levou estas abelhas a nidificar na gruta em vez de ao ar livre?As abelhas podem ter escolhido nidificar na gruta em vez de fora dela porque a paisagem circundante praticamente não tinha terra para escavar. “A área em que estávamos a recolher é cársica, por isso é feita de calcário afiado, e perdeu todos os seus solos naturais”, disse o co-autor do estudo Mitchell Riegler, um professor assistente da Universidade da Flórida, num comunicado.Artigo relacionadoAs abelhas são o garante da biodiversidade no planeta. Universidade de Coimbra lança “Guia de Polinizadores de Portugal”Após uma das últimas visitas dos cientistas à gruta, foram apresentados planos para a transformar numa fossa séptica. “Tivemos de partir numa missão de salvamento e retirar o maior número possível de fósseis”, disse o autor principal do estudo, Lazaro Viñola Lopez, um paleobiólogo do Museu Field de História Natural em Chicago, em comunicado.Os planos para a construção de uma fossa séptica acabaram por falhar, mas, mesmo assim, os cientistas retiraram bastantes fósseis. Estes fósseis ainda têm de ser analisados e a equipa planeia publicar mais estudos sobre as suas descobertas. “O nosso objetivo agora é continuar a documentar a diversidade de vertebrados encontrados na gruta, que já ultrapassa 50 espécies, incluindo várias novas para a ciência”, disse Viñola López.Referências da notíciaLázaro W. Viñola-López, Mitchell Riegler, Selby V. Olson, Johanset Orihuela, Julio A. Genaro, América Sánchez-Rosario; Trace fossils within mammal remains reveal novel bee nesting behaviour. R Soc Open Sci. 1 December 2025; 12 (12): 251748. https://doi.org/10.1098/rsos.251748Ancient burrowing bees made their nests in the tooth cavities and vertebrae of dead rodents, scientists discover. Sasha Pare. LiveScience. 16 de dezembro de 2025.Abelhas usavam fósseis de 20 mil anos como ninho. Valdir Antonelli. 18 de dezembro de 2025.

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Os mosassauros podiam viver em água doce? Eis o que revelaram os fósseis

Um novo estudo revela um dente raro descoberto num depósito fluvial do Dakota do Norte, juntamente com um dente de T.rex e um maxilar de crocodiliano.O Mosassauro de Hell Creek. Crédito: Christopher DiPiazza.Um novo estudo, publicado por uma equipa internacional de investigadores dos Estados Unidos, da Suécia e dos Países Baixos, descreve a forma como os mosassauros se teriam adaptado aos ambientes fluviais durante o último milhão de anos antes da sua extinção.Em 2022, os paleontólogos descobriram um grande dente de mosassauro num depósito fluvial no Dakota do Norte. Foi encontrado juntamente com um dente de um Tyrannosaurus rex e uma mandíbula de crocodilo numa área famosa pelos restos de dinossauros com bico de pato. A descoberta destes três dentes juntos levantou questões entre os paleontólogos, uma vez que este grupo incluía crocodilianos fluviais, dinossauros terrestres e um réptil marinho gigante. Então, como é que este dente de mosassauro oceânico foi parar a um rio? Como é que os dentes foram lá parar?Como os três dentes têm idades semelhantes, cerca de 66 milhões de anos, a equipa comparou a sua composição química através de análises de isótopos. A análise mediu os rácios de diferentes isótopos de oxigénio, carbono e estrôncio. Os dentes do mosassauro continham mais isótopos de oxigénio (¹⁶O) do que o que foi visto anteriormente em mosassauros marinhos, sugerindo que vivia num habitat de água doce. A proporção dos diferentes isótopos de estrôncio também indicava que o mosassauro vivia em água doce."Os isótopos de carbono nos dentes refletem geralmente o que o animal comeu. Muitos mosassauros têm valores baixos de ¹³C porque mergulham fundo. O dente de mosassauro encontrado com o dente de T. rex, por outro lado, tem um valor de ¹³C mais alto do que todos os mosassauros, dinossauros e crocodilos conhecidos, sugerindo que ele não mergulhava fundo e pode às vezes ter se alimentado de dinossauros afogados", disse Melanie During, autora do estudo. "As assinaturas isotópicas indicavam que este mosassauro tinha habitado este ambiente fluvial de água doce. Quando analisámos dois dentes de mosassauros adicionais encontrados em locais próximos, ligeiramente mais antigos, no Dakota do Norte, observámos assinaturas de água doce semelhantes. Estas análises mostram que os mosassauros viveram em ambientes ribeirinhos no último milhão de anos antes de se extinguirem".Artigo relacionadoInvestigação inédita descobre pegadas de dinossauros de mais de 100 milhões de anos na AmazóniaEsta descoberta mostra uma parte interessante da história da Terra, quando o influxo de água doce no Western Interior Seaway, um mar interior que cortava a América do Norte em duas, aumentou ao longo do tempo. Este facto terá alterado a água do mar de água salgada para água salobra e depois para água doce. A equipa pensa que isto terá levado à formação de uma “haloclina”, uma camada de água doce que fica por cima da água salgada."Para comparar com os dentes dos mosassauros, medimos também fósseis de outros animais marinhos e encontrámos uma diferença clara. Todos os animais que respiram pelas guelras tinham assinaturas isotópicas que os ligavam à água salobra ou salgada, enquanto todos os animais que respiram pelos pulmões não tinham essas assinaturas. Isto mostra que os mosassauros, que precisavam de vir à superfície para respirar, habitavam a camada superior de água doce e não a camada inferior, onde a água era mais salgada", afirmou Per Ahlberg, coautor do estudo. Fotografia do dente de mosassauro. Crédito: Melanie During.A equipa sugere que os dentes de mosassauro incluídos no estudo provêm de indivíduos que se adaptaram ao ambiente em mudança, e que uma transição como esta não é nova entre os grandes predadores.“Ao contrário da adaptação complexa necessária para passar de habitats de água doce para habitats marinhos, a adaptação inversa é geralmente mais simples”, afirmou During. Exemplos modernos incluem os golfinhos de rio e o crocodilo estuarino.Mais informações sobre o mosassauroOs fósseis de mosassauros são comuns em depósitos marinhos norte-americanos, africanos e europeus de há cerca de 98-66 milhões de anos; no entanto, são raros no Dakota do Norte. O tamanho do dente descoberto indica que o animal teria crescido até 11 metros de comprimento, aproximadamente o tamanho de um autocarro. O dente pertenceu a um mosassauro prognatodontino, mas o género é desconhecido.“O tamanho significa que o animal rivalizaria com as maiores baleias, tornando-o um predador extraordinário para encontrar em ambientes ribeirinhos não associados anteriormente a estes répteis marinhos gigantes”, concluiu Ahlberg. Referência da notícia “King of the Riverside”, a multi-proxy approach offers a new perspective on mosasaurs before their extinction | BMC Zoology. During, M.A.D., Van Vranken, N.E., Boyd, C.A., Ahlberg, P.E., Warmerdam-Verdegaal, S.J.A. and Van der Lubbe, J.H.J.L. 12th December 2025.

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Plantas pioneiras: como o verde regressa à terra após uma erupção

Depois de uma erupção vulcânica, a vida não desiste. Musgos, líquenes e gramíneas pioneiras colonizam a terra nua, estabilizam o solo e abrem caminho para que outros ecossistemas voltem a florescer, demonstrando a incrível resiliência da natureza.Musgos e pequenas plantas pioneiras começam a colonizar um terreno vulcânico coberto de cinzas e rochas, marcando as primeiras etapas da recuperação ecológica após uma erupção.Quando um vulcão entra em erupção, a paisagem parece estar condenada ao cinzentismo. A lava, as cinzas e as rochas cobrem tudo no seu caminho, apagando o solo, a vegetação e a vida visível. No entanto, a natureza tem um trunfo na manga: as plantas pioneiras, as primeiras a ousar colonizar territórios aparentemente impossíveis.Acredite ou não, após uma erupção vulcânica, inicia-se um processo silencioso mas fascinante. Anos - e até meses - após a catástrofe, o verde regressa gradualmente, dando início à recuperação de ecossistemas inteiros. Não se trata de magia: é biologia, paciência e adaptação extrema.Uma nova paisagem, mas não uma paisagem morta Após uma erupção, o solo fica coberto de cinzas vulcânicas, escórias e lava solidificada. À primeira vista, este material parece totalmente estéril: não há nutrientes disponíveis, não há matéria orgânica e a temperatura do solo pode ser extrema.Depois de uma erupção vulcânica, a lava solidificada e as cinzas cobrem a paisagem, criando um ambiente extremo onde, com o tempo, as primeiras plantas pioneiras começam a ganhar vida.Mas esse mesmo material vulcânico contém minerais essenciais como o fósforo, o potássio, o cálcio e o ferro. O problema não é a sua ausência, mas o facto de ainda não estarem disponíveis para a vida. É aí que entram as plantas pioneiras, capazes de iniciar o longo caminho da transformação.O que são plantas pioneiras?As plantas pioneiras são as primeiras espécies de plantas que conseguem crescer em ambientes extremos, onde quase nada mais consegue sobreviver. Não precisam de solos férteis ou de condições ideais: contentam-se com pouco e suportam muito. Entre as mais comuns após uma erupção vulcânica encontram-se:Líquenes, que são na realidade uma aliança entre fungos e algas..Musgos, especialistas em reter a humidade.Fetos e gramíneas resistentes, que chegam mais tarde.Algumas gramíneas e arbustos adaptados aos solos pobres.Estas espécies não se limitam a sobreviver: preparam o terreno para as que vêm mais tarde. Os líquenes são muitas vezes os primeiros a aparecer em rochas vulcânicas nuas. Com o tempo, libertam ácidos que começam a desgastar a superfície, criando pequenas fissuras. A poeira, a água e os detritos orgânicos acumulam-se aí. Esquema da sucessão ecológica mostrando como, ao longo do tempo, o solo nu evolui de afloramentos rochosos e plantas pioneiras para a formação de uma floresta madura. Crédito: Flores-Garnica et al., 2020.Quando estas plantas morrem, deixam resíduos que se misturam com o material vulcânico, formando os primeiros solos primitivos. É um processo lento mas fundamental: sem plantas pioneiras, não há solo; sem solo, não há floresta.Este fenómeno é conhecido como sucessão ecológica primária e é um dos exemplos mais claros de como a vida pode começar do zero. Lições de vulcões reaisEste processo tem sido observado em vários vulcões em todo o mundo. Após a erupção do vulcão Chaitén em 2008, por exemplo, os cientistas detetaram o aparecimento de musgos e gramíneas alguns anos após o evento.Recuperación de la vegetación después de la erupción del volcán Chaitén.En conmemoración de 16 años desde la erupción (mayo 2008). Hemos realizado algunos estudios del cambio de la vegetación.@RewildingChile @IForestalUChile @UPartarrieu @conaf_minagri @munichaiten @uchile pic.twitter.com/fuLvSHHn2j— Alvaro Promis (@AlvaroPromis) May 2, 2024Algo semelhante aconteceu no vulcão Santa Helena (Estados Unidos) e nas zonas próximas do vulcão Puyehue-Cordón Caulle, onde a paisagem passou de cinzento absoluto a mosaicos verdes em menos de uma década. Estes casos mostram que, embora as erupções sejam acontecimentos destrutivos, também dão origem a novos ciclos de vida.Do musgo à floresta: uma história de décadasCom o tempo, o solo melhora e permite a chegada de plantas maiores. Depois, surgem os arbustos, os rebentos e, por fim, ecossistemas inteiros. O que hoje é uma encosta coberta de cinzas pode tornar-se numa floresta amanhã.Este processo pode demorar dezenas ou centenas de anos, dependendo do clima, da altitude e da quantidade de cinzas depositadas. Em zonas húmidas, como o sul do Chile, a recuperação é geralmente mais rápida do que em ambientes áridos.As plantas pioneiras não são apenas um fenómeno biológico interessante. São também um sinal de resiliência, uma prova de que, mesmo depois de um dos acontecimentos mais violentos da natureza, a vida encontra uma forma de regressar. Artigo relacionadoCinco plantas ideais para usar como vedação para criar fronteiras naturais de privacidadeDa próxima vez que vir imagens de um vulcão coberto de cinzas, lembre-se disto: por baixo desse manto cinzento, a próxima paisagem verde já está a ser criada. E tudo começa com algumas plantas pioneiras pequenas, resistentes e corajosas.

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Serão os E.T. mesmo verdes? Pois bem, esta astrobióloga portuguesa suspeita que são roxos

Lígia Fonseca Coelho está no Instituto Carl Sagan, nos Estados Unidos, a liderar uma investigação que pode vir a revolucionar a forma como procuramos por sinais de vida no vasto universo.A equipa liderada por Lígia Fonseca Coelho está a catalogar cores e assinaturas químicas que organismos e minerais apresentam na luz refletida de exoplanetas. Foto: Ryan Young/Cornell UniversityO verde simboliza esperança e é sinal de vida. Mas isso só se aplica à Terra. A água, a luz solar, o dióxido de carbono e a temperatura criam as condições ideais para os organismos produzirem a clorofila, o pigmento verde essencial para fazerem a fotossíntese.Um planeta a orbitar uma outra estrela, no entanto, pode ter uma aparência bem diferente. A investigação que a bioengenheira Lígia Fonseca Coelho conduz no Instituto Carl Sagan, da Universidade Cornell, sugere que os planetas de outros sistemas solares podem estar cobertos por bactérias que não recebem luz visível nem tão pouco oxigénio.Em vez disso, os microrganismos absorvem a luz infravermelha – invisível ao olho humano – realizando a fotossíntese no escuro. Esses micróbios, designados de fototróficos, produzem energia sem oxigénio, precisamente o oposto, portanto, do que nos ensinaram na escola.A investigação da cientista portuguesa poderá permitir desvendar sinais de vida em luas distantes como a Europa, a quarta maior entre as 95 que orbitam Júpiter. Foto: NASA/JPL/Caltech/Instituto SETIA abordagem é inédita e já valeu à investigadora a prestigiada bolsa 51 Pegasi b Fellowship, atribuída pela Heising-Simons Foundation para incentivar a investigação teórica e experimental em astronomia planetária.Uma nova forma de procurar vida alienígenaLígia Fonseca Coelho, com mestrado em Microbiologia e doutoramento em Bioengenharia concluídos no Instituto Superior Técnico, desfaz não só o estereótipo do extraterrestre verde, como propõe um método revolucionário na busca de vida fora da Terra.Artigo relacionadoZonas proibidas em Marte: cientistas tentam proteger possíveis ecossistemas alienígenasAo invés de procurar sinais na atmosfera ou na superfície de exoplanetas, a investigadora propõe procurar por indícios de vida nas camadas de nuvens de planetas gasosos ou de ambientes com atmosferas estáveis. Medir traços gasosos com maior precisão e monitorizar variações temporais na atmosfera pode vir a ser o caminho para detetar assinaturas químicas específicas.O objetivo da investigação é enriquecer o catálogo de bioassinaturas, permitindo que futuras missões possam desvendar os mistérios de superfícies e interiores de lugares distantes como a Lua Europa – a quarta maior de Júpiter, considerada um local promissor devido ao vasto oceano de água salgada que se acredita existir sob uma crosta de gelo.Lígia Fonseca Coelho concluiu o doutoramento no Instituto Superior Técnico, estando atualmente a trabalhar em Astrobiologia na Universidade de Cornell, nos Estados Unidos. Foto: Universidade de LisboaOs dados recolhidos poderão depois ser usados para construir novos modelos de luas que orbitam os exoplanetas. Partindo da vida na Terra como ponto de referência, a equipa liderada por Lígia Fonseca Coelho está a catalogar as cores e as assinaturas químicas de organismos e minerais que apresentam luz refletida nos planetas à sua volta.Artigo relacionadoVida alienígena pode existir nas nuvens de JúpiterA base de dados pode vir a ser um instrumento valioso para definir como vão os telescópios procurar por sinais de vida no universo. Ao fornecer um inventário das cores mais prováveis encontradas na superfície de outros planetas, será possível adaptar o design de futuros telescópios da NASA ou da ESA. Apoiada nesses novos pressupostos, as lentes telescópicas poderão ser capazes de absorver o comprimento de onda onde estão estas bioassinaturas.Nem todas as estrelas são amarelas como o nosso SolA observação das anãs vermelhas foi o momento eureka para a investigadora portuguesa a trabalhar nos Estados Unidos. As estrelas mais comuns na Via Láctea emitem principalmente radiação infravermelha. Ao refletirem luz infravermelha, as estrelas criam as condições ideais para cobrir os exoplanetas gasosos em tons de roxo. Ilustração: Cornell UniversitySignifica isto que os planetas na sua órbita teriam as condições ideais para as bactérias serem roxas. O estudo concluiu que as estrelas mais abundantes não são, afinal, amarelas como o nosso Sol, mas sim vermelhas. A energia que emitem para a superfície dos planetas sendo maioritariamente infravermelha, apresenta um ambiente propício para as bactérias assumirem uma aparência roxa.Em busca dos mecanismos que regem a vida no universoEmbora não sejam considerados vida alienígena em si, os biopigmentos produzidos pelas bactérias são agora uma nova pista para procurar vida em planetas que orbitam em estrelas longe do nosso Sistema Solar. Se os biopigmentos na Terra são produzidos por ser vivos, protegendo-nos contra a radiação ou oscilações drásticas de temperatura, é bem possível que esses mesmos mecanismos existentes na Terra possam ser universais.Referências da notíciaJames Dean. In search for alien life, purple may be the new green. Cornell UniversityLígia Fonseca Coelho, Lisa Kaltenegger, Stephen Zinder, William Philpot, Taylor L. Price, Trinity L Hamilton. Purple is the new green: biopigments and spectra of Earth-like purple worlds. Monthly Notices of the Royal Astronomical Society

