Briefing: Donald Trump

A cimeira entre Trump e Xi resultou numa trégua comercial temporária, com os EUA a anunciarem a redução de tarifas em troca de cooperação chinesa no combate ao fentanil e da retoma da compra de soja. Apesar do tom otimista de Trump, a reação dos analistas e de Pequim foi mais contida, sublinhando que as divergências estruturais entre as duas potências persistem.

A paralisação do governo, causada por um impasse orçamental sobre os subsídios do Obamacare, suspendeu o programa de ajuda alimentar SNAP e aumentou os custos da saúde para milhões.

A crise também provocou o caos no tráfego aéreo devido à falta de controladores aéreos a trabalhar sem salário, enquanto Trump e os democratas trocavam acusações sobre a responsabilidade pelo bloqueio.

Sob ordens de Trump, os EUA lançaram uma controversa campanha militar marítima contra o narcotráfico, que resultou em dezenas de mortos e foi classificada pela ONU como "execuções extrajudiciais". A escalada de tensão incluiu o envio de uma grande força naval para as Caraíbas e rumores de ataques a alvos na Venezuela, apesar das negações de Trump.

Em resposta a testes de armamento russos, Donald Trump ordenou a retoma dos testes nucleares dos EUA, interrompidos desde 1992.

A decisão foi justificada como necessária para garantir a operacionalidade do arsenal, mas foi condenada pela ONU e gerou preocupação na China e na Rússia, aumentando os receios de uma nova corrida ao armamento.

A administração Trump reduziu drasticamente o teto de refugiados para 7.500 anuais, o mais baixo de sempre, e deu prioridade à admissão de sul-africanos brancos. A política foi condenada por organizações humanitárias, que a consideraram discriminatória e uma politização do programa de refugiados dos EUA.

Um anúncio televisivo canadiano anti-tarifas provocou uma forte reação de Donald Trump, que impôs novas taxas e suspendeu as negociações comerciais com o Canadá. Apesar de um pedido de desculpas do primeiro-ministro canadiano, Trump recusou-se a retomar o diálogo, aprofundando a tensão entre os dois países aliados.

A cimeira entre Trump e Putin foi cancelada devido à recusa de Moscovo em negociar o fim da guerra na Ucrânia sem ganhos territoriais.

O cancelamento, que se seguiu a um telefonema tenso e coincidiu com um teste de armamento nuclear russo, assinalou um endurecimento da posição dos EUA e uma deterioração das relações bilaterais.

A administração Trump boicotou a cimeira do clima COP30, anunciando a ausência de representantes de alto nível, em linha com a sua política de retirada do Acordo de Paris e o ceticismo do presidente sobre o tema. Em contrapartida, uma vasta delegação de autoridades locais americanas confirmou a sua presença, evidenciando a divisão do país nesta matéria.

A Casa Branca sob o comando de Trump restringiu o acesso físico dos jornalistas e assumiu o controlo sobre as acreditações, favorecendo meios de comunicação conservadores.

Esta política, acompanhada de uma retórica hostil e ações legais contra a imprensa tradicional, marca uma deterioração significativa na relação entre o poder executivo e os media.

A administração Trump é acusada de minar as normas democráticas através da pressão económica e administrativa sobre universidades, escritórios de advogados e o próprio Departamento de Justiça. Críticos, incluindo Barack Obama, alertam para um avanço autoritário que silencia a oposição e enfraquece o Estado de direito, enquanto o Partido Democrata se mostra incapaz de oferecer uma resistência eficaz.