Briefing: Crise na habitação

A adesão massiva ao programa E-Lar demonstrou a necessidade premente de apoios diretos para a melhoria da eficiência energética nas habitações, levando o Governo a procurar um reforço de verbas. O sucesso da iniciativa contrasta com a lentidão de outros programas, sublinhando a importância de mecanismos ágeis para combater a pobreza energética e modernizar o parque habitacional.

O inquérito da Federação Académica de Lisboa revela que os custos insustentáveis do alojamento estão a forçar um quarto dos estudantes a ponderar o abandono académico.

A elevada informalidade no mercado de arrendamento agrava a situação, excluindo os jovens dos apoios existentes e transformando a habitação num fator crítico de exclusão social e educacional.

Álvaro Santos Pereira, no início do seu mandato como governador do Banco de Portugal, destacou a urgência de aumentar a oferta de habitação para conter a escalada de preços.

O novo governador apelou a uma maior ação por parte do poder central e, sobretudo, das autarquias, para que eliminem os bloqueios e restrições à construção, que considera serem o principal entrave ao mercado.

A habitação tornou-se um campo de batalha central nas eleições autárquicas, com candidatos de diversas forças políticas a prometerem milhares de novas casas a preços acessíveis. As propostas abrangem desde a construção pública em larga escala e o apoio a cooperativas até à reabilitação de devolutos, refletindo um consenso sobre a necessidade de uma intervenção municipal robusta para responder à crise.