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Recolha de biorresíduos alimentares só cobre 19% dos lares portugueses. Portugal longe das metas europeias

Em Portugal, um quinto do território continental já se encontra integralmente coberto pelo serviço de recolha seletiva de biorresíduos alimentares, mas apenas 19% dos alojamentos estão cobertos, porque as entidades gestoras não cobrem o total da área geográfica que lhes compete.Em Portugal, um quinto do território continental já se encontra integralmente coberto pelo serviço de recolha seletiva de biorresíduos alimentares, mas apenas 19% dos alojamentos estão cobertos.A Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) divulgou nesta quinta-feira, 18 de dezembro, os resultados do inquérito de diagnóstico de 2025 relativos à "Recolha seletiva de biorresíduos alimentares” em Portugal continental.Segundo os dados apurados junto das 222 entidades gestoras (EG) que participaram no inquérito da ERSAR, um quinto do território continental já se encontra integralmente coberto pelo serviço de recolha seletiva de biorresíduos alimentares. Esta é, aliás, uma das principais conclusões constantes no relatório.Tendo por base a resposta das entidades gestoras inquiridas - que representam 94% do universo nacional -, 51% das entidades gestoras (113, cuja atividade cobre 76% do número de alojamentos do território nacional) afirmam ter implementado a recolha seletiva de biorresíduos alimentares até outubro de 2025.O problema é que essas entidades gestoras também admitem que, no que respeita à recolha seletiva desta fração de resíduos, não cobrem o total da área geográfica que lhes compete.Apenas 19% dos alojamentos cobertosContas feitas, apenas 19% dos alojamentos do território continental estão cobertos por essa recolha, visto que a maioria das entidades gestoras não disponibiliza o serviço de recolha seletiva de biorresíduos alimentares em toda a sua área de intervenção, reconhece a presidente do conselho de administração da ERSAR, Vera Eiró.Portugal tem como objetivo garantir a recolha seletiva de biorresíduos em todo o território até 2030, com metas intermédias para 2026 e 2030.Em consequência, estes dados a partir dos resultados às entidades gestoras inquiridas colocam Portugal ainda longe de cumprir a obrigação legal em vigor desde 31 de dezembro de 2023.O país tem como meta garantir a recolha seletiva de biorresíduos em todo o território até 2030, com metas intermédias para 2026 a 2035, alinhadas com o Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos (PERSU 2030) e as diretivas europeias.Vera Eiró admite que “estamos com um atraso significativo que, para ser ultrapassado, exige um esforço acelerado para evitar o incumprimento das metas europeias”. Os principais obstáculos à implementação da recolha seletiva de biorresíduos alimentares são “a falta de adesão da população (mesmo após campanhas de sensibilização)”, a “insuficiência de meios financeiros e humanos”, assim como constrangimentos operacionais como a “logística, morosidade de concursos e falta de articulação” entre gestão “alta” e “baixa”, dizem as entidades gestoras inquiridas para o inquérito de diagnóstico de 2025.No que respeita às principais fontes de financiamento, as entidades gestoras indicam como principais fontes de financiamento as verbas do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), os programas do Fundo Ambiental e os apoios comunitários no âmbito do PERSU 2030. Apoios insuficientes ou tardiosApesar disso, muitas referem que “os apoios são insuficientes ou tardios”, condicionando, por isso, a implementação da recolha de resíduos.Artigo relacionadoBagaço de azeitona já não é um resíduo, mas sim um trunfo na agriculturaOutro ponto crítico identificado a partir dos resultados apurados prende-se com o estado de adoção do modelo tarifário Pay-As-You-Throw (PAYT), que visa incentivar a redução de resíduos através da tarifação proporcional à produção.A ERSAR divulgou a 18 de dezembro os resultados do inquérito de diagnóstico de 2025 relativos à "Recolha seletiva de biorresíduos alimentares”.Segundo os dados do inquérito, em 2025, apenas 21% das EG implementaram sistemas PAYT, praticamente sem evolução face a 2024. Assim, a maioria das entidades gestoras mantém modelos indexados ao consumo de água, considerados menos eficazes na promoção da separação na origem dos resíduos.De acordo com a Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos, as entidades gestoras identificam como principais barreiras à adoção do PAYT a complexidade técnica e operacional na medição individualizada, os custos elevados de implementação e a resistência dos utilizadores, associada à perceção de aumento de custos. Vera Eiró não tem dúvidas: “Uma maior generalização do PAYT poderia dar um importante contributo para o cumprimento das metas europeias e para a redução da deposição em aterro”. No entender da ERSAR, importa igualmente reforçar os apoios financeiros, promover um maior envolvimento das populações e uma monitorização contínua, como forma de garantir que os municípios cumprem as obrigações legais e contribuem para uma gestão sustentável dos resíduos urbanos de origem doméstica.

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A sua planta tem folhas amarelas? Isto é o que realmente significa

Quando uma planta começa a ficar amarela, muitas pessoas pensam que está prestes a morrer, mas a realidade é que essas folhas estão a dizer-nos algo muito mais profundo. A água muito fria pode causar micro-choques térmicos e provocar um amarelecimento imediato nas espécies tropicais. Há um momento quase universal entre aqueles de nós que têm plantas: aquele instante em que olha para o seu vaso favorito e repara que uma folha que ontem estava completamente verde, hoje acordou amarela. E embora a reação natural seja entrar em pânico, a verdade é que este amarelecimento quase nunca é uma sentença final.Perceber porque é que uma planta muda a cor das suas folhas é como aprender a ler a sua própria linguagem. As plantas comunicam através de sinais visuais muito claros, e a cor é um dos mais importantes. O amarelo aparece quando algo não está a funcionar corretamente.O amarelecimento tem um nome técnico e é conhecido como clorose, que é a perda de clorofila - o pigmento responsável pela cor verde e pela fotossíntese. Quando uma planta começa a perder clorofila, muda o aspeto das suas folhas como se estivesse a perder força. Renovar o substrato uma vez por ano ajuda a manter a estrutura adequada para a absorção de nutrientes. A clorose não tem sempre o mesmo aspeto. Por vezes o amarelecimento aparece ao longo das bordas, outras vezes no centro, ou mesmo apenas entre as veias. Esta variação não é estética ou aleatória; pode indicar qualquer coisa, desde excesso de água a deficiências de nutrientes, e é por isso que é importante aprender a observar e distinguir padrões.A boa notícia é que a maioria dos casos de folhas amarelas tem solução se agir a tempo, e não requer conhecimentos complexos ou fertilizantes de laboratório. Basta compreender o que está realmente a acontecer na planta para poder tomar melhores decisões. Excesso de água e falta de oxigénioUma das causas mais comuns das folhas amarelas é o excesso de água. Embora possa parecer contraditório, o excesso de água pode ser tão prejudicial como a falta dela. Quando o substrato fica saturado, as raízes deixam de receber o oxigénio de que necessitam e começam a sofrer de stress.Se, ao levantar o vaso, notar que ele parece mais pesado do que o habitual, é muito provável que esteja a regar em excesso.Este stress traduz-se num bloqueio do transporte dos nutrientes e acaba por se manifestar sob a forma de clorose. Lembre-se que as raízes não bebem apenas, elas respiram também, e uma planta com raízes sufocadas apresenta frequentemente folhas uniformemente amarelas ou uma textura ligeiramente mole, sobretudo nas folhas mais velhas.Outro indicador claro de excesso de água é o cheiro do substrato. Quando o meio fica encharcado durante vários dias, as bactérias anaeróbicas desenvolvem-se e geram odores desagradáveis. Um solo saudável cheira a terra, e não a humidade estragada. Qualidade do substrato e pHMuitas vezes, as plantas não têm falta de nutrientes, mas não os conseguem absorver porque o pH está fora do intervalo ideal. A maioria das plantas de interior prefere um pH ligeiramente ácido; quando o pH sobe demasiado, o ferro fica bloqueado e aparece um amarelecimento muito característico. Artigo relacionadoJardinagem sem complicações: sementes que germinam em dias e produzem frutos facilmenteUm substrato compacto ou demasiado velho pode também limitar a absorção de nutrientes. Com o tempo, os poros do substrato ficam saturados de sais e de partículas finas, reduzindo o arejamento. Uma planta que cresce num substrato esgotado apresenta frequentemente folhas amarelas e um crescimento lento. A lógica é a mesma: todo o solo precisa de respirar e de ser renovado.Falta de nutrientes essenciaisUma planta com folhas amarelas pode também estar a pedir comida. O amarelecimento devido a carências de nutrientes é muito comum nos vasos, porque os nutrientes disponíveis esgotam-se com o tempo. Os mais importantes para evitar a clorose são o azoto, o ferro, o magnésio e o zinco. Cada um deles causa um padrão de amarelecimento diferente.Quando há falta de azoto, o amarelecimento começa nas folhas mais velhas porque a planta redireciona o pouco que tem para o novo crescimento. Quando há falta de ferro, o amarelecimento começa nas folhas jovens, enquanto as veias principais permanecem verdes. Um fertilizante equilibrado, aplicado regularmente, melhora geralmente a coloração de forma notável em poucas semanas. O magnésio provoca um amarelecimento entre as nervuras, conhecido como clorose internerval. Se as áreas amarelas aparecerem claramente definidas entre as nervuras verdes, é um indicador muito claro. Estes padrões são amplamente utilizados em agronomia para diagnosticar problemas no campo sem a necessidade de análises laboratoriais.O papel da luz e da temperaturaUma planta que recebe pouca luz reduz a sua capacidade fotossintética e acaba por perder clorofila. O resultado são folhas mais claras ou amarelas e caules mais longos e fracos. Por outro lado, uma planta exposta a uma luz excessiva pode desenvolver amarelecimento devido a queimaduras nas folhas ou stress térmico.Por vezes, basta deslocar a planta para um local mais estável para que recupere a sua cor.Muitas espécies tropicais habitualmente mantidas no interior ficam stressadas por mudanças bruscas de temperatura ou correntes de ar frio. Este stress térmico pode manifestar-se através de folhas amarelas com pontas castanhas. Por vezes, basta deslocar a planta para um local mais estável para que recupere a sua cor.O envelhecimento natural e a poda inteligente Nem todo o amarelecimento é mau. Em muitas plantas, especialmente as perenes, o amarelecimento é uma parte natural do seu ciclo. As folhas mais velhas ficam amarelas, secam e caem. É assim que a planta recicla a energia e dá prioridade a um novo crescimento. Nestes casos, a melhor opção é uma poda ligeira para eliminar o que já serviu o seu objetivo.Artigo relacionadoPoinsétia, azevinho, visco, pinheiro: quais são as plantas típicas do Natal?As plantas, tal como as culturas de campo, têm o seu próprio ritmo e aprender a distinguir entre um problema real e um processo natural faz parte da sua compreensão. Se o amarelecimento aparecer apenas nas folhas mais velhas e o novo crescimento parecer saudável, não há motivo para alarme; pelo contrário, é um sinal de que a planta está a redistribuir recursos.A maior parte destes casos são resolvidos com simples ajustes, como corrigir a rega, melhorar a colocação, renovar o substrato ou fornecer o nutriente que faltava à planta. Compreender estes sinais permite-lhe tomar as decisões corretas para manter o seu Eden saudável e em equilíbrio.

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Várias depressões e frio intenso em Portugal: possibilidade de neve em 6 distritos e precipitação a partir de sexta

Entre sexta e terça-feira, Portugal será atravessado por frentes frias sucessivas, com chuva por vezes forte, vento e mar muito agitado. Entre domingo e segunda, a combinação de ar frio e precipitação pode trazer neve a seis regiões.Mais informação: Últimas novidades sobre o nevão de domingo em Portugal: os nossos mapas preveem neve nestas 6 regiões. Os próximos dias serão dominados por uma sequência de depressões atlânticas e frentes frias, alternando períodos de chuva com curtos períodos de melhoria ao longo dos próximos dias. Chuva, vento e algumas abertas: o padrão que se impõe até ao fim de semanaAté meio da manhã desta sexta-feira houve chuva moderadamente forte no Minho e no litoral Norte e nos setores do Centro litoral e próxima a Lisboa. Com a deslocação da frente para sul, a precipitação tende a perder organização e a transformar-se em aguaceiros.O vento deverá reforçar-se com a passagem frontal e, sobretudo, após a sua travessia. Este detalhe agrava a sensação térmica, aumentando o desconforto térmico, mesmo perante a redução da precipitação.Apesar de tudo, o restante dia desta sexta-feira deverá ser de transição, com menos precipitação e mais abertas relativamente a quinta-feira, e com ar mais frio a instalar-se. As temperaturas máximas não devem ir além dos 16 ºC em Lisboa, os 12 ºC no Porto, Braga, Leiria e Évora e os 6 ºC na Guarda.As temperaturas máximas devem situar-se nesta sexta-feira entre os 6 ºC na Guarda e os 16 ºC em Lisboa.Com menos nebulosidade durante a noite, o arrefecimento será mais rápido, aumentando a probabilidade de geada e gelo na madrugada de sábado, sobretudo no interior Norte e Centro, em vales e áreas mais abrigadas. No mar, é de esperar ondulação de noroeste e rebentação forte em algumas praias mais expostas e junto a molhes.No sábado, 20 de dezembro, deverá verificar-se um agravamento do estado de tempo, aumentando a instabilidade, muitas vezes em regime de aguaceiros. Alguns núcleos podem ser localmente intensos, sobretudo onde o ar frio em altitude for mais marcado e com o avançar do dia.Artigo relacionadoO tempo vai mudar no Porto e em Lisboa: em qual destas cidades choverá mais entre hoje e domingo? Esperam-se até 55 mmEspera-se, em particular, que na região do Minho ao final do dia se registe o episódio mais intenso da precipitação. O ar frio em altitude prepara o episódio mais relevante do fim de semana: o potencial para neve.Neve em 6 distritos entre domingo e segunda: onde pode ocorrer?O intervalo mais favorável para a queda de neve estende-se da madrugada de domingo (21 de dezembro) até segunda-feira (22 de dezembro). As regiões com maior probabilidade de precipitação sob a forma de neve situam-se no Norte e no interior Centro, com destaque para seis distritos: Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Bragança, Guarda e Castelo Branco. Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações.A neve deverá concentrar-se nas serras e áreas altas, designadamente na Peneda-Gerês, no Marão, em Montesinho e na Serra da Estrela, mas poderão ocorrer descidas temporárias da cota para altitudes médias durante a madrugada e no início da manhã, embora tais cenários se venham a dissipar.O que vai decidir o “quão baixo” pode nevar não é apenas a temperatura. Caso a depressão se posicione próxima da Península Ibérica e mantiver precipitação durante as horas com as temperaturas mais baixas, a cota pode baixar e a probabilidade de acumulação aumentará. Neste momento, esperam-se valores de acumulação até 4 cm, como os que se verificam durante a madrugada de domingo, na Gavieira, Soajo e Castro Laboreiro. Entre domingo e segunda-feira deve ocorrer períodos de ocorrência de neve nas serras do Norte e Centro. De qualquer forma, perante a evolução da precipitação, é aqui que reside a maior incerteza. A trajetória das baixas pressões altera o desenho da precipitação e o número de horas em que a temperatura se mantém suficientemente baixa para possibilitar a acumulação de neve. Por isso, vale a pena acompanhar as atualizações diárias providenciadas pelos nossos modelos da Meteored.Mantenha-se atento à evolução do estado de tempo, às temperaturas mais baixas e a eventuais condições perigosas à circulação que possam ocorrer pelo efeito da evolução do estado do tempo.

