Briefing: Conflitos, guerras e tensões

A semana foi marcada por uma grave deterioração do cessar-fogo em Gaza, com a retoma de hostilidades, um impasse na devolução dos corpos dos reféns e o bloqueio da ajuda humanitária. As acusações mútuas entre Israel e o Hamas, juntamente com as pressões internas em Israel para uma ofensiva em larga escala, colocam o acordo de paz mediado pelos EUA em sério risco de colapso.

A recente ronda diplomática liderada por Donald Trump resultou numa desilusão para a Ucrânia, que viu recusado o seu pedido de armamento estratégico. A prioridade de Trump parece ser um acordo direto com Vladimir Putin, deixando Kiev e os seus aliados europeus numa posição de incerteza quanto ao futuro do apoio norte-americano e aos termos de uma eventual paz.

A relação sino-americana continua a ser marcada por uma dualidade de confronto e diálogo. Enquanto Pequim acusa Washington de ciberespionagem e ambos os países se ameaçam com medidas económicas punitivas, a confirmação de uma cimeira presidencial indica que os dois líderes procuram gerir a rivalidade para evitar uma rutura total.

Após uma semana de confrontos mortíferos na fronteira, o Paquistão e o Afeganistão alcançaram um acordo de cessar-fogo imediato, fruto de negociações mediadas pelo Qatar. O acordo visa diminuir a tensão numa região marcada pela instabilidade e por acusações mútuas de apoio a grupos terroristas.

A escalada verbal entre os presidentes da Colômbia e dos EUA reflete uma profunda divergência sobre as operações antidrogas norte-americanas nas Caraíbas.

As acusações de violação de soberania e a morte de um civil por parte de Bogotá foram recebidas com hostilidade por Washington, criando um novo foco de instabilidade nas relações interamericanas.

Os protestos “No Kings” mobilizaram milhões de pessoas nos EUA e no estrangeiro contra o que consideram ser as políticas autoritárias de Donald Trump.

As manifestações refletem uma profunda divisão na sociedade norte-americana e uma crescente preocupação com o estado da democracia, tendo sido recebidas com desdém pelo presidente.

O fim oficial do acordo nuclear de 2015 remove as últimas barreiras legais ao programa nuclear do Irão. Esta nova realidade agrava as tensões com o Ocidente e aumenta o risco de proliferação nuclear numa região já instável, apesar das declarações iranianas de que continua empenhado na via diplomática.

Os contínuos ataques dos Huthis a navios no Mar Vermelho estão a causar uma grave crise económica e de segurança, com o Egito a sofrer perdas bilionárias.

A instabilidade nesta rota marítima vital demonstra o impacto global de um conflito regional, afetando as cadeias de abastecimento e a economia mundial.

A liderança da União Europeia, representada por António Costa, assinala uma viragem estratégica em direção a uma maior autonomia de defesa.

O rearmamento é agora visto como uma necessidade para garantir a paz e proteger o modelo social europeu, num claro reflexo do impacto da guerra na Ucrânia na política de segurança do bloco.

Uma colisão entre navios no Mar do Sul da China elevou a tensão entre Pequim e Manila.

A China emitiu um aviso severo, enquanto os Estados Unidos reafirmaram o seu compromisso de defesa com as Filipinas, sublinhando o risco contínuo de escalada militar nesta estratégica via marítima.