Briefing: Donald Trump

A presidência de Trump assiste a uma perigosa escalada com a Rússia, marcada por um ultimato sobre a Ucrânia, a movimentação de meios nucleares e o abandono formal por parte de Moscovo da moratória sobre mísseis de médio alcance, aumentando o risco de uma nova corrida ao armamento.

A ameaça de Donald Trump de impor tarifas punitivas à Índia pela sua relação comercial com a Rússia evidencia a utilização da política económica como uma arma geopolítica, colocando Nova Deli numa posição delicada entre os seus interesses energéticos e a pressão da Casa Branca.

O acordo comercial entre a UE e os EUA sob a presidência de Trump evitou uma escalada tarifária, mas impôs custos significativos à Europa, revelando as suas divisões internas e uma aparente incapacidade de negociar em pé de igualdade com Washington.

A imposição de pesadas tarifas ao Brasil por parte da administração Trump está diretamente ligada à pressão política exercida em defesa do seu aliado Jair Bolsonaro, criando uma crise complexa que funde comércio, diplomacia e a soberania judicial brasileira.

A administração Trump lançou uma investigação por grande júri para apurar as origens da investigação sobre a interferência russa em 2016, numa tentativa de validar as suas alegações de que a sonda original foi um ato politicamente motivado para o prejudicar.

Através do seu enviado especial, a administração Trump está ativamente envolvida na busca de uma solução para o conflito em Gaza, focando-se no fim das hostilidades e na ajuda humanitária.

A sua influência é vista como decisiva, tanto por figuras do establishment de segurança israelita como pelos seus opositores.

O procurador especial Jack Smith, que liderou os processos contra Donald Trump, enfrenta agora uma investigação por alegada atividade política ilegal, uma reviravolta que intensifica o debate sobre a imparcialidade do sistema judicial e as acusações de perseguição política.

Através de uma série de nomeações e demissões, a administração Trump está a colocar figuras leais em posições estratégicas na justiça, na economia e na diplomacia, visando garantir o alinhamento das agências federais com os seus objetivos políticos.

A recusa da China em ceder às exigências dos EUA sobre a compra de petróleo russo e iraniano constitui um grande ponto de atrito nas negociações comerciais, demonstrando a determinação de Pequim em defender os seus interesses estratégicos e energéticos, mesmo sob a ameaça de tarifas.

A pressão económica exercida por Donald Trump foi fundamental para alcançar um cessar-fogo entre a Tailândia e o Camboja, uma intervenção bem-sucedida que levou a altas figuras do governo cambojano a propor o seu nome para o Prémio Nobel da Paz.