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Medições das emissões de metano a nível global de instalações de petróleo, gás e carvão com recurso a dados de satélites

A tecnologia de deteção remota pela constelação de satélites GHGSat (Greenhouse Gas Emissions Monitoring Service), permite uma monitorização global das emissões de metano provenientes de instalações de petróleo, gás e carvão.Atualmente dados obtidos por determinados satélites de alta resolução permitem a monitorização a nível global das emissões de metano. Um estudo publicado na revista Science demonstra a utilidade das observações de satélite de alta resolução que fornecem informações úteis para diversos fins, inclusivamente para indústrias que procuram descarbonizar as suas atividades.Emissões globais de metano do setor energéticoO estudo realizado por investigadores da GHGSat, do Instituto Holandês de Investigação Espacial SRON e da Carbon Mapper, baseia-se em dados da constelação de satélites GHGSat, líder mundial para quantificar as emissões de metano de milhares de instalações industriais em todo o mundo.A GHGSat está a expandir a sua constelação e, até à data, lançou já 16 satélites, que rastreiam as emissões de milhares de instalações anualmente, o que permite uma melhor cobertura, tanto espacial quanto temporal, permitindo detetar mais emissões e monitorizá-las com mais frequência.O metano é o segundo gás de efeito de estufa que contribui para o aquecimento global, estando o dióxido de carbono em primeiro lugar.Uma elevada quantidade das emissões de metano vem do setor energético, muitas vezes de fontes pontuais concentradas, como chaminés de queima, carvão e minas a céu aberto.O metano é o segundo gás de efeito de estufa que contribui para o aquecimento global.A fim de se mitigar o aquecimento global, através da redução dessas emissões de metano, é fundamental a identificação das diferentes origens a nível global e é nesta área que este estudo deu um contributo muito importante.Artigo relacionadoPoços de petróleo abandonados libertam 7 vezes mais metano do que se pensavaFoi assim produzido uma visão global, ao nível das instalações, das emissões de metano, com identificação de milhares de locais individuais de petróleo, gás e carvão que estão a libertar o gás de efeito estufa na atmosfera da Terra.Com recurso a observações de alta resolução da constelação de satélites GHGSat, os autores deste estudo elaboraram a primeira estimativa global em rede das emissões anuais de metano a partir de milhares de instalações industriais em todo o mundo. Este resultado é útil para melhorar a compreensão e as previsões das emissões de metano e, portanto, fornecer informações úteis para orientar os esforços de mitigação. O estudo fornece informações valiosas sobre o comportamento das emissões de metano nos setores de petróleo e gás e carvão.Os investigadores estimaram que cerca de 9 milhões de toneladas de metano foram emitidas em 2023, a partir de 3.114 instalações de petróleo, gás e carvão em todo o mundo.A constelação de satélites GHGSat combina alta resolução espacial (cerca de 25m), boa sensibilidade (limite de deteção da ordem de 100 kg por hora) e boa cobertura (2,4 milhões de km2 observados em 2023).Países e persistência das emissões de metanoOs países onde foram medidas as maiores emissões de metano proveniente do petróleo e do gás são o Turquemenistão, os EUA, a Rússia, o México e o Cazaquistão, enquanto a China e a Rússia são os países com maiores emissões derivado do carvão.Ao avaliar a persistência, ou a frequência com que um determinado local foi encontrado a emitir, a análise constatou que os locais emissores de petróleo e gás tinham uma taxa de persistência de aproximadamente 15%, em todo o mundo, enquanto os locais de carvão apresentavam taxas de persistência de quase 48%.Estas descobertas confirmam que as fontes de emissão de petróleo e gás são muito mais intermitentes e imprevisíveis do que outros setores, um padrão que tem implicações importantes para os esforços de mitigação. Compreender a frequência com que as instalações emitem metano permite esforços de inspeção e reparação mais eficazes.As fontes de emissão de petróleo e gás são muito mais intermitentes e imprevisíveis do que outros setoresA constelação de satélites da GHGSat, que foram concebidos para apoiar os decisores na luta contra as emissões, identificam a origem de fugas de metano tão pequenas, que chegam a ser inferiores a 100 kg/h, muitas vezes até ao nível de equipamentos individuais. Esta informação permite à GHGSat alertar os operadores sobre as emissões poucas horas após a deteção.A publicação desta investigação sublinha a importância crescente da medição direta no avanço da compreensão global do metano, um gás com efeito de estufa responsável por cerca de um terço do aquecimento atual. Os decisores políticos e as partes interessadas da indústria exigem cada vez mais dados precisos e verificados sobre as emissões, e este trabalho ilustra como as medições derivadas de satélites contribuem diretamente para inventários mais precisos e estratégias de mitigação mais eficazes.

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COMETA ‘3I/ATLAS’: O RARO VISITANTE INTERESTELAR QUE PASSOU PELA TERRA (VÍDEO)
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Cometa 3I/Atlas faz maior aproximação à Terra esta sexta-feira
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Descoberto planeta em forma de limão
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Os sinais mais claros até agora de possível vida extraterrestre foram detetados num exoplaneta
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Neptuno e Urano são feitos de pedra? Novos dados apontam para uma composição inesperada

Durante muito tempo, acreditou-se que os dois planetas mais exteriores do sistema solar eram feitos de gelo e gás. Mas este facto foi agora desmentido. Urano e Neptuno podem, portanto, ter uma estrutura completamente diferente da sugerida pelos manuais anteriores.Cálculos complicados do campo gravitacional mostram que Neptuno (na foto) e Urano podem ser compostos de materiais diferentes dos que se pensava anteriormente. Imagem: NASA/Voyager 2Os investigadores estão a questionar um dos sistemas de classificação mais estáveis na investigação planetária, a categorização em gigantes rochosos, gasosos e gelados. De acordo com a investigação mais recente, os dois planetas mais exteriores do sistema solar poderão conter muito mais rocha - e, por conseguinte, ser menos gelados - do que há muito se supõe.A sabedoria convencional é que os planetas interiores do nosso sistema solar (Mercúrio, Vénus, Terra, Marte) são constituídos por rocha e os planetas exteriores (Júpiter, Saturno, Urano, Neptuno) por gás. Júpiter e Saturno são classicamente referidos como gigantes gasosos, e Urano e Neptuno como gigantes de gelo.De acordo com a visão tradicional, Urano e Neptuno deveriam ser constituídos principalmente por substâncias congeladas e voláteis, como a água, o metano e o amoníaco. A equipa de investigação da Universidade de Zurique e do Centro Nacional de Competência em Investigação Planetária considera que a classificação anterior é demasiado simples. Curiosamente, o estudo está em sintonia com as recentes descobertas sobre Plutão, cuja estrutura interna também contém muito mais rocha do que se supunha anteriormente. Artigo relacionadoWebb revela como se formam os planetas rochosos e as respostas estão escondidas na “Borboleta Cósmica”Para reavaliar a estrutura dos dois planetas distantes, os cientistas começaram por desenvolver o seu próprio método de simulação. “A classificação como gigantes de gelo pode ser demasiado simplista, uma vez que os dois planetas não são suficientemente conhecidos”, explica Luca Morf, estudante de doutoramento na Universidade de Zurique e principal autor do estudo.Até agora, os modelos físicos têm feito demasiadas suposições e os modelos empíricos têm sido demasiado simplistas. Combinámos ambas as abordagens para obter modelos novos, neutros e fisicamente consistentes.A equipa começou com perfis de densidade interna gerados aleatoriamente e utilizou-os para calcular o campo gravitacional correspondente - que foi depois comparado com os dados de medição. A partir dessa comparação, foi possível deduzir quais os materiais que deviam estar presentes. O processo foi repetido milhares de vezes até se obter um conjunto de modelos que correspondesse tanto às leis da física como aos dados observados. O planeta Urano, fotografado pela Voyager 2 em 14 de janeiro de 1986 a uma distância de cerca de 12,7 milhões de km. Imagem: NASA/JPL/PIA18182Até os investigadores ficaram surpreendidos ao descobrir que as camadas interiores de Urano e Neptuno não são, de forma alguma, dominadas por gelo. Pelo contrário, os cálculos também sugerem que pode haver muito mais rocha no interior do que se esperava anteriormente.“Suspeitámos disto há quase 15 anos e agora temos finalmente a prova matemática”. - Ravit Helled, Professor de Astrofísica e Diretor do Espaço UZHOs campos magnéticos de ambos os planetas também podem agora ser melhor avaliados. Ao contrário do campo dipolar bastante estável da Terra, Urano e Neptuno apresentam estruturas caóticas e multipolares. “Descobrimos também que o campo magnético de Urano pode ser mais profundo do que o de Neptuno”, explica Ravit Helled, Diretor do UZH Space. A longo prazo, isto poderá esclarecer a razão pela qual as magnetosferas de Urano e Neptuno são tão diferentes das de outros planetas. Artigo relacionadoE se não houver vida noutros planetas? Os cientistas calculam quantos exoplanetas nos dirãoApesar de tudo isto, a ciência dos materiais ainda sabe pouco sobre a forma como as rochas, a água ou as substâncias exóticas reagem em condições extremas. “Os físicos ainda mal compreendem como os materiais se comportam sob as condições de pressão e temperatura no interior de um planeta”, diz Morf. Este facto pode, em última análise, influenciar novamente os resultados. De acordo com o novo estudo, Urano pode ser um gigante de gelo (esquerda) ou um gigante de rocha (direita). Imagem: Instituto Keck de Estudos Espaciais/Chuck CarterGlobalmente, o estudo abre novas possibilidades para a investigação dos planetas exteriores. Com o novo método desenvolvido, as estruturas interiores dos planetas poderão ser determinadas de forma mais realista no futuro. Ao mesmo tempo, são revelados os limites da deteção remota.Dependendo dos pressupostos da modelação, tanto Urano como Neptuno poderiam ser gigantes rochosos ou gigantes de gelo.Os dados ainda não seriam suficientes para distinguir com certeza entre gelo e rocha. Isto exigiria provavelmente missões específicas a Urano e Neptuno", resume Helled. Até que essas missões sejam realizadas, a vida interior dos misteriosos planetas continua a ser um dos grandes enigmas do nosso sistema solar. Referência da notíciaMorf, L., & Helled, R. (2025): Icy or rocky? Convective or stable? New interior models of Uranus and Neptune. Astronomy & Astrophysics.

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Solstício de inverno marca o arranque da estação mais fria do ano no Hemisfério Norte: conheça o fenómeno e curiosidades

Estamos prestes a dar as boas-vindas ao inverno astronómico, cujo início se dará no instante do chamado solstício de inverno ou de dezembro. Fique a conhecer a importância e algumas curiosidades deste fenómeno astronómico!A 21 de dezembro de 2025 ocorrerá o solstício de inverno (ou de dezembro) no hemisfério norte, dando início à estação invernal.O solstício de inverno é um fenómeno astronómico que acontece anualmente em dezembro no hemisfério norte da Terra, hemisfério no qual Portugal se insere. Neste ano 2025 o solstício de inverno ocorrerá no domingo, 21 de dezembro, às 15:02 (Portugal continental e Madeira; 14:02 nos Açores).21 de dezembro será também o dia mais curto do ano 2025 (menos horas de luz solar), e, como consequência, aquele que terá a noite mais longa. Neste 21 de dezembro de 2025 o disco solar nascerá às 07:49 e pôr-se-á às 17:19 em Lisboa. A duração exata do dia será de 9 horas e 30 minutos. Da mesma forma que no próximo domingo arrancará o inverno astronómico em Portugal e no hemisfério norte, inicia-se, ao invés, o verão astronómico no hemisfério sul.Qual é o significado de solstício e até quando durará o inverno astronómico?Os movimentos da Terra em redor de si mesma e em volta do Sol (rotação e translação, respetivamente), resultam numa distribuição desigual da luz solar nos dois hemisférios do planeta. O solstício de inverno acontece quando o Sol atinge a maior distância angular em relação ao plano que passa pela linha do Equador, isto é, quando o Sol se encontra mais a sul. Deste modo, o hemisfério em que ocorre o solstício de inverno recebe uma menor incidência dos raios solares. Os solstícios têm lugar duas vezes por ano (no inverno e no verão), mas em datas móveis.Em virtude do solstício de inverno ocorrer a 21 de dezembro de 2025, esta data registará o dia mais curto e a noite mais longa do ano.O inverno é a estação mais curta e mais fria do ano, efeito dos raios solares incidirem mais obliquamente sobre a superfície do hemisfério norte, emanando menos calor. Ocorre o inverso no hemisfério sul. Este período sazonal vai prolongar-se por 89 dias, desde o meio da tarde do próximo domingo, 21 de dezembro, até ao equinócio da primavera, que começará oficialmente no dia 20 de março de 2026.A etimologia da palavra latina (Solstitium) tem origem no facto de o Sol travar o movimento diário de afastamento ao plano equatorial e “estacionar” ao atingir a sua posição mais alta ou mais baixa no céu local. Assim, a palavra solstício significa literalmente "sol parado" e é a junção das palavras em latim, sol + sistere, que significa "ficar parado".A espiritualidade associada ao solstício de invernoNa Antiguidade os povos mantinham um contacto muito próximo com a Natureza, atribuindo ao Sol um grande significado nas suas vidas. Dele dependia o sucesso das colheitas, a perspetiva de alimentos, assim como o comportamento meteorológico, a rigorosa sequência de dias quentes e soalheiros e as noites frias, misteriosas ou gélidas. O solstício de inverno marca a noite mais longa do ano e este facto conduziu à conceção de muitos contos, histórias e tradições associadas com a morte e a ressurreição em diferentes culturas e religiões como a Egípcia, a Cristã, a Asteca ou até mesmo o império do sol nascente japonês, entre outros.Para os povos ancestrais o fenómeno do solstício de inverno, o dia mais curto do ano, simbolizava a vitória da luz sobre a escuridão, uma vez que, a partir desse momento, a luz voltaria a reinar com o reinício do aumento da duração do dia. Pensa-se que as pirâmides do Egito tenham sido construídas em alinhamento para receber o Sol de frente à porta de entrada, precisamente no dia do solstício de inverno.Pensa-se que as pirâmides do Egito tenham sido propositadamente construídas alinhamento para receber a luz solar de frente na porta de entrada, precisamente no dia do solstício de inverno.Os cultos pagãos de adoração ao Sol desempenharam um grande papel de influência na liturgia cristã, ao fixar o dia incerto do nascimento de Jesus, data máxima do cristianismo, a 25 de dezembro.Deste modo, passou a haver uma coincidência na festa da religião monoteísta romana dedicada ao deus Saturno (17 a 25 dezembro) com a celebração do nascimento do Sol invencível - Natalis Solis Invictus, utilizada pelo imperador Aureliano em 274 d.C como forma de unificar as celebrações pagãs e cristãs no império. Celebrava-se com muita alegria e troca de presentes o momento em que o Sol cresce, ou renasce, após ter atingido a sua duração mais curta, a 21 ou 22 de dezembro.

