Briefing: Conflitos, guerras e tensões

O cessar-fogo em Gaza permanece altamente volátil, marcado por recentes ataques israelitas e acusações mútuas de violações.

Enquanto os EUA intensificam os esforços diplomáticos para salvar o acordo e a troca de corpos de reféns continua lentamente, a crise humanitária persiste e a estabilidade a longo prazo na região é incerta.

A proposta de cimeira entre Trump e Putin em Budapeste gerou um intenso debate.

Enquanto os EUA exploram uma paz baseada na atual linha da frente, a Ucrânia e os seus aliados europeus aceitam o ponto de partida para negociações, mas rejeitam cedências territoriais.

A Rússia mantém as suas exigências e a Polónia ameaça deter Putin, tornando o cenário diplomático complexo e incerto.

A UE procura unificar e acelerar os processos de deportação de migrantes irregulares, conforme defendido por Ursula von der Leyen. Simultaneamente, os Países Baixos preparam um acordo com o Uganda para a receção de requerentes de asilo rejeitados, seguindo um modelo controverso que reflete uma tendência crescente de externalização das políticas migratórias europeias.

A Comissão Europeia ajustou a sua posição sobre a lei anti-desflorestação, propondo adiar a sua aplicação apenas para pequenas empresas até final de 2026, enquanto as grandes empresas terão de cumprir as novas regras já no final de 2025. Esta decisão, que ainda aguarda aprovação final, reflete as tensões entre os objetivos ambientais da UE e as dificuldades operacionais e diplomáticas na sua implementação.

O relatório de 2025 da Fundação AIS pinta um quadro sombrio da liberdade religiosa global, indicando que mais de 5,4 mil milhões de pessoas enfrentam perseguição ou discriminação. O autoritarismo e o extremismo jihadista, especialmente em África, são apontados como as principais causas, com um aumento alarmante de crimes de ódio no Ocidente.

A insurgência em Cabo Delgado, Moçambique, persiste com um custo humano devastador, como demonstram os dados da ONU sobre mortes e deslocamentos em agosto.

Apesar dos esforços governamentais, a violência jihadista continua a ameaçar civis e a limitar severamente o acesso da ajuda humanitária à região.

A nomeação de Sanae Takaichi como a primeira mulher primeira-ministra do Japão é um marco histórico, mas ocorre num cenário de instabilidade política interna e desafios económicos. A sua liderança conservadora será testada tanto na gestão de uma coligação frágil como na condução da política externa, a começar pela iminente visita do presidente norte-americano.

A relação EUA-China permanece complexa, equilibrando a cooperação diplomática, como a anunciada visita de Trump a Pequim, com a competição estratégica.

A contínua venda de armas a Taiwan e a disputa por minerais críticos demonstram as profundas tensões geopolíticas, mesmo enquanto se procuram acordos comerciais.

A tensão entre os EUA e a Colômbia escalou com a suspensão da ajuda norte-americana e ameaças de intervenção por parte de Donald Trump, que acusa o presidente Petro de ligações ao narcotráfico. Internamente, Petro enfrenta pressão de ex-presidentes para clarificar a sua relação com Nicolás Maduro, num cenário complexo que envolve a política de "Paz Total" e a influência de grupos criminosos.

As manifestações que se seguiram às eleições de 2024 em Moçambique resultaram em 411 mortos e mais de 7.000 detenções, segundo um novo relatório. A plataforma Decide denuncia a impunidade e a repressão estatal, apelando a uma investigação independente para apurar responsabilidades e compensar as vítimas, num país que agora enceta um frágil processo de pacificação.