Briefing: Crise na habitação

A investigação expõe falhas sistémicas na gestão de habitação social para militares, com denúncias de subarrendamentos e uso indevido de imóveis.

A queixa-crime contra o IASFA coloca em causa a transparência na atribuição de património do Estado e a proteção dos beneficiários legítimos, exigindo uma fiscalização mais rigorosa.

O Governador do Banco de Portugal, Álvaro Santos Pereira, opõe-se firmemente ao financiamento a 100% no crédito à habitação, considerando-o um “erro do passado”.

Reafirma que as regras macroprudenciais são essenciais para a estabilidade financeira e adverte que o banco central atuará para impedir o regresso a práticas que aumentem o risco de sobre-endividamento das famílias.

A crise habitacional em Portugal agrava-se com o aumento de trabalhadores sem-abrigo, um fenómeno que evidencia a disparidade entre salários e o custo da habitação.

Dados oficiais e relatos pessoais mostram que ter um emprego já não garante uma casa, tornando a habitação uma prioridade central no debate político nacional.

Vários municípios, como Cantanhede e Lagos, decidiram manter as taxas de IMI em níveis baixos para 2026, como forma de aliviar a carga fiscal sobre as famílias. Apesar de representarem uma quebra de receita para as autarquias, estas medidas são vistas como essenciais para mitigar o impacto do custo de vida.

O Governo admitiu a existência de uma “grave crise habitacional” no OE2026, enquanto 115 municípios foram distinguidos pelas suas políticas de apoio à família, com destaque para a habitação.

Esta dualidade mostra um reconhecimento do problema a nível nacional e a implementação de soluções concretas a nível local, como apoios à reabilitação e ao arrendamento.

As rendas em Portugal deverão aumentar até 2,24% em 2026, continuando uma tendência de subida que viu os preços duplicarem em muitas cidades na última década.

Esta evolução reflete a pressão contínua sobre os inquilinos e a crescente crise de acessibilidade à habitação no país.

O mercado imobiliário português é marcado por fortes contrastes: enquanto o interior, como Pampilhosa da Serra, oferece os preços mais baixos do país, zonas turísticas como o Algarve registam valorizações acentuadas, impulsionadas pelo forte investimento estrangeiro.

Esta dinâmica aprofunda as desigualdades entre um litoral e sul valorizados e um interior cada vez mais despovoado e economicamente fragilizado.