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O tempo vai mudar no Porto e em Lisboa: em qual destas cidades choverá mais entre hoje e domingo? Esperam-se até 55 mm

Depois de uma breve pausa na chuva, a mesma regressa hoje ao país, sendo que várias zonas do litoral Norte já estão a registar aguaceiros. Confira aqui as cidades mais afetadas!Mais informações: Últimas novidades sobre o nevão de domingo em Portugal: os nossos mapas preveem neve nestas 6 regiõesO dia de hoje traz novamente a chuva à nossa geografia continental, com a chegada de uma frente fria, que já está a resultar em chuva fraca e vento forte em alguns locais do litoral Norte. Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações. Com isto, o IPMA já emitiu uma série de avisos meteorológicos, com avisos amarelo e laranja devido à agitação marítima, para todos os distritos do litoral, e aviso amarelo de precipitação para oito distritos, dos quais: Viana do Castelo, Braga, Porto, Viseu, Aveiro, Coimbra, Leiria e Lisboa. Para os três primeiros o aviso entrou em vigor às 15h e deverá permanecer até às 21h. Em Aveiro o aviso entra em vigor às 18h e nos restantes distritos, entra em vigor às 21h e permanecerão até as 3h de amanhã, dia 19.A chuva regressa hoje e o Porto poderá ser das cidades com maior acumulaçãoNas próximas horas espera-se um agravamento do estado do tempo, especialmente a Oeste da Barreira de Condensação, onde a chuva se tornará mais expressiva, principalmente no noroeste. Em Viana do Castelo, a chuva poderá ultrapassar os 14 mm por hora e em Braga poderá ser superior a 10 mm, também por hora, entre as últimas horas da tarde e as primeiras da noite.Até domingo à noite, espera-se uma acumulação de precipitação superior a 55 mm no Porto, enquanto Lisboa poderá registar perto de 23 mm acumulados.Para a cidade do Porto esperam-se até cerca de 6 mm por hora de chuva, também ao final do dia. É expectável que à medida que as horas passam, várias cidades do litoral Norte e Centro registem períodos de chuva forte, mesmo ao longo da madrugada de sexta-feira, dia 19.Na cidade de Lisboa é esperado que a chuva se intensifique ao início da próxima madrugada, podendo ser registados até 4.2 mm de chuva por hora. Já na região Sul, entre Grândola e Sines, poderão cair até cerca de 7 mm de chuva por hora, nas horas seguintes.Depois de uma nova pausa, a chuva regressará no fim de semanaSexta-feira poderá amanhecer ainda chuvosa em vários locais do país, principalmente ao longo da faixa interior, onde se espera queda de neve para a Serra da Estrela ao início da manhã. Ainda assim, com o passar das horas, espera-se uma dissipação gradual deste episódio dando lugar a um resto de dia seco em praticamente todo o território.Contudo, esta trégua será "sol de pouca dura", visto que no sábado espera-se uma nova frente fria, que poderá chegar a Portugal Continental a partir das 10h da manhã. Esta chegará primeiro ao noroeste, alastrando-se nas horas seguintes para o litoral Norte e Centro.Uma nova frente chegará no sábado, voltando a resultar em chuva e possível queda de neve.Ao longo da tarde de sábado, esta chuva poderá estender-se ao resto do país ainda que com períodos de tempo seco, sendo esperado que a chuva se mantenha fraca a moderada, sem previsão de episódios intensos. Ao final dia, a precipitação poderá concentrar-se no Norte e Centro de país, podendo voltar a originar queda de neve na Serra da Estrela e nas regiões montanhosas do Norte, próximas à fronteira com Espanha.Durante a madrugada de domingo, e devido à chuva e às temperaturas mais baixas, a neve poderá intensificar-se em vários pontos do Norte e Centro, sendo que a chuva poderá cobrir boa parte do território, de Norte a Sul. Ainda assim, espera-se uma dissipação gradual, também de Norte para Sul, da chuva, a partir das primeiras horas da tarde desse dia (21).Artigo relacionadoFrio extremo na Europa: os peritos preveem um “comboio siberiano”; eis as possibilidades de chegar a PortugalCom isto, espera-se que até ao final do dia de domingo, as acumulações de precipitação possam ser significativas em vários locais. A região do Minho poderá contar com os valores mais elevados, na ordem dos 80 mm. Já a cidade do Porto poderá contar com valores superiores a 55 mm e Lisboa com uma acumulação de cerca de 23 mm.

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De Pombal para o mundo: uma nova borboleta descoberta na Mata de Leiria

Por entre a devastação do incêndio florestal de 2017, os investigadores da Universidade do Porto descobriram uma nova espécie de inseto protegida por bolsas de vegetação que resistiram ao fogo.A Monochroa monellii é uma criatura de hábitos noturnos que não se deixa avistar ou apanhar facilmente. Foto: André Lameirinhas/Universidade do PortoO grande incêndio de outubro de 2017 na Mata Nacional de Leiria devastou mais de 80% da área florestal. Foi uma perda incalculável para a biodiversidade em Portugal e que ainda hoje está por reparar. Por entre a devastação, no entanto, sobraram uns quantos hectares densamente arborizados que continuam a proteger várias espécies de animais e plantas.Num desses pedaços de terra que resistiu ao fogo, Sónia Ferreira, Martin Corley, e Jorge Rosete encontraram uma raridade. Nas imediações da Lagoa de São José, no concelho de Pombal, os investigadores do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO-InBIO), da Universidade do Porto, descobriram uma borboleta noturna nunca descrita para qualquer parte do mundo.O morrião-das-areias, que cresce em zonas arenosas do litoral, é a planta onde a Monochroa monellii faz o seu casulo. Foto: Parque Biológico de GaiaA descoberta, publicada na revista Nota Lepidopterologica, é resultado de quase quatro anos de busca intensiva. Na margem de um estradão florestal que atravessa a Mata Nacional do Urso, os biólogos instalaram algumas dezenas de pontos de luz ao longo da área amostrada, que permitiram detetar e capturar diversos espécimes sujeitos a análise laboratorial.A arte da camuflagem na vegetação rasteiraBatizada com o nome científico Monochroa monellii, a nova espécie mede entre os 8 e os 10 milímetros e tem um padrão de cores pouco vistoso, sendo por isso difícil de detetar no seu habitat.Como se trata de uma criatura de hábitos noturnos, está escondida durante o dia na vegetação rasteira, usando os seus tons pardos para se camuflar na natureza. Só quando perturbada, denuncia a sua localização, mas, por ser tão pequena, escapa velozmente, tornando a sua captura num verdadeiro desafio.Casulos protegidos por morriões-das-areiasMonochroa monellii, o nome que lhe foi atribuído, está diretamente relacionado com a planta onde está hospedada. “Após insistentes trabalhos de campo foi possível estabelecer uma estreita relação entre este inseto e o morrião-das-areias (Anagallis monelli)”, contam os investigadores no comunicado da Universidade do Porto.Artigo relacionadoA borboleta-branca-da-Madeira está oficialmente extintaTrata-se de uma pequena herbácea com flores de um azul vivo abundante nas zonas arenosas do litoral. Embora não tenham encontrado sinais de larvas nas folhas da planta, em diversos exemplares recolhidos observou-se a presença de pequenos túneis de seda adjacentes à zona do caule, junto à raiz. Nessas pequenas galerias foram encontradas pupas - estágio intermediário na metamorfose de borboletas - cujos ocupantes, viria a descobrir-se, pertenciam à nova espécie.Ao combinarem a análise da morfologia com técnicas genéticas, a equipa conseguiu identificar “o carácter biológico único desta espécie”, que se demarca de outras similares anteriormente registadas.A distribuição da espécie nas zonas do litoralNão sendo a planta hospedeira uma espécie ameaçada e ocorrendo noutros locais do país, os cientistas estão convencidos de que será muito provável encontrar a nova borboleta também noutros habitats da linha costeira.Artigo relacionadoA mariposa da Austrália é o primeiro invertebrado conhecido a usar as estrelas como bússolaA crescente pressão urbanística sobre o litoral, todavia, pode ser uma ameaça à sua sobrevivência. Importa, como tal, cartografar com maior precisão qual é, afinal, a sua distribuição no território e em que estado se encontram as suas populações, advertem os especialistas.Repensar a estratégia de prevenção de fogosOutra ameaça não só para esta espécie, mas para muitas outras que sobrevivem nestas bolsas florestadas da Mata de Leiria, são as ações de controlo de potenciais fonte de ignição que visam prevenir os fogos florestais.A Monochroa monellii foi encontrada na Mata Nacional do Urso, em Pombal. Foto: Jorge Rosete/Universidade do Porto“Num afã de reduzir a massa arbustiva adjacente aos núcleos florestados por se considerar que ela constitui, por si só, uma fonte facilmente propagadora do fogo, são atualmente conduzidas verdadeiras operações de raspagem do solo que ameaçam a integridade destes microhabitats”, denunciam os investigadores. A forma como a prevenção de incêndios está a ser conduzida – criticam – está a comprometer a capacidade de regeneração do coberto herbáceo e arbustivo e, por arrasto, a viabilidade das espécies de fauna que aí se alojam como é o caso da Monochroa monellii.A equipa do CIBIO-InBIO espera, por isso, que esta descoberta possa promover também uma reflexão crítica acerca do modo como neste momento estão a ser encaradas as áreas ditas incultas e tantas vezes confinantes com outras de maior estatuto em virtude do seu valor económico.Referência da notíciaJorge Rosete, Sónia Ferreira & Martin Corley. Monochroa monellii (Lepidoptera, Gelechiidae), a new species from Portugal. Nota Lepidopterologica

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Últimas novidades sobre o nevão de domingo em Portugal: os nossos mapas preveem neve nestas 6 regiões

Entre quinta e terça-feira, Portugal será afetado por frentes frias sucessivas, com chuva por vezes moderada, descida acentuada da temperatura e potencial queda de neve no Norte e Centro, sobretudo entre domingo e segunda-feira.Portugal continental entra, a partir desta quinta-feira (18), num período marcado pela sucessão de frentes frias atlânticas, chuva por vezes intensa e um cenário potencialmente invernal no final do fim de semana e início da próxima semana, com possibilidade de queda de neve em várias regiões do país. Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações. Durante a tarde desta quinta-feira, a partir das 16:00, uma frente fria ativa começa a afetar o distrito de Braga, estendendo-se rapidamente ao Minho e ao litoral norte. Nas primeiras quatro horas de passagem da frente, os distritos de Viana do Castelo, Braga e Porto serão os mais afetados, com acumulados horários que podem atingir os 14 mm, caracterizando um episódio de chuva moderadamente forte, já tendo sido emitido pelo IPMA um alerta de risco moderado de precipitação. Faixa frontal ativa a atingir o Noroeste de Portugal na noite de quinta-feira, com núcleos de chuva moderadamente forte, destacando-se os distritos de Braga, Porto e Viana do Castelo, onde os acumulados horários podem ultrapassar os 10 mm.Ao longo da noite de quinta para sexta-feira, a frente organiza-se numa faixa contínua de precipitação que avança gradualmente para sul, atingindo regiões do interior e centro litoral, como Viseu, Coimbra, Leiria, Santarém e Lisboa. A partir das 04:00 de sexta-feira, um núcleo mais ativo de chuva associado à frente irá atravessar o sudeste alentejano, dissipando-se progressivamente ao início da tarde, quando alcançar o Algarve por volta das 14:00.Sexta-feira mais estável e com descida térmica noturnaApós a passagem da frente fria, a noite de sexta-feira será já livre de precipitação em todo o território continental, mas marcada por uma descida significativa das temperaturas em comparação com os dias anteriores. A entrada de ar mais frio e a diminuição da nebulosidade irão favorecer um arrefecimento rápido durante a noite, resultando numa madrugada de sábado bastante fria, sobretudo no interior norte e centro. Ar mais frio instala-se durante a madrugada de sábado, com temperaturas próximas ou abaixo de 0 ºC no interior Norte e Centro, evidenciando o arrefecimento pós-frontal.As temperaturas mínimas poderão aproximar-se dos 0 °C em várias regiões do interior, com valores negativos nos pontos mais elevados, criando condições favoráveis à formação de gelo e geada.O sábado começa com céu muito nublado, e uma nova frente fria atinge novamente o Norte, começando pelo distrito de Braga. Apesar de afetar grande parte do território, esta frente será menos intensa, com chuva fraca e dispersa.Domingo e segunda-feira sob vigilância: a neve pode surgir em 6 regiõesÉ entre domingo (21) e segunda-feira (22) que o cenário invernal ganha maior destaque. Na madrugada de domingo, o Parque Nacional da Peneda-Gerês surge como o local com maior altura de neve por hora, com valores próximos de 2,7 cm.Na segunda-feira, os mapas apontam para a possibilidade de neve em seis regiões: Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Bragança, Guarda e Castelo Branco, sobretudo em áreas de maior altitude. Apesar dos sinais interessantes nos modelos, é essencial sublinhar a incerteza associada à trajetória das frentes e à interação entre precipitação e ar frio. Além disso, a resolução do modelo ECMWF não é ideal para fenómenos locais como a neve, o que faz com que, em muitas situações, este tipo de evento acabe por sofrer alterações significativas nas atualizações mais próximas da data prevista. Segundo o mapa de neve acumulada, o destaque vai para a Guarda, que poderá registar 5,5 cm de acumulação, e Bragança, com 3,7 cm. Outras capitais de distrito como Vila Real também apresentam valores relevantes de 2,3 cm. Mapa de Neve Acumulada (cm) previsto entre a noite de sábado (20) e as 22:00 de segunda-feira (22), destacando os 15,9 cm previstos para as zonas altas do distrito de Vila Real. Em pontos isolados de maior altitude e na região raiana, os valores podem ser muito mais expressivos, atingindo picos de 15,9 cm. Este cenário abrange as 6 regiões sob aviso, consolidando a previsão de um início de semana marcado pelo rigor invernal. Artigo relacionadoFrio extremo na Europa: os peritos preveem um “comboio siberiano”; eis as possibilidades de chegar a Portugal O cenário meteorológico será marcado pela presença generalizada de precipitação fraca, mas com um papel cada vez mais relevante da neve nas regiões do Norte e do interior Centro. A conjugação entre a precipitação e o ar frio previamente instalado permitirá a ocorrência de neve em várias zonas de maior altitude.

