Briefing: Conflitos, guerras e tensões

A semana ficou marcada por uma perigosa escalada na retórica nuclear, com a Rússia a testar um novo míssil de cruzeiro de alcance ilimitado e a abandonar um tratado de reprocessamento de plutónio. Os Estados Unidos responderam com críticas e advertências, aprofundando o desmantelamento dos acordos de controlo de armamento e aumentando a instabilidade global.

Os combates intensificaram-se em Kupiansk e Pokrovsk, com a Rússia a clamar vitórias estratégicas.

A guerra de drones escalou com ataques a infraestruturas críticas, como a barragem de Belgorod, e a alvos civis em Kiev, enquanto a via diplomática entre as principais potências permanece bloqueada, prolongando o conflito.

A trégua em Gaza permanece frágil, marcada por ataques esporádicos de Israel e um impasse na devolução dos corpos dos reféns pelo Hamas. Enquanto os EUA avançam com a proposta de uma força internacional, a exigência de Israel de poder de veto sobre a sua composição e as tensões contínuas no terreno ameaçam a próxima fase do acordo de paz.

Um acordo comercial preliminar entre os EUA e a China evitou uma escalada de tarifas, com Pequim a adiar as restrições à exportação de terras raras. A decisão alivia a tensão antes do encontro entre os presidentes Trump e Xi, embora a rivalidade estratégica entre as duas potências permaneça como pano de fundo.

A exibição de um anúncio televisivo canadiano com críticas ao protecionismo, usando a imagem de Ronald Reagan, provocou uma reação imediata e punitiva do presidente Donald Trump, que impôs um aumento de 10% nas tarifas sobre o Canadá.

O incidente suspendeu as negociações comerciais e criou um impasse diplomático entre os dois aliados.

A vitória do partido de Javier Milei nas eleições intercalares argentinas representa um forte endosso popular à sua agenda de austeridade e reformas de mercado. Com uma base parlamentar fortalecida, o presidente ganha margem de manobra para aprofundar o seu plano de ajustamento, marcando um ponto de viragem na política e economia do país.

Um confronto direto entre as forças israelitas e os capacetes azuis da ONU na fronteira libanesa, com versões contraditórias sobre o abate de um drone e disparos de um tanque, marca uma escalada significativa. O incidente sublinha a fragilidade da segurança na região e a crescente tensão entre Israel e as forças internacionais de manutenção da paz.

O envio de um navio de guerra dos EUA para as Caraíbas elevou a tensão com a Venezuela, que denunciou uma conspiração da CIA.

No meio da escalada retórica, o Brasil emergiu como um potencial mediador, com o presidente Lula a oferecer-se para facilitar o diálogo entre Washington e Caracas.

Incursões de balões provenientes da Bielorrússia, alegadamente para contrabando, levaram a Lituânia, membro da NATO, a encerrar a sua fronteira. O incidente, classificado como "agressão híbrida", representa uma nova fonte de tensão na volátil fronteira oriental da Europa, exacerbando a desconfiança entre os dois países.

O anúncio da retirada total do PKK do território turco representa um marco potencialmente decisivo para o fim de um conflito de quatro décadas. Embora saudada por Ancara, a consolidação da paz depende agora de negociações complexas, incluindo a libertação do líder curdo Abdullah Ocalan e a implementação de reformas constitucionais.