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Frio extremo na Europa: os peritos preveem um “comboio siberiano”; eis as possibilidades de chegar a Portugal

Ao longo da próxima semana uma massa de ar polar continental proveniente da Rússia poderá trazer um ambiente gélido a grande parte da Europa em pleno Natal: analisamos os possíveis efeitos em Portugal.Os mapas continuam a insistir que é provável que massas de ar muito frias cheguem à Europa por volta do Natal.No que falta da presente semana, grande parte da geografia de Portugal vai continuar a ser afetada pela chegada de frentes frias atlânticas que trarão mais chuva e neve nos dias imediatamente anteriores ao Natal, bem como por altos e baixos das temperaturas. Contudo, a situação meteorológica na Europa poderá mudar radicalmente durante as festividades natalícias.Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações.Em breve a corrente de jato polar produzirá ondulações muito pronunciadas, o que será favorável à formação de bloqueios anticiclónicos nas latitudes altas e à libertação de bolsas de ar frio e centros de baixas pressões que circularão bastante para sul, pois serão desviadas por este poderoso ‘escudo’ de altas pressões. Esta configuração atmosférica irá condicionar o estado do tempo na Europa em pleno Natal.O bloqueio na Europa poderá resultar na chegada de uma massa de ar gélido proveniente da RússiaOs especialistas da Meteored acreditam que ao longo da próxima semana as altas pressões vão fortalecer-se entre a Europa Central, a Escandinávia, a Islândia e as Ilhas Britânicas. Segundo o modelo Europeu, este cenário continua a ser o mais provável atualmente, mas a incerteza permanece elevada face a uma configuração tão complexa.De acordo com o modelo europeu, o panorama de bloqueio anticiclónico no centro ou norte da Europa na semana do Natal é muito provável.Caso este cenário se concretize, entre este grande anticiclone e as baixas pressões que deslizarão pelo flanco meridional do anticiclone, poderá ser impulsionada uma massa de ar polar continental proveniente da Rússia, e alguns cenários consideram mesmo a possibilidade de que arranque a partir da Sibéria.O ar polar continental poderá gerar temperaturas muito baixas na EuropaNeste momento, os modelos indicam que a isoterma de -12 ºC a 850 hPa (cerca de 1500 metros de altitude) poderá atingir no dia de Natal zonas da Polónia, Roménia, Bielorrússia, norte da Bulgária, Ucrânia e estender-se até aos Alpes, enquanto a isoterma de -8 ºC poderá estender-se a uma grande parte da Europa, alcançando as Ilhas Britânicas. Em suma, perspetiva-se a possibilidade de uma vaga de frio em vários países europeus.Esta situação poderá traduzir-se num cenário em que o ar polar continental se espalha por grande parte da Europa, trazendo temperaturas bastante frias.Isto resultaria num estado do tempo muito frio ou gélido, com geadas muito fortes em vastas regiões do continente europeu. Contudo, é importante frisar que a precipitação será geralmente escassa devido à origem continental da massa de ar. Só ocorrerá queda de neve nos lugares em que esta mesma massa de ar atravesse um corpo de água de dimensões significativas, como um mar, um golfo ou um lago.Quais são as possibilidades de um Natal branco e gélido em Portugal?Neste momento é impossível determinar se Portugal irá vivenciar um Natal branco ou se o nosso país será afetado por este potente “abanão” invernal, devido ao facto de os prazos ainda serem bastante longos. Por causa da localização geográfica da Península Ibérica, o ar polar continental costuma chegar mais temperado ao nosso território do que ao resto da Europa, mas os mapas perspetivam várias possibilidades.O bloqueio poderá fazer com que as baixas pressões se desloquem para sul, o que resultaria numa potencial interação destas com o ar polar continental proveniente da Rússia.A primeira das possibilidades é que o nosso país fique de fora da entrada de ar frio devido à possível formação de baixas pressões em torno da Península Ibérica, às quais estariam associados ventos mais amenos ou temperados provenientes do Atlântico. Neste caso, sim, a chuva seria abundante.Mas tampouco deve ser excluída a possibilidade em que a língua de ar frio da Europa é arrastada para Portugal continental pelas bolsas de ar frio ou baixas pressões que provavelmente se irão formar nas imediações da Península Ibérica, com interações entre diferentes massas de ar.Artigo relacionadoA partir de quinta, 2 frentes frias avançarão a toda a velocidade até Portugal: onde choverá e nevará nos próximos diasCaso esta última possibilidade ocorra, o frio e a precipitação coincidiriam - algo que é pouco habitual em grande parte de Portugal continental - podendo conduzir a uma tempestade de chuva e neve. Tudo isto carece de confirmação, mas os modelos continuam a insistir numa tendência de temperaturas bastante baixas para o final de dezembro e alguma instabilidade. Na Meteored vamos continuar a analisar esta interessante tendência nos próximos dias.

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O dia em que os vulcões criaram o nosso céu: a origem violenta da atmosfera que respiramos

O ar que respiramos nem sempre esteve aqui. A nossa atmosfera nasceu do fogo vulcânico e do trabalho silencioso de microrganismos que, ao longo de biliões de anos, transformaram um planeta hostil num habitável.A camada de ozono começou a formar-se há cerca de 2,4 biliões de anos e foi-se fortalecendo gradualmente.A atmosfera muitas vezes parece invisível. Ela está "simplesmente" ali, a envolver-nos, entrando e saindo dos nossos pulmões sem pedir permissão. Algo que consideramos garantido, um ato tão quotidiano e familiar. Mas o ar que respiramos hoje é o resultado de uma história muito longa, turbulenta e profundamente violenta.O nosso planeta formou-se há apenas cerca de 4,6 biliões de anos, quando o gás e a poeira que circundavam o jovem Sol se aglomeraram para criar um planeta rochoso que ainda era quente e instável.Naquela época, a Terra não tinha céus azuis nem oxigénio livre. Não havia camada protetora para filtrar a radiação solar, nem ar para sustentar a vida. Era um planeta jovem e hostil, dominado pelo fogo, pelo impacto constante de meteoritos e por um interior que fervilhava incessantemente, tentando libertar a sua energia.A primeira atmosfera da Terra era uma fina camada de hidrogénio e hélio herdada do ambiente solar, semelhante à dos gigantes gasosos. Mas ela dissipou-se rapidamente, varrida pelo vento solar e por uma gravidade incapaz de reter gases tão leves. E o jovem planeta logo ficou nu, exposto, forçado a criar o seu próprio ar a partir de dentro.E fez isso da única maneira possível naquele momento. Utilizou os recursos que tinha: vulcões. Cada erupção era uma exalação planetária, uma explosão de gases expelidos do manto para a superfície, carregados de vapor, enxofre e carbono. Assim, o planeta foi redefinido de dentro para fora. A atmosfera vista do espaço: a camada azul da estratosfera acima das nuvens da troposfera. Imagem retirada do arquivo oficial da NASA de fotografias da Terra tiradas por astronautas da Estação Espacial Internacional (ISS).Muito antes de o céu se tornar azul e respirável, a atmosfera era uma consequência direta do caos interno do planeta e, mais tarde, do trabalho silencioso de formas de vida microscópicas. O ar que sustenta a vida hoje nasceu do fogo, dos micróbios e do conceito universal de nos reinventarmos a partir de dentro.Os primeiros “pulmões” da TerraApós perder a sua atmosfera inicial, a Terra começou a construir uma nova a partir de seu interior. A chave? Um processo chamado desgaseificação vulcânica, no qual o material fundido do manto liberta gases aprisionados desde a formação do planeta. Cada vulcão ativo atuava como uma válvula de escape, ligando as profundezas da Terra à sua superfície.A atmosfera primitiva era composta principalmente por vapor de água, dióxido de carbono, nitrogénio, metano, amónia e compostos de enxofre.Mas os gases emitidos não se assemelhavam em nada ao ar que temos hoje. A atmosfera primitiva era composta principalmente de vapor de água, dióxido de carbono, nitrogénio, metano, amónia e compostos de enxofre. Essa segunda atmosfera era densa, tóxica e completamente desprovida de oxigénio livre — um ambiente incompatível com a maioria dos seres vivos atuais.Um céu sem azulNaqueles tempos, sem oxigénio ou ozono, a radiação ultravioleta do Sol atingia a superfície diretamente, tornando o planeta um ambiente agressivo. O céu provavelmente era cinza, amarelado ou até mesmo alaranjado, repleto de partículas e gases vulcânicos.O dióxido de carbono dominava a atmosfera e desempenhava uma função essencial: reter calor. O Sol daquela época, muito mais jovem, era cerca de 30% menos luminoso do que é hoje, portanto, sem um poderoso efeito estufa, a Terra teria sido um mundo congelado. E assim, paradoxalmente, uma atmosfera hostil permitiu que o planeta evoluísse e se tornasse habitável. As erupções vulcânicas não apenas moldaram a superfície da Terra, como também deram origem ao ar que respiramos.À medida que a atmosfera primitiva se estabilizava, regulava a perda de calor do planeta enquanto a superfície arrefecia. Com o arrefecimento, o vapor de água libertado pelos vulcões condensava, dando origem aos primeiros oceanos. Assim, os vulcões e a atmosfera não só criaram o ar, mas também a água líquida e, com ela, a base física da vida como a conhecemos hoje.Naquele céu primitivo, não havia proteção nem suavidade. A atmosfera não agia como um escudo, mas como uma experiência química em constante transformação, moldada por erupções, impactos e reações que durariam biliões de anos.Arquitetas invisíveisEntão, há cerca de 3,5 biliões de anos, a história do ar tomou um rumo inesperado. Cianobactérias, organismos microscópicos capazes de realizar fotossíntese utilizando apenas água e luz solar, surgiram nos oceanos. E dessa fotossíntese surgiu um subproduto revolucionário: o oxigénio.As cianobactérias surgiram nos oceanos, organismos microscópicos capazes de realizar fotossíntese utilizando água e luz solar.Mas, a princípio, esse oxigénio não fez diferença alguma para o ar. Ele reagiu rapidamente com o ferro dissolvido nos oceanos e com as rochas da superfície, formando óxidos e ficando retido nos sedimentos. Assim, por centenas de milhões de anos, a atmosfera permaneceu pobre em oxigénio.No entanto, as cianobactérias persistiram. Involuntária e inconscientemente, mas implacavelmente, continuaram a libertar oxigénio como um resíduo metabólico. Até que, pouco a pouco, saturaram os reservatórios químicos do planeta. O oxigénio começou a acumular-se, e foi aí que elas realmente mudaram a química global da Terra.A Grande OxidaçãoE graças à fotossíntese e às cianobactérias, há cerca de 2,4 biliões de anos ocorreu um dos eventos mais importantes da história do planeta: o Grande Evento de Oxidação. Quando, pela primeira vez, o oxigénio começou a ser mantido de forma constante na atmosfera. Uma mudança lenta, sim... mas irreversível.Esse aumento de oxigénio foi devastador para muitas formas de vida anaeróbica, que não conseguiram tolerá-lo, e causou extinções em massa, alterou os oceanos e modificou profundamente a superfície da Terra.O oxigénio, essencial hoje, era então um poluente mortal. Mas também abriu as portas para novas possibilidades. A presença de oxigénio permitiu a formação da camada de ozono, que começou a filtrar a radiação ultravioleta. Com o tempo, a atmosfera adquiriu a composição adequada para o surgimento de vida complexa, e o céu começou a assumir a sua característica cor azul.O que respiramos hojeAssim, a atmosfera atual é um legado direto desse passado turbulento. É composta principalmente de nitrogénio, seguido de oxigénio, com pequenas quantidades de outros gases que regulam o clima e sustentam os ciclos biogeoquímicos do planeta.Artigo relacionadoA recuperação do ozono pode desencadear um aquecimento global 40% superior ao previstoCada respiração que damos hoje é resultado de vulcões que libertaram gases, oceanos que os absorveram e microrganismos que alteraram a composição química do ar ao longo de biliões de anos. Em última análise, respirar é um ato diário, inconsciente e inegável de memória planetária.

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Protestos de agricultores causam caos em Bruxelas
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Agricultores portugueses protestam em Bruxelas contra proposta "inaceitável" que coloca em risco "destruição da política agrícola comum"
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Protestos de agricultores causam caos em Bruxelas
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Protesto de agricultores causa o caos em Bruxelas. Veja em direto
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Pumas na Patagónia: a caça entre felinos e pinguins

Na Patagónia, duas espécies distintas, terrestre e marinha, mostram como é que ecossistemas restaurados podem gerar interações inesperadas. Descubra mais aqui! O regresso dos pumas às áreas protegidas revelou uma nova ligação ecológica entre ecossistemas terrestres e marinhos, documentada por investigadores.Na remota costa atlântica da Patagónia argentina um grupo de investigadores descobriu uma das interações mais surpreendentes da ecologia moderna: pumas (Puma concolor) a caçar pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) durante a época de reprodução.Este fenómeno, documentado num estudo científico publicado na revista Food Webs, desafia ideias tradicionais sobre o comportamento destes grandes felinos e sobre como ecossistemas restaurados podem criar novas ligações tróficas entre espécies terrestres e marinhas. Tradicionalmente, o puma é um dos principais predadores terrestres nas Américas, com um histórico de caça a grandes mamíferos como guanacos, parentes selvagens das lamas, cervídeos e lebres. No entanto, durante grande parte do século XX, estes felinos foram perseguidos e eliminados em vastas áreas da Patagónia devido ao conflito com criadores de ovelhas.Com a criação do Parque Nacional Monte León em 2004 o habitat dos pumas ficou protegido, regressando estes gradualmente a esta paisagem costeira.Ao mesmo tempo, colónias de pinguins-de-Magalhães cresceram de forma expressiva ao longo da costa continental, uma situação possível porque, com a ausência de predadores terrestres, estas aves marinhas encontraram um ambiente seguro para nidificar perto do mar. Delinear a “nova” relação predador-presaO grupo de cientistas, oriundos da Universidade da Califórnia e Argentina, monitorizou pumas e pinguins no Monte León ao longo de um período de três meses utilizando armadilhas fotográficas e deteção de movimentos de felinos.Pumas registados pelas câmaras-armadilhadas a consumir pinguins-de-Magalhães no Parque Nacional Monte León, Argentina. Fonte: Mitchell W. Serot et al.Os resultados foram célebres, os pumas apareceram 12,5 vezes mais do que qualquer outro predador mamífero nas armadilhas, e registaram-se 28 eventos individuais de pumas a capturarem pinguins.Este padrão mostra uma forte ligação entre o ecossistema marinho e terrestre, até então pouco documentada.Adicionalmente, os investigadores observaram que os pumas moviam-se frequentemente junto às grandes colónias de pinguins durante a época em que estas aves permanecem no continente, normalmente entre setembro e abril, quando chegam em milhares para nidificar. Alterações no comportamento dos pumasEste novo recurso alimentar não só introduz os pinguins na dieta dos pumas, como também parece estar a mudar o comportamento social e espacial destes felinos.Dados combinados de GPS e câmaras-armadilhadas revelaram que, durante a estação de reprodução dos pinguins, os pumas concentram a atividade em redor das colónias, permanecendo próximos à costa em vez de percorrer vastos territórios contínuos.Artigo relacionadoO excremento dos pinguins está a criar mais nuvens. Veja como!Os pumas mostram maior tolerância entre si, o que contrasta com a conhecida natureza solitária e territorial da espécie. Alguns pumas que exploram estas zonas de alimento partilham o espaço com menos conflitos diretos entre si. Os investigadores sugerem que esta tolerância surge porque a presença de alimento abundante e concentrado reduz a necessidade de defender territórios amplos ou atacar concorrentes. O papel ecológico desta nova ligaçãoA interação entre pumas e pinguins é mais do que um simples caso de predação, trata-se de uma nova ligação ecológica, onde um predador terrestre influencia diretamente um recurso marinho.Ao capturarem pinguins, os pumas transferem energia e nutrientes do oceano para o interior do ecossistema terrestre, algo raro entre grandes felinos.Artigo relacionadoA Patagónia eleva-se à medida que os glaciares derretemApesar das observações, ainda há incertezas sobre o impacto a longo prazo desta predação nas populações de pinguins.Relatórios preliminares indicam que a colónia de Monte León continua estável ou mesmo em crescimento desde a criação do parque, mas os cientistas ainda não calcularam quantos pinguins são mortos por pumas anualmente nem se isso pode alterar as tendências populacionais a longo prazo. Além disso, o facto de os pumas passarem parte do ano a depredar pinguins pode alterar a pressão de predação sobre espécies terrestres tradicionais, como os guanacos, levantando questões sobre dinâmicas competitivas e fluídos de energia no ecossistema. Lições para a conservação modernaCompreender estas relações inesperadas é crucial para orientar estratégias de conservação e gestão de áreas protegidas, porque os ecossistemas podem reagir de maneiras surpreendentes à recuperação de predadores de topo.O estudo dos pumas que caçam pinguins na Patagónia é um exemplo marcante de como a natureza pode reinventar ligações ecológicas quando as pressões humanas diminuem, e como a recuperação da vida selvagem pode revelar comportamentos e dinâmicas inesperados.Referência da notíciaMitchell W. Serota, Pablo A.E. Alarcón, Emiliano Donadio, Arthur D. Middleton, "Puma predation on Magellanic penguins: An unexpected terrestrial-marine linkage in Patagonia.", Food Webs, Volume 36, 2023.

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O aquecimento global está a intensificar oito fenómenos climáticos extremos devastadores

Entenda a física por detrás do caos: como as alterações climáticas estão a alimentar oito eventos meteorológicos cada vez piores. Saiba mais aqui!A ciência indica que a instabilidade atmosférica está a mudar, o que pode não aumentar o número de tornados, mas sim alterar as zonas onde eles ocorrem com mais frequência.O artigo explora a relação intrínseca entre eventos climáticos extremos e a ciência climática moderna. Define-se "tempo extremo" como condições que se desviam significativamente dos padrões médios históricos, causando danos a comunidades, ecossistemas e economias.Os 8 eventos climáticos extremos explicados A ciência climática atual, ao estudar a atmosfera, oceanos e a terra, demonstra que o aquecimento global não é apenas uma teoria futura, mas um motor ativo que intensifica a frequência e a gravidade destes fenómenos no presente. Furacões e ciclones tropicais: Estes sistemas formam-se sobre águas oceânicas quentes. A ciência explica que o aumento da temperatura dos oceanos, impulsionado pelo aquecimento global, atua como combustível, libertando calor latente que intensifica as tempestades. O resultado são furacões com ventos mais rápidos e precipitação mais pesada.Tornados: Embora a formação de tornados dependa de cisalhamento do vento e instabilidade atmosférica, a ligação exata com a mudança climática é menos direta do que noutros fenómenos. No entanto, estudos indicam que mudanças na instabilidade atmosférica podem alterar os padrões regionais de ocorrência destes eventos destrutivos.Ondas de calor: Existe uma ligação direta e comprovada entre o aquecimento global e as ondas de calor. Sistemas de alta pressão prendem o ar quente perto da superfície, e à medida que a temperatura média do planeta sobe, estes períodos de calor excessivo tornam-se mais longos, frequentes e perigosos para a saúde humana.O calor não traz apenas suor; ele 'bebe' a humidade do solo e das plantas. Esta vegetação seca torna-se o combustível perfeito para incêndios mais intensos e difíceis de controlar.Inundações e chuvas intensas: O princípio científico chave aqui é que o ar mais quente retém mais humidade. Isto resulta em tempestades que libertam volumes de água muito maiores, sobrecarregando os sistemas de drenagem naturais e urbanos, aumentando o risco de inundações fluviais e costeiras.Secas: As secas resultam de desequilíbrios prolongados entre precipitação e evaporação. O aquecimento global exacerba este cenário: temperaturas mais altas aumentam as taxas de evaporação do solo e da vegetação, tornando as secas mais severas e ameaçando a agricultura e o abastecimento de água.Tempestades severas (Trovoadas): Caracterizadas por ventos fortes, granizo e raios, estas tempestades alimentam-se de ar quente e húmido em atmosferas instáveis. A ciência observa que o aumento da temperatura e da humidade fornece mais energia para que estas células de tempestade evoluam para sistemas complexos e destrutivos.Curiosidade eletrizante: Sabias que por cada grau Celsius que o planeta aquece, a frequência de raios aumenta cerca de 12%? É a atmosfera a ficar literalmente mais 'carregada' de energiaTempestades de inverno: Paradoxalmente, o aquecimento pode intensificar tempestades de inverno. Como o ar mais quente retém mais humidade, quando este interage com massas de ar polar, pode produzir nevadas mais pesadas em regiões onde as temperaturas ainda são suficientemente baixas.Incêndios florestais: O artigo conecta os incêndios ao clima através da aridez.Secas prolongadas e ondas de calor secam a vegetação, transformando-a em combustível fácil. O aumento das temperaturas estende as "temporadas de incêndio", criando condições propícias para fogos maiores e mais incontroláveis.Impacto económico e a adaptação Estima-se que, entre 2014 e 2023, perdas relacionadas com o clima ultrapassaram os 2 biliões de dólares, afetando 1,6 mil milhões de pessoas. Além dos danos diretos à infraestrutura, há perdas no PIB global e custos humanos significativos. Artigo relacionadoCrise climática e fome: secas e inundações extremas comprometem a segurança alimentar de 700 milhões de pessoasA ciência climática defende, portanto, não apenas a redução de emissões, mas um investimento urgente em infraestruturas resilientes e sistemas de alerta precoce para mitigar estes riscos crescentes.Referência da notíciahttps://www.sciencetimes.com/articles/60881/20251208/8-extreme-weather-events-storms-explained-through-climate-science-insights.htm - The Science Times

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Portugal com segunda maior quebra da UE na produtividade do trabalho agrícola em 2025
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Portugal com segunda maior quebra da UE na produtividade do trabalho agrícola em 2025
O Jornal EconómicoO Jornal Económico
Portugal com 2.ª maior quebra da UE na produtividade do trabalho agrícola em 2025
Correio da ManhãCorreio da Manhã
Portugal com 2.ª maior quebra da UE na produtividade do trabalho agrícola em 2025
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7 ideias para aproveitar Lisboa no fim de semana antes do Natal

Mercados de Natal, espetáculos, museus e programas em família marcam o último fim de semana antes da quadra. Descubra o que fazer na capital a 19 e 20 de dezembro.Última chamada antes do Natal. Foto: PexelsChegámos ao último fim de semana antes do Natal e à contagem decrescente para aquela que é uma das noites mais esperadas do ano. Numa altura em que a azáfama é garantida, convidamos a abrandar o ritmo e a aproveitar os últimos dias de magia. Seja para antecipar as celebrações, fazer compras de última hora ou simplesmente explorar a cidade em clima de inverno, reunimos 7 ideias para viver Lisboa nos dias 19 e 20 de dezembro.Sim, porque opções não faltam. Um pouco por toda a cidade, multiplicam-se as bancas, as iguarias regionais e os presentes mais originais. Aliás, se reservou este fim de semana para tratar das últimas prendas, aproveite alguns dos mercados que vão acontecer em Lisboa, como o Xmas Market Designers Portugueses ou o Wonderland Lisboa.Artigo relacionadoHo, Ho, Ho… Portugal está cheio de mercados de Natal para explorarAlém disso, se quiser fugir ao espírito natalícios e estiver mais interessado em propostas culturais, há novos espetáculos a estrear e museus para visitar.Descubra as nossas sugestões para este fim de semana.Visitar um mercado de Natal em LisboaA poucos dias do Natal, os mercados espalham-se pela cidade com artesanato, produtos tradicionais e propostas originais para presentes de última hora. Uma boa sugestão é conhecer o Xmas Market Designers Portugueses. Até 19 de dezembro, a galeria de arte NUMA.SALA, na Penha de França, transforma-se num mercado de Natal com propostas de alguns dos principais designers e criativos portugueses, juntando moda, joalharia e arte. Pode visitá-lo das 14:00 e as 20:00 horas.Há muito para explorar. Foto: Câmara Municipal de LisboaOutra é visitar o Rossio Christmas Market. “Este ano, a ADBP volta a transformar a Praça D. Pedro IV num palco de festa e tradição, onde dezenas de casinhas de madeira oferecem artesanato, doces típicos e sugestões de presentes originais”, lê-se.Artigo relacionadoPortugal estreia-se no topo dos Melhores Mercados de Natal da Europa — e Lisboa é a razãoO comércio local da Baixa-Chiado estará igualmente mobilizado com sugestões e novidades, reforçando a ligação entre a iniciativa e as lojas com a sua oferta comercial. O melhor é que algumas têm, nesta altura, horários mais alargados.E, claro que o Wonderland Lisboa é uma aposta segura e sempre certeira.Passear pelas iluminações de Natal da Baixa e ChiadoAs ruas iluminadas transformam um simples passeio num programa especial. A Baixa, o Chiado e a Avenida da Liberdade são alguns dos locais onde as luzes de Natal criam um ambiente mágico, ideal para uma caminhada ao final do dia. A boa notícia é que nem precisa de gastar dinheiro.Assistir a um concerto de NatalNesta altura do ano, multiplicam-se os concertos corais e de música clássica associados à quadra. Igrejas e salas como o Centro Cultural de Belém ou o São Luiz, por exemplo, costumam acolher programas especiais com repertório natalício.Aliás, nem precisa de estar dentro de quatro paredes. Até ao dia 22 de dezembro, o Metropolitano de Lisboa transforma algumas das suas principais estações num palco cultural e festivo, com uma agenda repleta de concertos totalmente gratuitos. Artigo relacionadoNatal com banda sonora: Lisboa recebe concertos gratuitos de 5 a 19 de dezembroEsta iniciativa natalícia permite aos passageiros e visitantes da cidade assistir a atuações de diversos grupos corais, tunas e bandas, em estações movimentadas como Cais do Sodré, Marquês de Pombal e São Sebastião. Visitar um museu ou exposição temporáriaPara fugir à azáfama típica da época, nada como uma visita a um museu. Espaços como o MAAT, o Museu do Fado ou o Museu Nacional de Arte Antiga oferecem exposições e coleções permanentes ideais para os dias mais frios.Uma boa ideia. Foto: Fundação Calouste GulbenkianSe gostar de tudo o que tenha a ver com o Antigo Egito, sugerimos que conheça a experiência de realidade virtual “Horizonte de Quéops: Viagem ao Antigo Egito”. Esta chegou a Lisboa e transforma a Sala Subterrânea do Metro do Terreiro do Paço num portal para o passado. “Nesta aventura imersiva de cerca de uma hora, vai poder explorar o interior da Grande Pirâmide de Gizé e cruzar-se com deuses da mitologia egípcia, numa viagem historicamente precisa. É a oportunidade perfeita para ver o livro de história ganhar vida, num mundo virtual surpreendentemente real.”Para fechar o fim de semana, há ainda outra proposta. Todos os domingos, a partir das 14:00 horas, o Museu Gulbenkian abre as suas portas gratuitamente. Aqui, pode explorar uma variedade de exposições, desde pinturas a esculturas.Ir ao teatro e descobrir o que está em cenaO fim de semana é também uma boa oportunidade para assistir a peças em cartaz nos teatros lisboetas. Entre comédias, drama e adaptações de clássicos, salas como o Teatro Nacional D. Maria II, o Teatro da Trindade ou o Teatro Aberto apresentam propostas variadas, incluindo produções recentes e reposições de sucesso.Natal no Jardim ZoológicoSob o mote “O Natal vale mesmo a pena todos os dias”, o Jardim Zoológico terá várias atividades, com o apoio do Lidl. Juntos, prometem momentos pensados para toda a família.Artigo relacionadoEste Natal, pode deixar as crianças “debaixo de água” no Oceanário de Lisboa“Vamos espalhar o espírito natalício na zona de acesso livre do parque entre as 11:00 e as 17:00 horas”, informam. Durante esse período, a zona de acesso livre do parque enche-se de animação, com destaque para a Casa do Pai Natal, junto à árvore de Natal, onde os visitantes podem doar brinquedos antigos a uma instituição de solidariedade social.Os mais novos têm ainda a oportunidade de andar num mini comboio, tirar fotografias com o Pai Natal e deixar os seus pedidos no Correio do Natal, com a ajuda dos elfos, que acompanham as crianças na escrita das cartas. Ao longo do dia, quem participar nas atividades pode também receber uma doce surpresa Favorina.Visitar a Diverlândia, o maior parque de diversões indoor de PortugalA Diverlândia, o maior parque de diversões coberto de Portugal, regressa à FIL no Parque das Nações. Ali é certo que encontrará uma divertida solução de entretenimento familiar durante a quadra natalícia. Para os mais novos. Foto: Diverlândia“O recinto climatizado de mais de 10.000m² conta com dezenas de atrações, desde carrosséis infantis a divertimentos mais radicais, com preços a partir dos 3€ por diversão. Considerado um dos principais eventos de Natal em Lisboa, garante muita animação em família ou com amigos num espaço confortável”, escreve a ‘Time Out’.A entrada no recinto custa 2€ e as atrações a partir de 3€.

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Este comboio histórico está de regresso aos carris — e mesmo a tempo do Natal

A viagem a vapor mais mágica do país volta a ligar o Porto a Ermesinde, com animação natalícia, duendes a bordo e uma experiência pensada para toda a família.Imagem ilustrativa. Foto: UnsplashTodos a bordo! Está pronto para conhecer aquela que é uma das viagens de comboio mais especiais de Portugal?O icónico Comboio Histórico de Natal a Vapor da CP regressa aos carris — e mesmo a tempo. A bordo há animação para as crianças. “O som do apito, o vapor no ar e a vibração inconfundível do comboio vão transportar os passageiros para outras épocas, enquanto luzes, cores e duendes animam a viagem, durante a qual serão distribuídos biscoitos típicos do concelho de Valongo”, lê-se em comunicado.Artigo relacionadoA Vila Presépio está de volta e promete as “tradições mais natalícias de Portugal”Curioso? A locomotiva a vapor 0186, com as 5 carruagens históricas, celebra 100 anos, e está de volta aos carris para fazer a ligação Porto-Ermesinde aos fins de semana. Mas só até 4 de janeiro.O percursoO comboio histórico de Natal arranca na estação de São Bento, no Porto, “com as luzes e a magia de Natal tradicionais desta época”. E, atenção, porque na viagem não há tempos mortos. Porquê? Porque ao longo dos 30 minutos de viagem, elfos e duendes garantem os doces e a animação.Desenvolvida em parceria com a Câmara Municipal de Valongo, as viagens contam com animação a bordo, assim como a distribuição de biscoitos típicos do concelho valonguense, acrescenta a nota de imprensa da transportadora.No final da viagem, os viajantes poderão visitar o Parque Urbano de Ermesinde, "a escassos cinco minutos a pé". Ali encontra-se a Aldeia de Natal e “a maior Árvore de Natal do país”.Informações e detalhesJá está animado? Segundo a CP, a iniciativa, que começou em 2022, recebeu um total de 7.750 passageiros na edição de 2024 — e nós percebemos o motivo. O comboio a vapor de Natal mais mágico do país está de regresso. Foto: Instagram“Entre 13 de dezembro de 2025 e 4 de janeiro de 2026, aos sábados e domingos, a CP – Comboios de Portugal, em parceria com a Câmara Municipal de Valongo, convida miúdos e graúdos a embarcarem numa experiência única, repleta de nostalgia, animação e espírito natalício.”Em cada um dos dias, serão realizadas quatro viagens: duas entre Porto São Bento e Ermesinde e duas entre Ermesinde e Porto São Bento. Os horários podem ser consultados online.Artigo relacionadoPortugal estreia-se no topo dos Melhores Mercados de Natal da Europa — e Lisboa é a razãoO preço para cada viagem de ida é de 13€ para adultos e 6,50€ para as crianças entre os 4 e os 12 anos. Os bilhetes para o Comboio de Natal a Vapor permitem ainda viajar no mesmo dia nos comboios Urbanos do Porto, “sem qualquer limitação”. Pode adquiri-los nas bilheteiras da CP ou online.Conhecer o comboio antes da mudança do estado do tempo E qual será a melhor altura para conhecê-lo? Este sábado será uma boa sugestão de data, já que se prevê que o estado do tempo no nosso país volte a estabilizar graças à influência temporária do anticiclone dos Açores. Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações. "Isto traduzir-se-á num ambiente maioritariamente seco, parcialmente nublado e com vento Norte. Com o passar das horas, o céu ficará cada vez mais nublado e a partir do meio da tarde de sábado (20) espera-se que comece a chover no Noroeste, com a chuva a espalhar-se nas horas seguintes para outras zonas do Norte e Centro", avisa Alfredo Graça.Artigo relacionadoUma grande tempestade de inverno chegará no domingo 21: chuva, neve, vento e frio; eis o que acontecerá em Portugal"É a partir da complexa configuração atmosférica descrita no mapa acima, que conjugará 3 núcleos de baixas pressões, que nascerá e se desenvolverá a grande tempestade invernal que afetará Portugal continental entre sábado (20) e domingo (21), provocando chuva, neve, vento e frio."

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Inundações em cidades construídas para o deserto: o fenómeno extremo que atinge as regiões mais secas do mundo

Num dos países mais secos do planeta, uma tempestade sem precedentes transformou o leito de um rio seco numa armadilha mortal. A tragédia de Samad al-Shan revela como o clima está a mudar mesmo no deserto.É difícil de acreditar, mas sim, as inundações acontecem nos desertos.As inundações não são desconhecidas em Omã, mas são raras, e os anciãos locais recordam os tempos em que as pessoas costumavam avisar da água disparando para o ar para alertar os que viviam a jusante.Naquele dia, o wadi transformou-se num rio furioso numa questão de minutos e a água castanha, carregada de sedimentos, precipitou-se, varrendo veículos, estradas e casas com uma força de corrente que surpreendeu toda a gente. A tempestade que ninguém esperava O sistema de tempestades começou por despejar uma precipitação recorde nos Emirados Árabes Unidos, inundando o metro e o aeroporto do Dubai, e depois deslocou-se para Omã, alimentado por uma entrada invulgar de ar húmido proveniente do Mar Arábico. ️India es el séptimo país más grande del mundo. La geografía del país está marcada por el Himalaya en el norte, el fértil valle del Ganges en el este.A lo largo de su costa, la península está bordeada por el mar Arábigo y por el océano Índico.¿Lo sabías? Te leemosUn pic.twitter.com/04wTKRuVmS— El Orden Mundial (@elOrdenMundial) October 30, 2025Os dados atmosféricos mostram que estes fluxos de humidade são agora mais intensos e frequentes. No norte de Omã, as plumas de vapor de água na atmosfera excedem em muito a média global, um sinal claro de que o aquecimento global está a alterar os padrões de chuva.Decisões em segundos, consequências para sempreEm Samad al-Shan, uma pequena cidade aninhada entre colinas rochosas a sul de Mascate, a tempestade apanhou os condutores presos enquanto os seus veículos eram arrastados e outros conseguiram escapar em segundos.Mesmo assim, a tragédia atingiu de forma particularmente dura uma escola local com centenas de alunos e, quando os familiares tentaram evacuá-los, a água alcançou-os, deixando vários membros da mesma família mortos. Um país seco, cada vez mais vulnerável Em Omã chove menos de 100 milímetros por ano em muitas zonas e não tem rios permanentes ou grandes lagos naturais. A maior parte da água potável provém de instalações de dessalinização e de aquíferos associados aos wadis. Wadis overflow as heavy rains lash some parts of Oman#oman #rain pic.twitter.com/ZhCNKAGNVf— Arabian Daily (@arabiandailys) October 14, 2025Mas as alterações climáticas estão a perturbar esse equilíbrio, pois chove menos dias, mas quando chove, a precipitação é muito mais intensa e concentrada, com uma acumulação bestial de água num curto espaço de tempo.Mais ciclones, mais riscos Entre o final do século XIX e o início do século XXI, eram raros os ciclones fortes que atingiam Omã, mas isso mudou em 2007 com o ciclone Gonu e, desde então, vários sistemas fortes atingiram o território ou passaram muito perto do país.O ciclone Shaheen, em 2021, foi particularmente devastador, provocando uma precipitação seis vezes superior à média anual em algumas zonas e arrastando tudo.Engenharia em grande escala no Golfo Perante todos estes problemas, todos os países investiram os seus recursos no desenvolvimento de infra-estruturas mais potentes e, tal como Omã ergue barragens e centros de evacuação, o Dubai optou por uma solução monumental: uma rede subterrânea de túneis de drenagem com mais de 190 quilómetros, concebida para chuvas muito mais intensas do que no passado. Chinese engineers are building an innovative subsea tunnel in Abu Dhabi using a pioneering "cut-and-cover with cofferdam" method, drawing broad recognition for its technical advancement and efficient execution https://t.co/F5G7thM8HL #ChinaAndMideast pic.twitter.com/LhdcdwNOwb— China Xinhua News (@XHNews) December 15, 2025O investimento de vários milhões de dólares reflete uma mudança de mentalidade. As autoridades já não se perguntam se vai voltar a acontecer, mas sim quando.

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Kariba será a primeira elefanta a chegar ao santuário do Alentejo, mas precisa de doações para financiar a viagem

Conheça a incrível história de um animal com uma vida sofrida que, com o seu contributo, pode vir agora a ser feliz nas planícies alentejanas.Kariba vai ser o primeiro animal a chegar ao santuário de elefantes no Alentejo. Foto: GAIAKariba não teve uma vida fácil. Era ainda bebé quando, no início dos anos de 1980, caçadores furtivos a tiraram da família, nas savanas do Zimbabué, na África Austral. Durante duas décadas, a elefanta viveu em cativeiro, saltando de circo em circo, por vários países europeus até ser transferida, em 2012, para o Jardim Zoológico de Olmen, na Bélgica — que mais tarde se tornou o Parque Pakawi.Começou então uma nova etapa. No zoo de Olmen, ela conheceu Jenny, uma outra elefanta africana e travaram uma longa amizade que só acabaria com a morte da companheira em 2022.Kariba viu-se subitamente sozinha e foi ficando a cada dia mais triste. É preciso perceber que os elefantes são animais muito sociais e vivem em grupo familiares matriarcais, unidos por laços fortes e capazes de demonstrar emoções como empatia e luto.Depois de duas décadas em cativeiro, Kariba foi viver para o Parque Pakawi, na Bélgica. Foto: GAIACientes de que Kariba já não era feliz, os cuidadores do Parque Pakawi começaram a procurar uma solução definitiva para a elefanta.Foi então que surgiu a hipótese de ser transferida para Portugal. Kariba vai ser a primeira inquilina do Parque Pangea – um santuário para elefantes único na Europa, que já aqui foi notícia num artigo publicado em inícios de novembro.A preparação para a longa viagemEntre os municípios de Vila Viçosa e Alandroal, no Alentejo, a organização internacional Pangea Trust, adquiriu três propriedades, com cerca de 400 hectares onde espera vir a acolher até 24 elefantes resgatados de cativeiros de todos os pontos da Europa.Artigo relacionadoVai nascer no Alentejo um santuário para elefantes resgatados de cativeirosNestas planícies alentejanas povoadas de azinheiras, sobreiros e olivais, os animais vão ter cuidados veterinários especializados, podendo vaguear, procurar alimento e socializar, contribuindo também para restaurar a biodiversidade dos terrenos.A chegada de Kariba ao Alentejo está prevista para as primeiras semanas de janeiro, mas antes disso, será necessário montar uma gigantesca operação. Transportar um elefante por dois mil quilómetros é uma tarefa altamente complexa. A preparação começou há quase três meses com exames médicos, construção de uma caixa de transporte especialmente concebida para esta viagem, coordenação logística entre as equipas em Portugal e na Bélgica e ainda cuidados veterinários contínuos.Campanha de angariação de fundosMas estas operações envolvem custos significativos — e é por isso que as organizações envolvidas nesta operação lançaram uma campanha de angariação de fundos. O transporte de Kariba, desde a Bélgica até Portugal, irá custar mais de 120 mil euros. Cuidámos da Kariba durante 13 anos e vamos sentir muito a sua falta, mas não suportávamos mais vê-la sozinha. Na Pangea, ela poderá desfrutar da melhor qualidade de vida possível.Tommy Pasteels, Diretor do Parque Pakawi Para os promotores, cada contribuição, grande ou pequena, irá aproximar Kariba da sua nova casa e ajudar a financiar a sua vida em Portugal com alimentação, cuidados veterinários e bem-estar diário.Kariba vai fazer uma viagem de dois mil km, prevendo-se que chegue ao santuário do Alentejo no início de 2026. Imagem: Project Kariba Kariba, segundo a Pangea, é a última representante africana da espécie em zoos da Bélgica. A sua chegada ao Alentejo será para as organizações envolvidas o culminar de um longo caminho percorrido por esta elefanta, provando valer a pena lutar por um futuro melhor.Referências da notíciaConsulte o website Project Kariba se quiser fazer uma doação

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A partir de quinta, 2 frentes frias avançarão a toda a velocidade até Portugal: onde choverá e nevará nos próximos dias

As frentes atlânticas vão continuar a chegar até Portugal continental, deixando um tempo mais invernal a partir deste fim de semana. Além da chuva, prevê-se neve nas zonas montanhosas e uma intensificação do frio.Após esta quarta-feira (17) estável, com períodos de maior nebulosidade nas Regiões Norte e Centro, prevê-se uma mudança do tempo a partir de amanhã, quinta-feira, 18 de dezembro. O estado do tempo voltará a agravar-se devido à aproximação e passagem de uma nova frente fria atlântica. Os primeiros períodos de chuva surgirão ao início da tarde no Minho e Douro Litoral, espalhando-se durante a tarde e noite pelo interior Norte e Centro, litoral Centro e Grande Lisboa.Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações.Ao longo da madrugada de sexta-feira (19) a frente fria atlântica continuará a despejar chuva no Norte, Centro e Grande Lisboa e à medida que for descrevendo a sua trajetória noroeste-sudeste, cruzará o sistema montanhoso Montejunto-Estrela durante a manhã e a tarde, alcançando as regiões do Alentejo e Algarve. Neste dia prevê-se queda de neve acima dos 1600 metros de altitude e uma descida das temperaturas máximas.O tempo ficará invernal no domingo, 21 de dezembro, com intensificação do frio e queda de neveNas últimas horas de sexta (19) e durante uma boa parte do dia de sábado (20) o tempo estabilizará temporariamente, mas o céu tornar-se-á rapidamente nublado, anunciando a iminente chegada de uma segunda frente fria atlântica a partir do início da tarde ao litoral Norte e Centro. No resto da tarde e noite de sábado (20) a precipitação gerada pela frente espalhar-se-á por praticamente todo o país, trazendo um cenário instável e húmido.Entre quinta (18) e sexta-feira (19) prevê-se a passagem da primeira frente fria atlântica em Portugal continental. Entre sábado (20) e domingo (21) chegará a segunda frente, que trará mais chuva, uma intensificação do frio e risco de queda de neve em várias zonas montanhosas do Norte e Centro (acima dos 800 metros de altitude).Esta nova situação frontal dará lugar, no próximo domingo (21), a um episódio muito invernal, com mais períodos de chuva ou aguaceiros a repetirem-se por toda a geografia do Continente, alguns possivelmente sob a forma de granizo.Espera-se ainda uma descida generalizada e acentuada das temperaturas. A conjugação do ar mais frio com a precipitação resultará na possível ocorrência de queda de neve acima dos 800 metros de altitude em várias serras e montanhas do Norte e do Centro, estimando-se acumulações entre 5 e 10 cm, e estando prevista a possibilidade de nos lugares de maior altitude estes valores serem superados.De acordo com os mapas de precipitação acumulada da Meteored, as regiões de Portugal continental mais afetadas após a passagem destas 2 frentes frias atlânticas serão os distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Vila Real, Viseu, Coimbra, Leiria e Lisboa, seja de forma parcial ou total.Artigo relacionadoAnticiclone cede e frente fria provoca o regresso da chuva a Portugal a partir de quinta-feira, 18 de dezembroEstes distritos poderão somar entre 45 e 90 mm de chuva entre quinta-feira (18) e domingo (21). As zonas correspondentes à Serra da Estrela e inseridas nos distritos de Guarda e Castelo Branco poderão acumular valores significativos de precipitação, aproximando-se dos 40 mm.

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O relatório sobre Marte revela prioridades científicas ambiciosas: o que irá definir o rumo futuro das missões humanas?

Um novo relatório define os objetivos científicos que devem orientar as primeiras expedições humanas a Marte, oferecendo um roteiro para maximizar as descobertas durante as primeiras aterragens tripuladas no planeta vermelho.Um relatório encomendado pela NASA define as prioridades científicas para as primeiras missões tripuladas da humanidade a Marte.Os planos para enviar seres humanos a Marte continuam a avançar à medida que os investigadores aperfeiçoam o enquadramento científico necessário para as primeiras expedições.Um número crescente de trabalhos centra-se atualmente nas questões que as tripulações devem estar preparadas para investigar quando chegarem à superfície. Estes esforços realçam a forma como o planeamento da missão é cada vez mais influenciado por prioridades baseadas em provas, provenientes de múltiplos campos científicos. Prioridades científicas para orientar as missões humanas Em dezembro de 2025, as Academias Nacionais de Ciências, Engenharia e Medicina divulgaram um relatório recentemente publicado intitulado “A Science Strategy for Human Exploration of Mars”, encomendado pela NASA para ajudar a definir os objetivos científicos das primeiras missões tripuladas a Marte. Este estudo exaustivo levanta as principais questões que as equipas de superfície devem abordar, abrangendo áreas como a geologia, o comportamento atmosférico, a astrobiologia, a saúde humana e os sistemas biológicos."Este é um momento emocionante para nós, cientistas. Estamos a lançar as bases que irão transformar a nossa compreensão de Marte e, a um nível mais profundo, do nosso lugar no cosmos", afirmou Andrew Read, vice-presidente sénior para a investigação na Penn State.Um dos principais objetivos é a procura de sinais de vida. O relatório dá ênfase ao exame da habitabilidade local, a possíveis provas de organismos extintos ou existentes e a vestígios de vias químicas primitivas que possam esclarecer a origem da vida. Happening now, @theNASEM is hosting a presentation of a paper regarding the human exploration of Mars beginning with what the researchers outline as the 11 Priority Science Objectives.Event info/watch live: https://t.co/JO6616UI6e pic.twitter.com/6qOmU2ajrV— Spaceflight Now (@SpaceflightNow) December 9, 2025Outros objetivos-chave incluem traçar a evolução dos ciclos da água e do carbono, mapear o registo geológico e identificar habitats específicos (como grutas ou áreas ricas em gelo) que possam conter pistas importantes sobre o passado de Marte. Compreender o ambiente marciano para habitats alargados O relatório salienta o facto de a vida em Marte suscitar questões científicas que transcendem a geologia. Os investigadores sublinham a necessidade de estudar a forma como o ambiente marciano afeta a fisiologia, a cognição, a dinâmica de equipa e a saúde emocional da tripulação durante períodos prolongados. Os resultados orientarão os sistemas de suporte de vida, o planeamento médico e as medidas de proteção psicológica em futuras missões.O comportamento da poeira e a exposição à radiação são também considerados preocupações de alto risco. O documento apela a uma monitorização pormenorizada das tempestades de poeira, dos seus factores desencadeantes e da forma como as partículas finas de poeira podem afetar os astronautas e o equipamento. As medições de radiação em locais chave irão melhorar os modelos de risco a longo prazo.Além disso, os investigadores descrevem estudos sobre a forma como as plantas, os micróbios e os pequenos animais respondem às condições marcianas ao longo de várias gerações. Este trabalho poderá servir de base aos ecossistemas de ciclo fechado necessários para a colonização permanente. Planear campanhas para maximizar as descobertas Para atingir estes objetivos, o relatório propõe quatro campanhas de missão coordenadas. Cada uma inclui critérios para selecionar os locais de aterragem, identificar o equipamento essencial e determinar as medições necessárias antes, durante e depois das operações da tripulação. As campanhas estão estruturadas de forma a equilibrar a ambição científica com restrições de engenharia realistas. Artigo relacionadoZonas proibidas em Marte: cientistas tentam proteger possíveis ecossistemas alienígenasO documento representa uma evolução da estratégia Moon-to-Mars da NASA, combinando as lições das missões lunares com novas recomendações específicas para Marte. De acordo com os autores do documento, a visão reflecte uma mudança no sentido de se concentrar em Marte não apenas como um destino de exploração, mas como um local onde os seres humanos poderão um dia viver e trabalhar durante longos períodos.Os cientistas envolvidos no relatório descrevem o esforço como um momento decisivo: uma oportunidade para lançar as bases científicas para os primeiros passos da humanidade noutro planeta. Referência da notíciaBerard, Adrienne, and Christine Yu. “New Report Outlines Science Priorities for Human Mars Exploration.” Phys.org, 9 Dec. 2025, https://phys.org/news/2025-12-outlines-science-priorities-human-mars.html

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Anticiclone cede e frente fria provoca o regresso da chuva a Portugal a partir de quinta-feira, 18 de dezembro

Esta quarta-feira, 17 de dezembro, espera-se o dia mais estável desta semana, com céu pouco nublado. Na quinta (18) e sexta (19) prevê-se o regresso da chuva a Portugal Continental, com o reforço do vento e mar agitado.Mais informação: Alfredo Graça revela o dia mais chuvoso da semana em Portugal: “mais de 35 mm em 24 horas, atenção a estes 2 concelhos".A meio de dezembro, a atmosfera continua dominada por uma sucessão rápida de sistemas frontais, intercalados por curtos períodos de estabilidade. Esta quarta-feira, 17 de dezembro, será o mais estável dos próximos dias. De facto, espera-se céu pouco nublado, sobretudo no litoral e na região do Sul do país, enquanto o Norte e o Interior terão nuvens altas e alguns nevoeiros matinais persistentes.Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações.O frio intensificou-se de madrugada, com mínimas negativas em locais de montanha e nos vales do Norte e Centro interior, onde houve formação de geada. Durante o dia, registar-se-ão máximas entre os 9 ºC em Vila Real e Guarda e os 17 ºC em Lisboa e em Faro.Na madrugada de quinta-feira, uma nova frente fria de origem atlântica atravessa o país de noroeste para sudeste, repondo uma situação de instabilidade, com chuva, vento e nebulosidade densa, que permanecerá na sexta-feiraQuarta-feira traz uma pausa na chuva, mas com nevoeiros e geada no InteriorPara quarta-feira, 17 de dezembro, espera-se céu pouco nublado, com períodos de maior nebulosidade por nuvens altas, principalmente nas regiões Norte e Centro a partir da tarde. Há ainda a probabilidade de neblinas ou nevoeiros matinais, que podem persistir localmente no Nordeste transmontano e nas bacias dos principais rios.O vento soprará de norte ou nordeste, moderado no litoral Centro e Sul até ao final da manhã, com rajadas até 60 km/h, tornando-se fraco durante a tarde.Temperaturas baixam aos -2 ºC na Serra da Estrela e os distritos da Guarda e Bragança poderão contar com valores mínimos na ordem dos 2 ºC. As mínimas descem ligeiramente, situando-se entre -2 °C e 2 °C nas terras altas e no Interior Norte, enquanto as máximas sobem ligeiramente. Situar-se-ão entre os 15 ºC e os 16 °C no litoral e os 17 °C no Algarve. Há ainda a possibilidade de geada em locais abrigados do Norte e Centro. Regresso da instabilidade atlântica, com chuva, vento e mar agitadoPara quinta-feira, 18 de dezembro, o tempo volta a agravar-se com a aproximação de uma nova frente fria atlântica. Deste modo, espera-se céu muito nublado, com abertas temporárias apenas no início do dia no Sul do país. A precipitação inicia-se no litoral Norte a meio da manhã, estendendo-se ao Interior e ao Centro ao longo da tarde. No Sul, a chuva chega mais tarde, podendo ser fraca ou ocasional até à noite. O vento soprará moderado a forte de sudoeste, com rajadas que podem atingir os 50 km/h no litoral e terras altas.Artigo relacionadoA previsão do tempo até domingo, 21: vento forte, chuva vinda do Atlântico e possível queda de neve no norte de Portugal As temperaturas mínimas sobem ligeiramente e as máximas mantêm-se semelhantes às do dia anterior. De facto, espera-se temperaturas de 15 °C no Porto, 16 °C em Lisboa e 17 °C em Faro. O mar continua muito agitado, com ondas até 5 m na costa ocidental.No dia seguinte, 19 de dezembro (sexta-feira), mantém-se o padrão de instabilidade, com passagem residual da frente fria durante a madrugada e sucessão de aguaceiros ao longo do dia, alternando com algumas abertas. O céu apresentar-se-á muito nublado, principalmente no Norte e Centro, onde poderão ocorrer aguaceiros moderados e localmente persistentes, por vezes acompanhados de vento. Até ao final do dia de sexta-feira, é expectável que se alcancem os 47 mm de precipitação acumulada na região do Minho.Frente fria provoca precipitação em Portugal Continental a partir de quinta-feira, podendo alcançar os 47 mm acumulados na sexta-feira na região do Minho.Neste dia, as temperaturas descem ligeiramente, sobretudo as máximas, situando-se entre os 13 e os 14 °C no litoral Norte, os 15 e os 16 °C em Lisboa e no Centro, e os 18 °C no Algarve. As mínimas voltam a descer durante a madrugada, com tendência para noites frias e formação de geada pontual no Interior Norte.O mar mantém-se agitado, com ondulação de noroeste entre 4 e 6 m, decrescendo gradualmente a partir da tarde.Para o fim de semana, o padrão atmosférico manter-se-á variável. No sábado (20 de dezembro) deverá começar seco, mas com frio acentuado ao amanhecer e regresso da chuva a partir da tarde, sobretudo no Norte e Centro. A Serra da Estrela poderá voltar a registar queda de neve nas cotas mais altas.

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Fósseis de tubarão gigante de 115 milhões de anos podem reescrever a evolução da espécie

Descoberta de vértebras gigantes na Austrália revela um tubarão pré-histórico muito maior que os seus parentes conhecidos, antecipando em milhões de anos o aparecimento de mega-predadores nos oceanos.Ilustração de um tubarão de 8 metros de comprimento, que persegue um Plessiosauro. Crédito: Polyanna von Knorring/Museu de História Natural da SuéciaUma descoberta feita por paleontólogos na região de Darwin, na Austrália, está a levar cientistas a reconsiderar a linha do tempo evolutiva dos tubarões modernos. A análise de cinco vértebras fósseis, descrita na revista Communications Biology, indica que o animal viveu há cerca de 115 milhões de anos e poderia atingir até oito metros de comprimento. A descoberta amplia o entendimento sobre quando os primeiros tubarões gigantes começaram a dominar os mares.Tubarões são considerados alguns dos predadores mais eficientes dos oceanos atuais, com registos fósseis que remontam a mais de 400 milhões de anos. Apesar disso, as linhagens modernas de tubarões surgiram apenas na Era dos Dinossauros, sendo que os fósseis mais antigos conhecidos datam de aproximadamente 135 milhões de anos. Até agora, acreditava-se que os primeiros representantes desses grupos eram pequenos, com menos de um metro.Esses tubarões primitivos pertenciam à ordem dos lamniformes — a mesma do atual grande tubarão branco — e, ao longo de milhões de anos, deram origem a espécies muito maiores. O grande tubarão branco, por exemplo, é hoje um dos maiores predadores marinhos, chegando a cerca de seis metros de comprimento.Um gigante inesperado na linha evolutivaA nova descoberta, porém, altera essa narrativa. As vértebras encontradas na Austrália revelam um lamniforme de proporções surpreendentes para o seu período. O material fossilizado estava parcialmente mineralizado, o que garantiu a sua preservação por mais de 100 milhões de anos. Ao serem comparadas com vértebras de tubarões brancos modernos, os investigadores notaram uma semelhança marcante.A diferença mais impressionante está no tamanho. Enquanto vértebras de um tubarão branco adulto têm cerca de oito centímetros de diâmetro, as vértebras do fóssil australiano ultrapassam 12 centímetros. Este dado sugere um animal significativamente maior do que qualquer lamniforme conhecido do mesmo período.Além disso, detalhes morfológicos permitiram identificar o espécime como pertencente ao grupo dos cardabiodontídeos — enormes tubarões mega-predadores que habitaram os oceanos há cerca de 100 milhões de anos. Esses animais eram considerados exclusivos de períodos mais tardios do Cretáceo.Linha do tempo deve ser revistaO aspeto mais impressionante da descoberta é que o lamniforme de Darwin antecede em aproximadamente 15 milhões de anos o aparecimento dos cardabiodontídeos previamente conhecidos. Apesar disso, ele já apresentava o tamanho colossal típico do grupo, indicando que a evolução de grandes predadores nos lamniformes ocorreu muito antes do que se pensava.Investigação inédita descobre pegadas de dinossauros de mais de 100 milhões de anos na AmazóniaPara os paleontólogos, esta descoberta representa uma peça-chave para reconstruir a história evolutiva dos tubarões modernos. Isto sugere que mega-predadores surgiram bem antes do previsto, redefinindo a compreensão sobre a dinâmica dos ecossistemas marinhos no início do Cretáceo.Referências da notíciaInfoMoney. Fósseis de tubarão gigante que viveu há 115 milhões de anos são encontrados. 2025

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Deteção sistemática de sismos glaciais no glaciar Thwaites através de ondas de superfície regionais

Ondas regionais revelam 368 sismos glaciais no Thwaites (Antártida), confirmando que o capotamento de icebergues está ligado à aceleração do gelo. Saiba mais aqui!Este estudo revelou 368 sismos glaciais na Antártida que nunca tinham sido catalogados anteriormente.O estudo aborda um mistério persistente na sismologia polar: a aparente raridade de sismos glaciais na Antártida. Enquanto na Gronelândia estes eventos — gerados pelo capotamento (capsizing) de icebergues gigantes — são detetados rotineiramente por redes globais, na Antártida as deteções têm sido historicamente escassas. O artigo coloca a hipótese de que estes eventos existem, mas são demasiado pequenos para serem captados a distâncias teleseísmicas (globais), necessitando de uma abordagem regional.A metodologia inovadora Para testar esta hipótese, foi desenvolvido um algoritmo automático focado na deteção de ondas de superfície Rayleigh de período relativamente curto (entre 17 e 25 segundos). Ao contrário de estudos anteriores que utilizavam redes globais, esta investigação aproveitou a rede de sismógrafos instalada no próprio continente antártico (onshore), analisando dados recolhidos entre 2010 e 2023. O método baseou-se na coerência dos sinais através da rede regional para identificar eventos que passariam despercebidos no ruído de fundo em estações mais distantes.Os resultados: um novo catálogo sísmico A aplicação desta técnica resultou na descoberta de 368 eventos sísmicos, a grande maioria dos quais nunca tinha sido catalogada. Estes eventos possuem magnitudes de onda de superfície (Ms) entre 2 e 3, confirmando que são significativamente menores do que os seus equivalentes na Gronelândia (que chegam a Ms 5). Foi necessário usar uma rede sísmica local na Antártida para captar estes eventos de magnitude menor (Ms 2-3)A distribuição geográfica destes novos sismos concentra-se fortemente na Antártida Ocidental, especificamente em dois sistemas glaciares críticos: o Glaciar Thwaites e o Glaciar Pine Island.A dinâmica do Glaciar Thwaites O Glaciar Thwaites foi responsável por cerca de dois terços das deteções. A análise revelou uma forte correlação temporal entre a frequência dos sismos e a velocidade da língua de gelo do glaciar. Especificamente, entre 2018 e 2020, observou-se um aumento no número de sismos que coincidiu com episódios de aceleração do fluxo do gelo. O estudo propõe um mecanismo físico para explicar isto: o enfraquecimento da mistura de gelo marinho (mélange) reduz a força de "apoio" na frente do glaciar. Esta perda de resistência permite que a língua de gelo acelere, o que promove uma maior fragmentação e o consequente capotamento de icebergues. O Glaciar Thwaites contém gelo suficiente para elevar o nível do mar em cerca de 0,65 metros se derreter totalmente.O impacto destes icebergues ao virarem-se gera as ondas sísmicas detetadas. Imagens de satélite validaram esta teoria, mostrando icebergues recém-capotados nas coordenadas exatas dos sismos detetados.O mistério do Glaciar Pine Island Em contraste, os sismos detetados no Glaciar Pine Island apresentam um enigma. Embora seja a segunda área mais ativa, os eventos localizam-se perto da linha de base (onde o glaciar assenta na rocha), a dezenas de quilómetros da frente de desprendimento. A localização no interior sugere que o capotamento de icebergues não é a causa, indicando que outros processos glaciológicos ou tectónicos desconhecidos estão a ocorrer nesta região.Artigo relacionadoMapeamento da Antártida: 85 novos lagos subglaciares encontrados, o que é que eles mostram?O estudo conclui que os sismos glaciais são, de facto, comuns na Antártida, mas possuem características distintas dos da Gronelândia (menor magnitude e duração de força mais curta, cerca de 15 segundos). A investigação sublinha a importância vital de manter e expandir as redes sísmicas locais na Antártida para monitorizar a dinâmica da perda de massa de gelo, essencial para prever a subida do nível do mar num clima em mudança.Referência da notícia Thanh-Son Pham. Systematic Detection of Glacial Earthquakes in Thwaites Glacier, West Antarctica, by Regional Surface Waves. ESS Open Archive. August 23, 2025. doi: 10.22541/essoar.175596888.87914182/v1Göran Ekström et al. ,Glacial Earthquakes.Science 302, 622 624(2003). doi: 10.1126/science.1088057

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